domingo, 5 de maio de 2019
Cemitério Maldito
No mais, temos mais fidelidade ao livro de King. A premissa básica segue a mesma. Uma família (pai, mãe e dois filhos) decide se mudar para uma cidadezinha do Maine em busca de uma qualidade de vida melhor. A nova casa fica dentro de um vasto bosque. Nele há, quase no quintal da casa, um cemitério de animais. Acima desse lugar não muito bem-vindo, há ainda uma região pouco visitada, dita como maldita desde os tempos em que nativos passaram por lá. É nesse campo que as melhores cenas do filme vão se desenvolver. Quando o gatinho da família é atropelado na rodovia o vizinho leva o animal para esse lugar. E eis que após passar uma noite por lá ele retorna. Agora imaginem quando a garotinha, que o pai tanto ama, também morre atropelada! Como diz o cartaz do filme "Muitas vezes estar morto é melhor".
Por falar em garotinha, aqui temos outra mudança que vai ser sentida pelos leitores do livro de Stephen King. Aqui a menina é que é morta na estrada, não seu irmãozinho mais jovem. Solução mais adequada para o mundo de hoje. A pequena atriz Jeté Laurence trabalha muito bem e convence na tela. Eu pessoalmente achei uma opção muito melhor. No filme dos anos 80 os roteiristas seguiram mais de perto ao livro, porém o resultado cinematográfico ficou pior. Aliás devo dizer que esse filme é muito melhor do que o primeiro, o original. O roteiro tem mais elementos, que são bem mais trabalhados pelo texto. Até mesmo detalhes, como a procissão dos meninos levando um animal morto, acrescentam muito ao resultado final. A dupla de diretores está de parabéns. Some isso tudo ao fato de termos um gênio da literatura como fonte primária do filme e você terá uma ótima diversão do gênero. Assista sem receios, vai valer bastante a pena.
Cemitério Maldito (Pet Sematary, Estados Unidos, 2019) Direção: Kevin Kölsch, Dennis Widmyer / Roteiro: Matt Greenberg, baseado no livro de Stephen King / Elenco: Jason Clarke, Jeté Laurence, Amy Seimetz, John Lithgow / Sinopse: Após a morte da filha numa rodovia, um pai desesperado decide trazê-la de volta à vida. Isso se dará levando a garotinha até um lugar maldito, localizado além do cemitério de animais. Uma região amaldiçoada, que trará violência e desespero para toda a família.
Pablo Aluísio.
sábado, 5 de setembro de 2015
O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)
Esse novo filme é tão decepcionante, tão decepcionante! Não que a marca Terminator tenha gerado algo que preste nos últimos anos, mesmo sob o ponto de vista dos filmes ruins anteriores esse se supera no quesito porcaria. Na verdade vamos colocar as cartas na mesa. Só existe um filme realmente bom, o primeiro. Era uma produção sem muitos recursos, porém souberam criar um enredo bem bolado e ágil, que caiu como uma luva para o inexpressivo ator austríaco Arnold Schwarzenegger, um fisiculturista que tentava a sorte como ator em Hollywood lá no distante ano de 1984. Com o sucesso houve uma (praticamente) refilmagem, dessa vez com muito dinheiro e recursos, o que resultou em uma ótima produção, com trilha sonora assinada pelo Guns N' Roses (quando eles eram realmente bons e não hoje, quando mais se parecem com um grupo de velhinhos cansados). Depois disso nada mais deu muito certo. A verdade é que a trama básica de Terminator é simples e fácil de entender e por essa razão funcionou que foi uma beleza nos anos 80 e 90. Sem ideias novas e sem renovação, aliado ainda ao desejo de levantar a carreira do Scharza, então foi realizado essa saturada, cansada e confusa quarta parte (ou seria quinta?) da série. Não deveriam ter revirado esse ferro velho!
Gente, vamos ser sinceros. Que coisa chata! Ficou tudo muito fraco, do enredo que é ruim e mal bolado (embora ao contrário do que muita gente vem dizendo até seja mais ou menos fácil de entender) ao elenco, que em muitos casos é sim bizonho. A começar pelo próprio Arnold Schwarzenegger. Quem conhece algumas fotos recentes da férias do ator que foram tiradas na praia já sabe que a velha boa forma física já era, claro, causada pela idade avançada dele. Tudo bem, é a vida, o tempo passa para todo mundo. Para contornar isso o estúdio trouxe um Arnold Schwarzenegger novinho em folha, completamente digital, vindo diretamente de 1984. Ficou bacana, mas também melancólico por vermos as marcas que o tempo deixa nas pessoas. A nova Sarah Connor, a atriz Emilia Clarke, é bonitinha e faz um esforço danado para agradar. Nesse ponto temos que reconhecer. O problema é que o que antes era bem desenvolvido agora sai truncado, enrolado. Nesse processo ela acabou ficando presa (literalmente) numa verdadeira teia de idas e vindas entre passado, presente e futuro que chegou ao ponto de me fazer perder a paciência com o que estava acontecendo. Toda hora a mocinha tinha que dizer "Estou em 2007", "Estou em 1984", "Estou em 1973"... Ah, vá procurar outro para aborrecer! Cansei, não quero mais saber em que ano você está... se ao menos eu pudesse voltar ao passado e não entrar no cinema, isso sim seria uma boa viagem no tempo!
O pior é encarar o bombado e inexpressivo Jai Courtney tentar trazer algum carisma para seu Kyle Reese. Vamos reconhecer que o sujeitinho é chato além da conta. Fora isso existem alguns poucos efeitos especiais realmente interessantes e muita conversa mole para enrolar o espectador que vai bocejar mais de uma vez, por puro tédio. Está na hora de juntar toda essa parafernália de robôs, viagens no tempo e guerras entre máquinas e homens e jogar tudo de volta para o fundo do baú. Já está tudo ultrapassado, enferrujado e cheirando a mofo mesmo. Diante de tantas cenas do Exterminador dizendo que vai voltar toda hora não posso deixar de fazer apenas um pequeno pedido: Não volte mais, por favor! Quem diria que o Terminator seria vítima do próprio passar dos anos? Desce o pano... /
O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys, Estados Unidos, 2015) Direção: Alan Taylor / Roteiro: Laeta Kalogridis, Patrick Lussier / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Jason Clarke, Emilia Clarke. / Sinopse: Temos aqui mais um exemplar cinematográfico da famosa franquia de filmes de ação e ficção "Terminator".
Pablo Aluísio. .