Ao  chegar na idade de se casar, a jovem Charlotte von Lengefeld (Henriette  Confurius) é enviada para a corte de Weimar. Sua mãe torce para que ela  arranje logo um marido bem situado na aristocracia alemã, pois  pertencente à pequena nobreza o que lhe resta mesmo é conseguir um bom  casamento para que tenha estabilidade pelo resto de sua vida. Charlotte  porém acaba conhecendo um poeta pobre, mas talentoso e acaba se  apaixonando por ele! Para piorar o rapaz também acaba roubando o coração  da própria irmã de  Charlotte, Caroline von Lengefeld (Hannah  Herzsprung), que embora já seja casada não se sente feliz em seu  casamento sem amor que fora arranjado por sua mãe no passado. Romance  alemão que conta uma história bem pouco comum. O enredo se passa no  século XVIII. A Alemanha vive uma época próspera, mas a família  Lengefeld passa por dificuldades financeiras após a morte do pai. Sem  muitas alternativas a mãe então decide usar suas filhas para manter o  mesmo padrão de vida de antes. A ideia é arranjar maridos ricos para  elas o mais rapidamente possível. A mais velha Caroline (Herzsprung)  logo se casa com um nobre esnobe do qual ela não sente nenhum amor. A  mais jovem Charlotte (Confurius) pensa trilhar outro caminha e acaba se  apaixonando por um poeta pobretão, um rapaz que sua mãe acha  completamente indigno de se casar com ela por causa de seus poucos e  inexistentes recursos econômicos.
A partir daí já se sabe mais ou menos o  que acontecerá. As duas irmãs ficam apaixonadas pelo poeta e acabam  fazendo um pacto entre elas. Ao invés de brigarem pelo amor do rapaz  resolvem partilhar o que sentem. Assim elas aceitam, de bom grado,  entrar em um triângulo amoroso apaixonado com ele, sem remorsos ou  culpas, apenas procurando evitar que seu caso amoroso incomum se torne  público, o que certamente causaria um grande escândalo na sociedade. O  filme tem boa reconstituição de época e reproduz com fidelidade os modos  de ser, os protocolos sociais e a maneira como as pessoas daquela época  se relacionavam entre si. Muitos cortejos, cerimônias e flertes  inocentes. Em um momento de apogeu da literatura há uma pequena aparição  do aclamado escritor Johann Wolfgang von Goethe em cena. O roteiro  também mostra que não é de hoje que existe essa dualidade entre o  verdadeiro amor romântico e os casamentos por conveniência, muitas vezes  arranjados pelas próprias famílias visando apenas a segurança  financeira de suas filhas que com o tempo se tornam infelizes,  deprimidas e devastadas do ponto de vista emocional. De um lado a  verdadeira paixão e do outro a pura hipocrisia social. Nesse duelo de  sentimentos quem acaba ganhando mesmo é o espectador que acaba  assistindo a um belo filme, muito bonito, com bela fotografia e um  argumento pouco usual nas produções atuais.
Duas Irmãs, Uma Paixão (Die Geliebten Schwestern, Alemanha, Áustria, Suíça, 2014) Estúdio: Bavaria Filmverleih und Produktions / Direção: Dominik Graf /;Roteiro: Dominik Graf / Elenco: Hannah Herzsprung, Florian Stetter, Henriette Confurius / Sinopse: Jovem da pequena nobreza é enviada para a corte pela mãe, para arranjar um marido rico, mas acaba se apaixonando por um poeta pobre. Filme  vencedor do Bavarian Film Awards na categoria de Melhor 
Fotografia.  Também indicado aos prêmios do Berlin International Film 
Festival,  German Film Awards e German Film Critics Association Awards.
Pablo Aluísio.

O Goethe me ganhou com um aforisma que acabou indo para os outdoor do Johnny Walker. "Vive, quem perigosamente vive". Isso é uma bela forma de pensar.
ResponderExcluirEu gosto da frase dele que dizia: "Quem tem bastante no seu interior, pouco precisa do exterior."
ResponderExcluir