Uma das figuras mais mal interpretadas e caluniadas da história foi o imperador romano Constantino. Até hoje repetem-se falácias sobre ele, de como teria fundado a igreja católica e como teria promovido a fusão entre o nascente cristianismo com o paganismo romano. Ambas as afirmações não são verdadeiras. Assim defende o historiador americano Theodore Shoebat em seus novos artigos. Segundo o pesquisador essas falsas informações e deturpações históricas surgiram pela primeira vez dentro de estudos de autores anti-cristãos, em especial Franz Cumont, que tinha um claro objetivo de atacar a Igreja Católica de seu tempo.
O que muitos não percebem é que Cumont introduziu esta teoria a partir de uma perspectiva anti-cristã. Ele escreveu que o cristianismo tomou de seus adversários as suas próprias armas, e usou-as, resultando que os melhores elementos do paganismo foram transferidos para a nova religião.
Com isto dito, nós podemos concordar que as crenças que tentam provar que Constantino havia criado sua própria igreja a misturando com o paganismo, foi produzido originalmente por inimigos da Fé e não por seguidores cristãos. O objetivo era claro: causar mais divisões dentro da Igreja, separando os cristãos que odiavam Constantino contra os defensores da nova Igreja romana que se oficializava. As alegações porém são falsas pois de fato a Igreja Católica não foi fundada pelo imperador romano como tanto se propaga ao longo desses últimos séculos.
Para refutar a idéia de que Constantino criou uma nova igreja e mostrar que a Igreja não se alterou após - ou foi suplantado por ele, é importante ao pesquisador ir atrás de livros históricos escritos antes do surgimento do imperador dentro do cristianismo. Entre as fontes primárias que podem ser citadas estão obras escritas por Eusébio, Tertuliano, Santo Ambrósio, Santo Irineu, Firmicus, São Justino Mártir e complementando Santo Agostinho.
Isso é importante porque mostra que temos de olhar para as fontes originais da Igreja, não para textos anti-cristãos, escritos contra a Igreja ou que se basearam neles como a doutrina protestante.
Uma das acusações mais freqüentes é que Constantino fundou, ou pelo menos ajudou a estabelecer, uma igreja oficial do império, e então começou a massacrar cristãos que não aceitavam os dogmas da nova fé católica. Esse conflito teria dado origem a segmentos desvinculados de Roma.
As evidências apresentadas sobre esse fato se apóiam em um decreto do imperador que listava uma série de seitas que dali em diante seriam consideradas hereges. Com isso estariam proibidas de promover reuniões religiosas e pregar sua visão particular do cristianismo.
Acontece que muitas das seitas descritas e listadas por Constantino pouco ou nada tinham a ver com o cristianismo. A maioria delas pregava um tipo misto de tradições religiosas, algumas pagãs e outros cultos como aqueles que adoravam Mitra - com rituais sangrentos onde touros eram sacrificados em nome da deusa romana. Perceba que basta ler o decreto do imperador para entender que ele na realidade não promoveu uma fusão entre paganismo e cristianismo dentro da religião católica mas justamente o contrário pois proibiu diversas seitas que faziam justamente isso.
Pablo Aluísio.
Catolicismo em Maria
ResponderExcluirA História da Igreja Católica