quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Salem

Salem
Eu ainda não terminei de assistir a essa série de terror chamada "Salem". É a tal coisa, de maneira em geral, gostei do que vi. Obviamente ela ainda se rende muitas vezes a clichês televisivos, certos cacoetes que imperam nesse tipo de programa, mas mesmo assim consegue ainda trazer coisas bem interessantes, principalmente personagens fortes que lhe fazem seguir em frente, mesmo com alguns episódios fracos, sem razão de ser. Também se sobressai por trazer um visual dark, escuro e sombrio muito bem feito. A direção de fotografia é excelente.

Some-se a isso ao fato de ser uma série de época, histórica, com mesclas de realismo fantástico, é você entenderá porque após poucos episódios ela te prende mesmo. Há um clima de bruxaria no ar, mas não bruxaria infantojuvenil como estamos acostumados a ver, que acaba mesmo prendendo a atenção de quem gosta do gênero terror. Abaixo eu resgatei alguns  comentários que fiz de episódios que mais me chamaram a atenção. Uma pequena amostra de "Salem", que a título de informação adicional teve no total 3 temporadas produzidas e exibidas entre os anos de 2014 a 2017. Por ser de certa forma tão anticonvencional acredito que até durou muito além do que era esperado. Afinal em muitos momentos "Salem" era Heavy Metal demais para a padronizada programação da televisão comercial dos Estados Unidos.

Salem 1.02 - The Stone Child
Na história real Salem foi uma cidade atingida em cheio pela Inquisição Protestante onde muitos homens e mulheres foram queimadas vivas ou enforcadas acusados de bruxaria. Na série porém temos um quadro de realismo fantástico, onde as bruxas existem, são poderosas e dominam o lugar com punhos de ferro. Mais uma produção muito bem realizada com estilosa direção de arte. Esse episódio em especial abre com uma frase interessante que diz: "A maioria das pessoas que já viveu na história estão mortas. E grande parte delas ardem nas profundezas do inferno pela eternidade"! Pela frase já deu para perceber que a série é bem escrita mesmo, palmas aos roteiristas. Mary Sibley é a personagem central. Bruxa, maquiavélica e cruel ela controla seu marido (colocando um sapo em sua boca) e como ele é o homem mais poderoso de Salem também tem a cidade sob seu domínio. Para quem aprecia cenas fortes duas sequências chamam a atenção nesse episódio: um aborto horrível e uma busca por um corpo em uma vala com vários cadáveres em decomposição. Uma série não recomendada para pessoas impressionáveis demais.

Salem 1.04 - Survivors
Um navio contaminado pela temida gripe espanhola chega no porto de Salem, pequena vila da colônia britânica no novo mundo. Para evitar que todos os habitantes morram ao terem contato com essa terrível doença que matou milhões de pessoas na Europa, Mary Sibley (Janet Montgomery) determina que ele fique bem longe da costa, de quarentena. Começa assim mais um episódio dessa série "Salem". O cenário é a famosa cidade americana que foi palco de um dos mais tristes eventos da inquisição protestante quando pastores deram ouvidos a uma jovem de apenas 12 anos de idade e saíram queimando homens e mulheres acusados de bruxaria e magia negra. Nesse episódio um pai católico realiza um exorcismo em sua própria filha pois ela apresenta um comportamento muito estranho, bem de acordo com o que se esperaria de uma jovem possuída por forças do mal. A questão é que ela foi enfeitiçada pela própria Sra Sibley, que debaixo de sua fachada de moradora exemplar da cidade esconde um grande segredo: ela própria é uma bruxa, das mais aterrorizantes da região. No geral "Salem" vem melhorando a cada episódio. Começou meio sem ritmo, ainda vacilante, mas conforme os episódios seguem em frente ela apresenta notáveis avanços. Também colabora e muito a boa presença da atriz Janet Montgomery. Ela tem um olhar tão expressivo que muitas vezes se torna desnecessários o uso de maquiagem e efeitos digitais. Bela interpretação. Por essa e por outras seguirei acompanhando daqui para frente, sem planos de desistir da série. / Salem 1.04 - Survivors (EUA, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon/ Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.05 - Lies
Uma das maiores loucuras da inquisição protestante aconteceu na cidadezinha de Salem, Massachusetts, no ano de 1692. Após algumas jovens relatarem que tiveram pesadelos com bruxas o pastor local, que também era um magistrado poderoso dentro da região, começou a perseguição contra as pessoas que supostamente estariam praticando bruxaria em rituais de magia negra realizados no meio da floresta. A paranóia, completamente sem controle, se espalhou e em pouco tempo sessões de torturas e execuções se tornaram prática costumeira. Um horror que serviu para demonstrar que o fanatismo religioso pode ser algo muito perigoso. O trágico acontecimento entrou na história americana, deu origem a livros e filmes e agora chega na TV em forma de série, só que ao invés de contar os acontecimentos históricos tais como se passaram os produtores resolveram investir forte na pura ficção e fantasia. A personagem central chamada Mary Sibley (Janet Montgomery) é de fato uma bruxa que coloca sob seu feitiço o homem mais poderoso do lugar, se tornando assim uma das pessoas mais influentes da cidade. Nesse episódio uma encomenda especial chega para ela, enviada diretamente da Europa. Se trata de um artefato usado em rituais de feitiçaria, que acaba caindo nas mãos erradas. Para Sibley é imperioso que ela tome posse do tal objeto que segundo a tradição teria o poder de invocar demônios de grande poder. Além disso Sibley precisa controlar uma jovem garota que se diz possuída pelo diabo. Ela começa a usar seu suposto poder de reconhecer bruxas e bruxos como forma de manipulação, punição e chantagem com os moradores locais. Algo que realmente aconteceu na história real. Insanidades que só o mais puro fanatismo causado pela religião podem causar. / Salem 1.05 - Lies (EUA, 2014) Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon/ Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.06 - The Red Rose and the Briar
Um episódio muito bom, movimentado e com cenas de terror que certamente vão agradar aos fãs de séries como "The Walking Dead". Nesse aqui o reverendo da cidade e John Alden (Shane West) conseguem capturar uma bruxa em seu porão. Existe uma lenda que afirma que as bruxas ficam automaticamente obrigadas a contarem a verdade quando o planeta Saturno fica em uma órbita estacionada no sistema solar. Sabendo disso os dois acorrentam a bruxa e a levam para o meio da floresta para que ela conte tudo o que sabe sobre as manifestações demoníacas em Salem. O que eles não contavam é que ela na verdade teria ao seu favor um amplo poder proveniente da escuridão da alma humana, o que faz com que ela consiga até mesmo levantar os mortos de suas próprias covas rasas! Depois que seu sangue cai sob a terra os falecidos se levantam e começam uma verdadeira luta de vida e morte contra àqueles que a aprisionaram. Enquanto isso a toda poderosa bruxa do vilarejo, Mary Sibley (Janet Montgomery), luta entre sua escolha pelo caminho do mal e o sentimento de amor que ainda sente por John Alden, mesmo após tantos anos! Como se sabe ela aprisionou seu velho marido, colocou um sapo em sua boca e o jogou em um feitiço que o deixou completamente incapacitado, como se tivesse sofrido um derrame. Agora precisa também lidar com uma pupila que deseja seguir seus passos de adoração do mal absoluto. / Salem 1.06 - The Red Rose and the Briar (EUA, 2014) Direção: P.J. Pesce / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco:  Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.07 - Our Own Private America
Outra série de terror que começou meio irregular e foi melhorando com o tempo. O que salva "Salem" de outras séries próximas e derivadas e o caminho escolhido pelos roteiristas em explorar melhor o suspense e o terror. Nada de temáticas mais voltadas ao público adolescente. Aos poucos a série vai escolhendo o caminho do mais sinistro e isso conta muitos pontos a favor. Nesse episódio continua a disputa pelo artefato conhecido como Malum. Um objeto milenar, usado na antiguidade para evocar entidades do mal. Aqui temos uma novidade e tanto, a entrada no jogo de poder de Salem de um velho pastor, um veterano que sabe muito bem como tratar bruxas e seguidores de seitas satânicas (lembrando que dentro do universo de Salem as bruxas são uma realidade e não apenas fruto de superstições de uma era de obscurantismo). Pois bem, para descobrir onde foi parar o tal objeto, Mary Sibley (Janet Montgomery) resolve entrar literalmente na mente e nos pensamentos de John Alden (Shane West), algo muito perigoso e pouco tentado nos séculos passados. O perigo é que Sibley simplesmente se perca ao adentrar a mente de John, ficando presa para sempre nesse universo paralelo. É praticamente uma possessão entre pessoas vivas. Enfim, tudo muito interessante. Destaque para a cena em que três pessoas de uma mesma família são acusadas de bruxaria e queimadas vivas numa grande fogueira bem no centro de Salem. Efeitos especiais muito bem realizados. / Salem 1.07 - Our Own Private America (EUA, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Ashley Madekwe.

Salem 1.08 - Departures
Nenhuma série de terror sobre bruxas estaria completa sem a presença de um inquisidor. Alguém que colocaria todos os seus conhecimentos para destruir as filhas de Satã. Quem exerce essa função em "Salem" é o pastor puritano Increase Mather (Stephen Lang). Depois de alguns anos fora, viajando pela colônia, ele finalmente retorna para a pequena, mas próspera Salem. Ele havia deixado seu jovem filho como pastor da vila, mas ele se revelou fraco em sua fé. Pior do que isso, acabou caindo nas tentações da carne, vergonhosamente se apaixonando por uma das prostitutas do bordel local. Algo completamente inadmissível para Increase. E é justamente o bordel que se torna seu primeiro alvo. Numa vistoria no estabelecimento ele encontra peças usadas em rituais de magia negra. Imediatamente prende a dona do prostíbulo e a acusa de ser uma bruxa. Depois disso seguem os procedimentos de sempre: torturas e buscas por outras adeptas de satanismo. O que o experiente inquisidor ainda não sabe é que a líder das bruxas é a suposta respeitável Mary Sibley (Janet Montgomery) que logo despacha seu marido enfeitiçado para Boston, com receios de que Mather descubra tudo. Esse é certamente um episódio muito bom. "Salem" começou um pouco sem rumo, mas depois pegou ritmo. Hoje em dia é certamente uma das séries de terror mais interessantes da TV americana. / Salem 1.08 - Departures (EUA, 2014) Direção: Alex Zakrzewski / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Stephen Lang, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.09 - Children, Be Afraid
Confome vimos nos episódios anteriores o inquisidor Increase Mather (Stephen Lang) segue em sua caça às bruxas de Salem. Desde que resgatou George Sibley (Michael Mulheren) da morte na floresta ele está convencido que ele está sob o feitiço de alguma bruxa. E suas suspeitas vão se concretizando ainda mais, principalmente depois que descobre que a esposa de George, Mary Sibley (Janet Montgomery), mandou um de seus lacaios dar em segredo um estranho líquido para George. Para Mather essa seria mais uma poção proveniente de bruxaria. Convencido disso ruma até a casa de Mary com seus homens - todos com tochas em suas mãos como era comum na captura de bruxas durante aqueles tempos. Uma vez lá acaba sendo surpreendido pois uma das jovens que seguem Mary acusa Tituba (Ashley Madekwe) de ser a verdadeira feiticeira do povoado, uma vez que ela inclusive mantém uma tarântula como entidade de ligação com seu mestre, o próprio Satã. Imediatamente ela é presa e levada até o calabouço de Mather. A fogueira está mais próxima do que nunca. Eis aqui mais um bom episódio da série Salem. É a tal coisa, essa série de terror começou meio vacilante, com problemas de roteiro, mas aos poucos foi se acertando. Hoje já podemos dizer que é um bom programa para o fim de noite, principalmente se você gosta de terror histórico. Pois é crianças, tenham medo, muito medo! / Salem 1.09 - Children, Be Afraid (EUA, 2014) Direção: David Grossman / Roteiro:  Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.10 - The House of Pain
A tortura foi um método muito utilizado na inquisição protestante que se alastrou pelas colônias americanas. Nesse episódio isso é bem explorado. A escrava negra Tituba (Ashley Madekwe) foi acusada de bruxaria. Não era de toda inverídica a acusação uma vez que ela realmente lidava com forças ocultas e malignas. Presa pelo pastor Increase Mather (Stephen Lang) ela começa a ser torturada para entregar as outras pessoas de Salem envolvidas com bruxaria. É interessante essa cena porque o personagem de Stephen Long (ótimo ator, por sinal) começa a apresentar para sua prisioneira alguns instrumentos de tortura usados pela inquisição. Todos eles, diga-se de passagem, verdadeiros, que foram usados em torturas reais durante a idade média. Entre eles chamo a atenção para a "pera", um artefato completamente macabro e cruel. De uma forma ou outra o velho pastor faz jus a sua fama de realmente arrancar informações de hereges em geral, só que para sua surpresa os nomes que Tituba vai lhe passando não eram bem aqueles que ele esperava. Enquanto isso Mary Sibley (Montgomery), a verdadeira culpada, vai se safando. Pois é, mesmo a passos de tartaruga estou indo em frente nessa série Salem. O tema me interessa, além disso os episódios estão cada vez melhores. Que novas perseguições venham! Vale a pena acompanhar. / Salem 1.10 - The House of Pain (EUA, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.11 - Cat and Mouse
O inquisidor Increase Mather (Stephen Lang, em ótima interpretação) segue sua caça às bruxas. Ele sabe que Mary Sibley (Janet Montgomery) está envolvida em atos de bruxaria, mas ainda não tem provas. Como diz o ditado ele então começa a comer pelas beiradas, atingindo pessoas que rodeiam Sibley. Após prender sua criada acusada de ser uma bruxa, ele parte em busca de um grupo de jovens de Salem, lideradas pela insana Mercy Lewis (Elise Eberle, uma atriz de traços bem marcantes). Ele a enfrenta no meio do nada, na floresta, em uma bem articulada cena, com muito suspense e violência. É a tal coisa, Salem consegue divertir e assustar ao mesmo tempo. Tem algumas boberinhas aqui e acolá, mas nada que comprometa. Aqui Mather promove uma sessão de tortura básica com as garotas presas pela inquisição. Com um grande caldeirão de água fervendo ele resolve respingar gotas em todas elas. Coisa de sádico. Outro bom momento desse episódio acontece quando Increase Mather, em pleno sermão de domingo, é interrompido pelo próprio filho que o acusa de ser o próprio representante do diabo na Terra. Uma vibe pra lá de sinistra, isso literalmente falando, é claro! / Salem 1.11 - Cat and Mouse (EUA, 2014) Direção: Tricia Brock / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.13 - All Fall Down 
Último episódio da primeira temporada. É a tal coisa, a série começou meio aos trancos e barrancos, mas depois foi melhorando. Nesse décimo terceiro episódio as coisas ficam ainda melhores, embora em minha opinião a série tenha entrado em um beco sem saída em termos de enredo, afinal de contas o que poderia vir depois de tudo o que acontece aqui? Segue spoiler, assim se você ainda não assistiu fique por aqui na leitura. Pois bem, "All Fall Down" traz o desfecho para vários personagens importantes da série. Por amor, Mary Sibley (Janet Montgomery) resolve salvar John Alden (Shane West) da morte o salvando, tirando ele das mãos do inquisidor, o deixando livre no meio da floresta. Depois disso resolve ir para o tudo ou nada contra o inquisidor Increase Mather (Stephen Lang, certamente interpretando o melhor personagem da série). Depois de uma luta feroz ele acaba sendo morto por Sibley, pior do que isso, descobre também que foi enganado, trazendo o sangue de inocentes para o famigerado ritual que Sibley está prestes a realizar, libertando a morte escarlate pelo mundo. O assassinato de Mather fecha um ciclo narrativo extremamente importante na série e fico com dúvidas se ainda há algo a explorar em uma segunda temporada! Como eu escrevi, tudo parece tão consumado que fica complicado antever o que virá na sequência. De qualquer maneira esse episódio final de Salem vale muito a pena. Realmente acabou superando até mesmo minhas mais elevadas expectativas. Ponto para a série. Que novos episódios venham. / Salem 1.13 - All Fall Down (Estados Unidos, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel, Stephen Lang.

Salem 2.01 - Cry Havoc
E começa a segunda temporada de Salem (a série teve no total 3 temporadas, só para informar). Pois bem, após a realização do grande ritual nas florestas ao redor de Salem os primeiros efeitos do mal se fazem sentir. A peste negra está assolando a região e muitos acabam morrendo por causa da terrível doença. Mary Sibley, sempre apaixonada por John Alden, visita um oráculo para saber onde ele está! Na visão Mary vê que o amado está morto, mas isso é uma ilusão criada pelos chefes xamãs nativos que procuram proteger John da bruxa. E por falar em bruxas, as velhas anciãs da floresta acabam sendo mortas pela louca Mercy Lewis que acha que foi injustiçada, apesar de seus esforços. Ela também vive no meio da floresta agora, rodeada de suas seguidoras, sujas e em farrapos. Passando por cima de qualquer autoridade da comunidade de feiticeiras ela resolve fazer justiça com as próprias mãos - uma transloucada certamente. Um aspecto interessante nesse episódio é a introdução de um novo personagem, um médico que chega em Salem disposto a vencer a peste negra, não com feitiços ou bruxarias, mas sim com a força da ciência e do conhecimento. Uma boa oportunidade para os roteiristas desenvolverem mais sobre a eterna briga entre ciência e crenças religiosas. Vamos aguardar para ver no que isso vai dar. / Salem 2.01 - Cry Havoc (Estados Unidos, 2014) Direção: Nick Copus / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Pablo Aluísio.

Dallas

Essa série é um remake da antiga Dallas, que inclusive foi exibida por anos a fio pela Rede Globo nos finais de noite, durante os domingos em sua programação. A série original fez muito sucesso, rendeu até imitações, como "Dinastia" e se consolidou como um dos programas mais populares da TV americana durante os anos 70. O tempo passou e os produtores chegaram na conclusão que seria uma boa reviver os velhos tempos. O problema é que essa série remake é bem fraquinha. Vale apenas pela curiosidade de rever personagens como JR. Esse foi o mote principal que me fez me interessar.

O problema é que o ator Larry Hagman morreu bem no meio de uma dessas novas temporadas e isso me fez perder completamente o interesse por essa nova "Dallas". Devo dizer que não me arrependi de ter visto essas duas novas temporadas. Foi uma espécie de despedida de JR e do próprio ator que o interpretou. Além disso a ótima trilha sonora (com destaque para a música de abertura) sempre iria valer a pena. Assim fechei de uma vez por todas as portas para "Dallas", com um misto de tristeza e nostalgia. Nada mais seria como antes, essa é a conclusão. Abaixo publico alguns poucos episódios que resenhei. São apenas amostras avulsas, esporádicas. Vale pelas impressões que tive quando ainda estava assistindo a série. The End.

Dallas 2.09 - Ewings Unite
A morte do ator Larry Hagman deixou um buraco muito grande em "Dallas". Não é novidade para ninguém que seu personagem J.R. Ewing era a alma da série, tanto em suas temporadas originais quanto aqui nessa nova repaginada. Esse é o primeiro episódio após a morte de J.R. e apesar dele não mais aparecer fisicamente é a presença mais constante em todo o episódio, fruto é óbvio de sua importância dentro dessa trama. E por falar em trama a velha e boa "Dallas" continua a mesma, com todo mundo querendo passar a perna em todo mundo. Nesse aqui temos após a leitura do testamento de J.R. uma tentativa de união entre Bobby, John Ross e  Christopher! Mas é óbvio que em se tratando da família Ewing nenhum tipo de união dessa vai muito longe. Melhor não confiar em ninguém realmente. Bom episódio que marca o começo da tentativa de se levar "Dallas" adiante, mesmo sem seu mais marcante personagem. / Dallas 2.09 - Ewings Unite (EUA, 2013) Direção: Steve Robin / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster.

Dallas 2.12 - A Call to Arms
Essa nova versão de "Dallas" começa a perder o fôlego. Com a morte de JR Ewing a série ficou sem seu personagem mais forte e em consequência também se perdeu muito em termos de carga dramática. Cada novo episódio se mostra apenas como uma tentativa de reviver os bons tempos, mas obviamente sem o mesmo sucesso. De certa forma você já assistiu tudo isso antes - Cliff Barnes (Ken Kercheval) segue realizando todas as manobras para se apoderar das empresas Ewing. Isso inclui até mesmo colocar em risco a vida da própria filha e de seus netos! O problema é que Barnes não tem mais seu antagonista perfeito dentro da trama (papel que cabia a JR, claro) e assim vamos acompanhando aquela moçada jovem do novo elenco tentando barrar suas vilanices. Está um pouco cansativo, certamente. Curiosamente para o público americano isso tem sido de menor importância pois a série tem conseguido atingir e manter bons índices de audiência. Uma nova temporada foi renovada e sabe-se lá como os roteiristas conseguirão levar essa fórmula desgastada pelos anos em frente. Estou predisposto a assistir essa segunda temporada até o fim, mas seguir adiante ainda é uma incógnita. Confesso que é uma tarefa que está a cada dia mais complicada. Provavelmente jogarei o chapéu texano fora depois do fim dessa segunda rodada de episódios. / Dallas 2.12 - A Call to Arms (EUA, 2013) Direção: Ken Topolsky / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Josh Henderson, Jesse Metcalfe, Jordana Brewster.

Dallas 2.13 - Love & Family
A nova "Dallas" está chegando no final de sua segunda temporada. É curioso porque apesar de ser uma nova roupagem da antiga série em essência tudo continua igual ao passado. O foco é sempre centrado no duelo entre a Barnes Global e as empresas da família Ewing, uma querendo dominar a outra. Nesse episódio o grupo Ewing tem apenas 24 horas para quitar um empréstimo milionário. Caso não seja pago a empresa vai parar nas mãos de Cliff Barnes (Ken Kercheval). Para evitar isso Bobby Ewing (Patrick Duffy) faz de tudo para localizar sua ex-esposa, que está desaparecida e ao que tudo indica está morando em Zurique. Ela detém um terço das ações da empresa de Barnes e poderia virar o jogo em favor da família Ewing. Somando-se as ações dela com as de Pamela Rebecca Barnes (interpretada pela linda atriz argentina Julie Gonzalo) os Ewing assumiriam o controle do grupo de Cliff Barnes, enquanto ele pensa estar dominando a Ewing. Confuso não é mesmo? Eu roubo sua empresa e você a minha! Coisas de "Dallas". Na outra linha narrativa Drew Ramos (Kuno Becker) confessa ter participado do atentado à plataforma de petróleo da empresa de Bobby. Ele precisa fugir para evitar ser assassinado, mas se torna uma peça chave nessa guerra corporativa. Se falar o que sabe o próprio Cliff Barnes pode ir parar atrás das grades! O episódio termina com um casamento surpresa que ninguém esperava, onde obviamente o amor pesa menos do que os interesses financeiros. Afinal estamos falando de "Dallas" onde todos os personagens mais se parecem com víboras do que com qualquer outra coisa. / Dallas 2.13 - Love & Family (EUA, 2013) Direção: Randall Zisk / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster, Julie Gonzalo.

Dallas 2.15 - Legacies
Aos trancos e barrancos cheguei no final da segunda temporada da nova série "Dallas". Depois da morte de J.R Ewing (Larry Hagman) pensei seriamente em deixar de acompanhar a série, mas como os roteiristas são verdadeiros malas (e especialistas em capturar a atenção do espectador) acabei indo até o fim para saber como esse grande personagem morreu. É justamente nesse episódio que descobrimos finalmente como! [A partir desse ponto escreverei spoilers, então se ainda não viu ou não sabe sobre a morte de J.R. não siga lendo o texto]. A versão que todos estavam sabendo até agora era a de que J.R. havia sido encurralado em um hotel no México e morto de forma covarde por um assassino profissional contratado por seu inimigo Cliff Barnes (Ken Kercheval). Bom, nesse episódio descobrimos que J.R. encomendou sua morte ao seu próprio capanga Bum (Kevin Page). Ele deveria matar J.R. (que estava com câncer terminal), criando uma série de evidências para confirmar seu suposto assassinato, levando assim Cliff a assumir toda a culpa, o jogando na cadeia pelo resto de sua vida. Uma vingança final de J.R. contra um de seus piores inimigos no mundo dos negócios. Achou forçado e sem noção? Ora, meu amigo, isso é "Dallas", um típico novelão americano onde reviravoltas desse tipo não causam maiores surpresas. Com essa trama final chega ao fim a história de J.R. em "Dallas", certo? Errado! O fantasma dele não será deixado em paz. A ponta solta para a próxima temporada também envolve o personagem mais famoso de "Dallas", que no passado havia roubado terras do pai de Elena Ramos (Jordana Brewster) abrindo margem assim para que ela resolve se unir a Cliff para se vingar da família Ewing de uma vez por todas! Com isso só podemos ter pena de Christopher Ewing (Jesse Metcalfe) mesmo, já que será a segunda esposa em sua vida que agora quer ver sua caveira numa estaca! Esse cara realmente não tem sorte com as mulheres... / Dallas 2.15 - Legacies (EUA, 2013) Direção: Steve Robin / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Yellowstone

Nova série que está chegando agora no Brasil. Nos Estados Unidos recentemente estreou a segunda temporada. Aqui temos o estado rural de Montana, com suas pequenas cidades, estilo de vida rural, pecuária e fazendas de perder de vista de tão grandes. Kevin Costner é um desses fazendeiros ricos da região. Ele, apesar de ter uma bela e rica fazenda, também trabalha como comissário de polícia, ou como dizem os moradores, como xerife da cidade. Também é pai de uma grande família, com seus filhos ocupando posições de destaque no lugar. Um dos filhos é advogado, a outra é executiva de uma grande empresa. Alguns são meros cowboys, trabalhando para o pai.

No primeiro episódio intitulado "Daybreak" temos a apresentação de todos os personagens. Logo na primeira cena Costner se recupera de um grave acidente. Ele estava transportando cavalos quando se chocou com outro veículo. O resultado é que precisa sacrificar um dos animais com um tiro na cabeça, isso tudo quando ainda está sangrando dos ferimentos que sofreu. Coisa de cowboy de Montana, coisa de macho! Tirando as brincadeiras de lado o fato é que gostei desse primeiro episódio. Possa ser que a série siga os caminhos de "Dallas" se tornando uma novela americana, mostrando as intrigas dentro de um clã familiar, mas ainda é cedo para classificar "Yellowstone" dessa maneira. Assim vamos conferir os próximos episódios para ver no que tudo isso vai dar. As expectativas são boas.

Yellowstone (Estados Unidos, 2018) Direção: Taylor Sheridan / Roteiro: Taylor Sheridan, John Linson / Elenco: Kevin Costner, Luke Grimes, Kelly Reilly, Wes Bentley / Sinopse: John Dutton (Costner) é um rico fazendeiro que também trabalha de xerife na cidade. Quando um novo chefe tribal é colocado como líder dos nativos locais, logo se cria uma série de atritos entre os dois membros mais destacados da região de Montana.

Pablo Aluísio.

Chicago Fire

Série que sempre me pareceu muito promissora. Afinal uma série que enfocasse a vida dos bombeiros era uma boa ideia, fugindo um pouco da linha de produção americana de séries sobre policiais e médicos. E "Chicago Fire" não me decepcionou. Eu gostei bastante. Acompanhei com regularidade até a segunda temporada, quando outras séries me chamaram mais a atenção e deixei essa em segundo plano. Em termos de sucesso a série se segurou bem desde quando estreou em 2012. Conquistou seu público, deu bons índices de audiência e conseguiu sobreviver a um dos mercados televisivos mais concorridos do mundo. Chegou até mesmo a dar origem a uma série derivada chamada "Chicago PD" que em minha opinião é até melhor do que "Chicago Fire".

No total, até o momento, são sete temporadas. Alguns personagens foram trocados, outros amenizados, colocados de lado, mas sempre mantendo um mesmo núcleo que garante a fidelidade dos telespectadores. Recentemente uma terceira série, chamada "Chicago Med", sobre médicos, foi criada pelos mesmos produtores. Inclusive, de tempos em tempos, há um cruzamento de elenco e tramas entre as três séries, rendendo especiais que são exibidos na TV americana, na popular NBC TV. Abaixo segue as poucas resenhas que escrevi de "Chicago Fire". É uma pequena amostra do que acompanhei. Talvez, um dia, eu volte a assistir a série, porém vou acompanhar a temporada mais recente, para não perder muito tempo. Como os episódios são relativamente independentes, não há maior problema em fazer esse tipo de "pulo". Segue abaixo os textos que escrevi e que agora são compilados nessa postagem. Espero que gostem.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Oscar 2019

Foi uma cerimônia mais curta, mais eficiente e menos cansativa. A intenção da academia foi mesmo não aborrecer o espectador mais jovem. No ano passado o Oscar perdeu audiência justamente entre os mais jovens. Essa geração moldada na internet não quer mais perder tempo com uma entrega de prêmios sem fim, com muito choro e breguice. Nesse aspecto os organizadores acertaram em cheio. É um modelo a se seguir nos próximos anos.

A grande surpresa da noite foi a premiação de "Green Book - O Guia" como o melhor filme do ano. Ninguém estava apostando nele. Geralmente os ditos experts afirmavam que "A Favorita" ou então "Roma" levaria esse prêmio. Como a premiação é uma votação venceu mesmo o gosto pessoal dos membros. E foi uma boa escolha, um filme, como já escrevi aqui, muito bom, com roteiro bem estruturado, mandando uma mensagem sem ser chato e pedante. Foi uma boa escolha e eu pessoalmente fiquei bem satisfeito. O filme sempre foi um dos meus preferidos desse ano.

No prêmio de melhor direção tivemos a premiação de Alfonso Cuarón por "Roma". Um prêmio normal, nada demais. O filme levou também o Oscar de melhor filme em língua estrangeira. Essa dobradinha é bem incomum na história do Oscar. Geralmente o premiado em melhor direção é o diretor do filme que leva o Oscar de melhor filme. Assim temos outra surpresa entre os premiados. "Roma" também levou o prêmio de melhor fotografia, o que me pareceu forçado. Nessa categoria "A Favorita" estava muito acima.

Outro prêmio que trouxe surpresa foi o de melhor atriz. Todos estavam apostando em Glenn Close por "A Esposa". Só que a rainha Anne levou a melhor. Isso mesmo, o prêmio foi levantado por  Olivia Colman de "A Favorita". Merecido demais. A atriz realmente fez uma atuação brilhante. Nada do que reclamar. Em atriz coadjuvante quem levou a melhor foi a atriz negra Regina King por "Se a rua Beale falasse". Esse prêmio era mais esperado. Hollywood faz uma espécie de mea-culpa por causa da questão racial. Sempre que possível eles estão preferindo premiar artistas negros. O mesmo pensamento vale para Mahershala Ali de "Green Book - O Guia". Ele interpreta o músico negro e culto que precisa lidar com um italiano casca grossa durante uma viagem ao sul dos Estados Unidos, durante os anos 1960. A palavra que define o trabalho de Ali nesse filme é dignidade.

Rami Malek venceu o Oscar de melhor ator por "Bohemian Rhapsody". Foi um alívio para o estúdio e seus produtores. Ninguém estava esperando por mais premiações importantes por esse filme que é um grande sucesso (mais de 800 milhões de dólares arrecadados), mas que também teve sua leva de críticas negativas. "Infiltrado na Klan" ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado e "Green Book - O guia" de melhor roteiro original. A premiação do filme de Spike Lee nessa categoria foi outro exagero. O roteiro de "Poderia me perdoar?" é muito mais inspirado e bem feito, Isso só para citar um dos concorrentes. Exagero total. Erraram a mão nessa categoria.

Por fim, chegando nas categorias ditas menores e técnicas, tivemos a premiação de  "Homem-aranha no Aranhaverso" como melhor animação. Outro erro, justificado apenas pelo fato da academia ter encontrado um jeito de homenagear Stan Lee. Olhando para a lista de concorrentes havia pelo menos mais duas animações muito melhores, "Os Incríveis 2" e "Mirai". E por falar em super-heróis da Marvel o filme "Pantera Negra" não venceu o Oscar de melhor filme do ano, óbvio, mas não ficou de mãos vazias, levando para casa as estatuetas de Melhor Direção de Arte, Figurino e Trilha Sonora. Já está de bom tamanho, os realizadores devem dar graças a Deus. Já "O Primeiro Homem", ignorado nas principais categorias (os produtores esperavam mais), pelo menos levou um Oscar de consolação, o de Melhores Efeitos Especiais. Melhor do que nada.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Bohemian Rhapsody

Demorei para assistir, mas finalmente conferi essa tão falada cinebiografia do Queen. Bem, antes de tudo, para quem viveu a época do Queen vai ser muito bom ouvir todos aqueles grandes sucessos. Os produtores porém pensaram mais na nova geração do que nos fãs veteranos. O que era para ser apenas um belo cartão postal da banda acabou se tornando algo muito maior. Até o momento o filme já bateu 850 milhões de dólares em bilheteria - um tremendo sucesso de público! Some-se a isso ao fato do ator Rami Malek ter sido premiado com o Oscar de melhor ator e você terá o caldo perfeito para gerar um produto pop perfeito. Sim, o filme é bem isso mesmo. A história de Freddie Mercury ganha ares de pura dramaturgia, tudo feito no velho old school, onde a lenda é imprensa, mesmo com vários, digamos, errinhos de cronologia e fatos históricos equivocados. Nada disso tira os méritos do filme ao meu ver. Gostei de praticamente tudo, da boa reconstituição dos shows, da acertada decisão do diretor Bryan Singer em tentar dar espaço para os outros membros do grupo e até mesmo da direção de arte, que suavizou muitas das breguices datadas que eram moda nos anos 70 e 80. Esse lado kitsch só ressurge com toda a sua força quando os créditos finais sobem e imagens reais de um show do Queen - com o Mercury real - aparece na tela do cinema. Nesse momento ficou impossível esconder as roupas exageradas, os cabelos cafonas, etc.

Fora isso, tudo bem reconstruído. O lado mais promíscuo de Mercury foi amenizado. Temas fortes de sua biografia como sua homossexualidade, a diversidade de parceiros sexuais e por fim a descoberta que tinha AIDS foram tratados com delicadeza e suavidade pelo roteiro. Afinal o estigma e o preconceito ainda existem e não poderia haver em nenhum momento a intenção do filme em macular de alguma forma a biografia de seu protagonista, aqui enfocado como lendário. Porém, para finalizar, temos que dizer que nenhum detalhe cinematográfico vai superar a força da música do Queen. Essa é realmente imbatível. A trilha sonora salva o filme em inúmeros momentos. Basta uma leve caída para o diretor puxar logo um grande hit, ganhando com isso a cumplicidade do público. É como ter um craque em um time mais ou menos. Sempre será possível surgir um gol de gênio no último segundo para salvar todo o conjunto, todo o time. Assim a trilha sonora é a grande arma dessa produção. Sem ela nada poderia se sobressair. Com a música do Queen o gol de placa se mostrou garantido.

Bohemian Rhapsody (Inglaterra, Estados Unidos, 2018) Direção: Bryan Singer / Roteiro: Anthony McCarten, Peter Morgan / Elenco: Rami Malek (Freddie Mercury), Lucy Boynton (Mary Austin), Gwilym Lee (Brian May), Ben Hardy (Roger Taylor), Joseph Mazzello (John Deacon) / Sinopse: Cinebiografia do cantor de rock Freddie Mercury e sua banda Queen, grande sucesso de vendas durante os anos 70 e 80. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Rami Malek), Melhor Edição (John Ottman), Melhor Edição de Som (John Warhurst, Nina Hartstone) e Melhor Mixagem de Som (Paul Massey, Tim Cavagin e John Casali).

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Braven

Não deixa de surpreender o fato de que após o fiasco da nova versão do Conan os estúdios ainda apostem em Jason Momoa como astro de filmes de ação! Esse filme "Braven" o traz como protagonista, numa nova tentativa de transformar o sujeito em um nome popular no cinema. Pois bem, nesse filme Momoa interpreta um trabalhador da indústria da madeira em um daqueles estados gelados do norte dos Estados Unidos (o roteiro não explica o estado onde se desenvolve a estória). Ele é pai de família e aparentemente é uma pessoa feliz. O único problema é seu pai, que começa a apresentar sintomas de Mal de Alzheimer. Os médicos aconselham sua internação em uma instituição psiquiátrica, mas Momoa recusa. Ao invés disso decide levar o pai para um passeio nas montanhas geladas. Eles possuem uma cabana isolado por lá. Talvez seja uma boa para o velho melhorar um pouco, mudando os ares. 

Ao chegarem na cabana encontram uma sacola cheia de drogas dentro. Problemas à vista. Toda aquela cocaína tem a ver com um dos empregados de Momoa, que usou seus caminhões para transportar o tráfico. A questão é que os traficantes agora estão vindo em busca da "mercadoria", o que abre margem para um confronto violento, de um lado Momoa e seu pai, do outro os criminosos.  Stephen Lang que interpreta o pai do personagem de Momoa, fez um filme bem interessante, que assisti há pouco tempo, chamado "O Homem das Trevas", onde interpretava um homem cego que via sua casa sendo invadida por ladrões. Além disso ele foi o inquisidor da série "Salem". É um ator que gosto bastante, ótimo para interpretar sujeitos durões, sem um pingo de piedade. No final das contas ele acaba sendo a principal razão para assistir a esse mediano "Braven"; Com roteiro sem novidades e poucas cenas de ação realmente empolgantes, esse filme se torna bem descartável mesmo, a não ser pela presença de Lang, que é definitivamente o único motivo para conferir essa nova produção. 

Braven (Braven, Estados Unidos, 2018) Direção: Lin Oeding / Roteiro: Michael Nilon, Thomas Pa'a Sibbett / Elenco: Jason Momoa, Stephen Lang, Jill Wagner / Sinopse: Joe Braven (Jason Momoa) e seu pai Linden (Stephen Lang) decidem passar um tempo numa cabana distante, localizada no alto da montanha. Chegando lá encontram uma mochila com grande quantidade de cocaína dentro. Claro, as drogas pertencem aos traficantes da região que farão de tudo para recuperar sua preciosa "mercadoria".

Pablo Aluísio.

De Volta ao Jogo

Não mexa com quem está quieto. Pode ser que o sujeito seja um assassino profissional da máfia russa. É basicamente esse o ponto de partida desse filme. Keanu Reeves interpreta John Wick. No passado ele foi assassino de aluguel para diversos grupos criminosos. Agora passa por uma depressão sem fim pela morte da esposa. Durante um evento completamente banal ele é provocado por Iosef Tarasov (Alfie Allen), um jovem inconsequente que ainda está começando no mundo do crime. Seu ato impensado logo desperta a fúria incontrolável de Wick que não parece mais disposto a perdoar ninguém que lhe cruze o caminho. A típica situação de espalhar sua raiva pelo mundo, usando como alvo o primeiro imbecil que lhe aparecer pela frente.

O filme investe numa linha de ação que me lembrou muito os antigos filmes de pancadaria dos anos 80. Não há espaço para perder tempo. O que vale são as inúmeras cenas de confronto, tiroteios e brigas, algumas extremamente violentas. Reeves está tentando há tempos levantar sua carreira e pelo menos no quesito físico se saiu bem. Outro bom ator presente no elenco é o veterano Willem Dafoe interpretando Mr. Marcus, outro assassino profissional que tentará colocar um freio em Wick. Bom, não precisa ser gênio para entender que dois assassinos profissionais se enfrentando em um mesmo filme é sinal de muitas cenas de ação e brutalidade, todas, é bom frisar, bem realizadas. O único aspecto que incomoda é a frieza (ou seria pura falta de empenho?) do próprio Keanu Reeves. Com a mesma expressão facial ele pode matar um inimigo ou chorar pela esposa falecida. Definitivamente ele não é um Laurence Olivier, mas enfim.... dentro da proposta do filme até que funciona bem.

De Volta ao Jogo (John Wick, EUA, 2014) Direção: Chad Stahelski, David Leitch / Roteiro: Derek Kolstad / Elenco: Keanu Reeves, Willem Dafoe, Michael Nyqvist, Alfie Allen, Adrianne Palicki, John Leguizamo / Sinopse: Assassino profissional é injustamente provocado por um jovem membro da máfia russa, despertando um acesso de fúria e mortes por onde ele passa. Para deter a matança um chefão russo resolve contratar os serviços de outro assassino de aluguel, dando origem a um banho de sangue na cidade. Filme indicado aos prêmios da Phoenix Film Critics Society Award e San Diego Film Critics Society Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

A Bruxa

1630. Nova Inglaterra. América colonial. Expulso da vila de colonizadores puritanos ingleses o patriarca William (Ralph Ineson) leva sua família para viver na floresta. Os perigos são muitos. Além das feras escondidas nos bosques, ainda existe a possibilidade de todos morrerem de fome ou frio durante o inverno. William porém acredita que tudo dará certo pois ele se considera um bom cristão, devoto e temente a Deus. As coisas porém logo começam a dar errado. O jovem caçula, um bebezinho, desaparece misteriosamente. O outro filho volta da floresta com um comportamento estranho, como se estivesse possuído. Aos poucos todos começam a apresentar um estranho e sinistro comportamento que resultará em uma provável tragédia no meio daquele local esquecido por Deus.

É cada vez mais raro encontrar um filme de terror tão bom como esse! Por isso os fãs do gênero podem celebrar. "A Bruxa" é um filme inteligente, que joga mais psicologicamente com o público do que apelando para cenas de efeitos visuais vazios ou sem justificativa. Sim, não se engane, temos aqui um dos melhores filmes de horror psicológico dos últimos anos. O diretor e roteirista Robert Eggers soube muito bem por onde procurar as fontes de seu roteiro. Ele estudou velhas peças judiciais da época da inquisição protestante na América colonial e vitoriana e a partir disso escreveu sua estória que é bem aterrorizante e bem escrita. A família que preza pela devoção a Deus e seu isolamento na floresta, longe da vila de colonizadores ingleses, forma certamente o cenário perfeito para tudo o que acontece.

Há também uma bem colocada exploração em torno de símbolos macabros que estão no inconsciente coletivo de todos: o bode, a casa perdida no meio do nada, os objetos hereges, etc. Um dos aspectos mais curiosos vem da figura da própria bruxa, que diga-se de passagem nunca é muito explorada justamente para aumentar ainda mais o suspense em torno de todos os acontecimentos sobrenaturais que vão surgindo. Destaco o momento em que o jovem Caleb (Harvey Scrimshaw), em plena entrada na sua puberdade, é seduzido por uma sensual figura na porta de um casebre. Tudo de acordo com o que você mesmo pode descobrir ao estudar teologia medieval. O mal muitas vezes pode surgir pela beleza de uma imagem irresistível. Há também um ótimo jogo de pistas falsas, sendo que o espectador quase sempre nunca sabe ao certo quais pessoas daquela família estariam realmente sob o domínio do mal absoluto! Seria a filha mais velha, a mãe destruída emocionalmente pela perda de seu jovem bebê ou os gêmeos que agem e se comportam de forma completamente fora do convencional?

Enquanto os males vão se multiplicando todos os personagens parecem caminhar para a insanidade completa. Seria algo realmente vindo das trevas ou apenas um surto psicótico de todos eles, que viviam imersos em uma espécie de fanatismo religioso fora do comum? Todos esses questionamentos são plenamente válidos e vão surgindo em nossas mentes enquanto assistimos ao filme.  Enfim, falar mais seria estragar as várias surpresas do argumento. É muito bom encontrar novamente um filme desse nível que explora o tema das bruxarias do século XVII sem jamais cair em clichês ou soluções baratas. O diretor Eggers foi muito sutil nesse aspecto e por isso realizou realmente uma obra bem acima da média. Excelente filme de terror. Assista sem receios. Está mais do que recomendado.

A Bruxa (The Witch - A New-England Folktale, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, 2015) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Robert Eggers / Roteiro: Robert Eggers / Elenco: Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie, Harvey Scrimshaw /Sinopse: Durante a era colonial uma família passa a ser atormentada por uma estranha criatura da floresta, algo que pode ser definido como uma bruxa satânica. Filme vencedor do London Film Festival e do Sundance Film Festival na categoria de Melhor Direção (Robert Eggers).
  
Pablo Aluísio.

Green Book: O Guia

Dos filmes que estão concorrendo ao Oscar de melhor filme nesse ano, esse é seguramente um dos melhores. O roteiro aproveita uma situação até básica para passar sua mensagem, seus bons sentimentos e valores. Temos aqui dois protagonistas. O primeiro deles é o motorista italiano Tony Lip (Viggo Mortensen). Ele trabalhava numa das melhores casas noturnas de Nova Iorque, o Copa. Atuando como leão de chácara colocava os bêbados e valentões para fora, os jogando na rua. Quando a casa fecha por alguns meses, para reforma, ele fica desempregado. Uma oportunidade de trabalho surge com o pianista negro Dr. Don Shirley (Mahershala Ali). Ele vai fazer uma excursão pelas cidades do sul e como todos sabemos essa região dos Estados Unidos sempre foi conhecida pelos movimentos racistas. Para um negro como ele nada seria mais conveniente do que ter um italiano bom de briga para lhe proteger. Então acertado o acordo eles seguem viagem em um antigo Cadillac azul - um carro muito bonito, estiloso e cheio de charme.

O roteiro assim vai explorando as diversas situações pelos quais eles passam. Em uma região onde os negros eram segregados dos brancos, onde eles não podiam ir em certos lugares, se hospedarem em hotéis, ir a restaurantes, etc, Tony começa a seguir um guia impresso, trazendo o itinerário certo para um homem negro viajar em segurança por aqueles rincões. Agora imagine o tamanho do preconceito racial que existia na época (a história do filme se passa em 1962). Outro aspecto que o roteiro desenvolve muito bem é o choque de personalidades entre um músico negro culto, excelente pianista, de gestos e hábitos educados e refinados e um italiano de Nova Iorque meio grosseirão, falastrão, inconveniente, mas também prático para resolver problemas que vão surgindo pela estrada.

Como eu disse é um dos melhores filmes do Oscar. Roteiro muito bem escrito, baseado em fatos reais, boa interpretação dos dois atores principais e aquele tipo de mensagem que vale a pena reforçar nos dias de hoje. O único deslize da produção, ao meu ver, vem em certos momentos onde a Nova Iorque de Tony Lip surge meio artificial, ali no comecinho do filme. Isso porém é algo tão superficial que nem vale a pena prestar muito atenção. Foque-se nos valores de amizade e tolerância que o filme passa e curta o filme pelo que ele tem de melhor.

Green Book: O Guia (Green Book, Estados Unidos, 2018) Direção: Peter Farrelly / Roteiro: Nick Vallelonga, Brian Hayes Currie / Elenco: Viggo Mortensen, Mahershala Ali, Linda Cardellini / Sinopse: O filme mostra a viagem de um músico negro chamado Dr. Don Shirley (Mahershala Ali) e um italiano bom de briga, Tony Lip (Viggo Mortensen), pelo sul racista dos Estados Unidos durante a década de 1960. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Viggo Mortensen e Mahershala Ali), Melhor Roteiro Original e Melhor Edição (Patrick J. Don Vito). Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Mahershala Ali) e Melhor Roteiro.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Boy Erased

Filme baseado em fatos reais. O roteiro foi escrito em cima da história do jovem Jared Eamons (Lucas Hedges). Filho único de um pastor protestante, interpretado no filme por Russell Crowe, ele teve tudo que um jovem de sua idade poderia querer. Pais amorosos e presentes, uma boa educação nos melhores colégios, carro novo ao completar 18 anos, ou seja, não poderia reclamar de nada. A mãe, em bom momento de Nicole Kidman, sempre foi amiga e companheira nos momentos mais complicados. Quando vai para a universidade Jared começa a desfrutar de uma ampla liberdade e nesse momento descobre que sempre teve atração por homens. Ele tentou ter uma namorada na época do colégio, mas nunca conseguiu dar muito certo com ela. Na universidade percebeu que o problema é que ele tinha mesmo tendência homossexuais. Seu encontro com um dos alunos vaza, e seus pais acabam descobrindo esse lado que não conheciam do filho.

O pai, um pastor, entende que pode consertar essa questão. Ele se reúne com outros pastores mais experientes e decide enviar Jared para um tratamento de reversão de suas preferências sexuais. É o que vulgarmente se chama "cura gay" no Brasil. Jared aceita passar pelo tal programa, indo para uma instituição que se diz especializada nesse tipo de questão delicada. O roteiro do filme então foca nesse tipo de reversão, que nos Estados Unidos é amplamente utilizado, sendo legal em diversos estados. No Brasil a questão é bem complicada, pois o conselho nacional de psicologia não dá nenhum aval para esse tipo de coisa.

Claro que o filme tem um viés ideológico por trás. Como o roteiro foi escrito a partir do livro publicado pelo próprio Jared, ele toma posição firme contra o tal programa. Seus pais porém não são destruídos por sua retórica. São retratados apenas como pessoas religiosas, que acreditavam no que estavam fazendo. Os pais aliás são o grande interesse para quem gosta de cinema pois são interpretados por atores famosos. Russell Crowe está quase irreconhecível. Muito acima do peso, não se parece mais em nada com os dias de Gladiador. Nicole Kidman, de cabelo curto e muito laquê, interpreta essa dona de casa que no final das contas decide ficar ao lado do filho. O elenco que forma o núcleo familiar aliás é a melhor coisa dessa produção que provavelmente vai gerar ainda mais polêmica e discussão ao ser lançado no Brasil.

Boy Erased: Uma Verdade Anulada (Boy Erased, Estados Unidos, 2018) Direção: Joel Edgerton / Roteiro: Garrard Conley, Joel Edgerton / Elenco: Lucas Hedges, Nicole Kidman, Russell Crowe, Joel Edgerton / Sinopse: O filme conta a história de Jared Eamons (Lucas Hedges), jovem homossexual, filho de pastor, que é enviado para um programa de reversão de sua sexualidade, onde tentará superar esse "problema" em sua vida. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator - Drama (Lucas Hedges) e Melhor Canção Original ("Revelation" de autoria do trio Jon Thor Birgisson, Troye Sivan e Brett McLaughlin)

Pablo Aluísio.

Zona Mortal

Título no Brasil: Zona Mortal
Título Original: Drop Zone
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Tony Griffin, Guy Manos
Elenco: Wesley Snipes, Gary Busey, Yancy Butler, Michael Jeter, Corin Nemec, Kyle Secor
  
Sinopse:
Após a fuga espetacular de um criminoso por pára-quedas, o agente que o escoltava, Pete Nessip (Wesley Snipes), acaba sendo suspenso de suas funções. Revoltado com a punição do FBI ele decide começar sua própria investigação, tudo feito sem o conhecimento de seus superiores. Acaba descobrindo algo maior, envolvendo paraquedistas no roubo de informações confidenciais do governo americano.

Comentários:
Nos anos 90 houve uma busca por parte dos roteiristas em inovar nos filmes de ação. Personagens como Rambo estavam desgastados. Assim o cenário mudou, deixando a selva para invadir o meio urbano. Uma boa ideia inovadora acabou surgindo no roteiro desse filme. Explorando o mundo dos esportes radicais o filme explora inúmeras cenas com muita adrenalina, saltos espetaculares e coisas do tipo. Gary Busey, atuando em seu tipo habitual, é o vilão do filme. Ele interpreta um ex-agente do DEA que passa para o outro lado, investindo em várias atividades criminosas para ficar rico, afinal como agente federal ele nunca conseguiria isso. Enfim, uma boa fita, um pouco envelhecida hoje em dia, é verdade, mas ainda boa diversão. Há cenas bem elaboradas não apenas de paraquedismo, como também de brigas em queda livre, bandidos atravessando janelas de altos edifícios e muita ação. Outro ponto positivo vem da direção de John Badham, um dos melhores diretores de filmes de ação de Hollywood. Para quem gosta do estilo não há o que reclamar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

A Culpa é das Estrelas

Dois jovens com sérios problemas de saúde encontram a felicidade em suas vidas ao se apaixonarem e viverem uma bonita estória de amor. Enquanto vão descobrindo os segredos e alegrias do amor adolescente, vão entendendo também que o tempo de ambos está chegando ao fim. Filme que caiu no gosto do público adolescente, já se tornando um cult da turminha mais jovem. Alguns mais críticos chegaram ao ponto de dizer que seria uma espécie de "Love Story" dos tempos atuais. Afinal essa coisa toda de romance com final trágico lembra bastante ao clássico romântico dos anos 1970. Vamos convir que tudo isso é um tremendo exagero.

Na verdade é um bom filme, com roteiro bem redondinho, bom elenco e situações que acabam cativando, principalmente para quem ainda acredita no amor verdadeiro. O enredo começa sem maiores pretensões, um namorico entre dois adolescentes, mas vai crescendo em dramaticidade conforme a estória vai se desenrolando. Quem se destaca mesmo no meio das lágrimas é a gatinha Shailene Woodley, que é bom lembrar, já virou ídolo teen nos Estados Unidos, aparecendo em capas de cadernos, revistas para o público jovem e toda aquela badalação que já estamos acostumados com esse tipo de sucesso juvenil. Ainda é cedo para dizer se a moça vai realmente virar uma grande estrela do cinema, mas o primeiro passo já foi dado. Fora isso é bom ir preparando os lencinhos para se emocionar com tudo o que acontece em cena... Os românticos de plantão agradecem!

A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars, Estados Unidos, 2014) Direção: Josh Boone / Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber / Elenco: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Nat Wolff / Sinopse: O filme mostra o romance de um casal de adolescentes. Eles estão apaixonados, mas precisam correr contra o tempo. Filme vencedor de sete prêmios no Teen Choice Awards, entre eles nas categorias de melhor filme, atriz e ator.

Pablo Aluísio.

Apóstolo

Mais um filme produzido pela Nefflix que deixa a desejar. Em certos momentos me lembrou vagamente de "A Vila" de M. Night Shyamalan, mas sem a mesma originalidade e criatividade. Na verdade é um filme desnecessariamente violento, brutal, que começa como drama religioso e acaba como terror gore, com muito sangue e tripas. Essa mistura de gêneros não me agradou. O roteiro poderia ir por outro lado, discutindo questões mais importantes como o próprio fanatismo religioso e a proliferação de seitas perigosas, mas ao invés disso foi pelo caminho mais fácil, curto e sensacionalista, perdendo pontos no quesito inteligência de argumento. A trama mostra um irmão que vai atrás de sua irmã, raptada por uma seita de fanáticos que vivem numa ilha isolada. Eles pediram resgate pela vida da moça ao seu pai. Ao chegar lá, disfarçado de novo membro da seita, ele percebe que eles veneram uma deusa pagã, que seria responsável pelas colheitas da região. O clima é de tensão, com um líder carismático que se auto intitula apóstolo. Ele dita quem vive e quem morre naquele lugar temerário. Enquanto se faz de bom seguidor, Thomas Richardson (Dan Stevens) tenta encontrar onde estaria sua irmã no meio daquele grupo de fanáticos.

Problemas são muitos nesse filme. O ator Dan Stevens, que interpreta o protagonista, é um deles. Cheio de caretas e expressões de tensão forçadas, ele definitivamente não convence muito. Melhor se sai Michael Sheen como o pastor. Mesmo sem ter bom material em mãos ele consegue trazer interesse em seu personagem, que anda com uma velho pedaço de galho que usa como bengala. De fato é o único grande ator em cena. Porém nada justifica o erro do roteiro em apelar para cenas de pura violência, digna dos filmes da linha "Jogos Mortais". Quando as ideias vão rareando sobram muito sangue jorrando na tela. Como escrevi, algo desnecessário, que só atrapalha o filme em seu resultado final.

Apóstolo (Apostle, Inglaterra, Estados Unidos, 2018) Direção: Gareth Evans / Roteiro: Gareth Evans / Elenco: Dan Stevens, Michael Sheen, Richard Elfyn, Paul Higgins / Sinopse: Thomas Richardson (Dan Stevens) vai atrás de sua irmã, raptada por uma seita de fanáticos religiosos que vivem numa comunidade isolada, de um ilha na costa da Irlanda do Norte. Sua intenção é localizar a irmã, para resgatá-la do meio daqueles loucos. Para isso se faz passar por um bom devoto do culto da deusa pagã cultuada por aquela seita.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Rainha do Deserto

Werner Herzog sempre foi um excelente diretor. Nessa produção porém ele se perdeu um pouco, errando a mão ao retratar a história da diplomata inglesa Gertrude Bell (Kidman). Figura essencial na definição das fronteiras dos países que até hoje conhecemos no Oriente Médio, sua vida daria material para um excelente filme. O problema é que Herzog deixou tudo isso em segundo plano, procurando ao invés disso mostrar aspectos da vida pessoal e emocional de Gertrude. Infeliz em sua vida romântica, ele procura por um recomeço nas areias escaldantes do deserto, mas sempre esbarrando em frustrações e desilusões. O roteiro que poderia tirar muito do contexto político de sua atuação na região, deixa esse lado mais do que interessante para enfocar o lado menos importante dessa personagem da história.

O filme porém não é de todo equivocado. As imagens captadas por Herzog são belíssimas, afinal o Marrocos (onde o filme foi rodado) tem uma conhecida beleza natural, ideal para produções históricas que retratam o mundo árabe. Outra boa desculpa para gostar sem culpas desse filme é a presença de Nicole Kidman. Tal como um vinho de rara safra ela parece melhorar com a passagem do tempo, ficando mais bonita a cada ano que passa. Claro que continua também uma excelente atriz, sempre se esforçando em cada cena, tudo para tornar crível seu sofrimento emocional. Sua atuação compensa até mesmo o fato de  termos que aguentar James Franco e Robert Pattinson, dois canastrões sem salvação! Enfim é isso. Entre pontos positivos e negativos, salvam-se mesmo os olhos de Nicole Kidman naquela paisagem desolada (e igualmente bela) do deserto marroquino.

Rainha do Deserto (Queen of the Desert, Estados Unidos, Marrocos, 2015) Direção: Werner Herzog / Roteiro: Werner Herzog / Elenco: Nicole Kidman, James Franco, Robert Pattinson, Damian Lewis, Mark Lewis Jones, Jenny Agutter / Sinopse: Inglaterra, 1906. A britânica Gertrude Bell (Kidman) decide ir embora para o Oriente Médio para trabalhar na embaixada de seu país naquela região desértica. No outro lado do mundo acaba encontrando o amor, as desiluções e a frustração na vida pessoal, além de uma complicada cena política em sua vida profissional. Filme indicado ao Urso de Ouro no Berlin International Film Festival.

Pablo Aluísio.

Caos

Após uma operação policial mal sucedida em que morre uma refém, o detetive Quentin Conners (Jason Statham) é suspenso da corporação. Seu retorno só acontece quando uma quadrilha domina uma agência bancária no centro de Seattle. Liderados pelo misterioso Lorenz (Wesley Snipes), eles exigem a presença de Conners nas negociações. De volta à ativa as coisas novamente não saem muito bem. Para piorar o veterano policial precisa lidar com seu novo parceiro, Shane Dekker (Ryan Phillippe), um novato recém saído da academia de polícia. Ao seu lado ele tentará colocar o bando de Lorenz atrás das grades. Nada é o que aparenta ser nesse bom filme de ação. Esse é aquele tipo de filme que qualquer comentário fora do lugar estragará as várias surpresas do roteiro. Esse por sua vez é muito bem bolado e mantém o espectador o tempo todo em suspense.

Há dois eventos que definirão toda a estória. A primeira acaba sendo o estopim de tudo o que acontecerá em cena. Conners e seu parceiro acabam cometendo um erro numa ponte durante uma forte chuva. Há uma refém e um criminoso apontando a arma em sua direção. Como sair dessa armadilha? Um dos policiais perde o controle e atira. A refém é morta. Depois o sequestrador também é baleado. Os dois detetives são afastados. Um deles é expulso, mas o personagem de Statham consegue ficar no departamento de polícia, ainda que afastado e suspenso por tempo indeterminado. O segundo evento crucial do filme surge quando um banco é assaltado, todos os criminosos são liderados pelo frio e calculista Lorenz (Snipes). Ele parece conhecer muito bem a forma como Conners (Statham) trabalha e por isso o chama para servir como negociador. Mas afinal o que haveria por trás de todo esse suposto crime? O grande mérito desse roteiro inteligente é a reviravolta que acontece nos 10 minutos finais. Talvez você não pegue todas as pistas que vão sendo deixadas pelo caminho. Melhor assim. Uma das grandes graças de se assistir a filmes como esse é justamente se surpreender com o desenrolar dos fatos. Nesse aspecto o diretor Tony Giglio se saiu excepcionalmente bem. E Jason Statham é aquele tipo de ator que sempre vale a pena conferir seus filmes.

Caos (Chaos, Estados Unidos, Inglaterra, 2005) Estúdio: Sony Pictures / Direção: Tony Giglio / Roteiro: Tony Giglio / Elenco: Jason Statham, Ryan Phillippe, Wesley Snipes, Jessica Steen / Sinopse: Policial veterano com parceiro novato precisa lidar com a inexperiência do jovem policial, ao mesmo tempo em que tanta colocar um perigoso criminoso que está solto atrás das grades.
  
Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Lucy

Lucy (Scarlett Johansson) é uma garota normal que acaba ficando no lugar errado, na hora errada. Enganada pelo namorado, ela vira alvo de um grupo de traficantes coreanos que lhe transformam numa mula para levar uma nova droga em seu corpo até Paris. Ao chegar em seu destino acaba sendo agredida por criminosos o que faz com que a droga acabe vazando para dentro de seu organismo, causando efeitos inesperados em sua vida. A partir desse momento Lucy começa a desenvolver estranhos poderes mentais. O filme parte de uma premissa, uma teoria, que já não encontra mais sustentação no mundo da ciência, a de que todos os seres humanos só usam na verdade apenas 10% de sua capacidade cerebral. Ora, se o fundamento do roteiro é uma bobagem imagine o resto. O roteiro tenta misturar ficção new age com cenas de ação e o resultado não é dos melhores. Na verdade os poderes que a personagem Lucy ganha ao atingir praticamente 100% de sua capacidade mental não são empolgantes ou impressionantes.

O curioso é ver que ao chegar no suposto ápice de sua mente, tudo que Lucy faz é matar seus inimigos, correr na contramão de uma grande cidade com um carro em alta velocidade e se empenhar em uma caçada em busca da droga que lhe traz esses estranhos poderes - trocando em miúdos, com toda a inteligência do mundo, tudo o que ela consegue ser no final das contas é uma viciada criminosa. Que belo sinal de inteligência não é mesmo? Talvez o Besson esteja em alguma egotrip lisérgica para escrever algo assim. Os efeitos digitais são na média do que Hollywood vem produzindo e o roteiro é um amontoado de pseudociência de botequim, inclusive com direito a um final ao estilo "2001" mas obviamente sem um quinto da arte cinematográfica do gênio Kubrick. Em suma, você não precisa do uso de mais de 10% de sua capacidade mental para entender que esse filme é uma grande bobagem pretensiosa e nada mais.

Lucy (França, 2014) Estúdio: Canal+, EuropaCorp / Direção: Luc Besson / Roteiro: Luc Besson / Elenco: Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Min-sik Choi / Sinopse: Jovem desenvolve estranhos poderes mentais após sofrer um acidente com drogas. Depois disso ela parte para a vingança contra todos aqueles que a prejudicaram no passado.

Pablo Aluísio. 

Uma História Real

Esse filme tem um lado humano muito bonito. É a história de um senhorzinho de 80 anos que descobre que seu irmão está muito doente. Ele quer visitá-lo, mas há dois problemas. O primeiro é que o irmão mora há 500 Km de sua casa. O segundo é que ele não tem carteira de motorista e nem dinheiro para pagar uma passagem de ônibus. Então diante de todos esses problemas o que ele faz? Sobe em seu cortador de grama e segue viagem pelas estradas do meio oeste dos Estados Unidos. A história real (daí o título do filme) despertou a curiosidade do cineasta David Lynch que resolveu fazer esse filme, assumindo não apenas a direção como também bancando a produção, colocando dinheiro de seu próprio bolso para contar a história.

O filme tem uma linda fotografia e conta com a atuação muito preciosa do ator Richard Farnsworth. Por sua atuação aliás ele foi indicado ao Oscar, fato que me levou a assistir ao filme. Aos 79 anos de idade acabou sendo o ator mais velho a concorrer ao prêmio na época. Muito carismático, acabou falecendo um ano depois, em 2000. Bom, além do enredo inusitado o filme vale também pela sempre caprichada direção de Lynch, um cineasta que sempre procurou fugir dos padrões, do convencional. A história do velhinho atravessando os Estados Unidos encaixava bem nesse tipo de proposta de cinema. Um filme bonito, simpático e belo de se ver. Vale bastante a pena.

Uma História Real (The Straight Story, Estados Unidos, 1999) Direção: David Lynch / Roteiro: John Roach, Mary Sweeney / Elenco: Richard Farnsworth, Sissy Spacek, Jane Galloway Heitz / Sinopse: Filme com roteiro baseado em fatos reais. Aos 80 anos de idade Alvin (Richard Farnsworth) decide subir em seu cortador de grama para ir visitar o irmão doente que mora há mais de 500 km de sua casa. No caminho acaba conhecendo pessoas e cidades que jamais sonhara existir. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Richard Farnsworth).

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

A Justiceira

Miss Meadows (Katie Holmes) aparenta ser uma doce e muito delicada professorinha de crianças que nas horas vagas resolve trazer um pouco de ordem e justiça para o seu bairro. Assim, por baixo de sua imagem delicada como um flor, encontra-se uma mulher com mentalidade de menina que não aceita infrações à lei e a ordem por parte de criminosos em geral. Filme estranho com gente esquisita. Katie Holmes dá vida a essa bizarra personagem chamada Miss Meadows. Embora ela seja uma mulher adulta, se veste com roupas de garotinha, fala com voz de criança e tem atitudes de adolescente boba. Ao mesmo tempo é capaz de atos de extrema violência, sacando de sua bolsinha de menina uma arma, passando fogo em meliantes em geral, desde ladrões, passando por pedófilos e assaltantes. Curiosamente não perde sua forma delicada de agir nem nos momentos mais violentos.

A caracterização de Katie Holmes ficou esquisita (o que de certa forma combina com o clima geral da produção). Ela já passou da idade de interpretar um papel assim - seria melhor uma atriz mais jovem - e em certos momentos não consegue passar a ternura necessária para caracterizar adequadamente a personagem Miss Meadows, principalmente nas cenas de dança. Com tachinhas em seus sapatos de boneca, ela sai dançando pelas ruas, lendo poesias pueris ao mesmo tempo em que precisa se defender de predadores sexuais. Se você acha que isso não é estranho o bastante o que podemos dizer de seu namoro com o xerife? A cena de sexo dos dois é uma das coisas mais bizarras que já vi no cinema nos últimos tempos. Embora o enredo se passe no mundo atual ela mais parece ter saído de um filme dos anos 1950, com seu figurino antigo e seu velho carro clássico. Em suma é isso, um filme de complicada definição, adequado apenas a uma específica parcela do público que goste de filmes que fujam completamente do usual, do comum e do ordinário. Um exercício de humor negro com pegada bizonha que fará a cabeça de poucos.

A Justiceira (Miss Meadows, Estados Unidos, 2014) Direção: Karen Leigh Hopkins / Roteiro: Karen Leigh Hopkins / Elenco: Katie Holmes, James Badge Dale, Callan Mulvey / Sinopse: Professora infantil resolve agir como justiceira nas horas vagas, eliminando criminosos e impondo a lei e a ordem com as próprias mãos, usando para isso de todos os métodos mais violentos de que conhece. Filme indicado ao Oldenburg Film Festival na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

Doce Lar

Melanie Smooter (Reese Witherspoon) fica eufórica quando é pedida em casamento pelo boa pinta e partidão Andrew Hennings (Patrick Dempsey). Só tem um probleminha que ela precisa resolver antes de aceitar o maravilhoso pedido: resolver seu antigo casamento pois ela ainda não conseguiu se divorciar do caipirão Jake Perry (Josh Lucas). Assim ela resolve fazer uma viagem rápida à cidade natal no Alabama para formalizar seu divórcio do primeiro casamento, mas... voltar para o antigo lar acaba mexendo completamente com ela, ao relembrar sua antiga vida e os amores do seu passado. Simpática comédia romântica cujo roteiro se baseia nas diferenças regionais dos estados americanos. Reese Witherspoon, sulista de nascimento como sua personagem (a atriz nasceu em  New Orleans, na Louisiana), encarna uma garota do Alabama que consegue dar a volta por cima na cidade grande, mas que precisa retornar ao seu "lar" no Alabama para "consertar" um erro de seu passado.

Eu costumo dizer que Reese Witherspoon nem é tão bonita e passa longe de ser uma maravilhosa atriz, mas tem um talento e tanto para escolher os filmes certos a estrelar. Veja o caso desse aqui, uma comédia romântica até despretensiosa, de orçamento meramente mediano (custou pouco mais de 30 milhões de dólares, uma pechincha, tendo Reese como uma das produtoras) e que acabou faturando muito bem nas bilheterias americanas. A fotografia é bonita, os figurinos são de bom gosto e se no final ficamos com aquele sentimento de termos visto uma obra vazia, mas bonitinha, tudo bem, valeu o tempo perdido. Já para os fãs da atriz o filme é uma indicação certeira pois a personagem do filme tem muito dela mesma.

Doce Lar (Sweet Home Alabama, Estados Unidos, 2002) Estúdio: Touchstone Pictures / Direção: Andy Tennant / Roteiro: Douglas J. Eboch, C. Jay Cox / Elenco: Reese Witherspoon, Patrick Dempsey, Josh Lucas, Candice Bergen / Sinopse: Melanie Smooter (Reese Witherspoon) encontrou o homem perfeito, o amor de sua vida. Ele quer se casar com ela, mas Melanie já é casada, com um caipirão do interior. Tentando consertar esse problemão ela então decide voltar para sua cidade natal, para finalmente se divorciar do primeiro marido, mas... quem consegue entender as razões do coração? Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao Teen Choice Awards na categoria de Melhor Atriz (Reese Witherspoon).

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Duas Irmãs, Uma Paixão

Ao chegar na idade de se casar, a jovem Charlotte von Lengefeld (Henriette Confurius) é enviada para a corte de Weimar. Sua mãe torce para que ela arranje logo um marido bem situado na aristocracia alemã, pois pertencente à pequena nobreza o que lhe resta mesmo é conseguir um bom casamento para que tenha estabilidade pelo resto de sua vida. Charlotte porém acaba conhecendo um poeta pobre, mas talentoso e acaba se apaixonando por ele! Para piorar o rapaz também acaba roubando o coração da própria irmã de Charlotte, Caroline von Lengefeld (Hannah Herzsprung), que embora já seja casada não se sente feliz em seu casamento sem amor que fora arranjado por sua mãe no passado. Romance alemão que conta uma história bem pouco comum. O enredo se passa no século XVIII. A Alemanha vive uma época próspera, mas a família Lengefeld passa por dificuldades financeiras após a morte do pai. Sem muitas alternativas a mãe então decide usar suas filhas para manter o mesmo padrão de vida de antes. A ideia é arranjar maridos ricos para elas o mais rapidamente possível. A mais velha Caroline (Herzsprung) logo se casa com um nobre esnobe do qual ela não sente nenhum amor. A mais jovem Charlotte (Confurius) pensa trilhar outro caminha e acaba se apaixonando por um poeta pobretão, um rapaz que sua mãe acha completamente indigno de se casar com ela por causa de seus poucos e inexistentes recursos econômicos.

A partir daí já se sabe mais ou menos o que acontecerá. As duas irmãs ficam apaixonadas pelo poeta e acabam fazendo um pacto entre elas. Ao invés de brigarem pelo amor do rapaz resolvem partilhar o que sentem. Assim elas aceitam, de bom grado, entrar em um triângulo amoroso apaixonado com ele, sem remorsos ou culpas, apenas procurando evitar que seu caso amoroso incomum se torne público, o que certamente causaria um grande escândalo na sociedade. O filme tem boa reconstituição de época e reproduz com fidelidade os modos de ser, os protocolos sociais e a maneira como as pessoas daquela época se relacionavam entre si. Muitos cortejos, cerimônias e flertes inocentes. Em um momento de apogeu da literatura há uma pequena aparição do aclamado escritor Johann Wolfgang von Goethe em cena. O roteiro também mostra que não é de hoje que existe essa dualidade entre o verdadeiro amor romântico e os casamentos por conveniência, muitas vezes arranjados pelas próprias famílias visando apenas a segurança financeira de suas filhas que com o tempo se tornam infelizes, deprimidas e devastadas do ponto de vista emocional. De um lado a verdadeira paixão e do outro a pura hipocrisia social. Nesse duelo de sentimentos quem acaba ganhando mesmo é o espectador que acaba assistindo a um belo filme, muito bonito, com bela fotografia e um argumento pouco usual nas produções atuais.

Duas Irmãs, Uma Paixão (Die Geliebten Schwestern, Alemanha, Áustria, Suíça, 2014) Estúdio: Bavaria Filmverleih und Produktions / Direção: Dominik Graf /;Roteiro: Dominik Graf / Elenco: Hannah Herzsprung, Florian Stetter, Henriette Confurius / Sinopse: Jovem da pequena nobreza é enviada para a corte pela mãe, para arranjar um marido rico, mas acaba se apaixonando por um poeta pobre. Filme vencedor do Bavarian Film Awards na categoria de Melhor Fotografia. Também indicado aos prêmios do Berlin International Film Festival, German Film Awards e German Film Critics Association Awards.

Pablo Aluísio.

Galveston

É um filme triste e melancólico sobre duas pessoas sem salvação, sem redenção. Roy (Ben Foster) trabalha para um agenciador de apostas ilegais. Sempre que alguém fica devendo, sem pagar, ele é enviado para acertar as contas. Isso significa quebrar as pernas do devedor ou até algo pior como um tiro na cabeça. Durante um dos "serviços" Roy é surpreendido numa casa com uma quadrilha bem armada. No meio do tiroteio ele ainda consegue salvar a pele de uma jovem de 19 anos conhecida como Rocky (Elle Fanning). Ela estava amarrada numa cadeira em um dos cômodos da casa. Mãe solteira, sem dinheiro, ela se prostituiu para alimentar a filha. Um desastre social. Aos poucos, na estrada, Roy e Rocky começam a se chegar, ficando mais próximos. O problema é que além da polícia estar atrás de Roy, seus antigos comparsas querem sua morte. Ele está de posse de alguns documentos comprometedores que poderia prejudicar seu antigo patrão. Assim começa a chantagear o chefão! Quer 75 mil dólares por eles! Caso contrário vai entregar tudo para as autoridades. Uma ideia mais do que perigosa.

O grande trunfo de "Galveston" é o ator  Ben Foster. Sempre o elogiei, acho um dos atores mais viscerais de sua geração, aquele tipo de profissional que se entrega de corpo e alma ao seu personagem. O seu Roy é um criminoso que sabe que em breve vai morrer de um câncer no pulmão, causado pelo fumo e por isso tem seu instinto de sobrevivência bem baixo. Ele não parece se importar. Já a jovem que o acompanha na estrada, a Rocky, é uma garota recém saída da adolescência, sem rumo nenhum na vida. Vivendo em motéis de beira de estrada, ele arranja dinheiro como dá, muitas vezes fazendo programas. Alta, magra, branca e desengonçada, é um destaque na interpretação inspirada de Elle Fanning. Ao assistir a esse novo filme espere por bom cinema, que não faz concessões. Só não vá esperar por um final feliz. Isso o filme definitivamente não lhe dará. Aliás achei o desfecho ora lírico, ora brutal demais, o que não deixou de ser algo contraditório. Mesmo assim, dentro da proposta dos personagens principais, estava mais do que no caminho do desenrolar da trama. É um bom drama sobre gente perdida na vida que tenta viver um dia de cada vez, mesmo sabendo que a estrada em que se encontram não levará ninguém para lugar nenhum.

Galveston (Estados Unidos, 2018) Direção: Mélanie Laurent / Roteiro: Mélanie Laurent / Elenco: Ben Foster, Elle Fanning, Lili Reinhart, Anniston Price, Jeffrey Grover, Christopher Amitrano / Sinopse: Após um crime, um casal pega a estrada. Eles mal se conhecem, mas acabam criando uma aproximação em decorrência da situação limite em que passam a viver, fugindo da polícia e dos bandidos, antigos comparsas de Roy (Foster).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Terror em Silent Hill

Filme de terror que acabou dando origem a uma nova franquia no cinema, para surpresa de muita gente que não colocava muito fé na produção. Como é baseado em um game popular toda a trama soa até bem simples. Veja que enredo básico. Uma mãe sai em uma busca desesperada do paradeiro de sua filha desaparecida, dentro dos limites de uma cidade estranha e desolada, chamada Silent Hill. Conforme ela entra naquele lugar escuro, sombrio e com névoa eterna, ela vai encontrando seres e criaturas bem esquisitas que definitivamente não parecem ser desse mundo. Provavelmente ele atravessou a cortina que separa o universo dos vidos, da dos mortos. O problema é que são entidades perigosas, que habitam as trevas. Sair viva de lá vai ser um grande desafio. "Terror em Silent Hill" é aquele tipo de filme em que você não deve se preocupar muito em termos de roteiro, atuação ou direção. O que vale aqui realmente é agradar aos fãs do jogo de terror e isso, em razão das péssimas adaptações feitas nos últimos anos, era um desafio e tanto a se superar.

Falando sinceramente praticamente quase todos os filmes baseados em games foram ruins. Poucos se salvaram. A boa notícia é que o diretor Christophe Gans conseguiu superar essa barreira. Ele obviamente passou longe de criar uma obra prima do terror, mas em compensação realizou um filme correto, equilibrado, que conta (bem) seu enredo de forma simples e sem exageros desnecessários. Quem diria que isso tudo iria resultar em bom cinema? Agora, o que se sobressai mesmo em "Silent Hill" é a sua maravilhosa direção de arte, figurinos e maquiagem. A sucessão de monstros que desfilam na tela realmente impressiona pela originalidade. São seres bizarros, disformes, sem paralelo. Some-se a isso um filme curto, eficiente e bem feito e você certamente terá um bom divertimento pela frente. "Terror em Silent Hill" é angustiante na medida certa e funciona muito bem para quem deseja ter alguns bons sustos. Vale a recomendação. 

Terror em Silent Hill (Silent Hill, Estados Unidos, 2006) Direção: Christophe Gans / Roteiro: Roger Avary / Elenco: Radha Mitchell, Laurie Holden, Sean Bean / Sinopse: O filme conta a história da trajetória de uma mãe desesperada em encontrar sua filha desaparecida em uma cidade abandonada e sinistra. Filme baseado e adaptado do famoso jogo de vídeogame. Indicado ao prêmio do Fangoria Chainsaw Awards em cinco categorias, entre elas Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem e Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

Wolverine: Imortal

No Japão moderno, Wolverine (Hugh Jackman) acaba tendo que enfrentar um mundo desconhecido onde terá que superar um inimigo mortal numa batalha de vida ou morte, que mudará sua personalidade para sempre. Indo ao máximo de seus limites físicos e emocionais, ele combate não apenas opositores poderosos, mas também uma luta interior contra sua própria imortalidade, emergindo desse processo ainda mais poderoso e ciente de seus poderes. Segunda tentativa de emplacar uma franquia apenas com o personagem Wolverine. Em tempos onde pipocam adaptações de quadrinhos por todos os lados, não haveria como ignorar um dos heróis mais populares das HQs. Apesar de ser bem superior ao primeiro filme solo desse membro famoso do grupo X-Men, o fato é que ainda não chegaram no produto ideal. O original foi bem malhado pela crítica que apontou diversos erros, até mesmo uma surpreendente falta de capricho por parte do estúdio em relação ao roteiro e produção. Parecia que a Marvel pensava ter um produto à prova de falhas e por essa razão não se importou muito em realizar algo realmente bom.

O resultado comercial e artístico deixou bastante a desejar. Agora tenta-se algo novo. O roteiro leva Wolverine para o Japão onde se tem uma boa chance de mudar os ares do personagem, trazendo uma bela direção de arte que aproveita ao máximo a riqueza da arte oriental. Há boas cenas de ação, uma certa influência da cultura samurai e uma estorinha até bacana, mas nada muito além disso. Pela importância do Wolverine, os fãs esperam sempre algo a mais, porém acabaram recebendo apenas um bom filme, com enredo redondinho e produção mediana. Ainda não é o filme definitivo do dono das garras de adamantium.

Wolverine - Imortal  (The Wolverine, Estados Unidos, 2013) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: James Mangold / Roteiro: Mark Bomback, Scott Frank / Elenco: Hugh Jackman, Will Yun Lee, Tao Okamoto / Sinopse: Wolverine vai até o Japão enfrentar um perigoso vilão e a si mesmo, numa luta interior. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Adaptação de personagens em quadrinhos. Também indicado ao People's Choice Awards na categoria de Melhor Filme de Ação.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

O Aviador

Revi esse filme do grande Martin Scorsese. OK, rever pura e simplesmente a versão original seria algo meio óbvio. Assim procurei por essa versão especial, estendida, com quase três horas de duração. Como se sabe muitos diretores precisam fazer cortes para que seus filmes sejam comercialmente viáveis. Depois, mais tarde, eles finalmente fazem seu corte pessoal, acrescentando cenas deletadas, etc. Se você só viu a primeira versão, a original, não precisa se preocupar muito. As mudanças são pontuais. Algumas cenas duram mais, possuem maiores linhas de diálogo, mas é só. A narrativa segue a primeira espinha dorsal que Scorsese criou para seu filme que chegou aos cinemas em 2004. Como sabemos o roteiro conta a história real do bilionário Howard Hughes. Ele foi um dos homens mais ricos do mundo em sua época, mas sofria de diversos transtornos mentais. A riqueza acabou sendo sua ruína, pois sendo poderoso e intocável não se deixava passar por tratamentos psiquiátricos. Em razão disso foi ficando cada vez mais doido com o passar dos anos, criando uma rotina sombria, onde passava o tempo todo trancado dentro de uma sala escura, onde eram exibidos seus velhos filmes (ele também havia sido produtor e diretor em Hollywood). Obcecado por germes e bactérias, não conseguia mais viver como um homem normal, geralmente ficava sem roupas, urinando em garrafas, as mesmas que traziam leite, um dos poucos alimentos que admitia consumir. Não admitia ver mais ninguém e falava com seus subordinados através de uma porta trancada.

O filme obviamente foca nos primeiros anos de Hughes, quando ele era, digamos assim, mais normal. Namorando estrelas do cinema, comprando companhias aéreas e fechando grandes contratos com a força aérea, ele foi ficando cada vez mais rico a cada ano, enquanto a loucura ia também dominando sua mente. No filme já surgem os primeiros sintomas, com a obsessão de lavar as mãos até arrancar sangue, do pavor de tocar em outras pessoas, e da paranoia, representado pelas escutas que mandava instalar nas casas e telefones das mulheres com quem se relacionava. Depois de alguns anos virou um doido varrido e seu nome também virou sinônimo de milionário excêntrico e anormal. Leonardo DiCaprio interpreta o louco, mas não levou o Oscar. A velha maldição que o perseguiu por anos e anos. Quem se saiu melhor foi sua colega de cena, Cate Blanchett. Sinceramente falando não achei grande coisa sua interpretação. Ela interpreta a atriz Katharine Hepburn. Com cabelos naturais loiros (Hepburn tinha cabelos pretos) ela em pouco lembra a famosa estrela. Não merecia ter levado o Oscar. Quem merecia vencer mesmo era o diretor Martin Scorsese. Mestre em contar histórias, ele recriou nos mínimos detalhes os grandes momentos de Hughes. Só faltou mesmo mostrar o fim de sua vida, quando ele se tornou um homem completamente insano, afundado em sua própria loucura sem limites.

O Aviador (The Aviator, Estados Unidos, 2004) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: John Logan / Elenco: Leonardo DiCaprio, Cate Blanchett, Kate Beckinsale, John C. Reilly, Alec Baldwin, Alan Alda, Ian Holm / Sinopse: O filme conta a história do milionário Howard Hughes (DiCaprio). Investidor e construtor de aviões, acabou sucumbindo a uma grave doença mental em seus últimos anos. Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Cate Blanchett), Melhor Fotografia (Robert Richardson), Melhor figurino (Sandy Powell) e Melhor Direção de Arte (Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo). 

Pablo Aluísio. 

As Vantagens de Ser Invisível

Durante os anos 80 o introvertido Charlie (Logan Lerman) chega em um novo colégio. Como novato, ele sente dificuldades em se enturmar para fazer novas amizades. A salvação vem com dois alunos que parecem fora do comum, mas logo se mostram bem colegas dele. Ela se chama Sam (Emma Watson) e ele Patrick (Ezra Miller). Juntos acabam formando um grupinho de amigos para atravessar essa fase tão complicada da vida chamada adolescência. Filmes sobre adolescentes americanos sempre são problemáticos. Ou são comédias debiloides ou então fitas de pura vulgaridade, pura desculpa para mostrar jovens seminuas e muita nudez gratuita. Só na década de 1980 é que surgiram bons filmes no gênero, justamente aqueles assinados pelo mestre John Hughes. Talvez por essa razão o enredo de "The Perks of Being a Wallflower" se passe justamente nesse momento histórico.

O diretor Stephen Chbosky obviamente busca uma identificação com aqueles antigos filmes. Cada um dos personagens procura retratar jovens reais e não caricatos, como já estamos acostumados a ver. O drama de Charlie talvez seja o mais complicado de superar. Além da timidez e da falta de jeito com as garotas, ele ainda tem que superar uma série de sintomas que podem indicar o surgimento de algum tipo de problema mental. Para Patrick a situação é ainda mais delicada já que ele é gay e namora às escondidas o principal atleta da escola. Se descobrirem certamente ele passará por uma situação extremamente comprometedora - isso para não dizer perigosa. O diretor  realizou um bom filme, honesto e correto dentro de suas possibilidades. Além disso traz a cultuada (pelo menos entre os adolescentes que gostam de cinema) Emma Watson, aqui tentando se livrar um pouquinho do estigma de ter sido uma das protagonistas da franquia Harry Potter.

As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower, Estados Unidos, 2012) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Stephen Chbosky / Roteiro: Stephen Chbosky / Elenco: Emma Watson, Nina Dobrev, Logan Lerman, Paul Rudd, Kate Walsh, Patrick de Ledebur / Sinopse: o filme conta a estória de um adolescente tentando se encaixar numa nova escola, fazendo novas amizades e cultivando outros amigos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Coração Louco

A trama é bem singela e de acordo com o universo da música country dos Estados Unidos, com suas letras sobre solidão, desilusões amorosas e redenções. No filme Bad Blake (Jeff Bridges) é um músico decadente que precisa reavaliar sua vida e carreira após tantos anos de estrada. Agora ele terá que lutar de uma vez por todas pelo amor de sua vida. Esse mundo da country music americana sempre foi fonte para belos musicais melodramáticos, afinal de contas o material preferido de compositores e cantores do gênero sempre foi baseado no amor perdido e nas grandes históricas românticas sem final feliz. Agora temos um roteiro que mais parece a letra de uma baladona country. "Coração Louco" explora justamente esse universo. O personagem interpretado por Jeff Bridges é um achado e tanto, um sujeito que vive na tênue linha que separa o sucesso do fracasso, a felicidade da desilusão. Bridges inclusive foi premiado com o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Ator, premiações mais do que justas, coroando anos de uma carreira brilhante em Hollywood. Já estava na hora mesmo dele ser devidamente reconhecido pela academia de cinema.

Cabelos despenteados, olhar de cansaço emocional e uma certa postura de quem já não quer mais provar nada em sua vida, o ator encontrou um veículo perfeito para desenvolver todo o seu talento. O elenco de apoio também é maravilhoso, com destaque para o veterano Robert Duvall que tem um vínculo emocional muito forte com todo o projeto. Como se trata também de uma estória fortemente ligada ao mundo e sentimento country a premiação de Melhor Música ("The Weary Kind", escrita por Ryan Bingham e T Bone Burnett) foi mais do que merecida e oportuna. Assim se você gosta de country music e romantismo, "Crazy Heart" é de fato uma excelente opção de cinema para esse fim de noite.

Coração Louco (Crazy Heart, Estados Unidos, 2009) Estúdio: Fox Searchlight Pictures / Direção: Scott Cooper / Roteiro: Scott Cooper, Thomas Cobb / Elenco: Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, Robert Duvall, Tom Bower / Sinopse: O filme conta a história de um músico veterano que após anos de carreira precisa consertar tanto sua vida profissional, como também a emocional. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Maggie Gyllenhaal). Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Jeff Bridges) e Melhor Música. Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jeff Bridges). Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Jeff Bridges).

Pablo Aluísio.

Johnny & June

Título no Brasil: Johnny & June
Título Original: Walk the Line
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: James Mangold
Roteiro: James Mangold
Elenco: Joaquin Phoenix, Reese Witherspoon, Ginnifer Goodwin, Robert Patrick, Dallas Roberts 
  
Sinopse:
O filme é baseado em duas biografias, ambas escritas por Johnny Cash, chamadas "Man in Black" e "Cash: The Autobiography". Cash foi um cantor americano muito famoso que surgiu na mesma leva de artistas dos quais também fez parte Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Todos eles foram descobertos por Sam Phillips, o dono de uma pequena gravadora em Memphis chamada Sun Records. O roteiro assim narra a vida profissional de Cash, aliado a sua vida amorosa ao lado da mulher de sua vida, a também cantora June (interpretada pela atriz Reese Witherspoon). Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Reese Witherspoon).

Comentários:
Um bom filme que procura narrar a vida conturbada de Johnny Cash. Nos Estados Unidos ele foi um ídolo, principalmente por ter adotado uma postura mais country, apesar de suas origens roqueiras. A vida de Cash foi assustadoramente parecida com a de outros artistas que surgiram junto com ele, no mesmo período histórico, como por exemplo, Elvis Presley. Ambos vieram de origens humildes, foram descobertos pelo mesmo produtor (Sam Phillips da Sun Records) e depois escalaram os degraus da fama e do sucesso. Também caíram na tentação das drogas e pagaram um alto preço pelo vício. O único diferencial foi que Cash conseguiu sobreviver ao mundo das drogas, mas Elvis não. A duras penas Cash deu a volta por cima, muito em razão do amor que sentia por sua esposa June. Assim resolveu contar sua luta em livros bem interessantes que acabaram dando origem a esse filme. Joaquin Phoenix está muito bem como Cash, tanto nos momentos mais dramáticos como nas cenas de concertos e apresentações (o que não deixa de ser uma surpresa). O roteiro também se beneficia da própria vida de Cash, que certamente foi muito rica e interessante. Um drama romântico musical que merece ser conhecido pelo público em geral.

Pablo Aluísio.