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domingo, 8 de maio de 2022

The Beatles - Help! - Parte 4

Os Beatles sempre deixavam espaço para George Harrison contribuir com uma ou duas canções nessa fase inicial do grupo. Nesse álbum "Help!" George trouxe "You Like Me Too Much". A música tem uma introdução de órgão que causa surpresa, parece mais um velho arranjo para algum velho filme de faroeste. O resto da música, ainda bem, segue em um ritmo totalmente diferente, com John nos teclados, solando por toda a faixa. Com voz dobrada também podemos perceber como Harrison havia melhorado como vocalista. Nem parecia aquele cantor tímido dos primeiros discos dos Beatles.

E por falar em bons vocais, John Lennon está muito bem na bela balada "You're Going to Lose That Girl". Um som acústico, valorizando mais o violão do que guitarras, que nessa época formavam a identidade musical dos Beatles. A letra, composta por Lennon, é um diálogo franco. Um amigo diz ao outro que ele deve cuidar melhor de sua garota, pois caso contrário vai perdê-la, talvez até para ele mesmo. Dica de um jovem para outro. Se cuida meu amigo!

"Another Girl"  é puro Paul McCartney que compôs a faixa, com breve anotações de Lennon. Ele também lidera os vocais. Outro dia assisti a um show recente de Paul e pude perceber que por causa da idade ele tem perdido parte de sua voz. Algo natural de acontecer. Nesse faixa, com Paul jovem e cheio de energia, podemos notar como tudo mudou com o passar dos anos. Curiosamente Paul a escreveu quando estava na Tunísia, curtindo férias.

"Tell Me What You See" traz vocais dobrados de Paul e John. Outra boa balada do disco. Os Beatles, de maneira em geral, trouxeram uma excelente sonoridade para esse álbum, caprichando nos arranjos mais bem elaborados. Da primeira fase do grupo desse disco pode ser considerado um dos mais bem arranjados. Algo que podemos perceber também em "I've Just Seen a Face" com lindo arranjo de solos de violão em sua introdução. A música cantada por Paul também soa como um bom country music. O feeling é puro Nashville. A letra foi feita também para Jane Asher. O namoro de Paul com ela também tinha suas pequenas histórias, de como eles se conheceram, etc. Algo que Paul transformava em música para o disco dos Beatles. Sem dúvida um bom momento desse álbum.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

The Beatles - Help!

Título no Brasil: Help!
Título Original: Help!
Ano de Produção: 1965
País: Inglaterra
Estúdio: Walter Shenson Films, Subafilms
Direção: Richard Lester
Roteiro: Marc Behm, Charles Wood
Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, John Bluthal 

Sinopse: 
Uma seita religiosa precisa recuperar um anel cerimonial que está nos dedos de Ringo Starr dos Beatles. Para colocar as mãos na valiosa jóia os membros sacerdotais não medirão esforços, indo atrás de Ringo e dos demais Beatles.

Comentários:
O segundo filme dos Beatles não tem o mesmo brilho de "A Hard Day´s Night" que era tão imaginativo quanto divertido. Para falar a verdade esse "Help!" como filme em si deixa muito a desejar. Não há propriamente um enredo a se contar, existe esse roteiro que muitas vezes parece ter sido escrito para algum desenho animado dos anos 60 e nada mais. O que salva esse musical é certamente as canções dos Beatles apresentadas ao longo da estorinha boba e muitas vezes sem graça nenhuma. A cada 15 ou 20 minutos os Beatles surgem fazendo o que sabiam melhor, cantando e tocando para acordar o público, cansado de tantas bobagens. O enredo em si investe no besteirol, com um humor tão tipicamente britânico. Em muitos momentos me recordei dos filmes do Monty Python mas a comparação não é muito justa pois "Help!" fica muito distante do talento da trupe de comediantes ingleses. O próprio Paul McCartney reconheceu anos depois que o filme realmente não era lá essas coisas, tanto que disse que os próprios Beatles, vendo que tudo não passaria de um abacaxi, começaram a dar sugestões descabidas no roteiro (como irem até as Bahamas, por exemplo). Por fim cabe a observação de que como atores os Beatles realmente eram ótimos músicos, pois em momento algum conseguem passar o mínimo de talento para a atuação. Nem Ringo (que queria se tornar ator profissional) consegue convencer. O trabalho dos quatro pode ser definido como completamente amadorístico. Em suma, melhor ver mesmo um resumo dos momentos em que os Beatles tocam nesse filme, já que vê-los atuar aqui é realmente de amargar. Noventa minutos que passam muito devagar de tão fraco que o filme é.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de junho de 2010

The Beatles - Help! - Parte 3

Para muitos a maior obra-prima da carreira dos Beatles é o clássico romântico "Yesterday". Quando Paul escreveu a música, após pensar na melodia ao acordar numa certa manhã, ele ficou convencido que a música não era original. De que ele apenas estava se lembrando de uma antiga música cantada por seu pai. O velho tinha feito parte de uma banda de jazz nos anos 30 e estava sempre tocando velhas músicas ao piano quando a família se reunia. Será que era isso mesmo que estava acontecendo?

Paul levou a música para o produtor George Martin que não se lembrava de nenhuma música com aquelas notas. Logo era mesmo uma criação pura da mente de Paul. Ao falar com o produtor esse deu a ideia de que usar um quarteto de cordas na gravação da faixa, pois assim ela ganharia um acompanhando clássico que depois a imortalizaria. Isso também significava tirar os demais Beatles da gravação. A música teria apenas Paul, os músicos clássicos e George Martin arranjando tudo.

Paul escolheu pelo caminho certo. Optou por um arranjo clássico. A gravação ficou maravilhosa e os demais três Beatles ficaram completamente de fora da versão original. Melhor assim. O resto é história. Considerada a música com o maior número de versões da história da música, "Yesterday" se tornou ainda maior que os próprios Beatles, ganhando vida própria. Curiosamente ela foi mal posicionada na trilha sonora, ficando perdida lá no final do Lado B do vinil. Nem em single foi lançada na Inglaterra. Mesmo assim logo se destacou, virando um grande hit da época. Um daqueles sucessos que rompem o teste do tempo. Ainda hoje é uma das melodias mais conhecidas em todo o mundo.

Para compensar o romantismo de "Yesterday" John Lennon resolveu trazer um cover bem barulhento para fechar o álbum, justamente a música que viria logo a seguir do clássico imortal de Paul. Estamos falando do rock "Dizzy, Miss Lizzy" de autoria de Larry Williams. Seria um dos últimos covers da discografia dos Beatles pois eles logo iriam abandonar essa coisa de gravar músicas de outros artistas em seus álbuns. A partir de determinado momento os Beatles decidiram que só iriam gravar músicas de sua própria autoria, fossem da dupla Lennon e McCartney ou de George Harrison. Eles fechariam para sempre o espaço para outros compositores em seus discos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

The Beatles - Help! - Parte 2

Eu sempre gostei de "It's Only Love". Pena que John Lennon não apreciava e ele tinha composto a faixa. Lennon considerava a letra muito fraca. O tema mostrava um sujeito tímido e apaixonado que ficava feliz apenas em ver a amada passar ao seu lado. Um caso exemplar de amor platônico. Anos depois John diria que havia composto essa música romântica apenas para completar o lado B do álbum "Help!". Paul McCartney, por outro lado, defendeu "It's Only Love", dizendo que era uma boa canção pop e que os Beatles na época não faziam literatura, mas apenas boas músicas populares.

A música "I Need You" foi composta por George Harrison. Também é cantada por ele nessa versão oficial do disco. Uma canção simples, mas bem arranjada e executada. George, como era de se esperar, colocou a guitarra em evidência em toda a música e isso acabou se tornando a maior característica dessa faixa. Já era um sinal do potencial do músico, algo que só iria crescer nos anos que viriam. Esse ainda não era o George Harrison de "Here Comes The Sun" ou "Something", mas já demonstrava que estava no caminho certo.

"Ticket to Ride" foi um dos grandes hits desse disco, uma das músicas mais tocadas nas rádios na época de lançamento original do LP. Há muitas histórias envolvendo o real significado dessa letra, desde as mais pueris, até mesmo as mais, digamos, picantes, onde os Beatles estariam falando na verdade dos clubes noturnos de Hamburgo, na Alemanha, quando eles passaram por aquele país. Qual seria a versão verdadeira? Isso se perdeu nas areias do tempo. É uma letra que pode ter vários significados diferentes, como era bem ao gosto de John Lennon quando escrevia suas composições.

"Act Naturally" não foi composta pelos Beatles, mas sim pela dupla formada por Johnny Russell e Voni Morrison. É uma música country, muito agradável aos ouvidos, escolhida especialmente para o timbre vocal de Ringo Starr.  Na década de 1970 John Lennon iria dar algumas declarações indelicadas em relação ao Ringo, dizendo que ele não era o maior cantor do mundo. Bom, Lennon poderia passar sem essa, afinal para que atacar o companheiro de banda, não é mesmo? De qualquer forma Ringo passou por cima de tudo isso e aqui soa perfeito em meu ponto de vista. A música é simples, mas igualmente um dos bons momentos do disco.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Help! - Parte 1

Retornando aos comentários dos discos oficiais dos Beatles vamos agora tecer algumas observações sobre o disco "Help!" de 1965. Lembrando que tomarei como base a discografia inglesa dos Beatles, do selo EMI, por ser considerada a oficial. A discografia dos Estados Unidos é diferente, com outros discos lançados pela Capitol, outras seleções de faixas. E sobre a discografia brasileira posso fazer textos sobre as peculiaridades inerentes a esses discos nacionais bem diferenciados. Isso porém será tema para outra ocasião. Vamos falar de "Help!" então...

Segundo o próprio John Lennon os Beatles estavam cheirando muita cocaína quando gravaram o álbum "Help!". Para John era óbvio que a letra pedindo socorro não era apenas uma poesia ao sabor do vento, era sim um verdadeiro pedido de socorro, pelo menos por parte dele. Havia toda aquela loucura da Beatlemania acontecendo, os Beatles eram pressionados para escrever um sucesso atrás do outro, muito consumo de drogas e a vida havia se tornado uma roda viva de insanidade. Pedir socorro era algo natural para John Lennon. Quem poderia culpá-lo por agir assim? De uma maneira ou outra essa faixa virou um clássico imediato dos Beatles, se tornando rapidamente um grande sucesso mundial.

As demais canções da trilha sonora também eram muito interessantes. Particularmente gosto muito do ritmo de "The Night Before". Aliás essa faixa foi considerada tão satisfatória pelos Beatles que em algum momento eles até mesmo cogitaram colocá-la como título do álbum, posto que obviamente foi perdido quando John Lennon apareceu com a música "Help!", essa imbatível para dar nome ao novo álbum. Também era o título ideal para o filme. A companhia cinematográfica achou ótima a sugestão de usar "Help!" como nome do filme. Era chamativo e tinha o impacto necessário. "The Night Before" havia sido composta por Paul McCartney. Seu estilo pessoal está em cada detalhe, em cada nota musical.

A balada "You've Got to Hide Your Love Away" tem uma doce melancolia. Essa criação de John Lennon tem claras tintas no estilo de Bob Dylan. O cantor e compositor americano inclusive havia se encontrado com os Beatles. Segundo John, ele não gostou muito de Dylan. Achou ele muito paranoico e estranho. Isso porém não os impediu de fumar maconha ao lado do cantor norte-americano, terminando a noite dando muitas risadas. Após ouvir alguns discos de Dylan, John chegou na conclusão que poderia fazer algo melhor, no próprio estilo do colega músico. E assim nasceu essa faixa, que aliás ficou excelente. Um John Lennon cheio de inspiração e talento tentando seguir os passos e o estilo de Bob Dylan. Tudo resultando numa pequena obra-prima dos Beatles nessa fase.

Pablo Aluísio.