domingo, 20 de setembro de 2015

Jornada nas Estrelas V - A Última Fronteira

Título no Brasil: Jornada nas Estrelas V - A Última Fronteira
Título Original: Star Trek V The Final Frontier
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: William Shatner
Roteiro: Gene Roddenberry, William Shatner
Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley, James Doohan, Walter Koenig, Nichelle Nichols, George Takei, Laurence Luckinbill

Sinopse:
Após a Enterprise passar por reparos a tripulação do Capitão Kirk (William Shatner) é convocada para uma nova missão. Vários diplomatas de planetas da confederação caíram em mãos de um líder rebelde vulcano chamado Sybok (Laurence Luckinbill). Ele tem laços de parentesco com Spock (Leonard Nimoy), o que faz a missão ganhar traços pessoais jamais imaginados por ele. Na realidade Sybok almeja ir até os confins da galáxia onde pretende encontrar a origem do universo, o ponto zero da criação onde tudo começou. 

Comentários:
Dirigido e roteirizado pelo ator William Shatner, o quinto filme da tripulação original da Enterprise marcou a despedida dos atores da série de TV do cinema. O que era para ser uma grande despedida porém se tornou um aborrecimento e tanto. O filme foi mal recebido pela crítica (de forma justa aliás) e o público não prestigiou. Na realidade Shatner, cego por seu ego descomunal, escreveu um enredo sem pegada, sem a dramaticidade necessária. Talvez com ciúmes de Leonard Nimoy que fez um ótimo trabalho no filme anterior, Shatner acabou trocando as mãos pelos pés e realizou um dos mais fracos filmes da série. Tudo soa muito enfadonho e chato. Para piorar Shatner escreveu cenas piegas e bobocas como por exemplo colocar os tripulantes em volta de uma fogueira no meio da noite para relembrar os velhos tempos. Santa bobagem, Batman! Os efeitos especiais também não enchem os olhos e mostram um certo desleixo por parte da Paramount em realizar uma produção melhor e mais bem cuidada. É aquele tipo de filme que deixa um gosto de decepção no ar, mesmo com as melhores expectativas possíveis. Assim o quinto filme só serviu mesmo para decepcionar os fãs. Era melhor que a turma da velha Enterprise se despedisse no filme anterior porque esse aqui obviamente não fez jus ao legado de todos eles.

Pablo Aluísio.

Homens de Preto II

Título no Brasil: MIIB - Homens de Preto II
Título Original: Men in Black II
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Barry Sonnenfeld
Roteiro: Lowell Cunningham, Robert Gordon
Elenco: Tommy Lee Jones, Will Smith, Lara Flynn Boyle, Johnny Knoxville
 
Sinopse:
Os Homens de Preto precisam combater uma nova ameaça, Serleena (Lara Flynn Boyle), uma Kylothiana que pretende abalar as estruturas do planeta Terra. Para enfrentar esse novo desafio o agente Jay (Will Smith) resolve trazer de volta à ativa o agente Kay (Tommy Lee Jones) cuja memória foi apagada no passado e que agora passa seus dias como um mero empregado dos correios americanos.

Comentários:
Bem mais bem produzido do que o primeiro filme, "Men in Black II" segue sendo a mais bem sucedida bilheteria dessa franquia. Como se sabe tudo é uma adaptação de uma revista em quadrinhos obscura da Malibu Comics. Poucos conheciam esse universo mas Spielberg viu potencial nessas estorinhas. Como o primeiro filme tratou de apresentar esse mundo ao público agora há mais espaço para desenvolver melhor a trama e os personagens. A fórmula segue sendo a mesma, agentes de um super secreto órgão de controle de ETs em nosso mundo caçam os alienígenas que se desviam das normas de boa convivência. MIB é um produto pop pipoca por excelência, sem qualquer pretensão de ser algo mais do que diversão descompromissada. Tommy Lee Jones e Will Smith continuam como sempre muito carismáticos mas quem acaba roubando o show mesmo é a atriz Lara Flynn Boyle (na época namorada de Jack Nicholson). Seu visual e estilo exóticos combinaram muito bem em seu papel de outro mundo. Em suma, compre muita pipoca e se divirta o máximo que puder.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de setembro de 2015

A Lenda do Tesouro Perdido

Título no Brasil: A Lenda do Tesouro Perdido
Título Original: National Treasure
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Jim Kouf, Cormac Wibberley
Elenco: Nicolas Cage, Diane Kruger, Justin Bartha

Sinopse:
Ben Gates (Nicolas Cage) é um persistente caçador de tesouros perdidos. Através de pesquisas históricas ele procura encontrar preciosidades que há muito foram enterradas pelas areias do tempo. Agora ele segue a pista de uma verdadeira fortuna em ouro e jóias que está escondido há séculos. Sua melhor pista pode estar na Declaração de Independência dos Estados Unidos, só que ter acesso ao documento original não será nada fácil.

Comentários:
Velhas fórmulas parecem ainda dar certo comercialmente quando se coloca toda uma nova roupagem para se passar por algo novo. Esse "National Treasure" tem elementos de vários outros filmes, especialmente os da série "Indiana Jones" e das tramas de livros ao estilo "Código da Vinci", mas jogados em um caldeirão até podem surgir como algo novo para os marinheiros de primeira viagem. Infelizmente como se pode notar logo nas primeiras cenas o fator originalidade não é o forte por aqui. Além disso essa coisa de teorias da conspiração envolvendo aspectos do passado já deu o que tinha que dar. Se já era forçado demais nos livros de Dan Brown imagine aqui, que é uma cópia da cópia. Cage, desesperado por algum sucesso de bilheteria, pelo menos no aspecto comercial acertou uma. Sim, apesar de não trazer nada de novo o filme fez sucesso comercial, impulsionado por uma agressiva campanha de marketing! Mas após o filme acabar não há propaganda que consiga convencer o espectador mais consciente de que ele não acabou de ver um pastel de vento, pois cinematograficamente é justamente isso que esse filme é. Os anos passam mas o produtor Jerry Bruckheimer não toma jeito mesmo.

Pablo Aluísio.

Perigo Mortal

Título no Brasil: Perigo Mortal
Título Original: Hellbound
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group, Warner Bros
Direção: Aaron Norris
Roteiro: Ian Rabin, Anthony Ridio
Elenco: Chuck Norris, Calvin Levels, Christopher Neame

Sinopse:
Dois policiais de Chicago estão investigando o assassinato brutal de um rabino e acabam descobrindo que sua morte não se trata de um crime comum mas sim movido por obscuras razões religiosas. Para surpresa de ambos as investigações também acabam mostrando que eles não estão atrás de um assassino como outro qualquer, mas sim uma entidade sobrenatural de complicada definição!

Comentários:
Em determinado momento da carreira de Chuck Norris seus personagens foram ficando tão indestrutíveis que meros vilões humanos se tornaram banais. A solução então foi apelar para o paranormal. Dessa maneira, baseado nesse tipo de premissa, foi produzido esse curioso "Hellbound" onde Norris enfrentava nada mais, nada menos, do que o próprio diabo! Talvez por isso o filme ainda seja tão interessante. Veja, não espere uma produção classe A em uma fita como essa - tudo é muito precário, até mesmo a pequena introdução baseada na Idade Média soa falsa e mal realizada - mas sim muita diversão escapista com Norris mais uma vez encarnando um personagem que não leva desaforos para casa, nem mesmo de um encarnado do inferno! Curiosamente o filme, que não fez sucesso nenhum nos cinemas, foi bancado em Home Vídeo pela poderosa Warner que passou a ver o invocado Norris como uma boa opção de lucros no mercado de VHS. Afinal, ver Chuck Norris dando uns sopapos no próprio demo se tornava algo quase irresistível dentro de uma videolocadora! (lembra delas?).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Força Aérea Um

Título no Brasil: Força Aérea Um
Título Original: Air Force One
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Wolfgang Petersen
Roteiro: Andrew W. Marlowe
Elenco: Harrison Ford, Gary Oldman, Glenn Close

Sinopse:
O presidente dos Estados Unidos James Marshall (Ford) vai até Moscou e lá realiza um discurso contra o terrorismo internacional, expondo a política de tolerância zero que seu país tomará dali em diante sobre o tema. Na volta para casa porém o Air Force One ("Força Aérea Um" - codinome do avião presidencial) é tomado de refém por um grupo extremamente perigoso e armado de terroristas radicais. Todos os passageiros e membros da tripulação se tornam reféns. O presidente porém  resolve enfrentar os criminosos que se apoderaram de seu avião...

Comentários:
Eu fico imaginando um filme desses realizado no Brasil. Nos Estados Unidos eles possuem essa visão bem glamorizada (e romântica) de seus presidentes. São venerados e adorados quase como se fossem lendas da Idade Média. Basta lembrar o carinho que aquela nação tem por alguns líderes da sua história como Lincoln ou Kennedy. No Brasil não existe nada parecido. Nossos presidentes geralmente viram ou alvo de piadas ou de ódio mortal. Na história do Brasil não conheço nenhum presidente que tenha ganho qualquer sentimento minimamente parecido com o que vemos tão frequentemente na América. Se o filme fosse feito no Brasil certamente viraria motivo de chacota e piada. Mas deixemos isso de lado. "Air Force One" foi muito badalado em seu lançamento. Trazia algo novo que seria imitado alguns anos depois em outras produções - a figura do presidente herói, íntegro até o último grau que não hesitava em colocar sua própria vida em perigo para salvar as demais pessoas inocentes. O roteiro é do tipo que não dá trégua ao espectador. Provavelmente tenha sido escrito dessa forma porque se pararmos para pensar sobre o que vemos na tela certamente descobriremos centenas de furos na trama. O ritmo é do estilo "não perca a respiração"! Harrison Ford está menos antipático do que o habitual e o diretor Wolfgang Petersen consegue no mínimo entregar um action movie eficiente. Esse é do tempo em que Harrison Ford era sinônimo de blockbusters e sucessos de bilheteria. Já faz um tempão...

Pablo Aluísio.

Con Air - A Rota da Fuga

Título no Brasil: Con Air - A Rota da Fuga
Título Original: Con Air
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Simon West
Roteiro: Scott Rosenberg
Elenco: Nicolas Cage, John Cusack, John Malkovich, Ving Rhames, Steve Buscemi 

Sinopse:
Grupo de prisioneiros da mais alta periculosidade são transferidos para um novo presídio de segurança máxima em um vôo especial. Entre os criminosos está o serial killer Cyrus Grissom (John Malkovich). Dotado de um QI fora do normal ele pretende liderar uma rebelião em pleno vôo, para sequestrar o avião em direção a outro país, onde pretende finalmente recuperar sua liberdade. Cameron Poe (Nicolas Cage), outro prisioneiro condenado por um crime menor, deseja apenas cumprir sua sentença para ir embora dali sem maiores problemas e por isso se torna um empencilho para os planos de Cyrus, assim como o obstinado agente do FBI interpretado por John Cusack.

Comentários:
Em seu lançamento foi um grande sucesso de bilheteria esse "Con Air - A Rota da Fuga". É o típico filme da linha de produção de Jerry Bruckheimer. Trocando em miúdos, muita pirotecnia, cenas espetaculares de ação e ritmo alucinado. Eu me recordo bem que uma das sensações do filme foi o pouso espetacular da aeronave em plena rua principal de Las Vegas - onde o avião saia arrastando tudo por onde passava. Já era uma mudança nos efeitos especiais que agora eram feitos (com muita competência técnica) por computadores, nascendo os tais efeitos digitais que iriam dominar o cinema pipoca dali em diante. Outro ponto forte dessa produção é seu elenco, acima da média. Além de Nicolas Cage, com longos cabelos, ainda tínhamos John Cusack, como um agente federal que andava de sandálias havaianas e no grupo dos vilões dois ótimos atores, o psicótico John Malkovich e o estranho Steve Buscemi (sempre muito bom mas também sempre subestimado). Nos anos 90 "Con Air" foi um dos mais populares filmes de ação lançados. Hoje é uma boa oportunidade para rever a produção e matar as saudades.   

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Adrenalina 2

Título no Brasil: Adrenalina 2
Título Original: Crank - High Voltage
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate, Lakeshore Entertainment
Direção: Mark Neveldine, Brian Taylor
Roteiro: Mark Neveldine, Brian Taylor
Elenco: Jason Statham, Amy Smart, Clifton Collins Jr.

Sinopse:
Chev Chelios (Jason Statham) é um assassino profissional que acaba mexendo com as pessoas erradas. Após entrar em confronto com os interesses da violenta máfia chinesa ele acaba caindo numa armadilha. Um chefe criminoso resolve roubar seu coração, colocando no lugar uma máquina movida a adrenalina. Isso coloca Chev numa busca alucinada por situações perigosas para não morrer do coração. Agora, no meio de uma fuga alucinada ele vai atrás de quem o colocou nessa delicada situação de vida ou morte.

Comentários:
Com esse filme "Crank: High Voltage" o cinema de ação atinge outro nível, mais intenso, mais exagerado e muito mais alucinado. Ao longo dos anos os filmes de ação entraram em uma competição para ver quem realizava a cena mais espetacular, as mais ousadas tomadas de violência e velocidade. Pois bem "Adrenalina" se propõe a romper todos esses limites. Em vista disso coisas como roteiro, atuação e direção ficam para trás. O que importa é imprimir um ritmo tão louco ao filme que o espectador por pouco não fica tonto. Vale a pena chamar a atenção também para o fato de que quando se exagera demais na dose a tendência é tudo acabar virando uma paródia. E é justamente isso que ocorre aqui. "Adrenalina 2" é tão over, tão exagerado, que acabou virando uma espécie de chanchada dos actions movies. As cenas parecem que foram escritas por alguém chapado de ácido, tamanho o absurdo das situações. O ator Jason Statham parece ter entendido bem isso e ultimamente tem optado por filmes de ação bem mais sóbrios. Bom para ele. De nossa parte fica a dica mas também o aviso: "Crank - High Voltage" é uma verdadeira loucura!

Pablo Aluísio.

Hitman - Disfarce Perigoso

Título no Brasil: Hitman - Disfarce Perigoso
Título Original: The Hitman
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Pictures
Direção: Aaron Norris
Roteiro: Robert Geoffrion, Don Carmody
Elenco: Chuck Norris, Michael Parks, Al Waxman

Sinopse:
Depois de sobreviver a um atentado contra sua vida por seu ex-parceiro, o oficial Cliff Garrett (Norris) exige a vingança sobre aqueles que o enganaram. Assumindo o disfarce de um homem de sucesso nos negócios ele começa a se infiltrar no submundo de Seattle para chegar até os criminosos que quase o assassinaram tempos atrás.

Comentários:
A Cannon Pictures já tinha sérios problemas financeiros mas ainda conseguiu produzir esse filme policial de ação com um de seus maiores astros, Chuck Norris. Dirigido por seu irmão, Aaron Norris, o filme, apesar de ter sido lançado nos anos 90, mais parece uma fita de Norris da década anterior. Praticamente todas as cenas são passadas durante á noite, em becos escuros e cheios de neblina e vapor. No cardápio, como não poderia deixar de ser, muitos tiros, pancadarias e lutas bem ao estilo dos filmes de ação dos anos 80. Curiosamente Chuck Norris surge com um dos penteados mais esquisitos de toda a sua carreira. No auge do sucesso do corte de cabelo chamado mullet, Chuck resolveu não só adotar o style como também manter sua velha e conhecida barba falcon. A mistura é pra lá de esquisita e acaba roubando todas as atenções hoje em dia! Bobagens à parte a fita, que mais parece uma produção para faturar nas locadoras de vídeo da época, traz obviamente muitos clichês e temas batidos (vingança? De novo?!) mas consegue divertir, principalmente para quem era garoto naquela época e esteja a fim de uma sessão nostalgia com o Chuck e cia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Amanhecer Violento

Título no Brasil: Amanhecer Violento
Título Original: Red Dawn
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Dan Bradley
Roteiro: Carl Ellsworth, Jeremy Passmore
Elenco: Chris Hemsworth, Isabel Lucas, Josh Hutcherson

Sinopse:
Um grupo de jovens decide enfrentar ele mesmo uma invasão estrangeira em sua cidade natal nos Estados Unidos. Com a galera armada até os dentes eles esperam pelas tropas inimigas para um confronto final e sanguinário. Remake do famoso filme da década de 1980. Vencedor do People's Choice Awards na categoria "Melhor Filme de Ação do Ano". Indicado ao Framboesa de Ouro na categoria "Pior Remake". Indicado ao Teen Choice Awards na categoria Melhor Ator (Chris Hemsworth).

Comentários:
Quem viveu os anos 80 certamente se lembra de "Amanhecer Violento", filme bem meia boca que procurava tirar partido de um elenco jovem e popular entre os adolescentes para faturar uma grana fácil. Pois bem, era aquele típico filme que passava anos pegando poeira nas locadoras da vida. Tudo bem, era fruto de uma época certamente, então quando você pensa que a crise de criatividade em Hollywood chegou ao fundo do poço eles te surpreendem retirando do esquecimento até mesmo as mais banais fitas do passado. A ideia de reunir atores jovens e bonitões enfrentando estrangeiros malvados parece que ainda atrai a atenção dos produtores. Eis então esse remake, feito em cima do mesmo argumento de antes. Tudo bem, na Guerra Fria isso ainda tinha algum sentido (não muita, mas vá lá) mas se deparar com algo assim nos dias de hoje?! Ficou sem noção nenhuma. Ok, tem algumas boas cenas de ação - até bem realizadas - mas no geral segue a sina do filme original, bem meia boca e completamente descartável. Só agradará mesmo as adolescentes na faixa de 13 a 15 anos que ainda acreditam em príncipes encantados.

Pablo Aluísio.

Mulher Nota Mil

Título no Brasil: Mulher Nota Mil
Título Original: Weird Science
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Hughes
Roteiro: John Hughes
Elenco: Anthony Michael Hall, Ilan Mitchell-Smith, Kelly LeBrock, Bill Paxton

Sinopse:
Gary Wallace (Anthony Michael Hall) e Wyatt Donnelly (Ilan Mitchell-Smith) são dois nerds, gênios da computação, que resolvem criar a mulher perfeita, a mulher de seus sonhos. Usando de uma programação avançada eles conseguem materializar a mulher nota 1000 (Kelly LeBrock). O irmão mais velho de Wyatt, o fortão e jogador de futebol americano Chet Donnelly (Bill Paxton), porém tem outros planos para a dupla!

Comentários:
Que John Hughes foi um gênio das comédias adolescentes dos anos 80 todo mundo sabe. Agora, nem sempre ele acertou em cheio, houve pequenos deslizes em sua carreira. Esse "Weird Science" nunca foi dos meus preferidos da filmografia do diretor, sempre achei de sua vasta obra cinematográfica um dos mais fraquinhos, mas mesmo assim se formos comparar com os filmes de adolescentes de hoje em dia certamente parecerá uma verdadeira obra prima. Além da óbvia homenagem à beleza da atriz Kelly LeBrock (que obviamente interpreta a tal garota nota 1000) há cenas hilariantes, típicas da genialidade nonsense do cineasta. Em uma delas o irmão mais velho do personagem nerd principal, o insuportável Chet, acaba se tornando literalmente um pedaço enorme de fezes humanas! Mau gosto? Certamente sim, mas nos anos 80 tudo era possível pois a praga do politicamente correto ainda não havia se espalhado em todos os setores da sociedade. Curiosamente os nerds não se aproveitam de Kelly LeBrock no sentido sexual o que é uma ironia do roteiro. Coisas do imaginativo mas também conservador Hughes.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido

Título no Brasil: Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido
Título Original: Allan Quatermain and the Lost City of Gold
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: Gary Nelson
Roteiro: H. Rider Haggard, Gene Quintano
Elenco: Richard Chamberlain, Sharon Stone, James Earl Jones

Sinopse:
Robeson Quatermain (Martin Rabbett) desaparece misteriosamente durante uma expedição na África, onde se encontrava para encontrar uma tribo selvagem e desconhecida do homem branco e da civilização moderna. Para encontrar seu irmão desaparecido o aventureiro Allan Quatermain (Richard Chamberlain) e sua amiga Jesse Huston (Sharon Stone) partem em busca de pistas de seu paradeiro, uma atitude que deixará o tirano sanguinário Agon (Henry Silva) furioso!

Comentários:
Esse é para matar as saudades dos nostálgicos dos anos 80. Se trata da continuação de "As Minas do Rei Salomão" com o mesmo Richard Chamberlain interpretando o aventureiro Allan Quatermain. O filme é, em essência, uma imitação mais barata dos filmes de Indiana Jones, o que não deixa de ser muito curioso pois o personagem Allan Quatermain nasceu na literatura muitos anos antes de Jones! Assim vejam a ironia do destino, os produtores colocaram o famoso Quatermain imitando o herói do cinema Indiana Jones que, em última análise, já imitava muitos conceitos do aventureiro original em seus livros! Bem confuso não é mesmo? O grande destaque no elenco vai para a bela Sharon Stone! Nessa época, é bom salientar, ela ainda não era a estrela que todos viriam a conhecer mas sim "uma loira bonita que precisava pagar seu aluguel" como a própria se auto definiu quando relembrou esse filme numa entrevista recente. Tadinha, acabou recebendo uma indicação ao Framboesa de Ouro na categoria de Pior Atriz por seu trabalho aqui! Piadas à parte deixe isso de lado. Se você já conhece o estilo da produtora Cannon sabe bem o que irá encontrar. Diversão pipoca bem ao estilo anos 80.

Pablo Aluísio.

O Amor é Cego

Título no Brasil: O Amor é Cego
Título Original: Shallow Hal
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro: Sean Moynihan, Peter Farrelly
Elenco: Jack Black, Gwyneth Paltrow, Jason Alexander

Sinopse:
Para Hal (Jack Black) tudo o que importa é a beleza de uma mulher. Aconselhada por seu pai no leito de morte a só se envolver com beldades, ele sai colecionando ao longo da vida garotas bonitas ao seu redor. Seu superficialismo acaba quando um guru o hipnotiza. Assim Hal perde o senso de realidade. Ao conhecer Rosemary (Paltrow), uma mulher muito obesa, com mais de 150 quilos, ele só consegue enxergar uma garota esbelta e bonita em sua mente!

Comentários:
Eu tenho percebido uma certa mudança no mundo do humor nos últimos anos. Há uma certa ofensividade no ar. A graça muitas vezes nasce de piadas verdadeiramente ofensivas e grosseiras com as pessoas, afetando até mesmo suas dignidades pessoais. Não é à toa que tantos processos judiciais têm sido abertos ultimamente. Um dos percursores desse tipo de humor mais incisivo são os irmãos Bobby Farrelly e Peter Farrelly. Eles não parecem ter quaisquer limites. Esse aqui inclusive pode até mesmo ser considerado um dos menos ofensivos filmes da dupla - embora pegue pesado com a obesidade de certas pessoas. Em vista disso é um filme que certamente não vai agradar a todo mundo. Para rir das piadas infames o espectador terá que adotar uma certa postura adolescente, daqueles garotos que riem das situações mais diversas e absurdas. O mal gosto certamente impera mas faz parte do jogo. É o tipo de fita ao estilo "ame ou odeie". Se quiser arriscar, boa sorte!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

The Beatles - Help!

Título no Brasil: Help!
Título Original: Help!
Ano de Produção: 1965
País: Inglaterra
Estúdio: Walter Shenson Films, Subafilms
Direção: Richard Lester
Roteiro: Marc Behm, Charles Wood
Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, John Bluthal 

Sinopse: 
Uma seita religiosa precisa recuperar um anel cerimonial que está nos dedos de Ringo Starr dos Beatles. Para colocar as mãos na valiosa jóia os membros sacerdotais não medirão esforços, indo atrás de Ringo e dos demais Beatles.

Comentários:
O segundo filme dos Beatles não tem o mesmo brilho de "A Hard Day´s Night" que era tão imaginativo quanto divertido. Para falar a verdade esse "Help!" como filme em si deixa muito a desejar. Não há propriamente um enredo a se contar, existe esse roteiro que muitas vezes parece ter sido escrito para algum desenho animado dos anos 60 e nada mais. O que salva esse musical é certamente as canções dos Beatles apresentadas ao longo da estorinha boba e muitas vezes sem graça nenhuma. A cada 15 ou 20 minutos os Beatles surgem fazendo o que sabiam melhor, cantando e tocando para acordar o público, cansado de tantas bobagens. O enredo em si investe no besteirol, com um humor tão tipicamente britânico. Em muitos momentos me recordei dos filmes do Monty Python mas a comparação não é muito justa pois "Help!" fica muito distante do talento da trupe de comediantes ingleses. O próprio Paul McCartney reconheceu anos depois que o filme realmente não era lá essas coisas, tanto que disse que os próprios Beatles, vendo que tudo não passaria de um abacaxi, começaram a dar sugestões descabidas no roteiro (como irem até as Bahamas, por exemplo). Por fim cabe a observação de que como atores os Beatles realmente eram ótimos músicos, pois em momento algum conseguem passar o mínimo de talento para a atuação. Nem Ringo (que queria se tornar ator profissional) consegue convencer. O trabalho dos quatro pode ser definido como completamente amadorístico. Em suma, melhor ver mesmo um resumo dos momentos em que os Beatles tocam nesse filme, já que vê-los atuar aqui é realmente de amargar. Noventa minutos que passam muito devagar de tão fraco que o filme é.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de setembro de 2015

O Grande Lebowski

O elenco original do filme "O Grande Lebowski" se reuniu novamente em los Angeles para celebrar os vinte anos do lançamento do filme. Jeff Bridges, John Goodman e Steve Buscemi relembraram das filmagens do filme que foi dirigido pelos irmãos Coen. Isso aconteceu duas décadas atrás. "O tempo passa rápido demais!" - comentou Bridges. O filme não foi um sucesso comercial em seu lançamento há 20 anos, mas acabou se tornando um cult movie com o passar do tempo. "É algo que ninguém esperava acontecer. Eu apenas achava um bom roteiro e por isso resolvi estrelar o filme, fazendo o papel de Dude" - acrescentou o ator.

O filme custou 17 milhões de dólares em 1998 e só conseguiu faturar nas bilheterias 15 milhões, mas depois que o filme foi lançado em vídeo começou uma propaganda espontânea, boca a boca, o que acabou transformando o fracasso nos cinemas em um filme lucrativo. Mais do que isso, o filme acabou caindo nas graças do público americano que o transformou em um autêntico cult movie. 

Será que um dia haverá uma continuação? Para Jeff Bridges isso nunca vai acontecer. "Espero que nunca façam uma sequência desse filme porque ele é único! Além disso eu jamais voltaria a interpretar o Dude, isso está fora de cogitação". No final o elenco celebrou e brindou ao trabalho realizado no passado. Foi uma boa festa de confraternização.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de setembro de 2015

Natureza Quase Humana

Título no Brasil: Natureza Quase Humana
Título Original: Human Nature
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Line Features, StudioCana
Direção: Michel Gondry
Roteiro: Charlie Kaufman
Elenco: Tim Robbins, Patricia Arquette, Rhys Ifans,
Sy Richardson, David Warshofsky, Hilary Duff

Sinopse:
Uma mulher está apaixonada por um homem apaixonado por outra mulher, e todos os três têm planos para um jovem criado como um macaco. Filme premiado no Munich Film Festival.

Comentários:
Filme chatinho. Uma comédia que tenta dar uma de engraçada usando aspectos da teoria da evolução de Darwin, aquela mesmo que afirmava que o homem e o macaco tinha tido um ancestral comum. Com base nisso o roteiro tenta dar umas "sacadas geniais", mas sinceramente falando... tudo é tão cansativo e chato que não consegui dar nem um sorrisinho de compaixão com os envolvidos nesse filme. E olha que o elenco era até muito bom, com destaque para Tim Robbins, E isso me leva sempre a uma pergunta: quem fim levou Tim Robbins? Principalmente nos anos 90 ele emplacou vários filmes de sucesso, mas depois foi sumindo, sumindo... o tempo, esse dragão, realmente não perdoa certos artistas. Uma pena pois eu sempre o considerei bem talentoso.

Pablo Aluísio.

Homem-Pássaro

Título no Brasil: Homem-Pássaro
Título Original: Birdman
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Hanna-Barbera Productions
Direção: Joseph Barbera, William Hanna
Roteiro: Neal Barbera, Phil Hahn
Elenco: Keith Andes, Don Messick, John Stephenson, Vic Perrin, Mike Road, Ted Cassidy

Sinopse:
Birdman, ou Homem-Pássaro como era chamado no Brasil, é um super-herói alado que obtém seus poderes do sol, enquanto luta contra vários malfeitores com a ajuda de seu companheiro de batalha, uma águia conhecida como Vingador.

Comentários:
Quem foi criança no Brasil durante os anos 70 certamente assistiu esse desenho animado dos estúdios Hanna-Barbera. Eu me lembro perfeitamente de ter assistido inúmeros episódios dessa animação. Na realidade o desenho havia sido criado na segunda metade dos anos 60 nos Estados Unidos. Durou apenas duas temporadas! Era a tentativa da companhia em entrar no nicho dos super-heróis, que era dominado na época pelas editoras de quadrinhos DC Comics e Marvel. Os super-heróis da Hanna-Barbera nunca alcançaram a popularidade dos principais personagens dessas outras editoras, mas ao mesmo tempo não fizeram feio. Garantiram a alegria de muitas crianças naquela época. E esse aqui certamente foi um dos mais populares desenhos animados da programação infantil das TVs brasileiras, tendo sido exibida em vários canais abertos ao longo de todos esses anos. Hoje é um programa nostálgico e ainda muito divertido.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Gotcha!

Título no Brasil: Gotcha! - Uma Arma do Barulho
Título Original: Gotcha!
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jeff Kanew
Roteiro: Paul G. Hensler, Dan Gordon
Elenco: Anthony Edwards, Linda Fiorentino, Jsu Garcia, Alex Rocco, Marla Adams, Klaus Löwitsch

Sinopse:
O jovem Jonathan (Anthony Edwards) é fera em jogos de paintball no campus universitário onde estuda. Só que o que era um mero jogo, acaba virando realidade quando ele viaja para Paris!

Comentários:
A expressão "Gotcha!" em língua inglesa significa algo próximo ao "Te Peguei" em nossa língua portuguesa. E é justamente esse o nome desse filme bem fraquinho que por anos foi um verdadeiro "clássico da Sessão da Tarde". Esse jovem ator chamado Anthony Edwards não conseguiu fazer carreira, apesar do relativo sucesso desse filminho para adolescentes, que aproveitava para também tirar uma casquinha de filmes de espiões ao estilo James Bond, o agente inglês 007, da famosa franquia cinematográfica. Esse aqui, claro, não chega nem perto. Filme bobinho dos anos 80 está praticamente esquecido nos dias de hoje. Enfim, só funcionava mesmo naquela década e olhe lá, pois nem naquela época eu consegui achar esse filme bom. Bola fora mesmo!

Pablo Aluísio.

O Mistério dos Escavadores

Um jovem é condenado injustamente por um crime que não cometeu. Ele então é enviado para um campo de detenção juvenil no meio do nada, de um deserto infernal. Lá passa a cumprir trabalhos forçados, cavando e cavando buracos, até que encontra algo que pode ter ligação com o passado do lugar, na história do velho oeste americano. O que será que tudo aquilo revela daquela região? Essa é a premissa desse filme que pouca gente viu e pouca gente se lembra.

OK, a sinopse mais parece ser de um drama sobre delinquência juvenil. Nada disso. A logomarca Walt Disney está no filme, então já se sabe que nada de muito pesado ou dramático vai aparecer no filme. Está mais para uma (quase) comédia assumida. Assisti a esse filme quando foi exibido pelo canal HBO. É uma daquelas produções que eu particularmente não gastaria dinheiro em um ingresso de cinema. Também é facilmente esquecível. Depois de alguns dias você vai esquecer completamente que um dia assistiu a esse filme.

O Mistério dos Escavadores (Holes, Estados Unidos, 2003) Direção: Andrew Davis / Roteiro: Louis Sachar, Louis Sachar / Elenco: Shia LaBeouf, Sigourney Weaver, Jon Voight, Patricia Arquette, Tim Blake Nelson / Sinopse: Jovem cumprindo pena em um centro de detenção juvenil no meio do deserto acaba descobrindo algo sensacional ao cavar um burado no meio de toda aquela areia escaldante.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Lugar Nenhum na África

Título no Brasil: Lugar Nenhum na África
Título Original: Nirgendwo in Afrika
Ano de Produção: 2001
País: Alemanha
Estúdio: Constantin Film
Direção: Caroline Link
Roteiro: Caroline Link, Stefanie Zweig
Elenco: Juliane Köhler, Merab Ninidze, Matthias Habich, Lea Kurka, Karoline Eckertz, Gerd Heinz

Sinopse:
Uma família alemã, de origem judia, decide ir embora de seu país pouco antes da explosão da Segunda Guerra Mundial. A mudança de país salva suas vidas, mas a nova existência na África, no Quênia, também se revela cheia de desafios.

Comentários:
Filme alemão muito pouco conhecido. Eu o assisti sendo exibido em canais a cabo, muito provavelmente no canal HBO. É uma história interessante, mostrando esses europeus, de origem alemã, que precisam se adaptar a uma nova vida, vivendo e morando nos confins do interior da África. Lugar perigoso, não apenas por causa dos animais selvagens, mas também por violência e distúrbios sociais. O filme é até bom, diria curioso, mas não esconde também suas origens televisivas. É uma produção bem modesta, nada de encher os olhos. O que vale a pena é realmente seu enredo e sua história bem peculiar. Não há atores conhecidos, mas isso não significa que não sejam bons profissionais da arte dramática. Muito pelo contrário, gostei do trabalho de todo o elenco de uma maneira em geral.

Pablo Aluísio.

Quase sem Destino

Título no Brasil: Quase sem Destino
Título Original: Flashback
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Franco Amurri
Roteiro: David Loughery
Elenco: Dennis Hopper, Kiefer Sutherland, Carol Kane, Paul Dooley, Cliff De Young, Richard Masur

Sinopse:
Finalmente os federais o pegaram! O infame radical dos anos 60, Huey Walker, está indo para a prisão. Então, por que é o jovem escolta do FBI de Huey que acaba atrás das grades?

Comentários:
Dennis Hopper foi um dos "malucos beleza" do movimento da contracultura dos Estados Unidos. E ele se consagrou com o clássico on the road "Sem Destino". Então o título nacional e o roteiro original do filme aproveitaram essa imagem para aproveitar o velho Hopper nesse filme. Ficou bom? Ficou agradável, vamos colocar nesses termos. É um filme que você assiste, até com um certo interesse, curte a sessão e depois de algumas semanas esquece completamente que um dia assistiu ao filme. Enfim, um bom passatempo, nada muito além disso. E para ter na coleção? Não, não, agredeça ao Dennis Hopper por tudo o que ele representou, mas não é preciso ter esse filme na sua coleção  particular. Não é para tanto. .

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Perdido em Marte

Por livre e espontânea pressão fui assistir ao filme Perdido em Marte com o meu filho hoje. Eu não queria ver. Filmes sobre Marte geralmente são péssimos. Eu me recordo de um estrelado por Val Kilmer (antes dele virar um boneco inflado) que era realmente de amargar. Roteiro ruim, história sem pé e nem cabeça e tudo de ruim que você possa imaginar. Outro com Arnold Schwarzenegger e Sharon Stone até que era bonzinho, porém nada demais também. Tive que engolir tudo isso para levar o guri ao cinema. Filho é filho e de repente você está fazendo coisas que se fosse solteiro teria vergonha de fazer. Acabei também indo numa sessão 3D. Como eu odeio 3D!!! Tudo fica escuro demais e aqueles óculos me incomodam demais. Eu não estava em uma posição confortável na cadeira e o preço salgado do ingresso me deixou ainda mais chateado. O filme começou e tive que encarar trailers de filmes nacionais horrorosos. Encarar Regina Casé em 3D tentando parecer engraçada é dose para leão sarnento. Mas enfim, é a vida. Como era dirigido por Ridley Scott percebi que as coisas não seriam tão desastrosas como pensei, fiquei surpreso até quando foram ficando melhores com o passar do tempo. Não há nada de muito original no roteiro, tampouco o Damon pode ser considerado o Marlon Brando. Mesmo com tanta coisa pesando contra até que curti o filme, apesar da minha rabugice. O Ridley parece encantado com o planeta vermelho e aquele deserto sem fim, uma verdadeira imensidão de nada. O céu vermelho é de deixar qualquer ser humano deprimido. Uma desolação até que poética. Para Ridley porém tudo parece ser seu parque de diversões particular.

O filme tem problemas de lógica. Aqui vai alguns furos do roteiro - e contém spoilers. Em resumo: Matt Damon e seu eterno jeito de adolescente baby face fica em Marte após uma tempestade épica. Seus companheiros de missão vão embora e ele fica para trás, enterrado na areia. Pior do que isso, sua barriga foi perfurada por um pedaço de metal. Bom, sabemos que naquele ambiente radioativo isso seria morte certa, mas vamos relevar, afinal de contas ele se recupera bem rapidinho (absurdo 1). Seguindo em frente... Ele volta ferido para a estação e lá encontra tudo o que precisa para sobreviver, menos comida que tem em estoque limitado. Para viver até que uma missão de resgate venha lhe salvar ele precisa fazer como Quincas Borba e plantar batatas numa hortinha improvisada dentro da estação (absurdo 2: aquela terra cheia de radiação jamais seria adequada para a germinação de qualquer tipo de alimento viável). Embora esteja em uma estação espacial de última tecnologia ele não tem como se comunicar com a Terra (absurdo 3, que nunca é explicado direito, como um equipamento daquele não possui um único rádio primitivo?). Para achar um modo de comunicação ele então vai atrás de uma antiga sonda, a Mars Pathfinder (absurdo 4 - como ele achou um equipamento pequeno daqueles em um planeta daquela dimensão?). Por fim no momento do resgate ele entra em órbita com uma nave adaptada, sem nariz (é sério!) e com uma lona cobrindo tudo (absurdo dos absurdos, não merece nem comentários). No final fica aquela sensação de ter visto algo que parece sério, mas não é! Parece científico, mas também não é! Pelo menos parece divertido... e pelo menos nesse ponto é de fato mesmo. Se eu gostei do filme? Bom, depende do que você espera ver. Se for apenas para levar a gurizada para o cinema até que não chega a dar dor de barriga. Agora se você estiver em busca de algo bom de verdade é melhor desistir de Marte porque no cinema americano o planeta vermelho realmente não dá muito certo mesmo. Melhor os produtores tentarem algo em Plutão da próxima vez...

Perdido em Marte (The Martian, Estados Unidos, 2015) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Drew Goddard / Elenco: Matt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig / Sinopse: Um astronauta fica perdido em Marte durante uma expedição. E ele terá que sobreviver de alguma forma. Sua plantação de batatas pode significar vida ou morte naquele distante e hostil planeta.

Pablo Aluísio.

Comando Para Matar

Título no Brasil: Comando Para Matar
Título Original: Commando
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mark L. Lester
Roteiro: Jeph Loeb, Matthew Weisman
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Rae Dawn Chong, Dan Hedaya, Vernon Wells, David Patrick Kelly, Alyssa Milano

Sinopse:
Jenny Matrix (Alyssa Milano) é sequestrada por um grupo paramilitar. Um ex-ditador latino-americano tenta usar a garota como meio de troca para que seu pai, o Coronel John Matrix (Arnold Schwarzenegger), mate um rival político que atualmente está no poder em seu país. Como descobrirá depois essa definitivamente não foi uma boa ideia.

Comentários:
De certa forma era para ser mais um genérico de "Rambo". Realmente era essa a intenção da produtora. Usar um ator musculoso como um militar imbatível, um exército de um homem só. Acabou virando sensação do verão americano de 1985. Afinal tinha como grande atração aquele ator austríaco de nome impronunciável que o público americano só conhecia mesmo de dois recentes sucessos, "Conan" e principalmente "O Exterminador do Futuro". O filme acabou sendo importante para a carreira de Arnold Schwarzenegger porque provou que ele poderia segurar um filme sozinho, tornando ele um sucesso de bilheteria. Afinal de contas em "Conan" ele virava coadjuvante do próprio personagem, que já tinha fama entre os leitores de quadrinhos e em "Terminator" ele era suplantado pelo roteiro bem escrito e pela direção impecável de James Cameron. Já aqui ele contava apenas com ele mesmo, com as cenas de ação e com o apelo publicitário de aparecer no poster do filme já devidamente camuflado, pronto para a guerra. Revisto hoje em dia o filme soa como um exemplo do exagero do cinema de ação dos anos 80, onde apenas um super soldado era capaz de matar dez, vinte ou cinquenta inimigos sem maior problema. O que importavam eram as cenas com as metralhadoras cuspindo chumbo quente para todos os lados. Sem perda de tempo e sem sentimentalismos baratos. Sem firulas. Puro cinema para macho! Nada mais do que isso. Se nunca assistiu não deixe de ver para ter uma ideia do que imperava nos cinemas na época.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Ghoul

Título no Brasil: Ghoul
Título Original: Ghoul
Ano de Produção: 2015
País: República Tcheca, Ucrânia
Estúdio: J.B.J. Film
Direção: Petr Jákl
Roteiro: Petr Bok, Petr Jákl
Elenco: Jennifer Armour, Alina Golovlyova, Jeremy Isabella
  
Sinopse:
Um grupo de amigos americanos, estudantes de cinema, decide ir até a Ucrânia para filmar um pequeno documentário sobre um homem que ficou vários anos preso após ser condenado por canibalismo. A intenção dos jovens é produzir uma entrevista com o criminoso e depois ligar sua história a várias lendas sobrenaturais da região que nasceram durante a ditadura soviética de Stálin, na década de 1930. Na ocasião se deu um grande surto de fome no país e a população sem ter o que comer começou a praticar em massa o canibalismo. Filme vencedor do Grossmann Fantastic Film and Wine Festival na categoria de Melhor Filme de terror.

Comentários:
Inicialmente você pensa estar assistindo a mais um daqueles filmes ao estilo mockumentary, que anda tão popular nos Estados Unidos. Há diferenças porém. A primeira e mais óbvia é que o filme foi produzido na Europa. Os produtores inclusive fizeram questão de filmar na Ucrânia, algo até perigoso nos dias de hoje por causa dos inúmeros conflitos que existem por lá. A segunda diferença substancial é que o roteiro fez uma bem bolada ligação do enredo com a vida do infame serial killer ucraniano Andrei Chikatilo. Esse foi um dos mais violentos psicopatas da história, acusado de ter matado mais de 50 pessoas e depois praticar canibalismo com seus corpos. Era um louco perigoso que ficou muito conhecido pelas atrocidades que cometeu em sua vida miserável. Tão violento que agora acabou virando vilão de filmes de terror. A ideia não é ruim, embora Chikatilo tenha conseguido ser mais sanguinário e monstruoso do que qualquer tipo de história ficcional que se possa imaginar. Infelizmente a criatividade também não vai muito além disso. Um mockumentary que usa uma história real, a utilizando como ponto de partida para a pura ficção é uma boa sacada, porém seu desenvolvimento fica no lugar comum. As mocinhas gritando, as imagens sem foco, tremendo e o caos e a gritaria imperando de forma banal. Mesmo com tantas ressalvas ainda vale a pena conferir, nem que seja para mudar um pouco, vendo um filme realizado no leste europeu; se bem que na verdade qualquer documentário que conte a história do verdadeiro Chikatilo é bem mais aterrorizante do que esse filme.

Pablo Aluísio.

2010 - O Ano Em Que Faremos Contato

Título no Brasil: 2010 - O Ano Em Que Faremos Contato
Título Original: 2010
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Peter Hyams
Elenco: Roy Scheider, John Lithgow, Helen Mirren
  
Sinopse:
Baseado no livro de ficção escrito por Arthur C. Clarke, o filme "2010 - O Ano Em Que Faremos Contato" dá sequência aos acontecimentos vistos no clássico de Stanley Kubrick "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Uma nova expedição, dessa vez soviética, é enviada até os confins do sistema solar. O objetivo é chegar o mais rapidamente possível em Júpiter para descobrir o que teria acontecido com a tripulação da expedição anterior que desapareceu misteriosamente, sem deixar vestígios. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Som, Figurino, Maquiagem e Direção de Arte.

Comentários:
Acredito que seja um dos filmes mais subestimados da história. Há muitos pontos positivos, mas primeiro vamos comentar alguns probleminhas que a história apresenta nos dias de hoje. Em termos de futurologia o roteiro apresenta vários erros de previsão sobre o futuro. Acontece que no enredo do filme temos uma nave espacial soviética indo até Júpiter no ano de 2010. Tudo bem, na época em que o livro foi escrito era de se esperar que os russos tivessem mesmo capacidade no futuro para uma viagem espacial desse nível. Arthur C. Clarke só não contava que o muro de Berlim seria derrubado em 1989, colocando por terra todo o império socialista soviético naquele mesmo ano. Ele foi atropelado por um evento histórico que ninguém conseguiria prever na época. Outro fato que não se cumpriu, fruto de um otimismo típico dos anos 1960, vem da própria expedição humana rumo ao planeta Júpiter. No filme isso acontece em 2010 de uma forma quase rotineira. Pois bem, estamos em 2015 e até hoje a humanidade não conseguiu pisar em nenhum outro astro cósmico além da Lua. Nem o mais pessimista amante de astronomia dos anos 60 poderia antecipar um futuro tão decepcionante como esse! 

Quem diria... Também não há nenhum sinal de contato com seres extraterrestres. A não ser que você considere as aparições de OVNIs como algo válido nesse sentido. Para a ciência séria porém nada aconteceu. Estamos na mesma. Enfim, esses são equívocos de previsão, afinal de contas ninguém pode antecipar com segurança o que aconteceria no futuro próximo. De qualquer maneira considero um filme muito bem realizado, com um enredo muito bom, que embora muitos não digam, seria fartamente copiado nos anos que viriam por outras produções de Hollywood. Uma maneira de balancear o lado mais intelectual do filme original com uma história mais acessível ao fã de ficção mais comum. Também não podemos negar que o elenco é excelente. Além de Roy Scheider e John Lithgow, dois atores que gosto bastante, ainda temos a presença da dama da atuação Helen Mirren. Elegância e sofisticação que salvam o filme no quesito atuação. Só ela já justificaria o interesse em todo o filme. Em suma, vale a pena rever o filme para uma boa revisão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A Forca

Título no Brasil: A Forca
Título Original: The Gallows
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Travis Cluff, Chris Lofing
Roteiro: Travis Cluff, Chris Lofing
Elenco: Reese Mishler, Pfeifer Brown, Ryan Shoos
  
Sinopse:
Vinte anos depois de um evento trágico, quando um jovem estudante morreu em uma encenação de uma peça escolar chamada "A Forca", ela volta a ser encenada pelo grupo teatral da escola. Os atores são todos estudantes que querem dar o melhor de si no palco. O jovem Ryan Shoos resolve então gravar os bastidores da peça e acaba descobrindo que existe algo muito sinistro por trás de tudo o que está acontecendo.

Comentários:
Uma produção praticamente amadora que acabou caindo nas graças da Warner Bros que resolveu distribuir o filme nos cinemas (inclusive no Brasil). Os atores do filme usam seus próprios nomes para seus personagens e tudo é muito caseiro mesmo. Como era de esperar a linguagem e a estética seguem a linha do estilo mockumentary (uma verdadeira praga que assola o gênero terror nos Estados Unidos). Assim o espectador acaba acompanhando todos os acontecimentos em péssimas imagens  feitas naquelas pequenas câmeras de mão usadas por um dos personagens. Uma tremenda chateação. Além de não vermos praticamente quase nada do que acontece, a sensação de tontura também estará garantida (já que a câmera não para de balançar de um lado para o outro). Além da experiência nauseante você ainda será presentado (presente de grego é bom salientar) por uma trama bobinha e sem novidades. Como era de se esperar o tal fantasma do ator morto no passado volta para se vingar, com uma corda na mão e uma roupa de carrasco (fala sério!). São apenas quatro atores em cena (dois rapazes e duas garotas) que se revezam entre gritos e sustos dentro de um teatro na madrugada sem fim. Tudo muito chatinho e sem graça. As mortes não são assustadoras e nem criativas e vamos ser sinceros, quem ainda vai se assustar com esse tipo de fitinha B completamente sem originalidade? No final você vai procurar por uma corda mesmo, mas para se enforcar, com tanta raiva de ter perdido seu precioso tempo assistindo a essa bobagem nada arrepiante. É melhor pular do cadafalso do que assistir a essa bomba.

Pablo Aluísio.

Dark Was the Night

Título Original: Dark Was the Night
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Image Entertainment
Direção: Jack Heller
Roteiro: Tyler Hisel
Elenco: Kevin Durand, Lukas Haas, Steve Agee, Nick Damici,
  
Sinopse:
O xerife e seu assistente precisam investigar uma série de aparições inexplicáveis nas redondezas de uma pequena cidade americana. Os moradores relatam ter visto estranhas criaturas, com cascos de cavalos, mas que andam sobre duas pernas, algum tipo de animal desconhecido da ciência. Em pouco tempo todos os mais antigos moradores relembram velhas lendas, de demônios que supostamente  habitariam as profundezas da floresta local, mas o xerife considera esse tipo de coisa uma grande bobagem, uma crendice sem qualquer tipo de fundamento. Os acontecimentos que virão irão demonstrar que ele está redondamente enganado em pensar assim. Filme vencedor do Screamfest na categoria de Melhores Efeitos Visuais.

Comentários:
Bom, se você curte Criptozoologia (o estudo de espécies animais lendárias, mitológicas, hipotéticas ou avistadas por poucas pessoas) certamente vai ao menos se interessar por esse terror. A história se passa numa daquelas cidadezinhas sonolentas do interior dos Estados Unidos. O xerife local não tem muito o que fazer até que algo incomum acontece. Durante uma expedição floresta adentro um grupo de madeireiros é brutalmente assassinada. Ao mesmo tempo em que ocorrem as mortes inexplicáveis, as pessoas da cidade começam a contar avistamentos fantásticos, como animais estranhos e o surgimento de aparições de pessoas falecidas (o próprio xerife começa a ver seu jovem filho, morto alguns meses antes). Não demora muito e o policial toma conhecimento de velhas lendas. Os mais antigos afirmam que existem demônios ancestrais dentro da escura floresta e agora eles estão de volta para expulsar os moradores que invadiram o território de seu antigo lar. "Dark Was the Night" prioriza bastante o suspense, por essa razão não vá esperar um show de computação gráfico a todo momento. Sim, os monstros surgem nas cenas finais, mas até lá o diretor Jack Heller se mostra mais interessado em criar todo um clima antes do surgimento dos estranhos seres. Como é um filme de curta duração não há como se aborrecer com a ausência explícita dos monstros. Para falar a verdade quando finalmente eles surgem algo se perde, já que o mais interessante era imaginar como seriam. São bem feitos, mas eram melhores em nossa pura imaginação. Quando eles começam a atacar uma velha igreja católica grande parte do suspense também se vai. Não faz mal, é uma boa fita que diverte e consegue manter a atenção, mesmo com a presença de clichês aqui e acolá. Vale conhecer.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de setembro de 2015

Everly - Implacável e Perigosa

Título no Brasil: Everly - Implacável e Perigosa
Título Original: Everly
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Vega, Baby!
Direção: Joe Lynch
Roteiro: Yale Hannon
Elenco: Salma Hayek, Hiroyuki Watanabe, Laura Cepeda
  
Sinopse:
Ao abrir seus olhos Everly (Salma Hayek) percebe que está em uma situação extrema. Há corpos espalhados por todos os cantos, sangue nas paredes e sinais de que houve um grande tiroteio em seu apartamento. Sequestrada no passado e levada para servir de escrava sexual de um chefão da máfia japonesa, ela agora precisa sobreviver de todas as formas. Depois de descobrir uma mala cheia de dinheiro nos fundos de um quarto ela decide deixar o lugar, algo que definitivamente não será nada fácil pois o apartamento está cercado por todos os tipos de criminosos. A única chance dela é usar todo o arsenal que está a sua disposição para abrir caminho, mesmo que seja no meio de uma chuva de balas!

Comentários:
Um filme bem violento, sangrento e sem medo de mostrar todo tipo de cena com torturas e assassinatos, alguns bizarros causados por espadas de samurai e uso intenso de armas pesadas, de grosso calibre. De certo modo "Everly" chegou a me lembrar até mesmo em seu jeito exagerado de ser dos filmes de Tarantino, em especial "Kill Bill", mas isso claro colocando tudo em seu devido lugar. Isso porque temos que realmente tirar as devidas proporções para comparar essa produção com qualquer obra assinada pelo diretor Tarantino. Agora em termos de estética cinematográfica é tudo realmente bem semelhante. Nunca descobrimos, por exemplo, a razão de tanto ódio dirigido contra a personagem interpretada por Salma Hayek, tudo o que é informado, da forma mais sucinta possível, é que ela teria "traído" seu mentor na máfia japonesa. E isso é só. 

Como um filme que está mais preocupado em explorar a violência insana e sem limites de seus rasos personagens do que descer a detalhes de seu enredo, "Everly" aposta todas as suas fichas na mais pura e descerebrada ação. Não que isso implique que o filme não seja divertido, muito pelo contrário, ao se assumir como tal a produção acaba prendendo a atenção do espectador, sempre na expectativa do próximo absurdo que surgirá na tela. Tudo se passa praticamente dentro de um apartamento onde Everly está impossibilidade de fugir. Lá fora e lá embaixo no térreo do edifício há uma verdadeira legião de capangas armados até os dentes. Sem condições de ir até sua filha e sua mãe, Everly as traz para o meio desse campo de batalha onde elas acabam protagonizando cenas do mais puro nonsense. Embora bem violento o filme curiosamente não chega a chocar porque tudo surge bem caricato, nada muito realista ou verossímil. O final em aberto deixa claro que "Everly" seguirá em frente, provavelmente na forma de uma franquia de ação daquelas bem exageradas mesmo. É esperar para ver.

Pablo Aluísio.

Um Domingo de Chuva

Título no Brasil: Um Domingo de Chuva
Título Original: Like Sunday, Like Rain
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: BB Film Productions
Direção: Frank Whaley
Roteiro: Frank Whaley
Elenco: Leighton Meester, Julian Shatkin, Debra Messing, Billie Joe Armstrong
  
Sinopse:
A jovem Eleanor (Leighton Meester) tem uma vida complicada. Depois de ir embora da casa dos pais ela vai até Nova Iorque tentar realizar seu sonho de entrar na conceituada escola de música da Juilliard, mas sem dinheiro ou bolsa de estudos acaba se tornando garçonete para sobreviver na grande cidade. Para piorar ela tem um relacionamento tumultuado com o namorado, o músico Dennis (Billie Joe Armstrong). Após brigar com ele em seu trabalho acaba sendo demitida. Precisando de um novo emprego acaba aceitando uma vaga como babá em um rico apartamento do Upper East Side. Lá conhece o pequeno garoto prodígio Reggie (Julian Shatkin), um jovem com um QI acima da média que criará um laço de amizade e afeição com ela.

Comentários:
Esse filme é especialmente recomendado para os fãs da série "Gossip Girl". Isso porque ele é estrelado pela atriz Leighton Meester que interpretava a patricinha malvada Blair Waldorf. Curiosamente aqui ela retorna para o mesmo bairro chique de Upper East Side onde a série se passava, mas ao invés de dar vida a uma mimadinha da região ela vive uma garota da classe trabalhadora que precisa ganhar a vida com os empregos que vão lhe surgindo pela frente. Entre eles está justamente a de ser a babá de um garoto de 12 anos que apesar da idade é um pequeno gênio. Ele toca violoncelo, tem uma mente sofisticada e pensamentos de uma pessoa com uma idade bem superior a da sua faixa etária. Em pouco tempo ele vai se apegando emocionalmente com a nova babá, até porque vive praticamente solitário em um grande apartamento de Manhattan. Sua mãe é uma executiva estressada que vive viajando, jogando a educação de seu filho todo nas mãos de um grupo de empregados da casa. Debra Messing, a Grace Adler da série Will & Grace, interpreta esse papel. Outro destaque interessante do elenco é a presença do roqueiro Billie Joe Armstrong da banda Green Day tentando se dar bem como ator. Ele até que não se sai mal, apesar do personagem ser pequeno e de pouco destaque. No geral é um bom filme, com uma história interessante, que só peca mesmo por não assumir abertamente o amor platônico que o garoto começa a sentir por sua babá. Em tempos tão politicamente corretos a impressão que fica é a de que os produtores tiveram receio ou medo de mostrar um quase romance entre uma jovem garota adulta e um menino de 12 anos. Assim ao invés de explicitar esse aspecto preferiram apenas sugerir tudo. A saída foi um pouco covarde, mas também trouxe uma inegável sofisticação ao enredo.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de setembro de 2015

O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)

Esse novo filme é tão decepcionante, tão decepcionante! Não que a marca Terminator tenha gerado algo que preste nos últimos anos, mesmo sob o ponto de vista dos filmes ruins anteriores esse se supera no quesito porcaria. Na verdade vamos colocar as cartas na mesa. Só existe um filme realmente bom, o primeiro. Era uma produção sem muitos recursos, porém souberam criar um enredo bem bolado e ágil, que caiu como uma luva para o inexpressivo ator austríaco Arnold Schwarzenegger, um fisiculturista que tentava a sorte como ator em Hollywood lá no distante ano de 1984. Com o sucesso houve uma (praticamente) refilmagem, dessa vez com muito dinheiro e recursos, o que resultou em uma ótima produção, com trilha sonora assinada pelo Guns N' Roses (quando eles eram realmente bons e não hoje, quando mais se parecem com um grupo de velhinhos cansados). Depois disso nada mais deu muito certo. A verdade é que a trama básica de Terminator é simples e fácil de entender e por essa razão funcionou que foi uma beleza nos anos 80 e 90. Sem ideias novas e sem renovação, aliado ainda ao desejo de levantar a carreira do Scharza, então foi realizado essa saturada, cansada e confusa quarta parte (ou seria quinta?) da série. Não deveriam ter revirado esse ferro velho!

Gente, vamos ser sinceros. Que coisa chata! Ficou tudo muito fraco, do enredo que é ruim e mal bolado (embora ao contrário do que muita gente vem dizendo até seja mais ou menos fácil de entender) ao elenco, que em muitos casos é sim bizonho. A começar pelo próprio Arnold Schwarzenegger. Quem conhece algumas fotos recentes da férias do ator que foram tiradas na praia já sabe que a velha boa forma física já era, claro, causada pela idade avançada dele. Tudo bem, é a vida, o tempo passa para todo mundo. Para contornar isso o estúdio trouxe um Arnold Schwarzenegger novinho em folha, completamente digital, vindo diretamente de 1984. Ficou bacana, mas também melancólico por vermos as marcas que o tempo deixa nas pessoas. A nova Sarah Connor, a atriz Emilia Clarke, é bonitinha e faz um esforço danado para agradar. Nesse ponto temos que reconhecer. O problema é que o que antes era bem desenvolvido agora sai truncado, enrolado. Nesse processo ela acabou ficando presa (literalmente) numa verdadeira teia de idas e vindas entre passado, presente e futuro que chegou ao ponto de me fazer perder a paciência com o que estava acontecendo. Toda hora a mocinha tinha que dizer "Estou em 2007", "Estou em 1984", "Estou em 1973"... Ah, vá procurar outro para aborrecer! Cansei, não quero mais saber em que ano você está... se ao menos eu pudesse voltar ao passado e não entrar no cinema, isso sim seria uma boa viagem no tempo! O pior é encarar o bombado e inexpressivo Jai Courtney tentar trazer algum carisma para seu Kyle Reese. Vamos reconhecer que o sujeitinho é chato além da conta. Fora isso existem alguns poucos efeitos especiais realmente interessantes e muita conversa mole para enrolar o espectador que vai bocejar mais de uma vez, por puro tédio. Está na hora de juntar toda essa parafernália de robôs, viagens no tempo e guerras entre máquinas e homens e jogar tudo de volta para o fundo do baú. Já está tudo ultrapassado, enferrujado e cheirando a mofo mesmo. Diante de tantas cenas do Exterminador dizendo que vai voltar toda hora não posso deixar de fazer apenas um pequeno pedido: Não volte mais, por favor! Quem diria que o Terminator seria vítima do próprio passar dos anos? Desce o pano... /  

O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys, Estados Unidos, 2015) Direção: Alan Taylor / Roteiro: Laeta Kalogridis, Patrick Lussier / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Jason Clarke, Emilia Clarke. / Sinopse: Temos aqui mais um exemplar cinematográfico da famosa franquia de filmes de ação e ficção "Terminator".

Pablo Aluísio. . 

96 Minutos

Título no Brasil: 96 Minutos
Título Original: 96 Minutes
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: First Point Entertainment
Direção: Aimee Lagos
Roteiro: Aimee Lagos
Elenco: Brittany Snow, Evan Ross, Sharon Conley, David Oyelowo
  
Sinopse:
Dois jovens, um negro e o outro branco, acabam sequestrando duas estudantes com a intenção de roubarem seu carro. Uma delas se desespera no momento da abordagem e acaba levando um tiro na cabeça. A outra entra em desespero, mas é levada para o banco de trás do veículo sob ameaças. Dirigindo a esmo os dois criminosos tentam bolar uma forma de saírem daquela situação extrema sem irem parar atrás das grades pelo resto de suas vidas. Filme premiado no Boston Film Festival nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz (Brittany Snow).

Comentários:
Basta um pequeno momento, uma decisão errada, para colocar toda uma vida a perder. Veja o caso de um dos personagens desse filme. Ele é conhecido no bairro como Dre (Evan Ross). Ele é negro e mora num bairro barra pesada na cidade onde nasceu. Tentando fugir do destino da maioria de seus amigos, que acabaram entrando em gangues de criminosos da vizinhança, ele resolveu optar por ir em outra direção, estudando e se esforçando no colégio para ter um futuro melhor. Inteligente e cheio de esperanças ele pretende ir embora um dia daquele lugar para quem sabe cursar uma boa universidade. Seu maior problema talvez seja ser amigo do branco Kevin (J. Michael Trautmann), um sujeitinho marrento, filho de uma prostituta, que deseja virar um gangster, bem o oposto do que almeja para sua vida o próprio Dre. Tentando levar o rapaz para o bom caminho ele resolve levar o amigo para um bairro frequentado por estudantes universitários, para que talvez ele venha a se inspirar em estudar no futuro, quem sabe. Criar uma boa influência em sua mente. O tiro porém sai pela culatra. Num ato impensado Kevin resolve roubar um carro, sequestrando duas estudantes e o pior de tudo, atirando na cabeça de uma delas. A partir daí começa um verdadeiro inferno para Dre. Ele que sempre almejou ter uma vida mais promissora se vê encurralado justamente numa situação que ele mais temia ter que enfrentar um dia em sua vida. O desfecho dessa sucessão de erros é simplesmente brutal (e não poderia ser diferente pois foi um caso real). O roteiro desse filme deixa muitas lições, entre elas a de que não podemos brincar com o destino pois as consequências poderão ser bem trágicas, mais do que poderíamos supor. A outra grande lição é a de demonstrar que nem sempre o chamado "bandido social" é puramente fruto do meio. Muitas vezes atalhos errados na vida levam para esse triste caminho e nesse processo mais uma vida promissora é destruída para sempre.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Quarteto Fantástico

Título no Brasil: Quarteto Fantástico
Título Original: Fantastic Four
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Canadá
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Josh Trank
Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg
Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell
  
Sinopse:
Amigos desde a infância, Reed (Miles Teller) e Ben (Jamie Bell), decidem criar uma máquina revolucionária, que consegue transportar matéria entre dimensões diversas. Assim logo chamam a atenção de um órgão governamental que os leva para um laboratório de última geração. Lá a ideia inicial de Reed é desenvolvida e eles conseguem finalmente criar a ferramenta tecnológica perfeita para essa viagem interdimensional. Os problemas começam quando um grupo deles resolve realizar uma travessia para a outra dimensão sem autorização, o que desencadeia uma série de eventos que mudará suas vidas para sempre. Filme premiado na CinemaCon, EUA.

Comentários:
Desde o seu lançamento esse novo filme sobre o Quarteto Fantástico tem sido massacrado pela crítica e pelos fãs de quadrinhos em geral. Muita coisa foi dita e escrita sobre a produção e por essa razão fui assistir esperando encontrar uma bomba, um verdadeiro abacaxi cinematográfico pela frente. Sinceramente falando não vi nada do que foi tão alardeado por aí. Tudo bem, passa longe de ser uma obra prima ou de ser considerado algum filme marcante. Longe disso. Na verdade é um filme que não vai além do que se vê de forma cotidiana por aí, mas também não desce a níveis abissais em termos de qualidade como foi afirmado por alguns. A maior crítica que faria seria mesmo em relação ao roteiro. Como se trata de um filme de origens percebi que os roteiristas perderam muito tempo com certos detalhes menores, fazendo com que o ritmo da história seja mais lenta do que seria esperado pelos fãs dos personagens. O filme vai avançando e pouca coisa de importante acontece. Como é pequeno (pouco mais de 90 minutos de duração) muita coisa fica pelo meio do caminho. 

Além disso a própria origem deles foi modificada, o que levou muitos dos fãs mais radicais a criarem um tipo de indignação desproporcional com o que se vê na tela. Tudo bobagem. A fita é na média, volto a afirmar. Não chega a decepcionar completamente como foi dito por alguns. Apenas acredito que o próprio Quarteto Fantástico seja algo meio fora de moda nos dias de hoje. Eles foram criados na década de 1960 e na época até poderia ser legal ver um sujeito cujo poder era se esticar, tal como se fosse um homem de borracha. Hoje em dia será que algo assim ainda vai interessar a alguém? O mesmo pode-se dizer do jovem que se torna uma tocha humana e da garota que fica invisível. O único personagem que poderia render algo a mais no cinema atualmente seria justamente a coisa, mas ele surge nesse filme até mesmo apagado, como uma figura soturna e abalada pelo seu próprio destino inglório. Enfim, tudo isso são meros devaneios. A questão principal é que realmente não estamos na presença de algo tão ruim como foi amplamente noticiado desde o seu lançamento. "Fantastic Four" versão 2015 é cinema pipoca plenamente digerível, sem maiores problemas.

Pablo Aluísio.

Missão Impossível - Nação Secreta

Título no Brasil: Missão Impossível - Nação Secreta
Título Original: Mission Impossible - Rogue Nation
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Christopher McQuarrie
Roteiro: Christopher McQuarrie
Elenco: Tom Cruise, Rebecca Ferguson, Jeremy Renner, Ving Rhames, Sean Harris, Alec Baldwin
  
Sinopse:
Dessa vez o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) precisa sobreviver após se tornar alvo de uma organização chamada O Sindicato. Durante anos se especulou se ela realmente existia ou não. Para Hunt a confirmação veio ao saber que ele agora é a caça de um grupo de ex-agentes que até então eram considerados desaparecidos ou mortos em ação. Como se isso já não fosse ruim o bastante ele também precisa entender o que se passa com o seu próprio grupo de espionagem que agora está sendo desativado pelo governo americano, com suas antigas funções sendo repassadas para a agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA. Existiria alguma ligação entre os dois eventos?

Comentários:
Esse é aquele tipo de filme que você nem deve se importar muito com história ou roteiro. Como um blockbuster assumido, o filme não tem maiores pretensões artísticas. Tudo se resume em puro cinema comercial pipoca para ficar semanas e semanas em cartaz nos cinemas de shopping center. Um produto para as massas. De bom mesmo temos que reconhecer que essa franquia nunca teve quedas acentuadas de qualidade. Tudo parece se manter em um bom nível, pelo menos em termos de cenas de ação e diversão escapista. Na verdade, se formos analisar bem, "Missão Impossível" é uma coisa velha, ainda dos tempos da guerra fria, quando americanos e soviéticos brigavam no mundo da espionagem para se destruírem mutuamente. Tom Cruise curtia a antiga série de TV quando adolescente e assim que se tornou um ator rico e famoso, resolveu apostar numa jogada de mestre, comprando os direitos por um preço irrisório já que ninguém mais acreditava que algo tão antigo assim e ultrapassado fosse ainda gerar algum tipo de lucro, seja na TV ou no cinema. Cruise estava certo e todos os demais errados. Com a força de seu nome nas marquises de cinema, ele conseguiu reerguer esse ferro velho de tempos passados e hoje está aí, faturando horrores em cada sequência. Isso me faz também pensar que ele desistiu de tentar alcançar um velho sonho que tinha, o de um dia conquistar o Oscar de Melhor Ator.

Depois de vários bons filmes, alguns em que ele estava realmente muito bem, Cruise ao que tudo indica se decepcionou com as indicações que não se transformaram em prêmios e a partir daí se assumiu completamente como um astro comercial e nada mais. Seguindo nessa linha até que esse filme se sai muito bem. O roteiro é primário e sem maiores novidades. Como eu escrevi o que vale o ingresso aqui é ter ao menos duas ou três grandes sequências de ação e só. Nesse aspecto o filme cumpre bem esse tipo de promessa. Há pelo menos duas belas sequências nesse sentido, uma com Cruise pendurado para fora de um avião em decolagem (que inclusive ilustra um dos posters do filme) e outra submersa, quando ele tenta desativar um protocolo de identificação em uma espécie de tubo aquático de alta pressão. Claro que tudo se passando em um ambiente totalmente inverossímil, fantasioso e bem  desproporcional, o que no final das contas também faz parte do jogo. Então é isso. Um blockbuster competente que ajuda a passar o tempo com suas cenas espetaculosas. Como todo produto descartável será logo esquecido, mas quem se importa? É como tomar Coca-Cola, não traz nenhum benefício para sua saúde, não tem qualquer valor nutritivo, mas pelo menos é gostoso e mata a sua sede.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Ex-Machina - Instinto Artificial

Título no Brasil: Ex-Machina - Instinto Artificial
Título Original: Ex Machina
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: DNA Films, Film4
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Alicia Vikander, Domhnall Gleeson, Oscar Isaac
  
Sinopse:
O jovem estudante de informática Caleb (Domhnall Gleeson) é escolhido por uma grande empresa para participar de um projeto inovador. Ele ainda não sabe do que se trata, porém considera a chance de participar de algo assim como uma grande oportunidade em sua vida. Levado até uma instalação isolada, ele acaba conhecendo Nathan (Oscar Isaac), considerado um gênio em sua area, criador de um dos mais eficientes sites de busca da Internet. Nathan então lhe explica o que deverá fazer. Ele precisará interagir com uma nova forma de inteligência artificial, completamente diferente de tudo o que já foi inventado. O objetivo é saber se já há uma consciência formada nessa nova tecnologia. Filme vencedor do Gérardmer Film Festival. Também indicado ao Empire Awards e ao prêmio da British Society of Cinematographer.

Comentários:
Um excelente argumento é a base de sustentação dessa inovadora ficção. Tudo gira em torno de uma série de experimentos dos quais participará o jovem Caleb. Ele é levado a interagir socialmente com uma nova máquina, hiper avançada, na verdade uma robô chamada Ava (Alicia Vikander). Em seu sistema cognitivo foi instalado uma nova espécie de inteligência artificial que lhe dá consciência de si mesmo e até muito provavelmente emoções humanas. A intenção é justamente sondar a mente dessa nova máquina para entender até onde vai seu potencial. O roteiro assim explora as várias sessões que são realizadas entre Caleb e Ava. Inicialmente parece haver uma aproximação normal, nada diferente do que aconteceria entre dois seres humanos. Ava é curiosa e também esperta, mais ainda do que se esperava. Ela desenvolve sentimentos comuns ao ser humano como simpatia, curiosidade e até mesmo mesmo paixão. Até surpreende a todos com nuances de bom humor no trato social.

O problema é que tendo plena capacidade de entender tudo o que está lhe acontecendo ela também desenvolve um aguçado instinto de preservação pois não está disposta a ser simplesmente desligada ou formatada depois das sessões programadas. Não demora muito e começa a manipular emocionalmente o perspicaz porém inseguro Caleb. Além do roteiro inteligente que explora esse aspecto do homem brincando de ser Deus ao criar criaturas perfeitas, o visual asséptico dos cenários e das  ambientações acabam criando uma sensação desconfortável no espectador, tal como se ele próprio estivesse sondando o mundo de Ava. Os efeitos especiais também são extremamente bem inseridos dentro da trama, principalmente na composição do corpo físico da robô. Nada que venha a suplantar a importância do tema em si. Efeitos digitais a serviço de uma boa história e não o contrário como geralmente acontece em produções americanas. Assim não há nada que venha a desapontar nesse novo filme. É uma produção bem realizada, inteligente e muito oportuna pois experiências parecidas ao que vemos na tela já estão em fase de planejamento por grandes empresas do mundo real. O futuro, pelo visto, já está ao nosso redor, em nosso presente.

Pablo Aluísio.