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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Star Wars: O Despertar da Força

O texto contém spoiler. Assim se você ainda não assistiu ao filme aconselho que não siga lendo as linhas a seguir. Pois bem, o filme já começa no velho estilo tradicional da saga, com os letreiros explicativos e a trilha sonora de John Williams que qualquer cinéfilo reconhece já nos primeiros acordes. O último cavaleiro Jedi vivo, Luke Skywalker (Mark Hamill), está desaparecido. Seu paradeiro é desconhecido. A localização exata de onde se encontra passa a ser uma questão crucial para a resistência e a Primeira Ordem (uma espécie de herdeira do Império, a representação concreta e atual do lado negro da força). Um mapa mostrando onde ele estaria é colocado em um pequeno droide em uma nave rebelde. Quando essa cai em um planeta deserto tudo parece perdido. O robozinho denominado BB-8 porém consegue escapar e sai a esmo pelo meio do deserto, encontrando casualmente a jovem Rey (interpretada pela bonita atriz inglesa Daisy Ridley).

A partir daí sua vida mudará para sempre pois ela acaba se tornando alvo das tropas imperiais, ao mesmo tempo em que tenta entender tudo o que começa a acontecer em sua nova vida. Esse é o sétimo filme da série "Star Wars" e de maneira em geral tem sido muito bem recebido por público e crítica. Já no seu primeiro fim de semana o filme alcançou uma bilheteria histórica chegando perto de bater o meio bilhão de dólares arrecadados (isso em praticamente apenas três dias de exibição!). Pelo visto a franquia continua tão cultuada e popular mesmo após a fraca trilogia anteriormente lançada. O segredo do diretor e roteirista J.J. Abrams foi usar a trilogia original como referência, tanto em termos de roteiro como em efeitos especiais, direção de arte, figurinos, cenários, etc. Isso acabou agradando em cheio aos fãs mais antigos ao mesmo tempo em que abre portas para conquistar uma nova geração de seguidores da saga. Além disso não podemos ignorar o fato de que os personagens originais como Han Solo, Luke Skywalker, a Princesa Leia e tantos outros estão de volta, completando o ciclo de nostalgia dos espectadores mais veteranos. Claro que o tempo impôs sua marca em cada um dos atores, mas isso não chega a ser um problema, pelo contrário, acaba sendo algo muito charmoso até, mostrando as marcas do tempo também em relação aos personagens que nos primeiros filmes eram em sua maioria apenas jovens em busca de aventuras.

Dito isso devo dizer que também existem problemas em "Star Wars: O Despertar da Força". A impressão que tive em todo o desenrolar da trama foi que J.J. Abrams ficou tão obcecado com a trilogia original que esqueceu de trazer coisas novas para esse novo episódio. Na verdade se formos prestar bem a atenção veremos que esse roteiro não passa de um genérico dos roteiros de "Guerra Nas Estrelas" de 1977 e "O Império Contra-Ataca" de 1980. As semelhanças chegam a incomodar. Além do vilão ser uma espécie de imitação barata de Darth Vader, a própria personagem central, Rey, é na verdade uma versão moderna e feminina do Luke dos primeiros filmes. Até nos figurinos isso fica bem claro. Ela tem uma origem humilde (vive de retirar peças velhas de naves destruídas no meio do deserto) e não parece ter um destino promissor pela frente. Tudo muda quando encontra por acaso um pequeno droide que muda sua vida para sempre (em linhas gerais isso é basicamente o que acontece com Luke Skywalker no primeiro filme). Além disso embora o roteiro não deixe muito claro, fica meio óbvio que ela provavelmente seja a filha do próprio Luke. A força se faz presente nela da mesma maneira que fazia em seu pai. Ou seja, a estrutura do roteiro é praticamente a mesma do primeiro filme da franquia, quase sem mudanças.

Voltando ao vilão Kylo Ren (Adam Driver), ele não conseguiu me empolgar em nenhum momento. Fraco, indeciso e nada assustador, ele usa uma máscara genérica que nos remete ao velho Vader, esse sim um personagem que marcou para sempre. Ele é filho de Leia e Han Solo ou seja neto de Anakin Skywalker, mas não pense que tem a força de seu avô. Passa bem longe disso. Nem na cena crucial do filme, quando mata o próprio pai Han Solo, isso parece fazer alguma diferença. Outro fato que prova que o roteiro é muito derivativo de "Guerra nas Estrelas" de 77 é a própria existência de um planeta artificial com poderes de destruição de outros planetas (uma versão turbinada da Estrela da Morte). Será que os roteiristas não tinham mais nada de original para criar? Ficou uma sensação no ar de falta de novas ideias. O sentimento de Déjà vu se tornou inevitável. Mesmo assim, sendo excessivamente derivativo dos primeiros filmes, não podemos negar que o filme é muito divertido, referencial no bom sentido também (nos fazendo trazer uma sensação boa de nostalgia) e sem situações embaraçosas ou constrangedoras (como a presença de um Jar Jar Binks pelo meio do caminho para nos deixar com vergonha alheia). J.J. Abrams fez um belo trabalho e se pecou foi por ser fiel demais às origens de "Star Wars", algo que ele facilmente poderá superar nos futuros filmes. Em termos de comparação poderia dizer que o filme no final das contas fica em um plano intermediário dentro da saga. Consegue ser superior a todos os filmes da segunda trilogia (que não deixou saudades em ninguém), porém não consegue superar nenhum da trilogia original (nem mesmo "O Retorno de Jedi"). Mesmo assim é daqueles filmes que você não pode deixar de assistir no cinema. É um bom retorno de "Star Wars", acima de tudo.

Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: The Force Awakens, EUA, 2015) Direção: J.J. Abrams / Roteiro: Lawrence Kasdan, J.J. Abrams / Elenco: Daisy Ridley, Harrison Ford, Mark Hamill, Carrie Fisher, Adam Driver, Andy Serkis, Anthony Daniels, Max von Sydow, John Boyega, Oscar Isaac / Sinopse: A Primeira Ordem e a Resistência Rebelde disputam um importante mapa que mostraria a exata localização onde estaria o último cavaleiro Jedi vivo, o lendário Luke Skywalker (Mark Hamill). Ele teria desaparecido após tentar treinar um novo cavaleiro Jedi, seu próprio sobrinho, e falhado em seus objetivos pois o rapaz teria sido seduzido pelo lado negro da força tal como seu avô, Anakin Skywalker. Sua localização é colocada como arquivo em um pequeno dróide que vai parar em um distante, isolado e deserto planeta onde acaba indo parar nas mãos da jovem Rey (Daisy Ridley) dando origem a uma grande aventura espacial.

Pablo Aluísio. 

Star Wars - O Despertar da Força

Título no Brasil: Star Wars - O Despertar da Força
Título Original: Star Wars - The Force Awakens
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: Lawrence Kasdan, J.J. Abrams
Elenco: Daisy Ridley, Harrison Ford, Mark Hamill, Carrie Fisher, Max von Sydow
  
Sinopse:
Rey (Daisy Ridley) é um jovem que vive em um planeta deserto, perdido no meio da galáxia. Para sobreviver ela retira velhas peças de naves espaciais destruídas para trocar por ração. A vida é dura, mas ela luta dia a dia por sua sobrevivência. As coisas mudam para valer quando ela salva um pequeno droide da destruição. Ao livrar o robozinho do ataque de um nativo ela descobre que ele carrega uma importante informação dentro de si: o mapa que mostra a localização do mitológico cavaleiro jedi Luke Skywalker (Mark Hamill) há muito tempo desaparecido. A valiosa informação passa então a ser disputada pela Primeira Ordem (herdeira do Império e representante do lado negro da força) e a Resistência Rebelde.

Comentários:
Esse filme marca a volta de "Star Wars" aos cinemas. Depois da péssima última trilogia dirigida e escrita por George Lucas ele resolveu, farto de tantas críticas, vender todos os direitos autorais para a Disney pelo valor de quatro bilhões de dólares. No começo os fãs ficaram meio desconfiados, afinal de contas havia um receio que a saga ficasse ainda mais infantilizada sob comando dos estúdios Disney. Se essa for a sua preocupação pode ficar tranquilo. A contratação do diretor J.J. Abrams se mostrou muito certeira. Ele, claro, preferiu não mexer em muita coisa, optando ao lado do veterano roteirista Lawrence Kasdan, em escrever um roteiro bem referencial aos primeiros filmes. O resultado é um misto de "Guerra nas Estrelas" com "O Império Contra-Ataca". A estrutura do roteiro é basicamente a mesma e a função que os personagens desempenham no enredo nos remete imediatamente aos heróis dos primeiros filmes. Há cenas que praticamente são idênticas, como o decisivo confronto entre Han Solo (Ford) e seu filho, Kylo Ren (Adam Driver), agora seduzido pelo lado negro da força. 

Outras são claras homenagens ao filme original, como quando Han Solo chega em uma obscura taverna onde toca a mesma banda do primeiro "Star Wars". Com efeitos especiais mais discretos e bem realizados, a trama se mostra redondinha, conseguindo se fechar bem sobre si ao mesmo tempo em que deixa portas abertas para as óbvias continuações que virão. A heroína Rey (Daisy Ridley) é um achado, uma espécie de Luke Skywalker de saias. A preocupação em ligar sua vida à de Luke se mostra o grande gancho que no final ligará todos os filmes. No geral, apesar de ser tão derivativo que chega a comprometer sua originalidade e identidade, esse novo filme ganha pontos por ter deixado tudo o que estragou a última trilogia de lado. Não há personagens idiotas (como Jar Jar Binks) e nem excessos de efeitos digitais gratuitos. Tudo parece mesmo no lugar. No final o filme conseguiu agradar não apenas aos fãs veteranos como também à essa nova geração que está sendo apresentada pela primeira vez a esse universo. É Certamente um ótimo pontapé inicial para essa nova trilogia que vem por aí.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Perigo Real e Imediato

Harrison Ford volta ao papel do agente da CIA Jack Ryan nesse terceiro filme da franquia. Só para recordar os outros foram "Caçada ao Outubro Vermelho", "Jogos Patrióticos", "A Soma de Todos os Medos" e o mais recente "Operação Sombra - Jack Ryan". Os roteiros seguem de perto os livros escritos por Tom Clancy. O personagem é basicamente uma versão americana de James Bond, com mais cuidado nas tramas e no realismo das situações, muito embora isso não pareça muito claro. Nessa versão Jack Ryan precisa lidar com um perigoso cartel de drogas colombiano, que parece ter se inflitrado até mesmo dentro das altas esferas do governo americano.

Sempre gosto de escrever que não há maiores problemas nos dois filmes estrelados por Harrison Ford. Para falar a verdade ele se deu muito bem nesse papel. O ator só rompeu com a série por questões puramente financeiras quando estava prester a ir para o terceiro filme. Uma pena. Acabou sendo substituído por Ben Affleck alguns anos depois. No geral vale a pena conferir, principalmente se você gosta de roteiros com muita espionagem internacional e ação desenfreada.

Perigo Real e Imediato (Clear and Present Danger, Estados Unidos, 1994) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Donald Stewart, baseado na obra de Tom Clancy / Elenco: Harrison Ford, Willem Dafoe, Anne Archer / Sinopse: Muita ação e aventura nesse clássico moderno dos filmes de espionagem.  Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Ação.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Força Aérea Um

Título no Brasil: Força Aérea Um
Título Original: Air Force One
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Wolfgang Petersen
Roteiro: Andrew W. Marlowe
Elenco: Harrison Ford, Gary Oldman, Glenn Close

Sinopse:
O presidente dos Estados Unidos James Marshall (Ford) vai até Moscou e lá realiza um discurso contra o terrorismo internacional, expondo a política de tolerância zero que seu país tomará dali em diante sobre o tema. Na volta para casa porém o Air Force One ("Força Aérea Um" - codinome do avião presidencial) é tomado de refém por um grupo extremamente perigoso e armado de terroristas radicais. Todos os passageiros e membros da tripulação se tornam reféns. O presidente porém  resolve enfrentar os criminosos que se apoderaram de seu avião...

Comentários:
Eu fico imaginando um filme desses realizado no Brasil. Nos Estados Unidos eles possuem essa visão bem glamorizada (e romântica) de seus presidentes. São venerados e adorados quase como se fossem lendas da Idade Média. Basta lembrar o carinho que aquela nação tem por alguns líderes da sua história como Lincoln ou Kennedy. No Brasil não existe nada parecido. Nossos presidentes geralmente viram ou alvo de piadas ou de ódio mortal. Na história do Brasil não conheço nenhum presidente que tenha ganho qualquer sentimento minimamente parecido com o que vemos tão frequentemente na América. Se o filme fosse feito no Brasil certamente viraria motivo de chacota e piada. Mas deixemos isso de lado. "Air Force One" foi muito badalado em seu lançamento. Trazia algo novo que seria imitado alguns anos depois em outras produções - a figura do presidente herói, íntegro até o último grau que não hesitava em colocar sua própria vida em perigo para salvar as demais pessoas inocentes. O roteiro é do tipo que não dá trégua ao espectador. Provavelmente tenha sido escrito dessa forma porque se pararmos para pensar sobre o que vemos na tela certamente descobriremos centenas de furos na trama. O ritmo é do estilo "não perca a respiração"! Harrison Ford está menos antipático do que o habitual e o diretor Wolfgang Petersen consegue no mínimo entregar um action movie eficiente. Esse é do tempo em que Harrison Ford era sinônimo de blockbusters e sucessos de bilheteria. Já faz um tempão...

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de junho de 2015

A Incrível História de Adaline

Título no Brasil: A Incrível História de Adaline
Título Original: The Age of Adaline
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Lakeshore Entertainment
Direção: Lee Toland Krieger
Roteiro: J. Mills Goodloe, Salvador Paskowitz
Elenco: Blake Lively, Michiel Huisman, Harrison Ford
  
Sinopse:
Adaline Bowman (Blake Lively) é uma jovem comum de sua época. Ela vive na década de 1930. Sua vida vai muito bem, pois finalmente encontrou o amor de sua vida, um jovem engenheiro que trabalha na construção da grande ponte elevada de San Francisco. Depois de alguns anos de relacionamento feliz e estável ela decide se casar com ele. Dessa união nasce uma linda filha. Sua existência de felicidade acaba mudando repentinamente quando Adaline sofre um terrível acidente de carro. Seu veículo cai em uma barreira, indo parar em um lago logo abaixo, onde Adaline é exposta a uma incrível soma de fatores atmosféricos e físicos que acaba mudando sua estrutura celular, fazendo com que a partir daquele momento seu processo natural de envelhecimento seja interrompido. Com a mudança Adaline começa a conservar sempre a mesma aparência, mesmo com o passar de décadas e décadas de vida. 

Comentários:
Um filme em tom de fábula que nos agradou bastante. Embora em determinados momentos o roteiro queira dar explicações pseudocientíficas em uma incômoda narração em off para o fato da protagonista nunca envelhecer, a verdade é que isso é o de menor importância. O que mais existe de importante nesse argumento é a mensagem de que o envelhecimento faz parte natural do ciclo da vida e que nem sempre esse processo deve ser visto como algo negativo ou algo a se combater. A personagem principal sofre justamente por não seguir o caminho natural de sua existência. Os anos passam e ela fica parada no tempo, com a mesma aparência, sem sinais de envelhecimento. Isso acaba destruindo seu meio social pois de tempos em tempos ele precisa deixar tudo para trás, seus amigos, seus amores e sua vida profissional. Mesmo sabendo que essa mensagem não será captada por todos, principalmente por aqueles mais fúteis que fazem da juventude eterna uma constante obsessão de vida, o que se sobressai de fato aqui é a delicadeza de sua proposta. Afinal de contas unir a beleza dos jovens com a sabedoria dos mais velhos seria mesmo algo muito invejável para o ser humano. Por falar nisso esse foi um dos aspectos que mais gostei do roteiro. Adaline Bowman (Blake Lively) mantém sua aparência jovem, mas ao mesmo tempo consegue convencer plenamente com pequenos gestos, pequenos detalhes de sua personalidade de que fato é uma pessoa bem mais velha e vivida. Seu figurino é sóbrio, conservador e seus modos estão de acordo com o padrão de comportamento da etiqueta de um passado há muito tempo esquecido.

Ela faz parte de uma era em que as mulheres eram verdadeiramente damas, educadas, de fino trato, elegantes no modo de ser e agir. Nada da vulgaridade que impera nos dias atuais. Blake Lively, que você provavelmente se lembre da série "Gossip Girl", se transforma, ao invés da jovem esfuziante daquele programa surge uma mulher elegante, de modos delicados, fala pausada e educada, além daquele olhar de sabedoria ao ter que lidar com pessoas mais jovens. Gostei bastante de seu trabalho de atuação. O roteiro, que repito é bem escrito e desenvolvido, realmente só derrapa um pouco quando ela supostamente se apaixona perdidamente por um rapaz, obviamente bem mais jovem do que ela (e quando digo mais jovem estou me referindo a décadas de diferença!). Em uma situação real será que haveria espaço para a paixão envolvendo duas pessoas em momentos tão diferentes da vida? Acredito que não! Nem sempre pessoas com uma grande diferença de idade entre si realmente conseguem se apaixonar verdadeiramente, isso porque no final a mentalidade e as experiências de vida acabam formando uma barreira quase invisível entre o casal. Uma pessoa mais velha pode até procurar por uma mais jovem, em busca dos encantos de sua beleza, porém jamais conseguirá se igualar a ela em termos de mentalidade, por isso a maioria desses relacionamentos acabam afundando com o passar dos anos. Assim se comportar como uma jovem adolescente, logo para Adaline, que tantas experiências teve ao longo de sua longa vida, soa banal e desnecessário, além de implausível. De qualquer maneira, mesmo com esse pequeno deslize de lógica, o filme ainda agrada bastante. Um bom romance, valorizado pelo seu enredo de realismo fantástico, que certamente vai agradar a muitos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Busca Frenética

Título no Brasil: Busca Frenética
Título Original: Frantic
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Warner Bros
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski, Gérard Brach
Elenco: Harrison Ford, Betty Buckley, Emmanuelle Seigner
  
Sinopse:
O Dr. Richard Walker (Harrison Ford) é um renomado médico americano em Paris que descobre alarmado pela manhã que sua esposa simplesmente desapareceu do hotel onde ambos estão hospedados. Desesperado, Walker ganha as ruas da grande cidade francesa em busca do paradeiro de sua esposa e acaba descobrindo um enorme complô envolvendo intrigas, espionagem, criminosos, drogas e assassinato.

Comentários:
A única parceria entre o diretor Roman Polanski e Harrison Ford. Na verdade a intenção de realizar um filme bem comercial já se mostra bem clara na escolha de Polanski por Ford (naquela altura de sua carreira um dos grandes campeões de bilheteria do cinema americano). Como se sabe Polanski não pode cruzar as fronteiras dos Estados Unidos pois será preso imediatamente, fruto de uma antiga acusação de pedofilia envolvendo seu nome (ele teria tido relações indevidas com uma menor de idade numa festa na mansão de Jack Nicholson). Assim ele só pode rodar seus filmes na Europa. "Frantic" foi rodado nas ruas de Paris, capturando toda a beleza da cidade, resultando em uma bela fotografia. Pena que tirando isso e a beleza da atriz Emmanuelle Seigner (mais uma das musas jovens de Polanski, considerada na época de lançamento do filme "uma nova Brigitte Bardot, que no final das contas não deu em nada) o que resta do filme é um roteiro sem muitas novidades, uma tentativa de realizar um filme americano, com sabor Made in USA, só que rodado na Europa. Sempre considerei o resultado morno demais para ser levado à sério. Na realidade o mais comercial filme de Roman Polanski é também o mais decepcionante em termos cinematográficos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ender's Game - O Jogo do Exterminador

Título no Brasil: Ender's Game - O Jogo do Exterminador
Título Original: Ender's Game
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Gavin Hood
Roteiro: Gavin Hood, Orson Scott Card
Elenco: Harrison Ford, Asa Butterfield, Ben Kingsley, Viola Davis, Hailee Steinfeld

Sinopse:
Cinquenta anos após uma devastadora invasão alienígena o planeta Terra se prepara para uma nova guerra. Ender Wiggin (Asa Butterfield) é um jovem enviado para uma das centenas de escolas de combate existentes ao redor do mundo. O Coronel Graff (Harrison Ford) acredita que ele se tornará um dos novos heróis do conflito que está prestes a explodir. Inteligente e dotado de um senso de estratégia fora do comum, o rapaz parece realmente possuir todos os dons que fazem um grande guerreiro espacial. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Melhor Ator Coadjuvante (Harrison Ford) e Melhor Revelação (Asa Butterfield).

Comentários:
Já não se fazem mais bons filmes de ficção como antigamente. Essa é a primeira coisa que vem a mente após uma sessão assistindo a essa fita. "Ender's Game" tem um público alvo bem específico: os adolescentes entre 13 a 15 anos. O próprio protagonista é um efebo mal saído da puberdade. Claro que para contrabalancear sua falta de experiência o estúdio resolveu escalar dois veteranos, Harrison Ford e Ben Kingsley, mas nem eles conseguem manter o interesse nesse enredo por muito tempo. Por falar na estória temos aqui uma mistura não muito original de vários filmes que você já viu antes. De "Tropas Estelares" temos a mesma situação básica: o planeta Terra sendo invadido por aliens que mais se parecem com insetos gigantes. Sim, eles também estão atrás de nossos recursos naturais. De "Jogos Vorazes" você verá um grupo de jovens lutando entre si jogos mortais de guerra, para enfrentar o maior desafio de suas vidas. Por fim o roteiro tem também um pouco de "Harry Potter" pois o protagonista vai para uma escola de combatentes e lá acaba se afeiçoando por uma outra aluna. 

E claro, há os bonzinhos e malvados entre os estudantes. Não consegui ver nada de muito original nessa produção. O único ponto a realmente elogiar são os bem realizados efeitos especiais, em especial as sequências em um grande centro de treinamento no espaço. Agora, complicado mesmo é engolir o fato de que um mero adolescente, recém saído da academia de guerra, será o verdadeiro salvador de nossa civilização. O roteiro não consegue explicar direito isso, dando explicações bem vazias e sem sentido. O que fica óbvio desde o começo é que os roteiristas forçaram completamente a barra para existir uma identificação direta entre o público adolescente que vai ao cinema e o protagonista do filme. O desfecho da estória também é de um pieguismo sem igual, uma coisa completamente politicamente correta que vai deixar muita gente de estômago virado, tamanha a tolice de sua supostamente importante mensagem! No final das contas é apenas uma diversão ligeira, cheia de efeitos especiais e aborrescentes desconhecidos do grande público. Nada original e com muita pieguice ecológica! Passa longe de ser um grande filme de ficção e muito provavelmente será esquecido em pouco tempo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Os Mercenários 3

Título no Brasil: Os Mercenários 3
Título Original: The Expendables 3
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate, Millennium Films, Nu Image Films
Direção: Patrick Hughes
Roteiro: Sylvester Stallone, Creighton Rothenberger
Elenco: Sylvester Stallone, Mel Gibson, Arnold Schwarzenegger, Harrison Ford, Jason Statham, Antonio Banderas, Dolph Lundgren, Wesley Snipes, Jet Li

Sinopse:
Depois de uma mal sucedida operação, o líder dos mercenários Barney Ross (Sylvester Stallone) decide que talvez tenha chegado o momento de dispensar sua velha equipe de veteranos. Para isso ele então planeja formar um novo time de soldados e combatentes, formado por uma turma bem mais jovem, na flor da idade. Então começa a atravessar os Estados Unidos de ponta a ponta atrás de novos membros para os mercenários. Será que seu plano realmente dará certo? Terceira aventura da série de sucesso "The Expendables".

Comentários:
Muita gente boa reclamou desse terceiro filme da franquia "Os Mercenários". Entre as críticas mais comuns estavam a falta de novidades em seu roteiro e a tentativa de lançar um novo grupo de soldados formados basicamente por atores bem mais jovens - alguns inclusive sem expressividade nenhuma, para dizer a verdade. No geral realmente não há maiores surpresas. Sylvester Stallone, que não é bobo nem nada, resolveu apenas requentar a mesma fórmula que foi utilizada nos dois filmes anteriores. A única ousadia maior foi mesmo apostar na nova geração, mas isso em si não chega a estragar o filme completamente. Já na ala dos veteranos temos as presenças de Harrison Ford, Wesley Snipes e Mel Gibson. Ford não acrescenta em nada, seu personagem não tem qualquer importância e suas cenas não fariam diferença se fossem apagadas na edição final. Snipes já traz um carisma maior e tal como na vida real também interpreta um sujeito recém saído da prisão (o ator foi preso por sonegação de impostos). Dos novatos na franquia a melhor participação vem mesmo de Mel Gibson como o vilão Stonebanks! Claro que no meio de tantos atores e personagens fica mesmo complicado se destacar, mas o velho e bom Gibson consegue marcar presença, justificando sua presença em cena. Em termos de pura ação o roteiro procura se concentrar o máximo possível numa longa e destrutiva batalha envolvendo grupos rivais fortemente armados em um antigo prédio abandonado (típico da era do socialismo no leste europeu). Ali são realizadas as melhores sequências do filme, que se comparado com os anteriores realmente se revela o mais fraco, justificando o velho mito de que filmes de número 3 nunca são muito bons.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Divisão de Homicídios

Título no Brasil: Divisão de Homicídios
Título Original: Hollywood Homicide
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios, Columbia Pictures
Direção: Ron Shelton
Roteiro: Robert Souza, Ron Shelton
Elenco: Harrison Ford, Josh Hartnett, Isaiah Washington

Sinopse:
Dois tiras do Departamento de Homícidios da Polícia de Los Angeles são designados para solucionar a morte de um popular e famoso cantor de Rap. Inicialmente se mostram empenhados em solucionar o crime, mas aos poucos vão conhecendo o mundo dos ricos e famosos, mostrando a realidade milionária dos grandes nomes da indústria fonográfica e musical.

Comentários:
Um filme policial bem fraco e bem decepcionante. Já demonstrava que a carreira outrora tão brilhante e bem sucedida de Harrison Ford já começava a dar sinais de desgaste. O roteiro literalmente atira para todos os lados, mas no final não consegue acertar em nenhum dos alvos. Há uma clara tentativa de unir ação e humor em doses equilibradas, tentando reviver uma fórmula que foi muito bem sucedida na década de 1980. O resultado infelizmente é bem pifío. Harrison Ford não parece empenhado em suar a camisa para o filme funcionar e ao invés disso parece apenas passear em cena, sem muito esforço ou empolgação. Pior é o que acontece com seu parceiro, Josh Hartnett, pois o estúdio tentou transformá-lo em um novo sucesso de bilheteria, sem grande êxito. Só demonstrou que não daria muito certo seguindo nessa linha. Curiosamente o diretor Ron Shelton não é tão mal como aparenta ser nessa fitinha descartável. Ele já havia dirigido coisas interessantes antes como "Blaze - O Escândalo", "O Jogo da Paixão", "Homens Brancos Não Sabem Enterrar" e "A Face Oculta da Lei". Infelizmente o fracasso desse filme foi tão acentuado que sua carreira praticamente acabou em Hollywood depois de seu lançamento. Uma pena.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Os Mercenários 3

Título no Brasil: Os Mercenários 3
Título Original: The Expendables 3
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Nu Image, Millennium Films
Direção: Patrick Hughes
Roteiro: Sylvester Stallone, Creighton Rothenberger
Elenco: Sylvester Stallone, Jason Statham, Arnold Schwarzenegger, Mel Gibson, Harrison Ford, Dolph Lundgren, Wesley Snipes, Antonio Banderas, Jet Li

Sinopse:
Durante uma missão na costa africana o líder dos mercenários Barney Ross (Sylvester Stallone) descobre que um antigo desafeto e inimigo, Stonebanks (Mel Gibson), está vivo e não morto, como ele pensava e para piorar o criminoso está de volta à ativa, comandando uma enorme operação de tráfico de armas usando obras de arte como disfarce para a venda dos equipamentos militares ilegais. Deter Stonebanks agora se torna uma questão de honra para Ross e seus companheiros de combate.

Comentários:
Terceiro e aguardado filme da franquia "The Expendables". A fórmula segue sendo basicamente a mesma, com Stallone à frente dessa reunião de astros de ação dos anos 80. Como aconteceu com os filmes anteriores agora temos novos astros se juntando ao elenco. A primeira novidade vem com Wesley Snipes que curiosamente surge como um recém libertado condenado da prisão (como ele próprio aliás, pois como sabemos passou algum tempo preso por sonegação de impostos). Harrison Ford é outra novidade, interpretando um supervisor da CIA. Na realidade ele não tem muito o que fazer em cena, sendo visivelmente o astro mais envelhecido de todo o elenco. Já o velho e bom Mel Gibson está bem melhor como o vilão Stonebanks! O interessante é que embora tenha sido um dos astros mais famosos e populares da década de 80, nunca havia trabalhado antes com a grande maioria do elenco. Sempre foi um lobo solitário na carreira (assim como Chuck Norris). Acaba se saindo muito bem, injetando mais uma vez seu carisma em seu personagem, mesmo sendo ele o antagonista do enredo. 

Por fim no quesito resgates de estrelas do passado temos Antonio Banderas que surge como mero alívio cômico, pois seu personagem não consegue parar de falar, tagarelando o tempo todo. Ao final de "Os Mercenários 3" chegamos em algumas conclusões. A primeira é a que o estúdio tenciona levar a franquia em frente e por isso escalou todo um elenco jovem de apoio, como se fossem a nova equipe do personagem de Sly. Já que os atores originais já estão ultrapassando os 70 anos de idade é bom garantir uma sobrevida para a marca. A segunda conclusão a que chegamos é que se o roteiro não consegue ser grande coisa a diversão é certamente garantida, mostrando que todos esses heróis de ação podem estar velhos, mas não acabados, pois ainda conseguem justificar plenamente o preço de uma entrada de cinema. Assista e se divirta, já que não irá se arrepender de reencontrar todos esses antigos ídolos das telas.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de julho de 2014

Jogos Patrióticos

Título no Brasil: Jogos Patrióticos
Título Original: Patriot Games
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: W. Peter Iliff
Elenco: Harrison Ford, Sean Bean, Anne Archer

Sinopse:
Jack Ryan (Harrison Ford) acaba se envolvendo em uma complicada rede de complôs, envolvendo membros revolucionários irlandeses que planejam cometer o maior atentado terrorista da história do Reino Unido. Indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor lançamento em DVD.

Comentários:
O personagem Jack Ryan foi criado pelo autor Tom Clancy, que resolveu adaptar alguns aspectos das fantasiosas estórias de James Bond para o mundo atual, onde sai o charmoso agente inglês e entra um agente americano envolvido em inúmeras tramas envolvendo a CIA. Ryan assim vive em um mundo bem mais pé no chão que Bond, mas mesmo tentando ser o mais realista possível ainda enfrenta grandes desafios, geralmente salvando o mundo no fim de mais um dia duro de trabalho. Como já tive a oportunidade de escrever antes, esse é um dos melhores filmes com Jack Ryan. Até mesmo Harrison Ford está bem no papel (ele voltaria a encarnar o personagem novamente em "Perigo Real e Imediato" dois anos depois). Há um ótimo enredo, uma trama muito bem bolada e ótimas cenas de suspense e ação. Mostra que o gênero filme de espionagem não morreu com o fim da guerra fria na virada dos anos 80 para os 90. O diretor australiano Phillip Noyce também conseguiu unir inteligência com movimentação de uma forma que anda cada vez mais rara em Hollywood.

Pablo Aluísio.

Acima de Qualquer Suspeita

Título no Brasil: Acima de Qualquer Suspeita
Título Original: Presumed Innocent
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alan J. Pakula
Roteiro: Frank Pierson
Elenco: Harrison Ford, Raul Julia, Greta Scacchi

Sinopse:
Quando a assistente de promotoria Carolyn Polhemus (Greta Scacchi) é violentamente assassinada, o promotor Rusty Sabich (Harrison Ford) é designado para solucionar o caso. O problema é que Rusty tinha um caso extra-conjugal com ela e isso pode se tornar um enorme escândalo caso a imprensa venha a descobrir isso. Por essa razão Rusty começa a apagar os indícios que o ligam até Carolyn, algo que depois lhe causará inúmeros problemas.

Comentários:
Existe um filme com o mesmo nome lançado em 2009 com Michael Douglas. Obviamente não é sobre ele que estamos tratando aqui, mas sim esse bom thriller de suspense, estrelado por Harrison Ford, com roteiro baseado no best seller escrito pelo autor Scott Turow. De certa maneira esse enredo sempre me lembrou de "Sem Saída" um filme dos anos 80 com Kevin Costner onde ele tinha que liderar uma investigação em que ele acabava virando o principal suspeito. Harrison Ford aqui surge com um personagem semelhante, o que garante o interesse até o fim. Ele aliás ainda estava na crista da onda, no auge de sua popularidade, colecionando sucessos de bilheteria em série. Afinal de contas ele tinha acabado de atuar no blockbuster "Indiana Jones e a Última Cruzada", o que acabou garantindo uma bilheteria muito boa para esse filme que o sucedeu no circuito comercial. O veterano Alan J. Pakula já havia dirigido coisas bem melhores como as obras primas "Todos os Homens do Presidente" e "A Escolha de Sofia", mas mesmo assim mantém um bom nível. No saldo final é uma de suas obras menores, mas que ainda merece a indicação.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Sabrina

Título no Brasil: Sabrina
Título Original: Sabrina
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Samuel A. Taylor
Elenco: Harrison Ford, Julia Ormond, Greg Kinnear

Sinopse:
Sabrina Fairchild (Julia Ormond) é uma jovem que há anos mora na rica propriedade da família Larrabee. Ela nunca chamou muita atenção em sua adolescência. Depois que retorna de uma longa viagem acaba surpreendendo a todos, por ter se transformado numa mulher elegante, bonita e sofisticada. Sua presença logo chama a atenção dos irmãos Larrabee, de David (Greg Kinnear), um playboy inconsequente e de Linus (Ford), o responsável irmão mais velho que toca os negócios da família em frente. Quem conquistará o coração da bela Sabrina?

Comentários:
Remake do clássico de Billy Wilder que contava com um elenco excepcional formado por Humphrey Bogart, Audrey Hepburn e William Holden. E aqui, o que temos? Uma pálida sombra do filme original. Para começar não haveria mais como repetir o charme da produção de 1954, nem reviver a época de ouro em que se passa o enredo do primeiro filme. Essa tentativa de modernizar aquela estória de amor soa completamente desnecessária, forçada, pouco convincente. Além disso temos que chamar a atenção para o óbvio, pois Julia Ormond nunca chegará aos pés de Audrey Hepburn e nem Harrison Ford tem o estilo cool de Humphrey Bogart. De Greg Kinnear então nem se fala. Alguém ousaria comparar ele com William Holden? Sydney Pollack é um excelente cineasta, nisso não restam dúvidas, porém esse tipo de roteiro exige uma certa ironia e classe que ele não tem e que sobrava em Billy Wilder. Assim o que fica de bom mesmo é apenas a produção, realmente classe A, a trilha sonora (o filme foi indicado ao Oscar por melhor canção original) e a nostalgia do filme original. Todo o resto só prova que remakes, de uma forma em geral, são mesmo pura perda de tempo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Uma Secretária de Futuro

Título no Brasil: Uma Secretária de Futuro
Título Original: Working Girl
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Kevin Wade
Elenco: Melanie Griffith, Harrison Ford, Sigourney Weaver, Joan Cusack

Sinopse:
Tess McGill (Melanie Griffith) é uma secretária ambiciosa que trabalha em um escritório que lida com o mercado de ações. Seus superiores dentro da empresa são os executivos Jack Trainer (Harrison Ford) e sua noiva, a arrogante e poderosa Katharine Parker (Sigourney Weaver). Quando essa precisa se afastar do trabalho por causa de um acidente, Tess vê sua grande oportunidade de mostrar seu valor para Jack. Mas será que conseguirá sobreviver ao jogo de ambições e poder de Wall Street? Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz (Melanie Griffith), Melhor Atriz Coadjuvante (Joan Cusack e Sigourney Weaver), Melhor Direção e Melhor Canção. Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias Melhor Filme (Comédia ou Musical), Melhor Atriz (Melanie Griffith), Melhor Atriz Coadjuvante (Sigourney Weaver) e Melhor Canção.

Comentários:
Recentemente assistindo a um programa sobre os anos 80 na TV a cabo vi uma generosa referência a esse "Working Girl", mostrado no especial como um dos filmes símbolos daquela década. Muito curioso, já que no Brasil achei sua repercussão bem mediana. Pelo visto os próprios americanos parecem ter uma visão bem mais marcante dessa produção do que o resto do mundo. De certa forma isso reflete uma identificação maior entre o enredo do filme e a população daquele país - especialmente a feminina - que vivenciou todas aquelas mudanças no mercado de trabalho que o texto do filme procura explorar. De certa forma é uma alegoria, uma revisão das antigas produções que tinham como eixo central os costumes e os relacionamentos amorosos, principalmente dentro do ambiente de trabalho. Isso acabou se refletindo no Oscar quando foi indicado a seis prêmios, levando apenas um, como Melhor Canção (Carly Simon - "Let the River Run"). No Globo de Ouro foi um dos grandes vencedores da categoria Comédia - Musical. Revisto hoje em dia vários pontos parecem bem datados mas até que o filme de um modo em geral envelheceu bem. O elenco está em ótima sintonia e isso ajudou a sobreviver bem ao tempo. A direção de Mike Nichols também é primorosa ao explorar a ambição e a competividade sem qualquer ética dentro daquele tipo de empresa. Afinal aquela geração yuppie foi considerada uma das mais agressivas da história, a tal ponto que conseguiu quebrar inclusive o próprio mercado de ações no final da década. Assista e procure entender os mecanismos que giravam ao redor daqueles executivos gananciosos ao extremo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Conexão Perigosa

Título no Brasil: Conexão Perigosa
Título Original: Paranoia
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Reliance Entertainment
Direção: Robert Luketic
Roteiro: Jason Dean Hall, Barry L. Levy
Elenco: Liam Hemsworth, Gary Oldman, Harrison Ford, Richard Dreyfuss, Amber Heard

Sinopse:
Adam Cassidy (Liam Hemsworth) é um jovem pobre e ambicioso do Brooklyn em Nova Iorque que sonha em crescer dentro do ramo de empresas de alta tecnologia. Após várias tentativas em se destacar ele acaba caindo dentro de um perigoso jogo envolvendo dois magnatas do setor, Nicolas Wyatt (Gary Oldman) e Jock Goddard (Harrison Ford), velhos parceiros que se tornaram rivais mortais. Não demora muito para Adam descobrir todo o jogo sujo do mundo corporativo americano.

Comentários:
Uma tentativa de atrair o público mais jovem, mostrando o lado mais sombrio das grandes corporações de tecnologia da economia americana. Todos pretendem vencer a acirrada disputa pelo mercado e para isso não medem esforços, apelando para espionagem industrial, chantagens, roubos e até mesmo mortes. Curiosamente temos aqui um elenco estelar rodeando um ator bem medíocre, o tal de Liam Hemsworth. Muito fraco e sem expressão ele acaba estragando grande parte do potencial do filme. Esse seria um papel ideal para Tom Cruise caso ele fosse uns vinte anos mais jovem. Harrison Ford, que foi um dos maiores campeões de bilheteria das últimas décadas, se recolhe a um papel coadjuvante, quem diria. Ele surge em cena careca, com um visual estranho, e tenta incorporar para seu papel maneirismos à la Steve Jobs. Gary Oldman, também em papel secundário, se sai bem melhor, principalmente porque ele pode nunca ter sido um astro como Ford mas certamente sempre foi melhor ator do que ele. O roteiro não tem grandes surpresas mas ao menos consegue manter a atenção do espectador em sua trama enxuta. E como convém em thrillers atuais como esse há uma reviravolta nos últimos minutos mas nada que venha a comprometer o resultado final.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Firewall - Segurança em Risco

Título no Brasil: Firewall - Segurança em Risco
Título Original: Firewall
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Richard Loncraine
Roteiro: Joe Forte
Elenco: Harrison Ford, Virginia Madsen, Paul Bettany, Beverley Breuer, Jimmy Bennett

Sinopse: 
O trabalho de Jack Stanfield (Harrison Ford) consiste em manter íntegro e seguro o sistema de dados uma grande instituição financeira, o Landrock Pacific Bank. Técnico de alto nível ele tem conseguido por anos manter inviolável o sigilo bancário dos clientes do banco, mesmo com ataques sendo feitos por hackers, que querem tomar posse dos arquivos que no mercado negro podem valer milhões de dólares. Sua rotina muda porém quando um criminoso Bill Cox (Paul Bettany) e sua equipe invadem a casa de Jack, fazendo de reféns toda a sua família. O preço do resgate é alto, cem milhões de dólares, que Jack deve roubar do banco onde trabalha. Para isso terá que vencer o sistema de segurança que ele próprio criou.

Comentários:
De vez em quando Hollywood tenta pegar carona no mundo da informática, criando tramas que explorem o universo das grandes redes de computadores ao redor do mundo. O alvo é fácil, os jovens, que frequentam os cinemas e são loucos por esse universo. O roteiro desse "Firewall" tenta captar esse mundo usando de jargão técnico que provavelmente só interessará aos experts no assunto (se é que eles tenham algum interesse em ver esse filme). Ao lado disso há também a tentativa de fazer um thriller movimentado com a situação do personagem principal, com muita ação e correria, além das costumeiras cenas heroicas protagonizadas pelo "Indiana Jones" Harrison Ford. Apesar das intenções, todas claras em cada metro de filme, temos que reconhecer que em ambos os casos (como aventura de ação e como trama "informatizada") o resultado não se mostra muito bom ou eficiente. Harrison Ford parece estar bem entediado declamando todos aqueles diálogos técnicos (que ele muito provavelmente nem entenda direito). O diretor também imprime um desenrolar muito previsível e burocrático. O saldo final se revela bem abaixo do esperado. Um thriller de rotina que tenta aproveitar a popularização da era digital mas que só consegue se mostrar analógico e aborrecido.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Loucuras de Verão

Título no Brasil: Loucuras de Verão
Título Original: American Graffitti
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio:  Universal Pictures
Direção: George Lucas
Roteiro: George Lucas, Gloria Katz, Willard Huyck
Elenco: Richard Dreyfuss, Ron Howard, Paul Le Mat, Harrison Ford

Sinopse: 
Dois amigos se despedem da vida de colégio durante uma noite qualquer de 1962. Em breve eles irão para a universidade, entrando em uma nova fase de suas vidas. Para passar o tempo eles decidem andar de carro pela noite, dando voltas pelas redondezas, onde encontram amigos, paqueras e também rivais. Um retrato descompromissado e nostálgico da juventude americana dos anos 60.

Comentários:
O primeiro grande sucesso comercial da carreira de George Lucas. Produzido por Coppola esse foi um dos primeiros filmes a olhar com clima de nostalgia e carinho para a década de 1960 (que acabara de terminar). Com uma trilha sonora maravilhosa composta apenas de grandes clássicos do rock 'n' roll essa película é uma das mais lembradas quando se fala em filmes sobre adolescentes. Além de ter sido um marco na carreira de Lucas, "American Graffitti" também impulsionou a carreira do jovem e praticamente novato Harrison Ford que iria estrelar alguns dos filmes de maior bilheteria dos anos que viriam, como as franquias "Guerra nas Estrelas" e "Indiana Jones". Aqui seu papel é até sem importância mas isso não o impediu de se destacar no filme. Roteiro simples (o enredo se passa apenas em uma noite) mas muito eficaz e nostálgico, a produção é considerada até hoje um dos melhores filmes sobre jovens da história do cinema americano. Imperdível.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de agosto de 2013

O Fugitivo

O Dr. Richard Kimble (Harrison Ford) é um respeitado cirurgião que se vê envolvido numa trama diabólica. Ele é acusado injustamente de ter assassinado a própria esposa. Para piorar várias evidências apontam para sua participação no crime. Como ninguém acredita em sua versão não resta outra alternativa para o médico senão escapar da prisão, se tornando assim um fugitivo que ao mesmo tempo em que tenta fugir das garras da lei procura pelo verdadeiro autor da morte de sua mulher. Temos aqui uma adaptação de uma famosa série americana que bateu todos os recordes de audiência em sua exibição original na TV CBS naquele país. Nos episódios televisivos o personagem do Dr. Kimble era interpretado pelo ator David Janssen que fez fama e fortuna com o papel. Exibida em quatro temporadas, que durou de 1963 a 1967, "O Fugitivo" parou os Estados Unidos em seu episódio final quando finalmente os telespectadores ficaram finalmente conhecendo a identidade do verdadeiro criminoso.

Já essa adaptação para o cinema da antiga série cumpre seus objetivos. Embora fosse extremamente complicado adaptar uma estória que durou tantos episódios na TV o resultado final se mostrou bem satisfatório. O diretor do filme, Andrew Davis, optou por valorizar mais a ação do que propriamente os dramas pessoais dos personagens (que era o forte da série). O resultado é um filme ágil, movimentado e bem articulado. Outro ponto alto é o trabalho de Tommy Lee Jones, fazendo o tipo durão e obstinado, estilo de interpretação que iria sedimentar seu caminho para o sucesso anos depois. Já Harrison Ford segue em frente em uma das melhores fases de sua carreira quando conseguiu emplacar vários sucessos de bilheteria em sequência. Enfim, não resta dúvida que "O Fugitivo" é um ótimo entretenimento, com o melhor do cinema de ação do cinema americano da década de 90.

O Fugitivo (The Fugitive, Estados Unidos, 1993) Direção: Andrew Davis / Roteiro: Jeb Stuart, David Twohy / Elenco: Harrison Ford, Tommy Lee Jones, Sela Ward, Julianne Moore / Sinopse: Adaptação para o cinema da famosa série de TV da década de 60, "O Fugitivo". Aqui Harrison Ford interpreta o personagem Dr. Richard Kimble (Harrison Ford), um respeitado cirurgião que é acusado injustamente de matar sua própria esposa.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de julho de 2013

Indiana Jones e a Última Cruzada

Considerado por muitos como o melhor filme da série Indiana Jones no cinema. Era para ser a última produção com o personagem, fechando uma trilogia vitoriosa mas Spielberg e Lucas inventaram de realizar um péssimo quarto filme que merece ser esquecido, “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”. Mas deixemos esse fiasco de lado. Agora vamos nos concentrar nesse belo momento de Indiana no cinema. O filme tinha várias inovações sendo a mais celebrada a presença mais do que especial de Sean Connery no elenco. O ator vinha em um momento especial na carreira, estrelando grandes sucessos comerciais, além do reconhecimento da crítica e da Academia que o premiou com o Oscar de Melhor ator coadjuvante pelo excelente “Os Intocáveis”. O convite para fazer parte da série Indiana Jones partiu no jantar de entrega do Globo de Ouro. Spielberg e Lucas compartilharam a mesma mesa que Connery e lá mesmo tiveram a feliz idéia de o tornar o pai de Jones (muito embora Sean Connery não tivesse idade para ser pai de Harrison Ford, uma vez que apenas nove anos separava um do outro).

Isso foi deixado de lado e assim Sean Connery se tornou o professor Henry Jones, pai de Indiana, que agora reencontrava o filho na busca de uma das peças arqueológicas mais cobiçadas da história, o chamado Santo Graal, o cálice usado por Jesus Cristo na última ceia. O artefato estava há muitos séculos desaparecido, sendo a última citação de sua existência escrita como parte da história dos lendários cavaleiros templários, que dominaram Jerusalém durante as cruzadas. Rezava a lenda que aquele que tomasse do cálice ganharia a vida eterna. Como se sabe a mitologia em torno do Graal, das cruzadas e dos cavaleiros templários é extremamente rica o que trouxe um material fantástico para Lucas e os demais roteiristas que de fato fizeram um excelente trabalho. Pontuando tudo ainda havia o complicado relacionamento entre pai e filho (que rendeu ótimas e divertidas cenas). De quebra o filme ainda trazia uma ótima seqüência com o jovem Indiana Jones (interpretado pelo saudoso astro River Phoenix). Revisto hoje em dia o filme não envelheceu, continua tão charmoso como na época de seu lançamento e mostra que aventuras bem escritas resistem muito bem ao tempo, tal como o próprio Santo Graal.

Indiana Jones e a Última Cruzada (Indiana Jones and the Last Crusade, Estados Unidos, 1989) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Jeffrey Boam, George Lucas / Elenco:  Harrison Ford, Sean Connery, Denholm Elliott, River Phoenix / Sinopse: Indiana Jones (Harrison Ford) e seu pai Henry Jones (Sean Connery) partem em busca do chamado Santo Graal, o mitológico cálice sagrado que teria sido usado por Jesus Cristo na última ceia.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de julho de 2013

O Retorno de Jedi

Terceira e última aventura da franquia original “Star Wars”. Todos os personagens estavam de volta para alegria dos fãs. É curioso como esses primeiros filmes conseguem superar e muito os mais recentes da segunda trilogia. Há um clima de nostalgia e saudosismo que foram soterrados por toneladas de efeitos digitais das produções mais novas. No começo desse ano George Lucas vendeu todos os direitos autorais de “Star Wars” para os estúdios Disney que promete para muito breve novos filmes. Lucas está definitivamente aposentado, casou recentemente com uma bonita afro-americana e resolveu pendurar o sabre de luz para sempre. Mas deixemos ele na praia, curtindo sua aposentadoria, para voltarmos aos filmes que realizou sobre esse universo tão amado pelos amantes da sétima arte. Para a realização do filme Lucas novamente passou a direção para outro cineasta. Sábia decisão, uma vez que ele, para falar a verdade, nunca se deu muito bem na direção de atores. É um artista criativo, de bastidores, e não de ir para o campo lidar com atores e demais membros da equipe de filmagem.

O diretor de “O Retorno de Jedi” foi Richard Marquand (que dirigiu entre outros o clássico “O Buraco da Agulha”). Aqui Lucas dá seqüência as aventuras de Luke Skywalker, Darth Vader, Princesa Leia, Han Solo e todos os demais personagens da mitologia. Curiosamente também investiu bastante nos “ursinhos” Ewoks, figuras que mais pareciam brinquedos de pelúcia, decisão que não agradou a todos os fãs da franquia. De qualquer maneira é sem dúvida um roteiro extremamente bem trabalhado, com ótimas seqüências de ação (como a perseguição no meio da floresta) e um ótimo clímax para a complicada relação entre Luke e seu pai, o vilão e ícone Vader. Como não poderia deixar de ser o filme fez bastante sucesso de público entrando naquela ocasião na seleta lista das dez maiores bilheterias da história do cinema americano. Apesar do clima de desfecho e fim a saga foi em frente, mas não nas telas de cinema. As aventuras de Luke e cia foram brilhantemente desenvolvidos em livros bem escritos e bem idealizados (material que certamente será usado agora pela Disney). No cinema George Lucas retomaria Star Wars anos depois mas para contar a história de Darth Vader em seus anos de infância e juventude, voltando para os primórdios da saga da família de Luke Skywalker, mas isso é definitivamente assunto para uma outra oportunidade.

O Retorno de Jedi (Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi, Estados Unidos, 1983) Direção: Richard Marquand / Roteiro: Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Billy Dee Williams, Frank Oz, David Prowse, Alec Guinness / Sinopse: Luke Skywalker (Mark Hamill) segue com sua luta contra as forças do Império. Depois de ser treinado pelo mestre Yoda (Oz) ele parte para o confronto final contra o vilão Darth Vader (Prowse) na nova Estrela da Morte.

Pablo Aluísio.