sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Shadowheart

Título no Brasil: Shadowheart
Título Original: Shadowheart
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Desert Moon Pictures
Direção: Dean Alioto
Roteiro: Dean Alioto, Peter Vanderwall
Elenco: Angus Macfadyen, Justin Ament, Marnie Alton, Tonantzin Carmelo, Michael Spears, William Sadler

Sinopse:
O filho de um pastor vê o pai ser assassinado de forma covarde e injusta. Os anos passam e ele se torna um caçador de recompensas. Sua chance de fazer justiça surge quando ele encontra um cartaz de procura-se vivo ou morto trazendo justamente a foto do assassino de seu pai.

Comentários:
Fazer cinema é algo caro. Não se faz cinema com pouco dinheiro. Ainda mais em um gênero como o western em que se necessita de recursos para recriar os figurinos de época, as cidades de madeira, as diligências, etc. Esse faroeste aqui foi rodado com pouco mais de 10 mil dólares! Isso é praticamente nada em termos de indústria americana de cinema. Por isso a falta de um orçamento mínimo faz toda a diferença desde as primeiras cenas. Não que a história não seja boa, ela é interessante, mas a pobre produção incomoda muito a cada cena. O espectador sente a falta de melhores cenários, boa reconstituição de época, etc. Quem sabe algum dia um grande estúdio venha a se interessar por esse roteiro e aí sim teremos um filme de faroeste com potencial. Enquanto isso não acontece é melhor ignorar essa fraca produção que não vai a lugar nenhum.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Uma Segunda Chance

Título no Brasil: Uma Segunda Chance
Título Original: Regarding Henry
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Mike Nichols
Roteiro: J.J. Abrams
Elenco: Harrison Ford, Annette Bening, Michael Haley, Bruce Altman, Elizabeth Wilson, Donald Moffat

Sinopse:
O advogado Henry Turner (Harrison Ford) é conhecido por sua arrogância e frieza. Bem sucedido, rico e influente, ele pouco dá atenção até mesmo para sua família. Sua atitude muda após um assalto. Ele é ferido na cabeça, quase morre e decide finalmente ver o mundo de uma maneira diferente.

Comentários:
Harrison Ford dominou o mundo do cinema nas décadas de 1970 e 1980. Foram inúmeros sucessos de bilheteria. Nos anos 90 ele procurou diversificar mais sua carreira, procurando por roteiros melhores, diferentes do que ele vinha fazendo ano após ano. Esse filme aqui é um exemplo dos rumos diferentes que ele tentou seguir. É um filme, como se pode notar claramente pela sinopse, sobre as mudanças de personalidade que uma pessoa pode sofrer ao longo da vida após momentos de trauma físico e psicológico. No caso o ator interpreta um advogado cheio de si mesmo, egocêntrico e vazio, que se acha melhor do que as outras pessoas. Durante um assalto em um supermercado ele sai gravemente ferido e sobrevive. A perspectiva de encarar a morte assim tão de perto o faz mudar, só que haveria ainda espaço para isso? Ele então passa a conquistar todos aqueles que ele esnobou antes do ocorrido e nisso o filme vai tecendo sua história. Alguns poderiam dizer que a mensagem é de auto ajuda barata, mas penso que as intenções aqui justificaram os meios. O filme é bom, passa uma mensagem otimista e é bem realizado. Penso que diante de tudo isso já está de bom tamanho.

Pablo Aluísio.

A Costa do Mosquito

Título no Brasil: A Costa do Mosquito
Título Original: The Mosquito Coast
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Peter Weir
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Harrison Ford, Helen Mirren, River Phoenix, Jason Alexander, Jadrien Steele, Rebecca Gordon

Sinopse:
Allie Fox (Harrison Ford) é um inventor e cientista dado a utopias que decide levar toda a sua família para uma região isolada da América Central. Ele pretende construir um invento que irã mudar toda a história da humanidade! Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Harrison Ford) e Melhor Trilha Sonora Original (Maurice Jarre).

Comentários:
Para quem havia interpretado Han Solo e Indiana Jones foi uma surpresa e tanto quando Harrison Ford surgiu com esse filme nos cinemas em meados dos anos 80. Era uma proposta bem diferente, enfocando um pouco no humor e no drama de um personagem sonhador, dado a utopias, que resolvia levar toda a sua família para um experimento em uma região distante e praticamente incivilizada. Eu particularmente gostei do filme. Esse foi aquele projeto que Ford fez por amor à arte mesmo, sem se importar se seria sucesso ou não, até porque o filme não fez boa bilheteria, chegando a dar prejuízo para o estúdio, mesmo com orçamento modesto e contido. Nas locadoras de vídeo a fita se saiu melhor porque o público foi conhecendo o filme aos poucos, em um típico caso de propaganda positiva boca a boca. Já para os dias atuais um dos atrativos é a presença do jovem River Phoenix. Dito como um potencial astro do futuro nos anos 80 ele teve uma morte trágica e preocce, causada por uma overdose de drogas. Foi um choque para seu fã clube juvenil que tinha grandes apostas em seu futuro. Algo que infelizmente nunca chegou a acontecer. O roteiro foi baseado no romance escrito por Paul Theroux.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Sintonia de Amor

Título no Brasil: Sintonia de Amor
Título Original: Sleepless in Seattle
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Nora Ephron
Roteiro: Jeff Arch, Nora Ephron
Elenco: Tom Hanks, Meg Ryan, Ross Malinger, Bill Pullman, Rita Wilson, Victor Garber,

Sinopse:
Sam Baldwin (Tom Hanks) é um viúvo que tenta reconstruir sua vida após perder sua esposa. Annie Reed (Meg Ryan) é uma ouvinte de um programa de rádio que acaba conhecendo a história de Sam, se apaixonando por ele platonicamente. Algum tempo depois eles prometem se encontrar para dar início a uma grande história de amor.

Comentários:
Esse filme é na verdade um remake, uma refilmagem de um clássico do passado chamado "Tarde Demais Para Esquecer". Se no filme original tínhamos a dupla romântica formada pelo casal Cary Grant e Deborah Kerr. aqui temos a "namoradinha da América" Meg Ryan se apaixonando por Tom Hanks. O curioso é que Hanks que havia chegado ao sucesso com comédias escrachadas acabou se saindo muito bem em seu personagem. Ele e Meg Ryan formaram uma parceria de sucesso no cinema dos anos 90, com excelentes resultados comerciais nas bilheterias. Outro fato curioso é que o amor da vida do ator também esteve nesse filme, mas no caso não foi Meg Ryan, mas sim Rita Wilson que estava no elenco coadjuvante. Eles acabariam se casando. O filme acabou ganhando duas indicações ao Oscar, de melhor roteiro adaptado e melhor música (com a bela canção "A Wink and a Smile"). No mais é um filme bonito, que lida bem com seu romantismo, sem soar datado ou cafona. Tudo está muito bem encaixado nessa nova versão de uma antiga história de amor. Só não vale comparar com o clássico original, porque aí também seria pedir demais dos deuses do cinema.

Pablo Aluísio.

Linhas Cruzadas

Um filme feito por elas e para elas. Aqui a atriz Diane Keaton decidiu adaptar o livro escrito por Delia Ephron para o cinema. O interessante é que o roteiro acabaria sendo escrito também pela autora, o que criou um clima de autenticidade forte para o que se viu na tela depois. E partindo de seu prestígio pessoal Diane Keaton decidiu trazer um bom elenco para seu filme. Tudo feito na base da amizade pessoal. Convite de amigas para amigas. A primeira que aceitou participar foi a "namoradinha da América" (pelo menos até os anos 90) Meg Ryan. Ela já vinha tentando levantar sua carreira que vinha de mal a pior. A segunda a embarcar no projeto foi Lisa Kudrow. Vinda do sucesso da série "Friends" ela procurava consolidar sua carreira no cinema (algo que efetivamente nunca se concretizou, infelizmente).

Elas interpretavam três irmãs que descobriam após alguns anos que seu pai estava passando por inúmeros problemas, inclusive estando internado em um hospital de Los Angeles. Assim a reunião familiar se tornava inevitável. O filme procurou ter humor, mas sem esquecer também de desenvolver a personalidade de cada personagem, tudo colocando em primeiro plano a obsessão delas por longos telefonemas. Funcionou? Mais ou menos. Não é no final das contas um dos filmes mais memoráveis das carreiras delas. Obviamente Ryan e Lisa já fizeram coisas bem melhores. E nem vou falar de Diane Keaton pois seus filmes ao lado de Allen já ficariam anos luz desse filme meio esquecível. Então é isso, se gosta dessas atrizes arrisque, mas vá sabendo que não encontrará nada de muito relevante ou marcante. É um filme que funciona como mero passatempo e nada muito além disso.

Linhas Cruzadas (Hanging Up, Estados Unidos, 2000) Direção: Diane Keaton/ Roteiro: Delia Ephron / Elenco: Diane Keaton, Meg Ryan, Lisa Kudrow / Sinopse: Três irmãs, muitos problemas, vidas sentimentais confusas e um pai em um leito de hospital. Filme baseado no best-seller escrito por Delia Ephron, feito especialmente para o público feminino.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

A Aparição

Título no Brasil: A Aparição
Título Original: L'apparition
Ano de Produção: 2018
País: França, Bélgica
Estúdio: Curiosa Films
Direção: Xavier Giannoli
Roteiro: Xavier Giannoli, Jacques Fieschi
Elenco: Vincent Lindon, Galatéa Bellugi, Patrick d'Assumçao, Alicia Hava, Anatole Taubman, Elina Löwensohn

Sinopse:
O Vaticano decide contratar os serviços do jornalista investigativo Jacques Mayano (Vincent Lindon) para trabalhar ao lado de um grupo de investigadores que pesquisam sobre uma nova aparição da Virgem Maria no sudeste da França. Afinal haveria mesmo algum fundo de verdade em tudo o que estaria acontecendo?

Comentários:
O cinema francês está em ótima fase. Aqui o roteiro explora a questão da fé, de como a igreja Católica lida com aparições modernas de Nossa Senhora. No filme uma jovem francesa chamada Anna (Galatéa Bellugi) alega estar recebendo visitas da Virgem Maria. A história logo se espalha e peregrinos começam a lotar a cidade onde ela mora. Claro que sempre quando isso acontece o Vaticano forma um comitê de investigação, para determinar se as aparições possuem algum fundo de verdade ou se são apenas fraudes ou farsas. O protagonista é um jornalista, um homem sem ligação direta com a Igreja que aceita o serviço para investigar, ao lado de outros pesquisadores, sobre o que de fato estaria acontecendo. E aí o roteiro tem excelentes caminhos para expor sua estória. O cético jornalista começa a se aproximar da vidente e também começa a trilhar uma ampla investigação sobre seu passado, onde viveu, com quem conviveu, se já teve relacionamentos amorosos, etc. As surpresas então começam a aparecer, criando um mosaico bem interessante da jovem. Por falar na personagem da garota que afirma ver a Virgem Maria, temos um excelente trabalho de atuação da atriz Galatéa Bellugi. Mesmo com poucos e pontuais diálogos ela convence plenamente em seu papel de "santa" dos tempos modernos. Assista ao filme e tire suas próprias conclusões sobre esses fenômenos religiosos que de tempos em tempos surgem na Europa e em outros países de formação e tradição católica.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Spinning Man - Em Busca da Verdade

Título no Brasil: Spinning Man - Em Busca da Verdade
Título Original: Spinning Man
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Film Bridge International
Direção: Simon Kaijser
Roteiro: Matthew Aldrich, George Harrar
Elenco: Guy Pearce, Pierce Brosnan, Minnie Driver, Alexandra Shipp, Odeya Rush. Jamie Kennedy

Sinopse:
Evan Birch (Pearce), um professor universitário de filosofia, passa a ser considerado suspeito da morte de uma jovem em um lago da região após o policial J. Malloy (Brosnan) encontrar algumas provas ligadas a ele. Teria sido o professor o verdadeiro assassino?

Comentários:
Outro bom filme que passou despercebido no Brasil. É aquele tipo de roteiro ideal para o público que gosta de desvendar mistérios envolvendo assassinatos. Aqui temos esse pacato professor universitário que se vê envolvido na morte de uma garota menor de idade. Contra ele pesam algumas provas como fios de cabelo da vítima que são encontrados em seu carro e um histórico de envolvimentos com alunas e meninas bem mais jovens do que ele. Algo que o fez ser demitido de seu último emprego, além de abalar bastante seu casamento. Até mudar de cidade ele teve que mudar, para evitar maiores escândalos dentro da comunidade onde vivia com a família. Pierce Brosnan, o ex-James Bond, aqui assumindo seus cabelos grisalhos e sua idade, vai atrás de pistas e encontra muitos elos de ligações entre o professor que passa a ser o principal suspeito e a garota que foi morta com requintes de crueldade. O roteiro manipula (e diverte) o espectador até o final. Ora somos convencidos que o suspeito é de fato o assassino, ora chegamos na conclusão contrária, a de que ele não teve nada a ver com a morte. Só no final é que o mistério é revelado. Assim se você aprecia esse tipo de filme, pode ir conferir sem receios. O resultado ficou muito bom.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de agosto de 2019

Os Últimos Cavaleiros

Título no Brasil: Os Últimos Cavaleiros
Título Original: Last Knighs
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: Lionsgate Pictures
Direção: Kazuaki Kiriya
Roteiro: Michael Konyves, Dove Sussman
Elenco: Clive Owen, Morgan Freeman, Aksel Hennie, Cliff Curtis, Giorgio Caputo, James Babson
  
Sinopse:
Inglaterra, Idade Média. Sir Amistal Raiden (Clive Owen) é um cavaleiro feudal que resolve partir em busca de vingança após seu senhor, o íntegro e honesto John Bartok (Morgan Freeman) ser morto por se recusar a pagar suborno a um importante e poderoso ministro da corte do Imperador. Dado como irrelevante e decadente, ele está disposto a tudo para honrar o nome de seu clã de cavaleiros guerreiros.

Comentários:
Na Europa medieval um rico senhor feudal, Lord Bartok (Morgan Freeman), é convocado para comparecer na corte, no gabinete do ministro Gezza Mott (Aksel Hennie). Ele é um membro corrupto do governo imperial e está atrás de puro suborno. O nobre Bartok porém se recusa a lhe dar uma grande fortuna em dinheiro, pois entende que isso corrompe os valores mais importantes da nação. Agindo assim acaba ganhando um inimigo poderoso, que estará disposto a tudo para colocar o seu clã Bartok em desgraça. O íntegro e honesto Lord só conta porém com a ajuda do comandante Raiden (Clive Owen), seu braço direito. A luta pela busca do poder será brutal. "Last Knights" (no Brasil, "Os Últimos Cavaleiros") é uma aventura medieval que foi lançada sem muito alarde em nossos cinemas. A proposta era realizar um filme à moda antiga, passada na era medieval, embora o roteiro nunca deixe claro em que exato período histórico se passe a estória. Isso é bem curioso e a direção de arte do filme, que usa elementos de culturas diferentes, parece confirmar a intenção de seus realizadores em não determinar em que momento na história se desenvolve todo o enredo. Em termos de elenco se destaca novamente Morgan Freeman. Sua participação porém dentro do roteiro é breve. Embora seja um dos personagens centrais do argumento ele logo deixa a cena, abrindo margem para a sede de vingança do personagem interpretado por Clive Owen. A produção é bem feita, embora não seja excepcional. Nos tempos atuais não há mais a construção de grandes cenários, sendo tudo criado em computador, em pura realidade virtual. Assim os grandes castelos e muralhas são apenas técnicas da mais pura computação gráfica. Algumas vezes funciona, mas devo confessar que em certos momentos tudo me pareceu pouco convincente. Não me passou veracidade. O roteiro também não traz maiores novidades, se concentrando na velha fórmula da vingança pessoal. Há uma quebra de ritmo na segunda metade do roteiro que poderá desagradar a algumas pessoas. De bom mesmo eu apontaria as boas cenas de lutas de espadas e uma ou outra bem realizada sequência de ação. "Last Knights" não chega a ser um grande filme, mas até que diverte bem, sem maiores pretensões.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Aladdin

Título no Brasil: Aladdin
Título Original: Aladdin
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio:  Walt Disney Pictures
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: John August, Guy Ritchie
Elenco: Will Smith, Mena Massoud, Naomi Scott, Marwan Kenzari, Navid Negahban, Nasim Pedrad

Sinopse:
Aladdin (Mena Massoud) é um rapaz que vive de pequenos golpes e roubos pelas ruas da cidade. Um dia conhece uma jovem e se apaixona por ela, sem desconfiar que se trata de uma princesa. Sua vida muda completamente quando coloca as mãos em uma lâmpada mágica, com um gênio dentro disposto a lhe conceder três desejos.

Comentários:
Mais uma adaptação da Disney de seus antigos sucessos. O que era animação agora vira live action, com atores de carne e osso (e pixels). Assim como ocorreu com o recente "Dumbo" fizeram um excelente trabalho, tecnicamente irretocável. Tudo perfeito, aquilo que poderíamos chamar de o produto Disney padrão. Já é um dos grandes sucessos de bilheterias da década, superando a marca invejável de 1 bilhão de dólares arrecadados ao redor do mundo. O curioso é que em certos aspectos temos Hollywood imitando o estilo de Bollywood, com muitas danças, músicas e cenas coreografadas. Em relação ao elenco o grande destaque é mesmo Will Smith como o gênio da lâmpada. Ele acertou em sua atuação, principalmente por não tentar copiar Robin Williams da animação original. Não tem o mesmo tipo de humor de metralhadora giratória e nem a maluquice típica de Robin. Usando de seu próprio estilo, mais contido, Will Smith acertou em cheio, bem no alvo. Para os personagens de Aladdin e princesa Jasmine o estúdio escolheu dois jovens pouco conhecidos. Também foi escolha acertada. Eles são bons e deram conta do recado. Enfim, um filme com a marca Disney que seguramente não vai decepcionar ninguém. Eu ainda prefiro o desenho, mas esse filme também ficou excelente, é preciso reconhecer.

Pablo Aluísio.

Ali

Título no Brasil: Ali
Título Original: Ali
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Michael Mann
Roteiro: Gregory Allen Howard, Stephen J. Rivele
Elenco: Will Smith, Jamie Foxx, Jon Voight, Mario Van Peebles, Ron Silver, Jeffrey Wright

Sinopse:
O filme se propõe a contar a história do lutador de boxe Cassius Clay. Desportista polêmico, sempre envolvido em lutas sociais e de direitos civis em relação aos negros americanos, ele se tornou um ícone de contestação durante a década de 1960. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Will Smith) e melhor ator coadjuvante (Jon Voight).

Comentários:
Claro, é louvável que Hollywood tenha contato essa biografia única. Porém o filme apresenta alguns problemas. A figura do boxeador Cassius Clay / Muhammad Ali ainda era muito presente quando esse filme foi lançado. Mesmo sofrendo do Mal de Parkinson o veterano esportista era sempre visto em grandes eventos esportivos, em homenagens, etc. Havia também excelentes documentários sobre sua carreira. Por isso não cheguei a gostar completamente desse filme. Sim, é bem produzido, tem ótimas cenas, mas faltou aquele elemento de veracidade para me convencer plenamente. Colocar um grande astro como Will Smith para interpretar Ali foi um problema em minha visão. Ele não conseguiu emergir dentro de seu personagem e no final das contas ficou sendo apenas Will Smith tentando ser Muhammad Ali. Isso estraga qualquer filme como esse. Se tivessem escolhido algum ator menos conhecido e mais parecido com o lutador a situação teria sido melhor. Do jeito que ficou eu terminei com aquela sensação de superficialidade no ar, de algo plastificado, enlatado. Com isso parte da magia dessa cinebiografia simplesmente desapareceu no ar. Uma pena, o filme tinha grande potencial.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Ártico

Título no Brasil: Ártico
Título Original: Arctic
Ano de Produção: 2018
País: Islândia
Estúdio: Armory Films, Pegasus Pictures
Direção: Joe Penna
Roteiro: Joe Penna, Ryan Morrison
Elenco: Mads Mikkelsen, Maria Thelma Smáradóttir, Tintrinai Thikhasuk, Christopher Lemole, Michael Raimondi

Sinopse:

Um avião comercial cai em uma região desconhecida do Ártico. Seu piloto (Mads Mikkelsen) tenta sobreviver naquela imensidão gelada, esperando por resgate, algo que a cada dia vai ficando cada vez mais distante. Como sair vivo daquele ambiente tão hostil?

Comentários:
Muito bom esse filme passado na Islândia. Os ingleses chamam essa ilha distante e isolada do Atlântico norte de Iceland, ou seja, a Terra do Gelo. Nome bem adequado. O filme explora muito bem essa região distante do mundo, onde apenas ursos polares conseguem viver. O filme mostra um sobrevivente de desastre aéreo que tenta sobreviver enquanto seu resgate não vem. Ele consegue pescar fazendo pequenos buracos no gelo e ter abrigo, dentro do próprio avião caído. O ator Mads Mikkelsen não tem muitas linhas de diálogo para falar em cena, afinal na maior parte do tempo ele fica completamente sozinho no meio daquele oceano desolador de gelo. Só quando surge uma jovem acidentada de um helicóptero de resgate que foi atingido por uma tempestade é que ele troca algumas palavras com ela. Nada demais, apenas algumas frases soltas para que ela não morra sem esperança. Pior é ter que levar ela, praticamente em coma, montanha acima, em busca de socorro. Algo desesperador. A melhor cena acontece durante um ataque de um urso polar faminto. A adrenalina sobe nessa hora, com certeza. Enfim, grande filme, gostei realmente. Mostra a luta pela sobrevivência e os limites do corpo humano em situações extremas.

Pablo Aluísio.

Amores em Conflito

Título no Brasil: Amores em Conflito
Título Original: Sweet Hearts Dance
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Brightstar Films, Chestnut Hill Productions
Direção: Robert Greenwald
Roteiro: Ernest Thompson
Elenco: Don Johnson, Susan Sarandon, Jeff Daniels, Elizabeth Perkins, Kate Reid, Justin Henry

Sinopse:

Depois de vinte anos de casamento, Wiley Boon (Don Johnson) e sua esposa Sandra (Susan Sarandon), percebem que o relacionamento está indo de mal a pior. A ideia do divórcio então bate a porta da vida do casal que terá que superar todos esses problemas.

Comentários:
Esse filme é um drama familiar dos anos 80 com temática bem clara, focando no divórcio de um casal com 20 anos de casamento. Obviamente os traumas surgem quando um relacionamento de tanto tempo vai à falência emocional. Assim temos um daqueles roteiros que tentam mostrar os problemas que uma situação como essa pode causar. E nem sempre é algo fácil de resolver. Sempre há a busca por culpados, mesmo que eles não existam de fato. E o ressentimento que fica é o pior lado desse tipo de situação. Além de ser um bom drama, com roteiro bem escrito, ainda temos um elenco acima da média. Não deixa de ser curioso ver um ator como Don Jonhson, mais afinado com filmes policiais e de ação, atuando bem ao lado da veterana Susan Sarandon. Ativista, politicamente consciente e ótima atriz ela dá um banho de atuação no parceiro, mas no geral ambos estão até mesmo sintonizados. Um filme que merece um resgate, pois hoje em dia anda bem esquecido. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Godzilla II: Rei dos Monstros

Título no Brasil: Godzilla II: Rei dos Monstros
Título Original: Godzilla: King of the Monsters
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Dougherty
Roteiro: Michael Dougherty, Zach Shields
Elenco: Kyle Chandler, Vera Farmiga, Millie Bobby Brown, Ken Watanabe, Bradley Whitford

Sinopse:
Uma organização descobre que há vários titãs espalhados pelo mundo e não apenas Godzilla. Captando em um aparelho eletrônico a frequência de comunicação daqueles monstros uma cientista decide acordar todos eles, causando um verdadeiro caos apocalíptico em todo o planeta Terra.

Comentários:
Pois é, na falta de novas ideias o cinema continua indo ao passado em busca de "ícones", ou seja, personagens que o público possa reconhecer sem muito esforço. O dinossauro atômico Godzilla é um fruto da paranoia da guerra fria. Seus primeiros filmes não escondiam que se tratava mesmo de um filme de monstros destruindo uma Tóquio de papelão. O sabor trash nipônico era a cereja do bolo. Agora Hollywood resolve trazer de volta esse monstro. Claro, não se trata mais de precários filmes antigos. Agora é uma superprodução de 170 milhões de dólares. O que mais me surpreendeu é que os técnicos de efeitos especiais decidiram manter o visual clássico dos monstros, não apenas Godzilla, mas de seus inimigos também. Conseguir fazer isso, com todos aqueles visuais espalhafatosos, sem cair no ridículo, já foi um feito e tanto! No mais o filme entrega exatamente aquilo que promete, ou seja, brigas homéricas entre os titãs gigantes que vão devastando o planeta enquanto trocam "gentilezas" entre eles. Do lado dos humanos até a personagem de Vera Farmiga muda de lado para manter o interesse. Enfim, diversão pura, muito competente tecnicamente falando e um verdadeiro presente para os saudosistas do passado, do espírito do velho Godzilla. Esses certamente vão adorar tudo. No meu caso pessoal devo dizer que inegavelmente me diverti bastante. Por isso deixo a recomendação. É cinema pipoca de qualidade.

Pablo Aluísio.

Um Monstro no Caminho

Título no Brasil: Um Monstro no Caminho
Título no Brasil: The Monster
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Atlas Independent
Direção: Bryan Bertino
Roteiro: Bryan Bertino
Elenco: Zoe Kazan, Ella Ballentine, Aaron Douglas, Christine Ebadi, Marc Hickox, Scott Speedman
  
Sinopse:
Mãe e filha, viajando por uma estrada no meio da floresta, acabam sofrendo um acidente, quando um lobo atravessa a pista. Enquanto esperam por socorro, descobrem que não estão sozinhas, que uma estranha criatura se esconde na escuridão, entre as árvores do lugar. Agora elas tentarão sobreviver a todo custo. Filme indicado ao Fangoria Chainsaw Awards e ao Rondo Hatton Classic Horror Awards. 

Comentários:
Esse diretor Bryan Bertino não rodou apenas um filme de monstros. Ele quis também explorar a conturbada relação entre mãe e filha. Divorciada, com problemas de alcoolismo, a mãe precisa reconquistar o amor da filha, porém logo descobre que ela a odeia. Assim a viagem se desenrola no pior clima possível até que elas sofrem um acidente e descobrem que no meio da floresta se esconde uma criatura, um monstro que mais se parece com um dinossauro! É a tal coisa, o filme até que funciona relativamente bem, mostrando os problemas familiares entre mãe e filha. A coisa só piora justamente quando o tal monstro resolve dar as caras. No começo o diretor aproveita para trabalhar o suspense e se sai bem, depois conforme a presença da criatura vai ficando cada vez mais frequente o filme vai piorando a cada cena. Talvez o filme seria melhor se o tal dinossauro nunca fosse mostrado completamente, para que tudo ficasse apenas na exploração do suspense de seu aparecimento. Como isso não pode acontecer, justamente pelo estilo do filme, o que sobra é uma encruzilhada em termos de roteiro. Basicamente o que temos é isso, um filme chamado "The Monster" (O Monstro), onde o próprio monstro acaba estragando tudo!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

A Batalha de Riddick

Título no Brasil: A Batalha de Riddick
Título Original: The Chronicles of Riddick
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: David Twohy
Roteiro: Jim Wheat, Ken Wheat
Elenco: Vin Diesel, Judi Dench, Colm Feore, Thandie Newton, Karl Urban, Alexa Davalos

Sinopse:
Procurando por uma rota de fuga o criminoso procurado Riddick (Diesel) vai parar em um planeta distante, inóspido, chamado Helion Prime. Nesse mundo estranho ele tentará sobreviver a todos os desafios, inclusive a uma raça guerreira e cruel.

Comentários:
É um bom filme de ficção, provavelmente o melhor já feito por Vin Diesel. Também é o mais inteligente filme da carreira desse brucutu do cinema. Na verdade se trata de uma sequência, uma continuação. O primeiro filme "Eclipse Mortal" também era muito bom, porém esse aqui supera em termos de roteiro, produção e design. A trama também é muito superior ao primeiro filme, contando com reviravoltas bem colocadas, situações e cenas bem desenvolvidas. O elenco de apoio contou com a presença de Judi Dench, só para se ter uma ideia de como o estúdio levou à sério esse Sci-fi. Infelizmente apesar de todo o capricho o filme não foi bem nas bilheterias. Saiu-se bem pior do que o primeiro filme, isso apesar do investimento de mais de 100 milhões de dólares na produção. O público fã de Diesel provavelmente achou sofisticado demais, já que eles apenas queriam pancadaria (no futuro) e mais nada. Ignore esse fato e assista ao filme pelas suas qualidades cinematográficas. Você não vai se arrepender.

Pablo Aluísio.

Velozes & Furiosos 4

Título no Brasil: Velozes & Furiosos 4
Título Original: Fast & Furious
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Justin Lin
Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, John Ortiz, Laz Alonso

Sinopse:
O agente Brian O'Conner (Walker) volta ao FBI e decide contatar mais uma vez Dominic Toretto (Diesel) para pegar um poderoso e perigoso chefão do tráfico internacional de heroína que está agindo em Los Angeles.

Comentários:
É incrível como o tempo passa rápido. Já faz dez anos que esse quarto filme da franquia " Velozes & Furiosos" chegou aos cinemas! De qualquer maneira eu ainda considero um dos bons filmes dessa série. Claro, já havia virado rotina e em alguns momentos a falta de novas ideias já se fazia sentir, porém é fato também que é um dos filmes que ainda traz a equipe principal da franquia em seu elenco, a saber Vin Diesel, Paul Walker e Michelle Rodriguez. Pobre Walker, só teria mais quatro anos de vida pela frente, morrendo de forma trágica em um acidente de carro, o que levaria muitos a lembrar justamente dessa franquia sobre carros envenenados. É a vida e os meandros do destino. Mas enfim... Aqui a Universal contratou novamente o diretor oriental Justin Lin para caprichar ainda mais nas cenas de velocidade e ação. Ele já havia agradado bastante ao dirigir "Velozes & Furiosos: Desafio em Tóquio". Então foi uma escolha natural. Acabou dando certo de novo, o que o fez ser escolhido pela terceira vez para dirigir um filme da franquia em "Velozes & Furiosos 5: Operação Rio". Em suma, se você gosta dos filmes pode ir sem receios. Todos os elementos da fórmula que transformaram esses filmes em sucessos de bilheteria estão aqui. Aposta certa, satisfação garantida.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

O Pequeno Stuart Little

Com o avanço da computação gráfica não houve mais limites para o cinema. Qualquer universo era possível, até mesmo trazer um simpático ratinho chamado Stuart Little para contracenar com atores de carne e osso. A tecnologia usada nesse filme foi a mesma de "Toy Story" só que ainda mais modernizada. O resultado ficou muito bom, principalmente para o público infantil. Essa foi uma tentativa da Columbia Pictures em entrar no acirrado e concorrido mundo da animação - um nicho cinematográfico que vale milhões de dólares no mundo todo. Para isso o estúdio torrou incríveis 120 milhões de dólares em sua produção, o tornando um dos filmes mais caros da história nesse segmento. É muito grana mesmo, não há como negar.

E a estorinha conta que enredo? Bom, temos uma família tipicamente americana que resolve adotar um filho, só que eles acabam adotando um ratinho, isso mesmo, um pequeno roedor com gestos adolescentes e voz juvenil de Michael J. Fox (ainda bastante jovial e sadio, sem demonstrar os problemas que o Mal de Parkinson causaram em sua vida). O resultado é simpático, fez sucesso e deu origem a continuações. Agora curiosamente o tal ratinho não conseguiu ser um sucesso no mundo das franquias de produtos. Pelo visto a aversão das pessoas por ratos acabou falando mais alto.

O Pequeno Stuart Little (Stuart Little, Estados Unidos, 1999) Direção: Rob Minkoff / Roteiro:  M. Night Shyamalan / Elenco: Michael J. Fox, Geena Davis, Hugh Laurie / Sinopse: Uma família resolve adotar um ratinho chamado "Stuart Little" (com voz de Michael J. Fox). O novo membro da família acaba se tornando o alvo preferido do gato de estimação Snowbell. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores efeitos especiais (John Dykstra, Jerome Chen e Henry F. Anderson III).

Pablo Aluísio.

O Pequeno Stuart Little 2

Título no Brasil: O Pequeno Stuart Little 2
Título Original: Stuart Little 2
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Rob Minkoff
Roteiro: Douglas Wick
Elenco: Michael J. Fox, Geena Davis, Hugh Laurie, Nathan Lane, Melanie Griffith, Jonathan Lipnicki,

Sinopse:
Baseado no livro infantil escrito por  E.B. White, esse segundo filme mostra a jornada de Stuart e Snowbell pelo país, em resgate a um amigo que está passando por apuros. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria Efeitos Especiais. 

Comentários:
Como diria um amigo, "Esse rato é meio esquisito!". Pois é, essa coisa de fazer o protagonista muito realista, quase como um rato real, não chegou a agradar todo mundo. A única diferença dele para os ratos da natureza é que o Stuart Little anda sobre dois pés e usa suéter. Fora isso, os traços recriados por computador são idênticos. Pois bem, esse segundo filme nasceu obviamente do sucesso do primeiro, só que as coisas não deram muito certo, comercialmente falando. O filme custou 120 milhões de dólares e fracassou nas bilheterias. Com isso a franquia também foi deixada de lado. Esse segundo filme é piorzinho que o primeiro. A verdade pura e simples é que não havia mais enredo a contar, por isso fizeram mais uma sequência do tipo "igual, mas tentando ser diferente". Não colou, o público não comprou a ideia. A única coisa a se lamentar foi o bom trabalho que os atores fizeram na dublagem original. J. Fox, Geeena Davis, Nathan Lane (ótima comediante) e até Melanie Griffith tentaram, mas não deu certo. O filme realmente não fez sucesso.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de agosto de 2019

Assalto ao Carro Blindado

Título no Brasil: Assalto ao Carro Blindado
Título Original: Armored
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio:  Screen Gems, Stars Road Entertainment
Direção: Nimród Antal
Roteiro: James V. Simpson
Elenco: Matt Dillon, Laurence Fishburne, Jean Reno, Columbus Short, Fred Ward, Milo Ventimiglia

Sinopse:
Um grupo de seguranças armados que trabalham numa companhia de transporte de valores decide que é chegado o momento deles colocaram a mão naquela fortuna toda. Para isso planejam um falso roubo aos carros fortes. Depois de enganar a polícia eles querem a vida boa de milionários, mas antes disso acontecer seus planos começam a dar incrivelmente errado.

Comentários:
Pequeno grande filme B! É assim que eu qualificaria esse bom filme sobre roubo. Afinal pense bem, qual seria o plano mais simples e seguro de roubar um transporte de milhões de dólares? Ora, o mais óbvio seria mesmo os próprios vigilantes de segurança da companhia de transprote de valores aplicarem um golpe, forjando um falso assalto, para no final ficar com todo o dinheiro, toda a fortuna. No começo do filme todos eles são retratados como boas pessoas, trabalhadores honestos. Porém o dia a dia de lidar com todo aquele dinheiro acaba despertando a cobiça de alguns deles. E essa cobiça se alastra, fazendo com que todos tenham que entrar no plano de roubo, mesmo que não estejam dispostos a isso. O roteiro é ótimo no desenvolvimento dos acontecimentos. Como se pode perceber as coisas acabam não dando certo como planejado. Simples detalhes, como a presença não esperada de um mendigo no lugar onde eles iriam esconder o dinheiro, coloca tudo a perder. Era para ser um roubo limpo, sem vítimas ou violência, mas... logo começam as mortes. E assim vai, nessa levada, de um thriller muito bem escrito, muito eficiente em seu desenrolar e na conclusão. Ficou realmente muito bom. Ótima diversão que demonstra que para se fazer bom cinema não se precisa de milhões de dólares, mas apenas de boas ideias na mente de um bom roteirista.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de agosto de 2019

O Pagamento

Título no Brasil: O Pagamento
Título Original: Paycheck
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Woo
Roteiro: Dean Georgaris
Elenco: Ben Affleck, Aaron Eckhart, Uma Thurman, Paul Giamatti, Michael C. Hall, Kathryn Morris

Sinopse:
Baseado em um conto escrito por Philip K. Dick, o filme "Paycheck" conta a história de um programador de tecnologia que é contratado para invadir os sistemas de empresas concorrentes. Para encobrir o crime sua memória é apagada após o processo, só que ele começa a ter flashs desses momentos, causando uma verdadeira caçada humana.

Comentários:
Existem filmes que você assiste, mas que depois de alguns anos esquece que assistiu. É o meu caso nesse "O Pagamento". Segundo meus apontamentos o assisti no cinema em abril de 2004. Tudo bem, informação segura, só que me recordo muito pouco dessa produção high-tech que procurava faturar em cima da febre da era da informática. Claro, alguns nomes são sintomáticos por aqui. O primeiro é a do diretor John Woo, especialista em cenas de ação. O segundo é de Philip K. Dick, o visionário escritor de ficção que criou o mundo de "Blade Runner". Obviamente que essa produção passa longe do clássico cult movie dos anos 80, mas que pelo sim, pelo não, merece ser conferida pelo menos uma vez, mesmo que anos depois você esqueça de tudo, tal como o perssonagem interpretado pelo ator (de uma só expressão) Ben Affleck! Por fim um aviso aos que primam pela literatura de Dick. Aqui apenas a ideia original foi aproveitada. O conceito ainda está lá, mesmo que soterrado por clichês de Hollywood, por isso nem tente comparar o filme ao conto que lhe deu origem. São literalmente dois universos que não se encontram.

Pablo Aluísio.

Confissões de uma Adolescente em Crise

Esse "Confissões de uma Adolescente em Crise" foi lançado no Brasil também com o título de "Confissões de uma Diva".  Seria melhor traduzir mais ao pé da letra como "Confissões de uma Drama Queen", já que essa expressão em inglês que significa pessoas exageradas já é bem conhecida no Brasil. De qualquer forma as três formas estão valendo. Bom, se houve algum motivo para assistir a esse filme foi certamente a presença da atriz Lindsay Lohan. Ela era uma gracinha na época, uma ruivinha muito fofa e bonitinha, que encantava pelo carisma, acima de tudo. Como se sabe o tempo passou, ela se envolveu com drogas pesadas e o que era brilho virou pó (literalmente).

Esse filme aqui é um dos primeiros dela a fazer sucesso entre os adolescentes. E como se sabe amor de fã teen é forte, despudorado, bem exagerado. Não demorou muito para ela virar uma das inúmeras estrelas desse nicho, aparecendo em capas de revistas, cadernos escolares, etc. Como era de se esperar temos aqui um enredo envolvendo, claro, adolescentes. No caso é a estorinha de uma jovem chamada Lola que sonha ser atriz de teatro em Nova Iorque. Só que seus pais, duros, resolvem se mudar, indo morar em New Jersey, uma cidade suburbana próxima à Big Apple. Depois disso o óbvio nesse tipo de filme: ela também se muda para uma nova escola e precisa enfrentar a selva dos anos escolares. Tudo de praxe. É a tal coisa, se ainda vale por alguma coisa é pelo prazer de rever a Lindsay lindinha antes das drogas destruírem ela sem dó e nem piedade.

Confissões de uma Adolescente em Crise (Confessions of a Teenage Drama Queen, Estados Unidos, 2004) Direção: Sara Sugarman / Roteiro: Gail Parent, baseado no livro de Dyan Sheldon / Elenco: Lindsay Lohan, Megan Fox, Adam Garcia / Sinopse: O filme conta a estória de Lola (Lohan), uma garota que tem o sonho de ser uma atriz de teatro em Nova Iorque. Seus planos porém vão por água abaixo quando ela descobre que vai se mudar para New Jersey. Pior do que isso, terá que se adaptar em uma nova escola.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Dia dos Mortos

Voltando um pouquinho no tempo me lembro de ter alugado "Dia dos Mortos" nos anos 80. Estou falando do filme original, que tem até seus fãs, pois era dirigido pelo mestre George Romero. Assim quando vi essa nova versão fiquei com pelo menos um pouco de curiosidade. Me dei mal. Tudo bem, sempre achei filmes de zumbis os piores em termos de terror. Esses monstros são meio estúpidos, sempre se arrastando por aí para comer cérebros. Nunca gostei, em época nenhuma da minha vida. Mesmo assim resolvi arriscar para ver se havia alguma novidade nesse remake mal disfarçado.

Pois bem, então chegamos nesse "Dia dos Mortos" versão 2018. Que filme ruim! Não adianta jogar panos quentes em cima. É pura perda de tempo. A produção é muito ruim, elenco abaixo da crítica e um roteiro que parece amador, de tão mal feito. O filme tem um enredo péssimo. Um vírus escapa do laboratório e se espalha pelo mundo. Sobra apenas algumas pessoas não infectadas. Só que essas pessoas precisam sobreviver ao mesmo tempo em que tentam achar a cura! O mesmo de sempre, só que piorado, bem piorado. Embora seja um filme curto foi penoso chegar em seu final, de tão fraco e ruim que é! Esqueça mais esse plágio disfarçado, procure pelo filme original, feito nos anos 80. Não tem comparação.

Dia dos Mortos (Day of the Dead: Bloodline, Estados Unidos, 2018) Direção: Hèctor Hernández Vicens / Roteiro: Mark Tonderai, Lars Jacobson / Elenco: Sophie Skelton, Johnathon Schaech, Jeff Gum / Sinopse: Jovem estudante de medicina presencia a proliferação de um vírus que transforma todos os infectados em zumbis. No meio do caos que se instala ela consegue chegar em uma base militar onde vivem alguns sobreviventes não infectados. No laboratório desse lugar tentará encontrar um cura para a estranha doença.

Pablo Aluísio.

A Jornada de Hank Williams

Título no Brasil: A Jornada de Hank Williams
Título Original: I Saw the Light
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: Marc Abraham
Roteiro: Marc Abraham, Colin Escott
Elenco: Tom Hiddleston, Elizabeth Olsen, Maddie Hasson, Cherry Jones, Wrenn Schmidt, David Krumholtz

Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Na década de 1950 um cantor de música country nascido no Alabama chamado Hank Williams começa a fazer sucesso após se apresentar em um programa de rádio. Sucesso após sucesso, ele tenta conciliar a fama com seus problemas pessoais e familiares. Algo nada fácil para quem não conseguia superar seu alcoolismo.

Comentários:
Hank Williams não é muito conhecido no Brasil. Nos Estados Unidos porém ele é um verdadeiro ícone da música, em especial da country music. Em sua curta carreira que durou apenas seis anos ele conseguiu o feito de emplacar 36 músicas em primeiro lugar, feito que só seria superado após sua morte por Elvis Presley. Esse bom filme conta parte de sua vida. O foco é mais centrado em sua vida pessoal. Hank era um bom homem que tinha duas fraquezas: as mulheres e as bebidas. Isso colocou fim em seu primeiro casamento e o fez se casar com uma jovem de apenas 16 anos de idade, o que piorou ainda mais sua situação pessoal. Além de ser muito mulherengo, Hawk afundou na bebida. Em determinado momento ele não conseguia mais se apresentar ou gravar nada, por causa de seu alcoolismo crônico. Aliado a isso ele tinha problemas no coração que nunca foram devidamente tratados. Juntando tudo não foi de se admirar que tenha morrido tão cedo. Isso porém em nada abalou seu prestígio no mundo da música porque ele foi realmente grande nesse aspecto. Compôs grandes clássicos e se tornou imortal por suas criações e obras primas. Esse filme assim se propôs a contar parte de sua história. Em termos gerais o fez de forma muito eficiente. Para quem gosta da história da música norte-americana se torna mesmo um item indispensável.

Pablo Aluísio.

Nosso Louco Amor

Mais uma comédia romântica estrelada pela atriz Drew Barrymore. Como uma autêntica Barrymore, com longa linhagem de atores problemáticos em sua família, ela também foi uma garota da pesada, bebendo muito, usando drogas, botando pra quebrar. Isso na vida real. Nas telas de cinema ela geralmente interpreta mocinhas mais ou menos inocentes (ela tem carinha de anjo, mas não seria muito convincente interpretando heroínas puras, vamos convir). Nesse filme aqui ela contracenou com o Luje Wilson, um ator muito sem sal. Ele tenta dar certo com Drew em cena, mas a diferença entre eles é tão grande que não dá para comparar. Em pouco tempo ele vai para a sombra dela e não sai mais de lá, até o fim do filme.

O enredo é meio confuso e demora para pegar no tranco. O Luke interpreta um sujeito que vai atrás da amante do próprio padrasto. Quem interpreta a garota é justamente a senhorita Barrymore. Mas aí surgem dois "probleminhas". O primeiro é que a garota está grávida! O segundo é que ele acaba se apaixonando por ela! Enfim, uma típica fita romântica leve, com doses de humor, do cinema americano. Por fim uma curiosidade. Recentemente foi lançado um box nos Estados Unidos com três filmes. "Vida de Solteiro" com a gatinha Bridget Fonda, "Mickey Olhos Azuis" com o Hugh Grant e esse aqui que comentei, o filme da Drew. Qual é a ligação entre os filmes? Bom, são comédias românticas dos anos 90. Um box especialmente montado para jovens nostálgicos. É isso!

Nosso Louco Amor (Home Fries, Estados Unidos, 1998) Direção: Dean Parisot / Roteiro: Vince Gilligan  / Elenco: Drew Barrymore, Luke Wilson, Catherine O'Hara, Shelley Duvall / Sinopse: Dorian Montier (Luke Wilson) é um cara comum que acaba se apaixonando pela mulher errada, a própria amante do padrasto, uma garota radiante chamada Sally Jackson (Drew Barrymore). Pior do que isso, ele também descobre que ela está grávida! E agora, como conciliar tantos conflitos e problemas?

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

MIB: Homens de Preto - Internacional

Título no Brasil: MIB: Homens de Preto - Internacional
Título Original: Men in Black: International
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Sony Pictures
Direção: F. Gary Gray
Roteiro: Matt Holloway, Art Marcum
Elenco: Chris Hemsworth, Liam Neeson, Emma Thompson, Tessa Thompson, Rebecca Ferguson, Kumail Nanjiani

Sinopse:
Uma nova dupla de agentes formada por H (Chris Hemsworth) e M (Tessa Thompson) precisa evitar que uma arma poderosa caia nas mãos de uma raça de alienígenas violentos, que desejam conquistar o universo.

Comentários:
Sete anos depois do último filme da franquia MIB, os estúdios decidiram trazer de novo os homens de preto ao cinema. Para isso a dupla original dos filmes anteriores formada por Will Smith e Tommy Lee Jones foi dispensada. Como tem acontecido com uma certa frequência aqui os produtores decidiram retomar uma nova série de filmes. Ao custo de 110 milhões de dólares a fita decepcionou nas bilheterias. Nem mesmo a contratação de atores classe A para atuarem como meros coadjuvantes (caso de  Liam Neeson e Emma Thompson) serviu de atrativo para o público. O fato é que os novos agentes não empolgaram. A atriz Tessa Thompson é sem carisma, antipática e não agradou. Já o "Thor" Chris Hemsworth até se esforça, tenta agradar, mas não consegue levar o filme sozinho nas costas. Os vilões são genéricos. O enredo também não traz novidades, é bobo e derivativo. Nada do que já não tenha sido explorado nos filmes anteriores. E o pior de tudo: os efeitos especiais não são tão bons como era de se esperar. Há menos criaturas e menos imaginação nas cenas digitais, o que se tratando de MIB é o fim da picada. Enfim, parece que a franquia está esgotada no cinema. Apenas um diretor muito talentoso e um roteiro melhor poderiam revitalizar essa franquia, algo que definitivamente não aconteceu nesse quarto filme.

Pablo Aluísio.

A Autópsia

Título no Brasil: A Autópsia
Título Original: The Autopsy of Jane Doe
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: IM Global, Impostor Pictures
Direção: André Øvredal
Roteiro: Ian B. Goldberg, Richard Naing
Elenco: Brian Cox, Emile Hirsch, Ophelia Lovibond

Sinopse:
Um corpo de uma mulher chega no setor de necropsia onde trabalha Tommy (Brian Cox) e seu filho Austin (Emile Hirsch). O cadáver estava enterrado no porão de uma casa. Não há informações sobre quem teria sido aquela pessoa. Por isso ela é denominada de Jane Doe. Após sua chegada ao morgue começam uma série de estranhos eventos, alguns de origem sobrenatural.

Comentários:
Filmes como esse sempre terão apelo junto aos fãs de filmes de terror. A trama é bem simples. Temos um corpo, um legista e seu filho, uma sala de necropsia e uma tempestade que se forma lá fora. Conforme o legista vai examinando o corpo da mulher ele vai descobrindo coisas estranhas, como escritos feitos na parte interna de sua pele. Parece bruxaria e ocultismo, aliás só parece não, é de fato isso mesmo, magia negra, coisa da pesada. O filme investe no suspense e na tensão. Lá pela terça parte final perde um pouco de impacto, porque vão se tornando óbvias demais as soluções tiradas da cartola pelo roteiro, mas em nenhum momento ficamos com a sensação ruim de estarmos perdendo tempo. Pelo contrário. Tudo é bem construído e apesar do desfecho, digamos, convencional e comerciai, ainda vale a pena conhecer esse pequeno filme de terror que conseguiu um feito e tanto aqui em nosso país, ser lançado nos cinemas, no circuito comercial. Isso sem fazer parte de nenhuma franquia de terror mais conhecida. Nada mal para um corpo sem nome e sem identificação.

Pablo Aluísio.

MIB: Homens de Preto

Título no Brasil: MIB - Homens de Preto
Título Original: Men in Black
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Barry Sonnenfeld
Roteiro: Ed Solomon
Elenco: Tommy Lee Jones, Will Smith, Linda Fiorentino, Vincent D'Onofrio, Rip Torn, Tony Shalhoub

Sinopse:
Dois agentes de uma agência governamental ultra-secreta conhecida apenas como MIB ou "Homens de Preto" livram o planeta Terra da escória do universo. Para isso usam das mais modernas armas tecnológicas disponíveis. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Maquiagem.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme com os personagens dos quadrinhos "MIB". Hollywood, meus caros, consegue reciclar praticamente tudo em termos de cultura pop. Veja o caso desse filme. Os produtores decidiram adaptar para o cinema uma revista em quadrinhos bem underground, que quase ninguém conhecia. O conceito era divertido e com bons efeitos especiais poderia funcionar no cinema. E como funcionou... pois foi um grande sucesso de bilheteria, a ponto de dar origem a uma nova franquia com mais três filmes sendo produzidos depois. Esse original é bacana porque apresentou todo o universo dessa estranha agência que localiza, prende e caça ETs que fogem de seus planetas para escapar em direção ao nosso planeta. Tudo isso levado não em um tom de seriedade, de ficção que se leva muito à sério. Nada disso, tudo tem um humor bem debochado mesmo, inclusive na concepção dos aliens, que no fundo não passam de figuras de cartoon. Como foi o primeiro filme e como eram os anos 90 acabei me divertindo bastante no cinema. Afinal era um filme pipoca bem produzido que refletia a cultura pop da época. Mais um sucesso na carreira de Will Smith, considerado o "Rei do verão" das bilheterias americanas. Nesse caso ele havia acertado novamente.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 15

As filmagens de Giant (Assim Caminha a Humanidade, no Brasil) foram longas e cansativas. Para piorar elas foram realizadas em pleno verão, no escaldante sol do Texas. O diretor George Stevens tinha um jeito próprio de filmar. Ele colocava várias câmeras filmando ao mesmo tempo para depois escolher apenas os melhores ângulos que entrariam no corte final. Isso se tornava um inferno nas mãos dos editores já que a edição ficava triplamente complicada. Por essa razão James Dean jamais teria a oportunidade de assistir ao seu último filme. Após o fim das filmagens o material ficou por mais de um ano e meio na sala de edição da Warner Bros e nesse meio tempo Dean sofreria o acidente fatal que o vitimou com apenas 24 anos de idade. Curiosamente a última cena rodada pelo ator era uma em que ele aparecia usando forte maquiagem, aparentando ser um homem bem mais velho, angustiado e corroído pelo fato de nunca ter conquistado a mulher de seus sonhos (que era interpretada por Elizabeth Taylor).

Uma grande ironia do destino já que Dean jamais teria a oportunidade de envelhecer como seu personagem. Outro aspecto interessante aconteceu porque pela primeira vez em sua carreira no cinema ele teria que interpretar um homem embriagado. Diante do diretor assistente o ator disse que a única forma de interpretar alguém bêbado de forma convincente era tomar um porre. Após tomar meio litro de whisky, Dean surgiu no set, totalmente alto! A cena se revelaria grandiosa na tela, mas na realidade foi um tormento e um desastre para ficar pronta. Dean, completamente de fogo, esqueceu a maioria das falas e quase não conseguiu terminar a sequência. Stevens não se importou, mandou as câmeras filmarem sem interrupção e no final, na sala de edição, conseguiu dar um jeito para que todas as partes apresentassem uma lógica narrativa.

Livre do filme, mas ainda precisando retornar ao estúdio para dublar determinadas falas que não ficaram bem, por motivos técnicos (algo que só seria realizado pelo amigo Nick Adams após a morte de Dean), o ator resolveu se dedicar ao que mais gostava: correr e participar de corridas amadoras pela região. O último encontro com o diretor George Stevens foi cordial, apesar de tudo. James Dean passou o tempo todo brigando com ele por causa da diferença de visão que ambos tinham sobre a melhor atuação possível. Stevens determinava o que queria, mas Dean, muito intuitivo, acaba fazendo o que ele bem entendia. Desse choque de visão acabou surgindo uma das melhores atuações da década, o que valeria a Dean a indicação póstuma ao Oscar. Ao veterano cineasta Dean se despediu dizendo: "Agora podemos dar as mãos, eu não preciso mais de você e nem você de mim. Espero que as pessoas gostem do filme" ao que Stevens respondeu secamente: "Sim, eles gostarão". Depois disso o ator subiu em seu Porsche e pegou estrada. No caminho conversando com seu mecânico particular confessou: "Não sei o que esperar desse meu último filme".

Por essa época todos em Hollywood já sabiam que James Dean era o grande nome do momento. Em pouco tempo ele certamente se tornaria um astro. Havia um certo protocolo, como fazer capas de revistas e dar entrevistas para os jornalistas especializados em cinema, mas Dean ignorou tudo isso. Em um sinal de boa vontade resolveu participar brevemente de um programa de TV, dando uma pequena, mas importante entrevista. Antes de ir embora o entrevistador perguntou a Dean se as pessoas precisavam tomar mais cuidado ao dirigir em alta velocidade. Com seu jeito peculiar de ser Dean disse: "É isso aí, tenham cuidado ao volante, assim vocês poderão salvar vidas... inclusive, quem sabe, talvez até a minha!".

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 14

Assim que começaram as filmagens de Giant (Assim Caminha a Humanidade, no Brasil), James Dean logo viu que teria problemas. O diretor George Stevens pertencia a uma outra escola, muito tradicional, onde não eram aceitas improvisações sobre o que estava no roteiro e no script. Ao contrário dos diretores anteriores, com os quais Dean se deu muito bem por causa do processo criativo, nesse novo filme ele deveria andar na linha, com disciplina sobre o que estava escrito. Na primeira semana de gravação Dean reclamou que ficara o tempo todo em sua cadeira, vendo "Rock Hudson se apaixonar por Elizabeth Taylor". Isso aconteceu porque Stevens procurava filmar as cenas em ordem cronológica e em razão disso James Dean não tinha nenhuma tomada programada.

Ele achou tudo um enorme tédio. Enquanto Rock e Liz trabalhavam, Dean ficava em seu acento, fazendo nós em sua corda de vaqueiro. Depois de três dias nisso o jovem ator rebelde chutou o balde e resolveu desaparecer do set. Ao invés de acompanhar a cena de outros atores ele preferiu ficar ao lado dos extras cowboys que faziam parte do elenco de apoio. Nem precisa dizer que isso acabou enfurecendo George Stevens. O veterano cineasta queria que Dean acompanhasse tudo, para assim entrar no clima da história. Dean pensava diferente. Para ele ficar acompanhando as filmagens de outros atores poderia atrapalhar sua performance. Ele queria ser espontâneo e não disciplinado. Além disso não estava disposto a abrir mão da linha de trabalho em que acreditava.

A diferença de visão sobre atuação e o aparente desinteresse de Dean pelo filme acabou criando uma tensão no set. Depois de inúmeras brigas e discussões, onde Dean teria xingado Stevens de "idiota" a relação entre eles azedou de vez. Mal se dirigiam a palavra uma ao outro. No máximo Stevens dava um bom dia a Dean que mal respondia, vociferando algo que ninguém entendia. Para uma amiga de Nova Iorque James Dean confidenciou em uma carta cheia de sinceridade: "Sinceramente todos me odeiam no set. O diretor não suporta ouvir nem meu nome. Rock é um grandalhão sem expressão. Estou na merda! Gostaria muito de voltar para Nova Iorque, para meus amigos, para o teatro... mas não posso! Esses caras da Warner me processariam e eu ficaria duro!". A única pessoa da equipe que parecia se dar bem com James Dean era a estrela Elizabeth Taylor. Liz tinha muita experiência em lidar com jovens atores de formação na costa leste como Dean. Ela já havia se dado muito bem com o problemático Montgomery Clift no passado e sabia que Dean não era muito diferente dele. Em pouco tempo ambos eram grandes amigos. Para Liz, Dean confidenciou: "Você é uma pessoa linda! O meu problema é que também gosto de pessoas más". Quando a situação ficava intolerável o diretor Stevens pedia a Liz que desse alguns conselhos a Dean, que curiosamente parecia seguir as dicas e opiniões da colega.

Já com Rock Hudson as coisas não fluíram bem. Eles se deram mal desde o começo. Na verdade James Dean tinha pouco respeito com galãs ao estilo de Rock, que no fundo era apenas um tipo bonitão que não tinha muita formação dramática. Rock havia sido criado pela fábrica de astros da Universal e nunca tinha pisado em um palco de teatro na vida. Esse histórico fazia com que Dean não o levasse muito à sério. Além disso a diferença de altura entre eles começou a incomodar Dean que se referia a ele como um "poste", uma piada que tinha dois sentidos, uma em relação ao 1.90m que Rock ostentava e outra em direção a pouca expressividade de Hudson. Dean que era considerado um baixinho ficou bem desconfortável ao ter que contracenar com alguém tão alto como Rock. Para piorar o próprio Rock começou a também ironizar James Dean e seu método de trabalho. Ele chegou a afirmar: "James Dean era do tipo miúdo! Antes de entrar em cena ele dava pulos, corria e fazia todo tipo de exercício que tinham lhe ensinado em Nova Iorque! Eu achava aquilo tudo bem estranho e para falar a verdade tudo me parecia um circo, uma palhaçada".

Pablo Aluísio.

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 13

Assim que Dean se tornou um nome quente em Hollywood, ele começou a ter mais e mais problemas com os executivos da Warner Bros. Isso porque o estúdio estava acostumado a exercer grande controle sobre seus astros, determinando tudo em suas vidas, algo que James Dean simplesmente não aceitava. Para ele aquilo era apenas um trabalho e não uma escravidão, ninguém tinha o direito de dizer o que ele faria em sua vida particular. Afinal de contas ele era um rebelde e se recusava a se tornar um marionete nas mãos de Jack Warner ou quem quer que fosse. Depois que "Juventude Transviada" foi finalizado, Dean se mandou rumo a uma corrida amadora em Salinas. Ele comprou um carro novo, ideal para corridas de alta velocidade, e se inscreveu no maior número de competições possíveis.

Embora fosse legal a oportunidade de praticar um esporte, a Warner entendeu que Dean mais cedo ou mais tarde se espatifaria numa corrida dessas. A Warner enviou um agente para acompanhar uma desses Grand Prix e ele informou ao estúdio que Dean dirigia mal, era míope e imprudente nas pistas. Era a mais pura verdade. A simples menção de que Dean participaria de uma prova já deixava os outros pilotos preocupados e apreensivos. O ator não estava interessado em dirigir prudentemente, pois ele geralmente fazia ultrapassagens perigosas, manobras arriscadas e posicionamentos suicidas. Isso levou Dean a ter vários desafetos nessas competições. Certa vez um piloto foi colocado fora da pista pelas maluquices de Dean. Quando a corrida acabou ele foi tomar satisfações e ambos saíram no soco, ali, bem na frente do público. Dean tirou seu capacete e foi pra cima do outro sujeito. A pancadaria que se seguiu foi generalizada e Dean acabou sendo banido daquela corrida para sempre.

Outro problema detectado pela Warner foi na própria vida pessoal do ator. Ele gostava de variar, se encontrado com homens, depois com mulheres e depois voltando a sair com homens novamente. A um amigo pessoal Dean confessou: "Ser bi aumenta em duas vezes a chance de você conhecer alguém interessante. Não estou preocupado em valores ultrapassados". Para piorar James Dean encontrou uma turma que gostava de misturar sexo com dor. Eram masoquistas. James Dean, no fundo um garoto caipira de Indiana, achou que aquilo era o máximo da libertinagem. Obviamente se sentiu atraído pelas essas práticas exóticas no mesmo momento. Não tardou e ele começou a se entrosar com aquela estranha turma, se tornando popularmente conhecido entre eles como "James Dean, o cinzeiro humano" pois curtia que cigarros acessos fossem apagados em seu peito durante o ato sexual. Os executivos ficaram bem preocupados com a vida libertina de seu jovem (e valioso) contratado. Algumas medidas foram tomadas para esconder isso da imprensa. Dizem que até jornalistas foram comprados para não escreverem sobre isso em suas publicações sensacionalistas. Dean porém deu de ombros e continuou com suas práticas sexuais bizarras. Segundo algumas biografias ele teria inclusive participado de uma orgia sadomasoquista na noite anterior ao dia de sua morte, naquele acidente terrível.

Para acalmar um pouco os ânimos Dean resolveu sair com algumas atrizes, para diminuir um pouco as fofocas de que era gay! A escolhida foi Ursula Andress, a bonita loira nascida na Suíça, que vinha fazendo grande sucesso em Hollywood. Os dois saíram muitas vezes juntos e foram vistos em várias festas da indústria, mas Dean nunca chegou a se acertar completamente com ela. Anos depois Ursula contaria sobre o suposto romance: "Era estranho. Dean me ligava e dizia que iria sair comigo. Não perguntava se eu queria sair com ele! Eu estava interessada nele, é claro, mas desde o começo ele me pareceu meio estranho. Tinha hábitos fora do comum, como não ter educação e se comportar de forma selvagem em ambientes chiques. Uma vez tirou a camisa numa festa onde o traje era a rigor. Noutra mandou os convidados se calarem pois queria ouvir os ruídos da noite! Nunca nos assumimos como namorados e ele não parecia se importar com o que eu sentia. Ele tinha um senso de humor meio doentio e a gente se provocava. Uma vez me confessou que gostaria de levar para cama qualquer pessoa que achasse atraente, mesmo que não fosse uma mulher! Um dia ele simplesmente sumiu e não deu mais notícias e assim nosso suposto romance chegou ao fim. Foi o relacionamento mais esquisito que tive em minha vida".

A verdade é que James Dean não estava interessado em assumir romances com atrizes de Hollywood. Na verdade ele não tinha muito respeito por elas. Criado no meio teatral em Nova Iorque, onde atrizes talentosas ganhavam a vida nos palcos da cidade, ele considerava as atrizes de Los Angeles meros enfeites de beleza. Dean também desprezava as garotas que iam para a cama com os produtores para ganhar personagens em filmes importantes. Uma vez disparou para uma das atrizes coadjuvantes de um de seus filmes: "Quantos pirulitos você teve que chupar para estar aqui nessa cena?" Ele costumava dizer que as únicas atrizes que realmente respeitava era as de Nova Iorque, da costa leste. Essas eram realmente lutadoras. As starlets de estúdios de Hollywood eram, em sua opinião, na maioria das vezes apenas "putas bonitas sem caráter". Curiosamente Dean assinaria em breve sua participação em mais um grande filme Hollywoodiano  chamado "Assim Caminha a Humanidade" onde teria que contracenar com um dos maiores símbolos de estrelismo da indústria do cinema, Elizabeth Taylor. Será que ele se daria bem com uma estrela daquela envergadura, uma atriz que nunca havia pisado em um palco de teatro na vida? Que conquistara seus papéis no cinema apenas por sua beleza extrema? Só o tempo poderia trazer as respostas...

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 12

Após o fim das filmagens de "Juventude Transviada" James Dean pegou o primeiro avião para Nova Iorque. Dean queria ir embora de Los Angeles o mais rapidamente possível. Ele só tinha queixas a falar para seus amigos e colegas atores da big apple. Para Dean se fazia pouca arte em Hollywood e muito comércio. Ele odiava ter que lidar com agentes, produtores e executivos que na sua opinião "não passavam de um bando de idiotas!". Para James Dean a verdadeira realização para um grande ator viria nos palcos, no teatro, e não no cinema que ele considerava uma forma de arte menor. E nada melhor para um profissional como ele do que estar na capital mundial do teatro, que era justamente Nova Iorque. Não havia cidade no mundo que ele não amasse mais. Em New York ele tinha toda a cultura do mundo aos seus pés. Se quisesse ler livros raros bastaria dar uma passadinha na maior biblioteca dos Estados Unidos, logo ali a 20 minutos de caminhada de seu apartamento. Se desejasse assistir a uma peça bastava virar a esquina. A Broadway fervilhava de peças maravilhosas e todos os grandes atores, diretores, autores e escritores circulavam pela cidade.

Assim James Dean passava o dia passeando pela metrópole, absorvendo todo aquele clima maravilhoso de arte e cultura em cada canto da cidade. Nas tardes gostava de passar pelo Actors Studio onde reencontrava seus professores a fazia novas amizades com os alunos novos da mais conceituada escola de arte dramática dos Estados Unidos. Havia também encontros inesperados e surpresas muitas vezes constrangedoras. Enquanto almoçava em um pequeno restaurante da quinta avenida Dean esbarrou acidentalmente com Rogers Brackett, o homem com quem vivera no começa de sua carreira. Naquela época Dean não tinha onde morar e nem onde viver. Estava desempregado e sem um tostão, sem maiores alternativas resolveu ir morar no chic apartamento de Brackett. Curiosamente agora as posições sociais estavam invertidas. Enquanto Dean crescia na carreira, Brackett passava por dificuldades financeiras após ser demitido do emprego de publicitário onde havia trabalhado por anos e anos.

A conversa entre ambos foi tensa. Dean obviamente não queria que ninguém soubesse que ele havia morado com um homem em seu passado - isso certamente destruiria sua carreira em Hollywood caso a imprensa soubesse. Já Rogers não temia esse encontro, até porque seu longo relacionamento com Dean era de conhecimento notório entre seus amigos homossexuais. O bate papo começou com amenidades, com Dean afirmando que estava se "prostituindo" em Hollywood por causa dos excelentes cachês que a Warner lhe pagava. Em determinado momento Rogers abriu o jogo com Dean e lhe contou que estava com sérios problemas financeiros, correndo o risco de ser despejado de seu apartamento na cidade. Dean não se comoveu, então Rogers resolveu lhe pedir dinheiro emprestado diretamente, já que ele estava em ascensão em Hollywood e grana certamente não lhe faltava. O pedido de ajuda de seu ex-namorado surpreendeu James Dean. De forma áspera acabou respondendo que não iria lhe emprestar dinheiro, por um motivo muito simples: "As putas não devem pagar e sim os clientes!". O comentário rude por parte de Dean foi imediatamente entendido por Rogers, afinal em muitas ocasiões enquanto dividiam o mesmo teto no passado, Dean havia lhe dito que não passava de ser sua puta particular. Depois da baixaria Dean resolveu então ir embora.

Esse modo de agir não seria encarado como uma novidade entre pessoas que conviviam e eram do círculo de amigos de Dean em Nova Iorque. Ele agia muitas vezes de forma rude, sem meias palavras. Quando voltou a Nova Iorque ele prontamente foi bombardeado por telefonemas de amigos que havia feito em seus tempos de Actors Studio. Vários deles estavam desempregados, trabalhando como garçons ou mensageiros de hotel para sobreviver. Muitos procuravam por uma forcinha por parte de Dean para arranjar trabalho na costa oeste. Quem sabe ele não poderia lhes arranjar algumas pontas ou personagens em filmes da Warner Bros... O ator porém deixou bem claro que não iria arranjar papéis para ninguém e nem arranjaria pontas ou algo parecido em filmes de Hollywood. "Não vou arranjar trabalho para ninguém!" - desabafou quando encontrou Dizzy, uma de suas melhores amigas em Nova Iorque.

Dizzy era uma garota na faixa de seus 23 anos que tinha criado um vínculo muito forte com Dean. Ela tinha estudado para ser atriz, mas depois se encantou com as artes plásticas e vivia em Nova Iorque vendendo seus quadros para galerias de arte especializadas em jovens artistas. Nos fins de semana ganhava uns trocados se apresentando em companhias de dança da cidade. Para Dizzy as artes eram essenciais como a própria respiração e por isso ela procurou estudar todas elas. James Dean a adorou desde a primeira vez que conversaram. De fato foi a grande amiga de Dean em Nova Iorque até sua morte. A aproximação logo se tornou irresistível para Dizzy, mas Dean a confrontou dizendo: "Querida, eu adoro estar ao seu lado, mas isso não quer dizer que queira ser seu namorado. Espero que entenda isso. Eu iria magoar você, tenha certeza disso. Eu gosto de meninas, mas também de meninos. Não quero que você sofra por isso". Dizzy foi uma das poucas pessoas que Dean falou abertamente sobre sua bissexualidade. Ele gostava tanto dela como amiga que resolveu deixar tudo claro para evitar maiores mal-entendidos. Foram amigos até o fim da vida de Dean.

Pablo Aluísio. 

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 11

Para não contrariar seu pai, Dean continuou frequentando o curso de Direito na UCLA. Morando em uma fraternidade no campus ele tinha liberdade suficiente para ir atrás do que realmente gostava. E Dean não gostava de leis e decisões judiciais, mas sim de teatro e artes cênicas. Assim sua presença foi ficando cada vez mais rara no departamento jurídica e cada vez mais presente entre os alunos aspirantes a atores.

Dean também começou a participar de grupos amadores de teatro. Era comum na época pessoas comuns participando de peças de teatro montados e encenados dentro da própria comunidade. Donas de casa, advogados, enfermeiras, todos podiam ter a chance de subir em um palco e ser um ator por um dia. James Dean viu aí uma boa oportunidade de começar por algum lugar. Em pouco tempo estava fazendo parte de grupos desse tipo.

Conforme o tempo foi passando suas notas em Direito foram desabando. Depois de um tempo nesse impasse James resolveu jogar tudo pela janela. Abandonou o curso e consequentemente a fraternidade do qual fazia parte. Era onde ele morava, sem o curso de Direito James Dean estaria literalmente no meio da rua, até porque seu pai também havia ficado irado com sua decisão de largar tudo. Mesmo com essa pressão, Dean resolveu abandonar a UCLA. Ele sabia, em seus pensamentos, que não tinha futuro nessa area.

Depois que Dean largou a faculdade o seu relacionamento com seu pai, que já era frio e distante, ficou ainda pior. Não parecia haver volta para a relação entre pai e filho. Durante um tempo James Dean pensou em ir para Nova Iorque, onde estavam as melhores escolas de atuação do mundo, mas ele não tinha grana nem para a viagem. Sem ter onde morar, sem emprego, sem universidade, esse parecia um dos piores momentos de sua vida. Além do mais Dean não queria voltar para Indiana, para a casa de seus tios. Seria aceitar uma derrota. Foi então que Dean começou a procurar um emprego, qualquer um, para tentar se manter em Los Angeles, até conseguir algo melhor ou conseguir transformar seu sonho de ser ator em realidade.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de julho de 2019

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 10

Em Nova Iorque James Dean finalmente encontrou a liberdade que tanto procurava. Na cidadezinha onde nasceu e cresceu todos cuidavam da vida dos outros. Não se podia dar um pequeno passo sem que isso se tornasse a fofoca da cidade. Já em Nova Iorque, uma metrópole, ninguém queria saber da vida de ninguém. Dean podia seguir seus próprios passos sem se importar com o que os outros iriam dizer. Liberdade, acima de tudo. Era o que ele tanto procurava.

Além disso a cidade fervilhava artisticamente. Não era apenas a arte dramática. Havia poetas, artistas plásticos, escritores, todos os tipos de artistas que se podia imaginar. James Dean assim passou a cultivar amizades com toda essa gente. Seu passatempo preferido passou a frequentar um café perto do Actors Studio, onde ele passou a conhecer a classe artística de NYC. E apesar de ser bem jovem, Dean decidiu que não queria apenas atuar, ele queria tudo o que pudesse alcançar.

Não demorou muito e James Dean se matriculou nos mais diversos cursos de arte. Chegou até mesmo a estudar ballet! Isso seria impensável em Indiana, naquela sociedade rural e atrasada, onde isso era coisa de afeminados. Em Nova Iorque obviamente ninguém pensava assim. Ser bailarino era apenas mais uma chance de aprender uma nova expressão artística. Na dança James Dean acabou encontrando uma forma de aliviar o stress, a tensão do dia a dia. Foi uma experiência que ele gostou bastante.

Além disso se expressar com o corpo era algo essencial para um bom ator. No próprio Actors Studio os jovens atores eram incentivados a aprenderam canto, dança moderna, tudo que pudesse a desenvolver melhor a expressão corporal. Uma forma de ir fundo na arte dramática. Além disso todos os estudantes eram também incentivados a procurar por bons livros, grandes clássicos da literatura antiga e moderna. Ter cultura era essencial para se tornar um bom ator. Afinal ter base cultural era o primeiro passo para ser um grande artista em qualquer área que se abraçasse..

Pablo Aluísio.