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terça-feira, 17 de maio de 2016

A Incrível História de Adaline

Achei muito simpático e diria até mesmo docemente romântico esse filme sobre uma mulher que nunca envelhece. Após um acidente em seu carro ela se torne imune ao envelhecimento. Os anos passam, os amigos e amores se vão, mas ela fica, eternamente jovem e bonita. É uma fábula sobre o passar dos anos, o envelhecimento e a busca pela eterna juventude (embora a personagem principal nunca tenha procurado por isso, sendo apenas vítima de uma série de circunstância que fogem ao seu controle). A direção de arte do filme é bela, valorizada pelo fato de que o roteiro se passa em várias épocas históricas, desde a década de 1930 até os nossos dias. Tudo muito elegante, fino e sofisticado. O próprio figurino de Adeline se torna um atrativo e merecia, em minha opinião, ser indicado ao Oscar.

A produção é estrelado pela atriz Blake Lively, muito conhecida pelos fãs de séries. Ela se tornou famosa ao estrelar a série adolescente de grande sucesso "Gossip Girl" onde fazia uma jovem da elite de Nova Iorque que tinha que lidar com um blog de fofocas na net que seguia seus passos e o de suas amigas. Deixando isso um pouco de lado o grande mérito de "A Incrível História de Adaline" vem da união que nasce envolvendo juventude e sabedoria. A protagonista ganha experiência de vida ao longo dos anos vividos, ao mesmo tempo em que mantém sua beleza jovial. Seria o sonho de muita gente, porém de modo indireto e de forma bem inteligente é justamente isso que seu argumento critica. De forma sutil o roteiro traz ainda uma reflexão sobre o fato inexorável da finitude da existência humana: a perda daqueles que amamos e de tudo aquilo que faz parte de nosso universo. Tudo isso um dia chegará ao fim, pois nada é eterno. Esse aliás é o grande drama na vida de Adaline, onde todos estão fadados a passarem pela vida, menos ela. Nesse aspecto sua vida logo se torna uma grande tragédia e um fardo existencial.

A Incrível História de Adaline (The Age of Adaline, Estados Unidos, 2015) Estúdio: Lakeshore Entertainment / Direção: Lee Toland Krieger / Roteiro: J. Mills Goodloe, Salvador Paskowitz  / Elenco: Blake Lively, Michiel Huisman, Harrison Ford / Sinopse: Após um acidente de carro na década de 1930 a jovem Adaline ganha a capacidade inexplicável de ser imune ao passar dos anos, nunca envelhecendo, ficando eternamente jovem e bonita.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de junho de 2015

A Incrível História de Adaline

Título no Brasil: A Incrível História de Adaline
Título Original: The Age of Adaline
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Lakeshore Entertainment
Direção: Lee Toland Krieger
Roteiro: J. Mills Goodloe, Salvador Paskowitz
Elenco: Blake Lively, Michiel Huisman, Harrison Ford
  
Sinopse:
Adaline Bowman (Blake Lively) é uma jovem comum de sua época. Ela vive na década de 1930. Sua vida vai muito bem, pois finalmente encontrou o amor de sua vida, um jovem engenheiro que trabalha na construção da grande ponte elevada de San Francisco. Depois de alguns anos de relacionamento feliz e estável ela decide se casar com ele. Dessa união nasce uma linda filha. Sua existência de felicidade acaba mudando repentinamente quando Adaline sofre um terrível acidente de carro. Seu veículo cai em uma barreira, indo parar em um lago logo abaixo, onde Adaline é exposta a uma incrível soma de fatores atmosféricos e físicos que acaba mudando sua estrutura celular, fazendo com que a partir daquele momento seu processo natural de envelhecimento seja interrompido. Com a mudança Adaline começa a conservar sempre a mesma aparência, mesmo com o passar de décadas e décadas de vida. 

Comentários:
Um filme em tom de fábula que nos agradou bastante. Embora em determinados momentos o roteiro queira dar explicações pseudocientíficas em uma incômoda narração em off para o fato da protagonista nunca envelhecer, a verdade é que isso é o de menor importância. O que mais existe de importante nesse argumento é a mensagem de que o envelhecimento faz parte natural do ciclo da vida e que nem sempre esse processo deve ser visto como algo negativo ou algo a se combater. A personagem principal sofre justamente por não seguir o caminho natural de sua existência. Os anos passam e ela fica parada no tempo, com a mesma aparência, sem sinais de envelhecimento. Isso acaba destruindo seu meio social pois de tempos em tempos ele precisa deixar tudo para trás, seus amigos, seus amores e sua vida profissional. Mesmo sabendo que essa mensagem não será captada por todos, principalmente por aqueles mais fúteis que fazem da juventude eterna uma constante obsessão de vida, o que se sobressai de fato aqui é a delicadeza de sua proposta. Afinal de contas unir a beleza dos jovens com a sabedoria dos mais velhos seria mesmo algo muito invejável para o ser humano. Por falar nisso esse foi um dos aspectos que mais gostei do roteiro. Adaline Bowman (Blake Lively) mantém sua aparência jovem, mas ao mesmo tempo consegue convencer plenamente com pequenos gestos, pequenos detalhes de sua personalidade de que fato é uma pessoa bem mais velha e vivida. Seu figurino é sóbrio, conservador e seus modos estão de acordo com o padrão de comportamento da etiqueta de um passado há muito tempo esquecido.

Ela faz parte de uma era em que as mulheres eram verdadeiramente damas, educadas, de fino trato, elegantes no modo de ser e agir. Nada da vulgaridade que impera nos dias atuais. Blake Lively, que você provavelmente se lembre da série "Gossip Girl", se transforma, ao invés da jovem esfuziante daquele programa surge uma mulher elegante, de modos delicados, fala pausada e educada, além daquele olhar de sabedoria ao ter que lidar com pessoas mais jovens. Gostei bastante de seu trabalho de atuação. O roteiro, que repito é bem escrito e desenvolvido, realmente só derrapa um pouco quando ela supostamente se apaixona perdidamente por um rapaz, obviamente bem mais jovem do que ela (e quando digo mais jovem estou me referindo a décadas de diferença!). Em uma situação real será que haveria espaço para a paixão envolvendo duas pessoas em momentos tão diferentes da vida? Acredito que não! Nem sempre pessoas com uma grande diferença de idade entre si realmente conseguem se apaixonar verdadeiramente, isso porque no final a mentalidade e as experiências de vida acabam formando uma barreira quase invisível entre o casal. Uma pessoa mais velha pode até procurar por uma mais jovem, em busca dos encantos de sua beleza, porém jamais conseguirá se igualar a ela em termos de mentalidade, por isso a maioria desses relacionamentos acabam afundando com o passar dos anos. Assim se comportar como uma jovem adolescente, logo para Adaline, que tantas experiências teve ao longo de sua longa vida, soa banal e desnecessário, além de implausível. De qualquer maneira, mesmo com esse pequeno deslize de lógica, o filme ainda agrada bastante. Um bom romance, valorizado pelo seu enredo de realismo fantástico, que certamente vai agradar a muitos.

Pablo Aluísio.