quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
The Kennedys
Por outro lado tiveram coragem suficiente para mostrar a péssima idéia de Joseph em se aproximar da máfia italiana liderada pelo chefão Sam Giancana, líder da cosa nostra de Chicago. Adivinhem quem fez a ligação entre ambos? Ele mesmo, o cantor Frank Sinatra! Na época das eleições, extremamente preocupado em ganhar na cidade de Chicago de todas as formas, o pai de JFK determinou a Sinatra que ele falasse com o Giancana para que as eleições naquela cidade fossem garantidas de uma forma ou outra para John Kennedy. Usando da força dos sindicatos, todos corrompidos e corruptos, o jovem JFK acabou tendo ampla maioria lá, o que pavimentou sua escalada rumo à Casa Branca. Depois que foi eleito JFK nomeou seu irmão Bob como procurador geral e ele foi ao encalço de Giancana e cia. Obviamente que tudo foi visto como uma grande traição, por isso que em muitas teorias da conspiração temos a máfia americana como uma das prováveis autoras do assassinato de JFK. O roteiro da série porém preferiu não entrar nesse verdadeiro universo de teorias sobre a morte do presidente, se limitando a mostrar o terrível atentado e os efeitos que esse evento causou na alma da nação. Já para os fãs de Marilyn Monroe a minissérie pode ser um pouco decepcionante. Sua participação é discreta mas pelo menos foi enfocada. Pensei sinceramente que também iriam esconder esse aspecto (um dos mais famosos) da biografia dos Kennedys. Felizmente mostraram, até porque acredito que seria simplesmente impossível ignorar esse romance tão escandaloso da atriz com os dois irmãos. Assim podemos dizer que temos aqui um bom produto, que passa longe de ser o definitivo sobre a história dos Kennedys, mas que termina agradando dentro de suas modestas pretensões. De certa forma ainda é muito apegado à história oficial e por isso não procura levantar muitas polêmicas, preferindo ao invés disso saudar a memória do falecido presidente americano. Mesmo assim vale a pena conhecer.
The Kennedys (The Kennedys, Estados Unidos, 2011) Direção de Jon Cassar / Roteiro de Stephen Kronish e Joel Surnow / Elenco: Greg Kinnear, Barry Pepper, Tom Wilkinson. Katie Holmes / Sinopse: Minissérie que mostra os anos de glória da família Kennedy. Mostrando a chegada de John Kennedy à Casa Branca, a nomeação de seu irmão como procurador geral e os diversos problemas pessoais enfrentados pela família ao longo de todos aqueles anos.
Pablo Aluísio.
Eagles
As tragédias do Eagles
Como hoje é dia internacional da mulher é importante chamar a atenção para a violência doméstica que muitas mulheres sofrem em seu cotidiano. Recentemente houve um caso envolvendo Randy Meisner, baixista da banda de country rock Eagles (desde sempre uma das minhas preferidas). Tudo começou quando sua esposa ligou para a polícia pedindo socorro pois Randy estaria bêbado, armado e dando tiros para cima em sua própria casa.
Certamente estava surtado seja pelo uso de drogas ou bebidas, não importa. Meia hora depois desse telefone uma nova chamada foi feita para a delegacia de polícia só que agora não era a sua esposa, mas sim o próprio Randy. Ele ligou para informar que ela havia sido baleada... acidentalmente! A polícia foi até sua casa e concluiu que Randy dizia a verdade. Ele alegou que sua esposa foi tirar um fuzil de sua propriedade do armário e a arma disparou a atingindo em cheio. Sinceramente... junte as duas situações e tire suas próprias conclusões. Randy ainda terá que dar várias explicações, mas que tudo ficou meio estranho, obviamente ficou.
A verdade é que muitos roqueiros desenvolvem vícios ao longo da vida - sejam drogas, álcool ou seja o que for. Complicado entender os mecanismos psicológicos que os levam a isso, mas o alto número de profissionais da música que caem na mesma armadilha nos faz pensar que realmente exista algo a mais ligando essa profissão com esse tipo de comportamento auto destrutivo. O Eagles como banda chegou ao seu fim definitivo recentemente com a morte do guitarrista Glenn Frey, autor da música mais conhecida do grupo, o grande sucesso "Hotel Califórnia". Para um grupo musical tão bom, que chegou a vender quase 30 milhões de cópias de apenas um LP é certamente um final bem melancólico e triste. O destino é muitas vezes implacável.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
Esse Indiana Jones é muito ruim. Não há outra definição. O filme é ruim, simples assim. Até mesmo o totem do filme é ruim (a tal Caveira de Cristal, uma tremenda bobagem). Para piorar os roteiristas resolveram fazer um péssimo argumento, misturando ETs com arqueologia - um roteiro completamente esquecível, bobo, sem inspiração, chato. No elenco muitos problemas: Ford já passou da idade de dar uma de aventureiro, Shia LaBeouf é seguramente o pior ator a surgir no cinema desde os filmes da Xuxa e a Cate Blanchett some no meio de tanta ruindade. Ela é excelente atriz e profissional e não merecia se perder no meio desse abacaxi. Assim como não dá para voltar aos anos 80 também não há como requentar certas coisas como Indiana Jones. Se fizerem o quinto então correrão o risco de perderem até mesmo a dignidade pois o respeito já se foi com essa produção. Tomara que não saia do papel. Enfim, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" foi seguramente uma das piores decepções que tive no cinema nos últimos anos. Certo estava Pelé que saiu por cima, na hora certa. Spielberg e Lucas certamente não aprenderam essa lição.
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, Estados Unidos, 2008) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: David Koepp, George Lucas, Jeff Nathanson, Philip Kaufman / Elenco: Harrison Ford, Cate Blanchett, Karen Allen, Shia LaBeouf, Ray Winstone, John Hurt / Sinopse: Indiana Jones (Harrison Ford), o famoso arqueólogo agora se vê no meio de uma complicada teoria da conspiração envolvendo Estados Unidos e União Soviética em plena guerra fria. A chave de todo o mistério parece estar em uma rara caveira de cristal de origem desconhecida.
Pablo Aluísio.
Risco Duplo
Título Original: Double Jeopardy
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: David Weisberg, Douglas Cook
Elenco: Tommy Lee Jones, Ashley Judd, Bruce Campbell, Annabeth Gish, Bruce Greenwood
Sinopse:
Libby Parsons (Ashley Judd) acaba entrando em uma situação completamente surreal. Condenada por supostamente ter matado seu marido com um machado, ela é condenada a uma dura sentença. Libby não se lembra de nada, tudo o que consegue se lembrar é de acordar com as roupas cheias de sangue e uma arma na mão. Dentro da cadeia acaba descobrindo que foi vítima de uma grande farsa, envolvendo seu marido e sua melhor amiga. Agora ela tentará provar sua inocência ao mesmo tempo em que lutará para que os verdadeiros assassinos sejam presos.
Comentários:
O roteiro é bom, ideal para o espectador que gosta de tramas conspiratórias, com muitas reviravoltas surpreendentes. A questão é que a tal reviravolta que é um dos pilares da estória soa tão absurda e fantasiosa que isso tira um pouco da credibilidade do filme como um todo. Mesmo assim, com um pouco de boa vontade, o filme funciona como diversão ligeira. É curioso porque o diretor Bruce Beresford sempre foi muito prestigiado em Hollywood por seus excelentes dramas tais como "Conduzindo Miss Daisy" e "Uma Razão para o Amor" e aqui ele optou por algo bem diferente, um thriller policial envolvendo assassinatos e traições. No fim das contas quem salva o filme de sua inegável burocracia é o ator Tommy Lee Jones (sempre ele!). Jones com seu jeito sério, de sujeito durão, com poucos amigos, acaba se destacando justamente por trazer um pouco de credibilidade para um enredo que por si só não seria lá muito convincente. Sua presença e a sempre segura direção de Bruce Beresford se tornam assim os melhores motivos para conferir essa produção.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Milk - A Voz da Igualdade
A interpretação de Milk valeu o Oscar de melhor ator para Sean Penn. Eu gosto bastante de seu trabalho, tanto aquele desenvolvido como ator como também diretor. O fato, pelo menos na minha opinião, é que sua interpretação não foi melhor ou mais bem elaborada do que a de Mickey Rourke em "O Lutador". Nesse filme Mickey foi literalmente visceral, absoluto. Em "Milk" não vemos tanta grandeza. Acredito que até mesmo Sean ficou constrangido na noite do Oscar pois assim que subiu ao palco apontou em direção a Rourke (quase pedindo desculpas por ter vencido, na verdade). Foi uma premiação controvertida que não convenceu a todos. De qualquer modo acredito que essa foi a forma encontrada pela Academia para não deixar o filme sair da noite de premiação de mãos vazias, o que se revelou um erro pois quando os prêmios foram anunciados "Milk" acabou sendo também premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original. Assim Rourke deveria ter vencido seu prêmio pois era mais do que merecido. Deixando de lado esses aspectos ligados a prêmios temos que chamar a atenção para o fato de que "Milk" é uma daquelas produções que ajudam a criar uma consciência positiva no grande público. Mostra que a sexualidade pertence a cada um e que isso não define ninguém como digno ou não, pelo contrário, todos possuem sua própria dignidade como pessoa, ser humano, e isso independe de suas preferências sexuais ou afetivas. Esse é o grande valor de "Milk".
Milk (Milk, Estados Unidos, 2008) Direção: Gus Van Saint / Roteiro: Dustin Lance Black / Elenco: Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna, James Franco, Alison Pill, Victor Garbe / Sinopse: Biografia do político americano e ativista gay, Harvey Milk. Eleito na década de 1970 a um importante cargo público, mesmo se declarando homossexual assumido, Milk se tornou um marco dentro da mudança de mentalidade da sociedade americana.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
A Negociação
"A Negociação" é a nova aposta do veterano Richard Gere para voltar ao topo. Aqui ele encarna um tipo que lhe cai bastante bem - a do capitalista selvagem que pouco está ligando para os aspectos morais e éticos de seus atos. Para conseguir o que deseja ele mente, rouba e engana seus acionistas. Em essência é um mestre no jogo sujo do mundo das finanças do sistema norte-americano. Talvez aí esteja o maior problema de "A Negociação". O roteiro cria simpatia com seu personagem principal que não passa de um escroque completo. Que tipo de mensagem afinal o filme quer passar? A de que o mundo é dos espertos? Ou de que devemos procurar levar vantagem em tudo? O final, nada ético ou moral, deixa todas essas perguntas no ar. De qualquer modo, tirando o aspecto moral do filme que é bem decepcionante, não podemos deixar de qualificar o resultado final como bom. Não é nenhuma maravilha e nem pode ser considerado um excelente filme. "A Negociação" não desenvolve muito bem seus personagens e desperdiça grandes nomes como Susan Sarandon. Mesmo assim, sem a devida profundidade e nem um melhor capricho no desenvolvimento da trama, até que o filme funciona bem como entretenimento. Já como lição de moral ele é simplesmente uma aberração.
A Negociação (Arbitrage, Estados Unidos, 2012) Direção: Nicholas Jarecki / Roteiro: Nicholas Jarecki / Elenco: Richard Gere, Susan Sarandon, Tim Roth, Jennifer Butler, William Friedkin / Sinopse: Figurão do mundo dos negócios em Wall Street tenta esconder da polícia que estava presente no acidente que matou sua amante. Ao mesmo tempo tenta enganar um grande banco americano para lhes vender sua empresa que está praticamente falida por causa de investimentos equivocados.
Pablo Aluísio.
Mildred Pierce
Como sempre a HBO capricha e muito em suas produções televisivas. Temos aqui uma excelente reconstituição de época. A atriz Kate Winslet está excepcionalmente muito bem no papel. Ela se despe de qualquer vaidade e encarna com perfeição a personagem principal, uma mulher que levou muitas bordoadas da vida mas que não se abateu por isso. Outro ponto positivo é o desenvolvimento do roteiro que acompanha as mudanças de costumes na sociedade americana ao longo das décadas. A minissérie também serve como ótimo programa para as mulheres que queiram abrir seu próprio negócio pois no fundo o argumento é sobre o empreendedorismo e os sonhos de Mildred Pierce, que ousou transformar em realidade suas idéias e seu projeto de vida. Achei inclusive paralelos interessantes com pessoas conhecidas de meu próprio círculo social o que demonstra muito bem que o filme pode servir de inspiração para quem tem planos de abrir seu próprio negócio e ir em frente. O resultado final de Mildred Pierce agradou bastante os críticos e o filme recebeu um festival de prêmios. Kate Winslet foi premiada como melhor atriz no Emmy, no Globo de Ouro e no Screen Actors. Guy Pearce e Evan Rachel Wood também foram premiados. A minissérie também levantou o Emmy e o Globo de Ouro de Melhor Minissérie do ano. Então o que você está esperando? Corra para assistir.
Mildred Pierce (Mildred Pierce, Estados Unidos, 2012) Direção: Todd Haynes / Roteiro: Todd Haynes, Jon Raymond / Elenco: Kate Winslet, Guy Pearce, Evan Rachel Wood, Melissa Leo / Sinopse: Mildred Pierce (Kate Winslet) é uma garçonete sem muitas perspectivas de vida que decide acreditar em seus sonhos ao abrir um restaurante.
Pablo Aluísio.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Os Delírios de Consumo de Becky Bloom
Isla Fisher, que interpreta a "Becky compra tudo" é uma boa comediante. Ela faz o tipo "The Girl Next Door" ou seja, aquele tipo de garota que poderia ser sua vizinha, colega de trabalho ou parente. Sua cena em que fica completamente descontrolada ao comprar uma bota das mais cafonas é muito engraçada. Também temos aqui um elenco de apoio que simpatizo muito. Seu pai, por exemplo, é interpretado pelo sempre bom John Goodman. Talvez o resultado tenha sido acima da média por causa dos livros que lhe deram origem, "Confessions of a Shopaholic" e "Shopaholic Takes Manhattan", ambos escritos pela autora Sophie Kinsella, ela própria uma viciada assumida em compras desvairadas. Produção de orçamento médio (custou meros 17 milhões de dólares) acabou tendo ótima bilheteria (quase 140 milhões em caixa). Por isso acredito que em breve teremos alguma continuação - só espero que com a mesma Isla Fisher. No mais o filme está recomendado caso você esteja endividado ou não.
Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (Confessions of a Shopaholic, Estados Unidos, 2009) Direção: P. J. Hogan / Roteiro: Tracey Jackson, Tim Firth, Kayla Alpert / Elenco: Isla Fisher, Hugh Dancy, Krysten Ritter, Joan Cusack, John Goodman, John Lithgow, Kristin Scott Thomas / Sinopse: Becky (Isla Fisher) é uma jornalista de Nova Iorque que simplesmente não consegue resistir a uma vitrine de loja. Usando descontroladamente seus 12 cartões de crédito ela acaba completamente endividada. Ironicamente começa a escrever uma coluna numa revista de economia ensinando aos leitores como cuidar de seu dinheiro e vida financeira. Nem precisa dizer que em pouco tempo ela acaba se tornando um sucesso editorial absoluto.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Te Amarei Para Sempre
A explicação para o fato do personagem de Eric Bana ter essa capacidade de ir e vir no tempo é no mínimo esquisita: ele teria sofrido algum tipo de mutação genética que lhe proporciona esse tipo de poder. O roteiro porém não perde muito tempo com esse tipo de coisa pois como já citei o foco do filme é mesmo no romance entre os pombinhos. Em minha concepção o filme deveria ter deixado de lado esse confuso pano de fundo para contar apenas uma estória de amor convencional. Do jeito que está não atrai nem os fãs de Sci-Fi e nem o público mais cativo de romances. Assim o resultado final vai depender muito da postura do público. Se ele comprar a idéia do argumento pode até vir a se divertir um pouco, caso contrário não existe a menor possibilidade de vir a gostar do filme em si. "Te Amarei Para Sempre" é aquele tipo de produção ao estilo "Ame ou Odeie". Na dúvida arrisque.
Te Amarei Para Sempre (The Time Traveler's Wife, Estados Unidos, 2009) Direção: Robert Schwentke / Roteiro: Bruce Joel Rubin / Elenco: Michelle Nolden, Alex Ferris, Arliss Howard, Eric Bana, Katherine Trowell, Bart Bedford / Sinopse: Um viajante do tempo se apaixona por uma linda jovem estudante de arte. O romance se torna tão forte que consegue romper até mesmo as limitações de tempo e espaço ao qual todos estamos presos pelas leis da física.
Pablo Aluísio.
O Legado Bourne
O que mais me surpreendeu em "O Legado Bourne" foi o elenco que a Universal conseguiu reunir. Ótimos atores como Edward Norton e Rachel Weisz que não tem muito o que fazer em cena, a não ser participar da correria reinante. Já Jeremy Renner só confirma sua falta de carisma. Hollywood vem tentando transformar esse ator em astro desde "Guerra ao Terror" mas as coisas pelo visto não andam muito boas. Esse novo Bourne, por exemplo, que deveria ter sido o primeiro de uma trilogia com o mesmo Renner não se deu bem nas bilheterias, se tornando um verdadeiro fiasco em lucros para a Universal. A produção foi muito cara e mal conseguiu recuperar o investimento desde seu lançamento. Por isso muito provavelmente esse seja o último da franquia original Bourne. Talvez daqui alguns anos eles tentem reinventar o personagem Jason Bourne com outro ator mas até lá todo mundo (Bourne, Aaron, a CIA, etc) vão ficar mesmo é na geladeira em Hollywood.
O Legado Bourne (The Bourne Legacy, Estados Unidos, 2012) Direção: Tony Gilroy / Roteiro: Tony Gilroy, Dan Gilroy / Elenco: Jeremy Renner, Rachel Weisz, Edward Norton, Joan Allen, Albert Finney, Corey Stoll, Scott Glenn, Oscar Isaac, Stacy Keach, Sheena Colette / Sinopse: A CIA tentando desativar um projeto ultra-secreto começa a eliminar os agentes criados pelo programa, entre eles Aaron Cross (Jeremy Renner), que tentará de todas as formas se manter vivo.
Pablo Aluísio.
A Outra História Americana
Por falar no ator temos aqui mais uma ótima interpretação de Edward Norton. Ele está perfeito na pele de um rapaz que finalmente consegue entender o abismo em que se meteu. Tentando salvar seu irmão mais jovem do mesmo destino ele tenta de todas as formas afastá-lo daquele ambiente. Confesso que o filme me deixou surpreso pois sempre havia associado o neo nazismo a grupos de jovens europeus. Em minha ótica seria completamente contraditório um jovem americano se tornar seguidor do nazismo uma vez que os EUA venceram a II Guerra Mundial contra o Terceiro Reich. De fato não dá muito para entender como a nova geração do país vencedor da guerra consegue criar laços ideológicos com o sistema que foi vencido no mesmo conflito. Uma ironia da história? Certamente. Por mais sem sentido que isso possa parecer o fato é que realmente a figura de Hitler tem ganho cada vez mais espaço entre a parcela da juventude americana mais desiludida com o sistema em que vivem. Nesse sentido "A Outra História Americana" se torna muito didático e conscientizador. Como já foi provado pela história, nenhum regime absoluto ou ditadorial consegue dominar por longo tempo uma sociedade. A liberdade é inerente ao ser humano e nesses regimes não há espaço para as liberdades individuais. Por isso sempre naufragam. Além disso conceitos como raça superior, arianismo e outros pilares do pensamento Hitlerista já foram desmistificados pela ciência. O Darwinismo Social é completamente desacreditado atualmente. De qualquer modo fica o alerta. Já aconteceu uma vez e ninguém pode duvidar que venha acontecer de novo. Assim o melhor caminho é a conscientização sobre a importância da nossa liberdade. Só assim o mundo se verá completamente livre de ideologias como essa, que tantos males causou para a humanidade.
A Outra História Americana (American History X, Estados Unidos, 1998) Direção: Tony Kaye / Roteiro: David McKenna / Elenco: Edward Norton, Edward Furlong, Fairuza Balk, Beverly D´Angelo. / Sinopse: "A Outra História Americana" conta a estória de dois irmãos envolvidos no movimento neo nazista (skinheads). O mais velho deles, Derek Vinyard (Edward Norton), acaba sendo preso e passa longos anos na cadeia onde acaba criando uma nova mentalidade sobre aquilo que acreditava. Depois de finalmente ganhar a liberdade ele tenta de todas as formas afastar seu irmão mais jovem do mesmo movimento. Em busca de redenção procura livrar seu irmão daquele meio onde imperam o ódio racial e a violência contra as minorias.
Pablo Aluísio.
Michael Jackson - This Is It
"This is It" foi montado e lançado no calor dos acontecimentos da morte de Michael Jackson. O mundo comovido e a mídia abalada pelo falecimento do superstar mal teve tempo de analisar o filme com isenção de ânimo. É a tal coisa, os que gostavam de Michael acharam tudo maravilhoso e emocionante e quem não gostava dele logo tachou a produção de caça níqueis oportunista. Nem o céu e nem o inferno, senhores. "This Is It" certamente tem seu valor. Captar os últimos momentos de Michael, mesmo de forma quase amadora, é uma preciosidade por si só. Não adianta ter espírito de porco e desmerecer tudo apenas pelos acontecimentos que ninguém sequer previa. O Michael Jackson que surge no palco é um sujeito com pleno domínio de sua arte, dançando e cantando muito bem, levando abaixo as notícias sensacionalistas que o retratavam quase como um zumbi no final da vida. Nada mais longe da realidade. Michael estava ali, de corpo e alma nos ensaios. O que mais me chamou atenção nesse retrato do artista nos bastidores é seu comportamento muito educado, fino, tratando a todos da equipe técnica de forma muito polida. Nada do que se espera de um megastar egomaníaco. Jackson era até tímido com o trato pessoal com sua equipe técnica, músicos e dançarinos. Um gentleman. No apagar das luzes só podemos lamentar sua morte precoce. Pelo menos seu legado musical fica como prova de seu grande talento como artista.
This Is It (This Is It, Estados Unidos, 2009) Direção: Kenny Ortega / Elenco: Michael Jackson / Sinopse: Documentário que mostra os últimos ensaios de Michael Jackson na montagem do show "This Is It" que seria sua última turnê. Os bastidores e o clima de testes domina todo o filme. Lançado de forma póstuma após a morte de Michael Jackson.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Punhos de Aço - Um Lutador de Rua
O diferencial é que Philo ainda mora com a mãe, tem um macaco de estimação, Clyde (responsável por vários momentos de humor durante o filme) e uma namorada cujo relacionamento nunca sai do "chove mas não molha". O tom do roteiro é de chanchada mesmo, onde todos são propositalmente caricaturais, inclusive os vilões. Com trilha musical country esse filme tem um atrativo para quem gosta da história do rock: a presença muito especial de Fats Domino, que canta em um bar de beira de estrada. Enfim, Punhos de Aço é diversão descompromissada para assistir sem levar nada à sério. Vale pela curiosidade de ver Clint Eastwood em um papel totalmente soft e familiar.
Punhos de Aço - Lutador de Rua (Any Which Way You Can, Estados Unidos, 1981) Direção: Buddy Van Horn / Roteiro: Jeremy Joe Kronsberg, Stanford Sherman / Elenco: Clint Eastwood, Sondra Locke, Geoffrey Lewis / Sinopse: Clint Eastwood repete o papel do caminhoneiro Philo, um cara durão que ganha a vida lutando em brigas de rua onde todos apostam, desde policiais a milionários e donas de casa.
Pablo Aluísio.
Boogie Nights
Nos primeiros anos valia muito mais a iniciativa pessoal dos produtores (retratados aqui em um único personagem, muito divertido, interpretado por Burt Reynolds). As mulheres que entravam no meio geralmente eram garotas de programa ou então meninas sem muita estrutura familiar que viam o mercado adulto como uma forma de ganhar um bom dinheiro, rápido e fácil. Algo muito distante da realidade atual onde as carreiras das estrelas são administradas por agências e corporações com grande infra estrutura empresarial. Outro diferencial era a forma como muitos desses filmes eram realizados. Geralmente tudo era feito em estúdios de fundo de quintal, sem nenhum estilo ou bom gosto. Atualmente os grandes filmes da área são produzidos em locações bonitas, de cartão postal. Outro destaque de "Boogie Nights" é seu elenco realmente ótimo onde se destacam Julianne Moore interpretando uma pornstar patinadora e Philip Seymour Hoffman como um membro da equipe técnica com certa indefinição sobre sua orientação sexual. Até Mark Whalberg, que sempre achei um ator extremamente fraco, consegue se sobressair, não comprometendo o resultado final. Assim fica a dica de "Boogie Nights" um filme que captura muito bem o nascimento da indústria adulta nos EUA.
Boogie Nights (Boogie Nights, Estados Unidos, 1997) Direção: Paul Thomas Anderson / Roteiro: Paul Thomas Anderson / Elenco: Mark Wahlberg, Burt Reynolds, Julianne Moore, Don Cheadle, Philip Seymour Hoffman, Heather Graham, William H. Macy, Luis Guzmán, Thomas Jane, John C. Reilly, Ricky Jay, Robert Ridgely, Alfred Molina, Jack Wallace./ Sinopse: Eric Adams (Mark Wahlberg) é um jovem bem dotado que vê no ramo de filmes pornôs dos EUA sua grande chance. Contratado pelo produtor picareta Jack Horner (Reynolds) ele começa sua ascensão à fama e dinheiro dentro do mercado erótico americano. "Boogie Nights" obteve 3 indicações ao Oscar: Melhor roteiro, ator coadjuvante (Burt Reynolds) e atriz coadjuvante (Julianne Moore).
Pablo Aluísio.
Marcados Para Morrer
Agora, tirando isso o filme também tem problemas. O principal deles é o comportamento pouco adequado dos dois policiais. Eles são desbocados, falam um palavrão atrás do outro e se envolvem em brigas mano a mano com negros do gueto apenas por diversão pessoal. Também são retratados de forma nada usual, como adolescentes tardios, contando piadas pejorativas e aplicando "pegadinhas" em colegas de farda. Além dos tiras os vilões também são extremamente cartunescos. A gangue dos latinos é o maior exemplo. As mulheres são retratadas como vagabundas absolutas e o homens como loucos homicidas que saem atirando a esmo com armas possantes. Essa falta de seriedade causa admiração, uma vez que o filme foi dirigido pelo bom David Ayer (de "Dia de Treinamento"). Por essas razões recomendo mais a ótima série "Southland" que tem temática muito parecida mas com um ponto de vista mais equilibrado e adulto. De qualquer modo "Marcados Para Morrer" não chega a ser ruim. De fato posso até dizer que é um bom thriller policial, meio bobo às vezes, é verdade, mas eficiente. Muitos dos diálogos que vemos em cena são improvisações dos atores Jake Gyllenhaal e Michael Peña, mostrando que ambos estavam bem entrosados em seus personagens. Em suma, um policial mockumentary com altos e baixos que consegue ser um bom passatempo, apesar de tudo.
Marcados Para Morrer (End of Watch, Estados Unidos, 2012) Direção: David Ayer / Roteiro: David Ayer / Elenco: Jake Gyllenhaal, Michael Peña, Cody Horn, America Ferrera, Frank Grillo / Sinopse: Dois tiras de rua de Los Angeles vivem situaações aflitivas em sua rotina de trabalho. Quando não estão atendendo chamadas rotineiras estão combatendo o tráfico de drogas na cidade. Disputando o poder na região duas gangues fortemente armadas lutam entre si, uma formada por imigrantes latinos e outro por negros americanos. Nesse cenário as ruas viram campos de batalha.
Pablo Aluísio.