Os maiores momentos na vida de Maria estão devidamente registrados nas escrituras. A concepção imaculada de seu filho Jesus Cristo, sua visita ao lado do filho ao templo, seu sofrimento ao pé da cruz, entre outros acontecimentos importantes. Maria é uma das pessoas mais importantes na história do novo testamento, disso não restam dúvidas. Apesar disso ainda existem muitas dúvidas cruciais sobre sua biografia histórica. Por exemplo, quando Maria chegou ao fim de sua existência na Terra? Quantos anos tinha? Como passou o resto de sua vida? Onde viveu seus últimos anos? São questionamentos que a Igreja Católica, através de inúmeras pesquisas históricas e arqueológicas, tem feito ao longo dos séculos.
Infelizmente os grandes historiadores, os oficiais, geralmente focam sua atenção nos reis, imperadores e líderes políticos por mais infames e assassinos que eles tenham sido. Maria era uma mulher do povo. Claro que ela fez parte da maior história de todos os tempos, a do seu filho Jesus, mas a consciência sobre isso só ocorreu séculos depois de sua morte. Helena, mãe do Imperador Constantino, tentou recriar os passos de Maria através da tradição oral da região onde vivia mas claro que registros assim não primam pela realidade histórica pois foram realizados séculos depois da história ter acontecido.
Também é controvertida a idade exata em que Maria teria dado luz ao seu filho Jesus. Uma tese afirma que ela teria em média algo como 16 anos ou um pouco mais. Na antiguidade as mulheres tinham seu primeiro filho com pouca idade. Era algo normal. Outro aspecto curioso (mas não comprovado) afirma que muito provavelmente Maria tenha sido a segunda esposa de José, o que explique talvez a existência de outros irmãos de Jesus (outro ponto bastante discutido pois não se sabe se eram irmãos de fato de Jesus ou primos pois algo se perdeu na tradução original). Chamo a atenção para a aparição de Maria em Lourdes. A vidente Bernardete Soubirous teria explicado para as autoridades da Igreja Católica que na visão Maria teria a aparência de uma mulher bem jovem, na faixa de 15 a 16 anos - justamente a suposta idade em que teria sido mãe de Jesus.
Se fatos da vida de Maria são complicados de precisar ainda mais difícil é saber o que aconteceu com José, seu esposo. Conhecido pela tradição como o "santo silencioso" por causa de seu ato de manter o silêncio ao longo de todo o texto bíblico, não se sabe onde morreu e nem quando. A José, Deus deu a missão de criar o filho Jesus durante sua infância e adolescência, lhe ensinando os primeiros valores e também uma profissão, a de carpinteiro na pequena cidade onde moravam. Mas voltemos à história de Nossa Senhora.
Através de tradições o que sabemos é que Maria teria passado seus últimos dias ou em Jerusalém ou em Éfeso, cidade greco-romana da antiguidade situada na costa ocidental da Ásia Menor. Provavelmente ela tenha morado algum tempo nas duas localidades, por isso as duas informações chegaram até nós. Quantos anos teria vivido ainda Maria? Aqui também temos duas fontes de informações. Uma que revela que Maria teria subido aos céus com pouco mais de 55 anos de idade. Uma informação mais recente - datada da idade média - afirma que ela teria chegado aos 70 anos, uma faixa etária excepcional para a antiguidade onde a imensa maioria da população mal chegava aos 40 anos por causa das dificuldades próprias da época.
De uma forma ou outra Maria passou seus últimos dias de forma exemplar, o que lhe valeu o título de santíssima entre os primeiros cristãos. Aliás é bom salientar que Maria se tornou um exemplo, um ícone, desde os primeiros anos. Sítios arqueológicos na Terra Santa datados do século I trazem registros de cultos realizados em honra à Maria. Após a morte do filho teria se encontrado com os doze apóstolos de Jesus, no último encontro entre eles, ainda nos primórdios do movimento cristão. Isso mostra que também era uma figura extremamente importante e influente entre os fundadores do cristianismo primitivo.
A Igreja Católica manteve com muita sabedoria, bem viva essa tradição de louvar a Virgem Maria. O chamado Marianismo é um dos fundamentos da fé católica. Assim a santidade de Maria foi por quinze séculos intocada até o protestantismo diminuir de certo modo a importância de Maria dentro da doutrina cristã. Alegaram que não existe nada nas escrituras que justifique seu status religioso dentro da Igreja Católica, algo complicado de explicar, uma vez que Maria foi escolhida por Deus para ser a mãe de Jesus na Terra! Haveria algo mais santo e importante do que isso? Obviamente não.
Certamente nunca foi uma mulher comum ou qualquer como querem crer alguns escritores
protestantes já que a importância de Maria é vital dentro da história de Cristo e isso está devidamente registrado no Novo Testamento. O próprio Lutero não concordava com essa visão radical em relação a Nossa Senhora, tanto que escreveu textos procurando reverter essa postura mas foi em vão. É enfim uma visão teológica bastante equivocada e sem fundamento. Trataremos muito ainda sobre Maria em nosso blog, afinal ele também é dedicado a ela, em toda sua santidade imaculada.
Pablo Aluísio.
Catolicismo em Maria
ResponderExcluirPablo Aluísio.