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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Arkansas

Filme muito bom, me surpreendeu. A história gira em torno de um grupo de traficantes menores, peões no comércio de drogas que atuam no sul dos Estados Unidos. Como um dos personagens explica logo no começo do filme, por aquelas bandas não existe um "crime organizado", nem nada como se vê nos filmes de mafiosos italianos de Nova Iorque. O tráfico de drogas é, ao contrário disso, bem desorganizado. Os criminosos geralmente são pessoas do baixo clero, alguns bandidinhos de segunda classe. Cada um tentando sobreviver a cada dia. Nenhum deles se tornando um grande chefão do mundo do crime. O personagem interpretado pelo ator Liam Hemsworth se encaixa nesse tipo de perfil de criminoso de segunda linha. Ele vende pequenas quantidades de drogas, o necessário apenas para pagar suas contas mais básicas com aluguel, alimentação, etc. Nada que o vá deixar rico ou algo semelhante. Essa situação dura até que surge o convite para ele ir até o Arkansas. Lá atua um traficante conhecido apenas como Frog, o sapo. Ninguém realmente conhece ele. O sujeito é especialista em viver na surdina, obviamente para não ser morto por concorrentes ou ser preso pela polícia.

Na verdade Frog (Vince Vaughn) era um vendedor de bugigangas de uma pequena loja de Memphis que viu uma oportunidade de ganhar mais dinheiro vendendo outro produto mais lucrativo. No caso, claro, drogas. E ele acaba se dando muito bem, sempre mantendo sua identidade completamente desconhecida até mesmo com os que trabalhavam para ele. Havia ali uma hierarquia, contando inclusive com tiras corruptos, tal como o policial florestal interpretado por John Malkovich. Quando esse é assassinado, Frog percebe que há uma quebra na cadeia de vendas. Algo que ele vai precisar consertar, mesmo que seja com muita violência. Clark Duke, que dirige esse filme muito bom, também atua como o traficante pernóstico conhecido apenas como Swin. Um sujeitinho folgado, que não está nem aí para as regras do trárico. Ele apenas quer se dar bem. O roteiro desse filme tem uma fina ironia, uma inteligência que me agradou bastante. O cotidiano desses criminosos que vivem na mais baixa hierarquia do tráfico de drogas no sul, não deixa de ter momentos divertidos e morbidamente engraçados. É uma espécie de "Os Bons Companheiros" sem a cosa nostra e seu glamour. Enfim, esse é um daqueles lançamentos desse ano que você deve assistir. Está bem acima dos demais filmes de 2020 que vi até agora.

Arkansas (Arkansas, Estados Unidos, 2020) Direção:  Clark Duke / Roteiro: Clark Duke, Andrew Boonkrong / Elenco: Liam Hemsworth, Vince Vaughn, John Malkovich,  Clark Duke, Jacob Zachar, Patrick Muldoon / Sinopse: Um grupo de traficantes do baixo clero do mundo do crime começa um jogo de vida e morte pelo controle da venda de drogas no estado do Arkansas. Quem conseguir se manter vivo até o final se tornará o novo chefão do tráfico.

Pablo Aluísio. 

domingo, 25 de setembro de 2016

Independence Day - O Ressurgimento

Pois é, quando todo mundo pensava que Independence Day estava encerrado definitivamente eis que surge sua sequência tardia, mais de vinte anos depois do lançamento do primeiro filme. Aquele era uma patriotada cheia de efeitos especiais e roteiro pífio, estrelada pelo ator Will Smith, até então considerado o Rei do verão do cinema americano por causa das ótimas bilheterias de seus filmes. Roland Emmerich, o diretor, era apontado como um promissor novo talento em Hollywood, quem diria...

Agora o jogo virou. Smith não quis fazer a continuação - sábia decisão dele - e assim o estúdio precisou se virar para colocar um filho dele dentro da trama. O diretor Roland Emmerich, agora todos já sabem, não passa de um diretor de filmes vazios cheios de efeitos especiais e só. As coisas não mudaram. A trama continua básica e sem profundidade. Essa é, como era de se esperar, bem simples, beirando a bobeira completa. Basicamente aliens ceifadores, com estrutura biológica de insetos, mas tecnologia de ponta, que vão de planeta em planeta pelo universo atrás de seus recursos naturais para roubar e destruir civilizações em troca da energia vital de que precisam para sobreviver. A novidade em termos de roteiro dessa sequência vem do fato de que essa verdadeira praga espacial ter também seus inimigos, também vindos do espaço, que desejam ajudar a humanidade a se livrar deles. Aliens maus vs Aliens bonzinhos.

Parte do elenco original está de volta, mas faz pouca diferença. Jeff Goldblum e Bill Pullman estão lá, porém pouco podem fazer. Como era previsível todos estão bem mais velhos, mas ainda tentando manter em vão a chama acessa. Algo complicado de se fazer pois o roteiro não ajuda. Na verdade o que temos aqui é um mero remake disfarçado já que toda a estrutura narrativa é praticamente a mesma do filme original, sem tirar e nem colocar muita coisa nova. A única característica que merece elogios é que finalmente deram um tempo na patriotada que destruiu o primeiro filme. Era tanta bobagem Made in USA que deixava o espectador com vergonha alheia.

Os efeitos especiais procuram seguir o que foi visto no primeiro filme. Isso quer dizer que são bem exagerados. Ao invés de ter uma dezena de naves em luta, há milhares delas. Isso prejudicou o resultado final, dando aquela sensação de poluição visual. Os caças militares, por essa mesma razão, não parecem reais, mas meras maquetes virtuais. Também não gostei do design dos aliens. A rainha, que pela primeira vez se mostra na franquia, por exemplo, parece uma marionete correndo pelo deserto da Califórnia. O 3D também é outra decepção. Mal feito e escuro. Acredito que pelo mal resultado comercial desse "Independence Day: Resurgence" esse seja realmente o último filme da série, apesar do espaço aberto dentro da trama para novas sequências que muito provavelmente jamais virão. Já não era sem tempo.

Independence Day: O Ressurgimento (EUA, 2016)
Independence Day: Resurgence
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Nicolas Wright, James A. Woods
Elenco: Liam Hemsworth, Jeff Goldblum, Bill Pullman, Vivica A. Fox

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

O Duelo

Sem favor algum, temos aqui um dos melhores faroestes que assisti nos últimos anos. A premissa é das melhores. O governador do Texas resolve enviar um de seus Texas Rangers para uma pequena cidade da fronteira para investigar a morte do sobrinho de um poderoso general mexicano. A morte do rapaz criou uma tensão entre os governos dos Estados Unidos e México e tudo deve ser resolvido para evitar maiores problemas em um futuro próximo (inclusive, quem sabe, até mesmo uma guerra entre os dois países se tudo sair do controle e ninguém for punido pelo crime).  Assim o agente David Kingston (Liam Hemsworth) parte para sua missão, acompanhando de sua jovem esposa, a mestiça Marisol (interpretada pela brasileira Alice Braga). Ao chegar na cidadezinha descobre que todos parecem obedecer cegamente as ordens de um estranho sujeito chamado Abraham (Woody Harrelson, ótimo como sempre!). Ele é uma espécie de pregador fanático e assassino cruel. Veterano da guerra civil, agora impõe sua vontade para todos os moradores, usando para isso duas armas bem poderosas: a religião e o medo!

Para tornar tudo ainda mais interessante Abraham matou o pai de David durante a guerra, em um tipo de luta mortal onde dois homens eram amarrados entre si, com facas nas mãos! Apenas o último de pé conseguiria sobreviver. E como se isso ainda não fosse explosivo o bastante o próprio Abraham parece disposto a conquistar a esposa do agente David, colocando tudo em um caldeirão de rivalidade que fica pronto a explodir a qualquer momento! "O Duelo" se revela assim uma ótima opção para os fãs do western. Além de respeitar todos os dogmas sagrados do gênero ainda traz um background psicológico para todos os personagens que o torna realmente um western muito acima da média do que anda sendo produzido nesse estilo ultimamente. Há uma constante tensão no ar, com aquele tipo de sentimento que há algo muito violento e cruel prestes a surgir na próxima cena. Além disso a guerra psicológica que se instala entre os dois principais personagens acaba sendo um dos destaques desse roteiro que por si só já é realmente muito bom. Em suma, um ótimo filme que infelizmente anda sendo bem subestimado. Não deixe passar em branco.

O Duelo (The Duel, Estados Unidos, 2016) Direção: Kieran Darcy-Smith / Roteiro: Matt Cook / Elenco: Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Alice Braga, Emory Cohen, William Sadler / Sinopse: Um jovem Texas Ranger (Liam Hemsworth) é enviado em missão até uma cidadezinha da fronteira no velho oeste para descobrir sobre o desaparecimento e morte de mexicanos na região. O governador do Texas teme que as mortes criem uma tensão com o governo do México. Uma vez na região o Ranger descobre que um pregador fanático e pistoleiro (Harrelson) pode estar por trás de todas as mortes.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de junho de 2016

Independence Day - O Ressurgimento

Título no Brasil: Independence Day - O Ressurgimento
Título Original: Independence Day - Resurgence
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Nicolas Wright, James A. Woods
Elenco: Liam Hemsworth, Jeff Goldblum, Bill Pullman
  
Sinopse:
Duas décadas depois da invasão alien o planeta Terra começa a perceber sinais de que uma nova invasão extraterrestre está prestes a acontecer. Uma nave maior e mais potente está chegando, com direito à presença da rainha dos seres vindos do espaço. A intenção logo fica clara, os ETs querem a destruição da humanidade, enquanto tentam chegar ao núcleo do planeta para drenar toda a sua energia. Filme premiado pelo CinemaCon.

Comentários:
Ao lado de Michael Bay, Roland Emmerich é um dos maiores idiotas de Hollywood. Seus filmes só trazem efeitos especiais, toneladas deles, mas nem sinal de um bom roteiro! "Independence Day - O Ressurgimento" é uma sequência tardia de uma franquia que parecia estar enterrada para sempre. O primeiro filme já não era essas coisas, uma patriotada para o estúpido americano médio se sentir o salvador do mundo civilizado na data de independência de seu país, 4 de julho. Agora as coisas não são melhores, os mesmos ETs malvados retornam, dessa vez com a própria rainha comandando tudo. Os aliens de "Independence Day" agora estão cada vez mais parecidos com os insetos espaciais de "Tropas Estelares", embora usem de uma tecnologia extremamente avançada. Como se trata de um filme dirigido pelo vazio Roland Emmerich não adianta perder tempo falando de roteiro, atuações, etc. Tudo é extremamente destituído de maior conteúdo. A única coisa que vale a pena comentar são os efeitos visuais. Para os que querem apenas isso vai o aviso: eles não são tão especiais como se pensa. Na verdade se você for assistir ao filme em 3D (que foi o meu caso) descobrirá que se trata de um falso 3D, onde duas ou até três camadas de cenas 2D se sobrepõem umas às outras. Isso dá um aspecto feio ao filme, como se estivéssemos vendo aqueles teatrinhos de papelão que eram muito populares no passado. Ruim de doer. As criaturas são também bem decepcionantes, inclusive a rainha, que fica parecendo mais uma marionete desengonçada correndo no meio de deserto. E para apelar para todos os clichês possíveis ela vai em direção a um ônibus escolar para matar um bando de crianças e adolescentes chatinhos! (pena que não consegue, pois o filme ficaria pelo menos mais divertido!) Enfim, pura perda de tempo e dinheiro (no caso o seu dinheiro que irá pagar o ingresso desse abacaxi). A única boa notícia é que o filme vem se dando mal nas bilheterias, o que poderá nos livrar de uma medonha terceira parte dessa bomba espacial.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Jogos Vorazes: A Esperança - O Final

O texto contém spoiler. Assim se você ainda não assistiu ao filme aconselho que não siga lendo as linhas a seguir. Esse é o último filme da franquia "The Hunger Games" e desde já me pareceu ser também o melhor. A trama é bem mais objetiva, segue uma direção mais determinada e a conclusão de tudo me soou muito coerente. No começo "Jogos Vorazes" não me agradou. O primeiro filme é bem excessivo, kitsch e sem muita originalidade. A sorte é que esse é tipicamente o caso de franquia que vai melhorando com o passar do tempo, com o surgimento de novos filmes. O ápice dessa saga, tanto em termos de conclusão da história como em qualidade, acontece justamente aqui. Como eu escrevi a trama é simples e direta: os rebeldes finalmente chegam para conquistar a Capital Panem. Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) ainda é vista como um símbolo, uma imagem para inspirar as tropas rebeldes, mas ela quer mais do que ser apenas uma garota propaganda da causa. Ela quer ir para o front, enfrentar o inimigo. Contrariando ordens superiores e agindo de acordo com sua própria vontade ela segue em frente. Em pouco tempo se une às forças que vão invadir a Capital. No fundo o que ela mais deseja é encontrar o Presidente Snow (Donald Sutherland) para um acerto de contas final. Como era de se esperar as melhores cenas acontecem justamente durante essa invasão. O grupo de Everdeen precisa avançar pelas ruas da capital lidando com várias armadilhas dentro da cidade, algumas bem boladas que proporcionam ótimas sequências de efeitos especiais (a produção, como não poderia deixar de ser, é das melhores). Entre as cenas que se destacam há uma em particular que eleva bastante o nível do filme, justamente quando Katniss encontra um grupo de criaturas que os atacam no subsolo da cidade. Cheguei até mesmo a me lembrar vagamente dos monstros vampiros de "Blade".

Depois o grupo avança e finalmente chega nas portas da mansão do Presidente Snow. Os rebeldes surgem disfarçados de refugiados (embora não proposital, essa é uma interessante referência ao momento atual vivido na Europa). Uma vez lá acontece o massacre de inocentes que irá determinar todo o destino dos rebeldes e da tirania de Snow. Aqui há uma reviravolta interessante que vale pela franquia como um todo. Embora "Jogos Vorazes" seja um produto nitidamente adolescente aqui a autora Suzanne Collins teve um ótimo momento de inspiração ao colocar algo que é mais corriqueiro do que se pensa (e que, surpresa, vale como alegoria política até mesmo no que acontece em nosso país atualmente). Uma vez assumindo o poder a líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore), portadora de tantas esperanças por mudanças por parte das populações oprimidas dos distritos, começa a agir justamente como o deposto presidente Snow. Ela ignora conselhos, promovendo execuções sumárias e propõe até mesmo a volta dos "Jogos Vorazes", um absurdo completo. A oposição ao colocar as mãos no poder muitas vezes acaba agindo mais cruelmente do que a própria tirania que ajudou a combater e derrubar! Sabendo muito bem disso o clímax acontece na praça central quando Katniss tem a oportunidade de executar o próprio presidente Snow ou até mesmo a agora empossada nova presidente Coin, que finalmente mostra a que veio, revelando suas verdadeiras intenções. Tudo se resume em escolher o alvo certo! É a melhor cena de toda a franquia e a mais representativa também. Traz uma bela lição de moral, para não esquecer. Por fim, nem a última sequência, bastante reforçada com pieguice sentimental, consegue estragar o que aconteceu momentos antes. Então é isso. O filme não foi o sucesso espetacular de bilheteria que o estúdio esperava, mas tampouco pode ser considerado como uma decepção ou algo assim. É de fato o melhor filme da franquia, fechando com chave de ouro uma série de filmes marcados pela irregularidade ao longo de todos esses anos.

Jogos Vorazes: A Esperança - O Final (The Hunger Games: Mockingjay - Part 2, Estados Unidos, 2015) Direção: Francis Lawrence / Roteiro: Peter Craig, Danny Strong, baseados na obra de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, Woody Harrelson, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth / Sinopse: Os rebeldes dos distritos que lutam contra a tirania do Presidente Snow (Sutherland) finalmente conseguem entrar na capital Panem. A luta promete ser rua a rua, casa a casa, pelo controle do poder. Filme indicado ao prêmio da Broadcast Film Critics Association Awards na categoria de Melhor Atriz (Lawrence).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1

Como aconteceu com "Harry Potter" e "Crepúsculo" os produtores resolveram dividir em duas partes a conclusão de "Jogos Vorazes". Ora, se é possível lucrar duas vezes com uma mesma história não haveria mesmo outro caminho a seguir. Money Talks, como gostam de dizer os americanos. Então vamos lá de novo! Nesse filme a heroína Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) é escolhida para servir como símbolo da luta da rebelião dos distritos oprimidos contra a Capital. A situação é de guerra civil. Os distritos estão em escombros após pesados bombardeiros do poder central. No meio das ruínas Katniss é levada para estrelar uma série de vídeos com o objetivo de levantar a moral dos rebeldes. Para sua surpresa seu amado Peeta Mellark (Josh Hutcherson) começa a fazer a mesma coisa, só que do lado inimigo. A partir daí começa uma verdadeira guerra de propaganda de ambos os lados, o que acaba se revelando também uma tortura psicológica para Katniss porque afinal de contas ela nunca deixou de amar Peeta, mesmo agora, quando ele definitivamente está agindo de um modo nada normal, como se realmente estivesse abraçando a causa dos opressores. Para a líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) porém tudo é válido para tirar do poder o tirânico e ditador Presidente Snow (Donald Sutherland), agora mais cruel e violento do que nunca por causa das lutas envolvendo a população civil dos distritos. Mesmo que Katniss saia machucada emocionalmente de tudo o que está acontecendo, sua participação se torna vital no esforço de guerra. Enquanto um lado tenta destruir o outro, quem acaba sofrendo mesmo são as pessoas desarmadas e indefesas. Muitas delas ainda conseguem lutar  apenas com suas próprias mãos, mas isso acaba tornando tudo ainda mais sangrento e destrutivo.

Como era de esperar essa primeira parte de "Jogos Vorazes: A Esperança" é também bem inconclusiva. Praticamente nenhum evento tem um desfecho, ficando tudo para o fim da saga. Apesar disso há coisas interessantes no filme. A direção de arte, bem diferente dos exageros dos filmes anteriores, deixou tudo mais clean, resultando em um visual mais equilibrado e menos agressivo. Uma das coisas que me incomodou bastante nos dois primeiros filmes foi exatamente o exagero nos figurinos. cabelos e nos cenários. Tudo era de uma breguice futurista difícil de engolir. Agora tudo surge mais sóbrio. Os cenários mais lembram países como a Síria, onde cidades inteiras acabam se transformando em escombros e ruínas de prédios que foram ao chão por causa das bombas. A desilusão impera e não apenas nas imagens, mas também no psicológico da protagonista. Katniss está muito vulnerável, se revelando corajosa e firme praticamente apenas nos vídeos de propaganda. Por dentro ela parece desmoronar. Ainda bem que Jennifer Lawrence é uma boa atriz para transmitir esse furacão de emoções ao espectador, caso contrário tudo passaria despercebido. Infelizmente o filme também vai marcando o adeus do grande ator Philip Seymour Hoffman que morreu em 2014 vítima de uma overdose. Seu trabalho nem aparece muito dentro da trama, mas ele era tão talentoso que conseguia se sobressair até mesmo em personagens mais secundários como esse. Os produtores lhe prestaram uma pequena homenagem nos letreiros finais. Assim, no geral, o que temos aqui é mais uma produção sanduíche que apenas prepara tudo para a conclusão do filme seguinte. Por essa razão não espere por nada muito marcante. É um bom filme, bem produzido, com tudo nos lugares, porém realmente apresenta esse pequenino problema.

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay - Part 1, Estados Unidos, 2014) Direção: Francis Lawrence / Roteiro:  Peter Craig, Danny Strong, baseados na obra "Mockingjay" de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Stanley Tucci / Sinopse: A jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torna um símbolo da luta contra a opressão e tirania da Capital contra todos os distritos. A líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) resolve transformá-la numa espécie de garota propaganda da causa dos revoltosos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original ("Yellow Flicker Beat" de Joel Little e Lorde). Vencedor do MTV Movie Awards nas categorias de Melhor sequência musical e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Empire State

Título no Brasil: Empire State
Título Original: Empire State
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Dito Montiel
Roteiro: Adam Mazer
Elenco: Liam Hemsworth, Michael Angarano, Dwayne Johnson

Sinopse:
O sonho de Chris (Liam Hemsworth) sempre foi ser policial, mas quando está prestes a fazer o exame para entrar no departamento é barrado por causa de uma pequena contravenção cometida por ele anos atrás. Agora ele precisa arranjar um novo emprego. Seu pai é um humilde trabalhador e ele deseja lhe dar uma vida melhor na velhice. Após conseguir trabalho numa empresa de transporte de valores, a Empire, ele se vê tentado a roubar um grande carregamento de dinheiro com a ajuda de seu amigo Eddie (Michael Angarano). Os planos porém não saem exatamente como planejado.

Comentários:
Muito bom esse filme sobre assalto. Baseado em fatos reais o roteiro recria o famoso roubo ocorrido no Bronx durante os anos 1980. Na ocasião sumiram mais de 10 milhões de dólares de uma empresa de transporte de valores, a maior quantia já roubada na história de Nova Iorque. Inicialmente a polícia ficou sem maiores pistas, pensando tratar-se de um grande plano da máfia italiana. Mal sabiam os investigadores comandados pelo detetive Ransome (Dwayne Johnson) que os verdadeiros autores do crime eram na realidade dois amadores que resolveram roubar milhões sem planejamento, tudo feito ao acaso, sem qualquer sofisticação, como é comum ocorrer em crimes envolvendo esse tipo de fortuna. O resultado aqui é muito bom, com apenas 90 minutos de duração, o filme nunca deixa a bola cair! O espectador fica realmente grudado na tela acompanhando todos os acontecimentos. O complicado mesmo é acreditar que dois bandidos pé de chinelos como esses conseguiram realizar o maior roubo de Nova Iorque! Por fim uma observação válida: a filmografia de Dwayne "The Rock" Johnson tem surpreendido pelos bons filmes em que ele tem trabalhado ultimamente. The Rock tem deixado, de forma bastante inteligente, a vaidade de lado, interpretando papéis secundários em bons filmes. Aqui vale o ditado: é melhor ser coadjuvante em um filme acima da média do que ser astro de abacaxis. Ponto para ele!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Conexão Perigosa

Título no Brasil: Conexão Perigosa
Título Original: Paranoia
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Reliance Entertainment
Direção: Robert Luketic
Roteiro: Jason Dean Hall, Barry L. Levy
Elenco: Liam Hemsworth, Gary Oldman, Harrison Ford, Richard Dreyfuss, Amber Heard

Sinopse:
Adam Cassidy (Liam Hemsworth) é um jovem pobre e ambicioso do Brooklyn em Nova Iorque que sonha em crescer dentro do ramo de empresas de alta tecnologia. Após várias tentativas em se destacar ele acaba caindo dentro de um perigoso jogo envolvendo dois magnatas do setor, Nicolas Wyatt (Gary Oldman) e Jock Goddard (Harrison Ford), velhos parceiros que se tornaram rivais mortais. Não demora muito para Adam descobrir todo o jogo sujo do mundo corporativo americano.

Comentários:
Uma tentativa de atrair o público mais jovem, mostrando o lado mais sombrio das grandes corporações de tecnologia da economia americana. Todos pretendem vencer a acirrada disputa pelo mercado e para isso não medem esforços, apelando para espionagem industrial, chantagens, roubos e até mesmo mortes. Curiosamente temos aqui um elenco estelar rodeando um ator bem medíocre, o tal de Liam Hemsworth. Muito fraco e sem expressão ele acaba estragando grande parte do potencial do filme. Esse seria um papel ideal para Tom Cruise caso ele fosse uns vinte anos mais jovem. Harrison Ford, que foi um dos maiores campeões de bilheteria das últimas décadas, se recolhe a um papel coadjuvante, quem diria. Ele surge em cena careca, com um visual estranho, e tenta incorporar para seu papel maneirismos à la Steve Jobs. Gary Oldman, também em papel secundário, se sai bem melhor, principalmente porque ele pode nunca ter sido um astro como Ford mas certamente sempre foi melhor ator do que ele. O roteiro não tem grandes surpresas mas ao menos consegue manter a atenção do espectador em sua trama enxuta. E como convém em thrillers atuais como esse há uma reviravolta nos últimos minutos mas nada que venha a comprometer o resultado final.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Os Mercenários 2

Com certo atraso finalmente conferi esse "Os Mercenários 2". A premissa é praticamente a mesma do primeiro filme: reunir o maior número possível de ícones do cinema de ação para juntos participarem de uma espécie de celebração ao gênero. Tudo soa como uma grande diversão descompromissada onde detalhes que são importantes para outros filmes (como um roteiro bem escrito, por exemplo) são deixados de lado. Novamente o time é liderado por Sylvester Stallone. Aqui ao lado de seu braço direito (Jason Statham) e demais mercenários (Dolph Lundgren, Jet Li, Liam Hemsworth, etc) ele parte em busca de um dispositivo que contém a localização de uma mina com várias cargas de plutônio. Esse como se sabe é vital para a construção de armas nucleares e caso caia em mãos erradas pode colocar a segurança mundial em risco. O enredo é mera desculpa para uma sucessão de cenas de ação que primam pela pirotecnia e exagero (tal como ocorria nos filmes da década de 80). A boa notícia é que "Os Mercenários 2" flui melhor do que o primeiro filme. Já não existe aquela preocupação em se levar muito à sério. A trama é simplória mas funciona bem dentro de seus modestos propósitos.

O que vale mesmo a pena é rever todos os brucutus símbolos de uma era que já não existe mais. Nesse quesito três participações chamam mais a atenção. A mais divertida é a de Chuck Norris. A cena em que surge no filme é realmente hilariante. Além de uma sátira é também uma homenagem a esse ator que representou como ninguém os exageros dos filmes da década de 80. A própria cena em que aparece é bem bolada nesse sentido uma vez que Norris ficou mesmo conhecido por interpretar personagens que liquidavam sem muito esforço um exército inimigo inteiro praticamente sozinho. Como já fazia um bom tempo que tinha visto algo com ele o achei terrivelmente envelhecido - meio que escondido sob um figurino que tenta disfarçar o fato de ter mais de 70 anos de idade. Outras duas participações interessantes são as de Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis. O bordão "I´ll Be Back" volta na boca do austríaco mas ele já o usou tantas vezes ao longo dos anos que já encheu a paciência. Willis segue com seus biquinhos, aqui tentando parecer menos canastrão do que o habitual. O vilão é feito por Jean Claude Van Damme. Achei injusto colocar apenas ele para enfrentar todos aqueles valentões da década de 80 - pareceu um jogo bem desigual! Pior é acreditar que ele apanharia tão feio de Stallone. Enfim, chega de maiores especulações. "Os Mercenários 2" é pipoca pura, diversão sem maiores pretensões. Talvez seja o último da franquia uma vez que não rendeu o esperado. Se for já está de bom tamanho até porque a aposentadoria já soa como uma ótima idéia para todos esses atores veteranos.

Os Mercenários 2 (The Expendables 2, Estados Unidos, 2012) Direção: Simon West / Roteiro: David Agosto, Ken Kaufman / Elenco: Jason Statham, Bruce Willis, Liam Hemsworth, Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Jean-Claude Van Damme, Jet Li, Chuck Norris, Dolph Lundgren, Scott Adkins / Sinopse: Grupo de mercenários tenta recuperar carregamento de plutônio que está prestes a ser vendido para criminosos internacionais. O minério é matéria prima para a construção de armas nucleares.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Jogos Vorazes

"Jogos Vorazes" é a nova franquia de Hollywood destinada ao público adolescente. Depois do fim de "Harry Potter" os estúdios procuravam por algo com a mesma força e sucesso. Acabaram encontrando o que buscavam numa série de livros de autoria de Suzanne Collins. O público alvo obviamente é o adolescente, atualmente a grande força nas bilheterias de cinema. A trama não me soa como novidade, para falar a verdade a premissa e o argumento são semelhantes demais com um antigo texto de Stephen King chamado "The Running Man" que inclusive já virou filme com Arnold Schwarzenegger na década de 80 (O Sobrevivente). Tanto lá como cá o que vemos é um grupo de pessoas tentando sobreviver a jogos mortais impostos por um Estado autoritário e forte, que utiliza a matança como forma de entretenimento das massas controladas. Tudo sob a forma de programas de TV de grande audiência. 

De certa forma tanto "The Running Man" como "Jogos Vorazes" são releituras modernas dos esportes romanos da Antiguidade. É uma moderna visão dos Gladiadores, lutadores que entravam na arena para entreter a massa em combates mortais. É a velha política do "Panis et Circenses" (Pão e Circo). Agora o que se louva em relação a "Jogos Vorazes" é que em essência temos aqui um produto honesto, nada pretensioso e que se vende pelo que realmente é: uma aventura adolescente, com vários clichês caros ao universo juvenil: as lutas de vida e morte, a paixão levada às últimas consequências (até Romeu e Julieta está inserida na trama) e por fim a linguagem de videogame, rápida, visceral, que obviamente faz a cabeça dos garotos e garotas pós púberes. Em termos de nicho "Jogos Vorazes" vem para ocupar o vácuo deixado por "Crepúsculo". É a velha máxima "Rei Morto, Rei Posto". A boa notícia é que esse filme é bem melhor do que a saga dos vampiros e ao contrário de "Twilight" há uma grande atriz em cena, Jennifer Lawrence. Bonita, com excelente presença em cena, ela tem sido a aposta de Hollywood como a mais provável futura estrela do cinema americano. Eu não tenho nenhuma dúvida que isso vá acontecer, até porque "Jogos Vorazes" foi um enorme sucesso de bilheteria. Só espero que ela não se envolva em projetos ruins e escolhas erradas daqui pra frente. Em conclusão podemos dizer que "Jogos Vorazes" diverte, entretém e cumpre seus objetivos. Um bom filme que inaugura uma nova franquia blockbuster Made in Hollywood. Que venha as próximas continuações então. 

Jogos Vorazes (The Hunger Games, Estados Unidos, 2012) Direção: Gary Ross / Roteiro: Gary Ross, Suzanne Collins, Billy Ray baseado no livro de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Stanley Tucci, Donald Sutherland, Woody Harrelson / Sinopse: Após uma rebelião de vários distritos o governo central de um Estado autoritário e forte impõe que anualmente dois jovens (um garoto e uma garota) de cada distrito sejam levados como tributo a participar dos "Jogos Vorazes", competição televisiva onde os participantes lutam entre si até a morte. Apenas um poderá sobreviver.  

Pablo Aluísio.