terça-feira, 2 de agosto de 2011

Maria Cheia de Graça

Maria, mãe de Jesus, sempre foi muito reverenciada desde os primórdios do Cristianismo. No livro "Uma Breve História do Cristianismo" o autor Geoffrey Blainey expõe que Maria sempre foi muito respeitada e admirada desde o surgimento das primeiras comunidades cristãs. Em sua obra ele fez uma revisão histórica sobre a influência de Nossa Senhora no surgimento da nova religião. Ele escreveu: "Maria, a mãe de Cristo, exercia um fascínio cada vez mais intenso. Seu status aumentava, e um sentimento de profunda reverência por ela se espalhava pela costa leste do Mediterrâneo, Alexandria e Antióquia." Já em seus últimos dias de vida Maria era constantemente procurada pelos membros da primeira comunidade cristã, ainda formada pelos primeiros seguidores de Cristo e pelos próprios apóstolos que ainda estavam vivos. Ele foi figura central no surgimento da nova religião e isso também sob um ponto de vista estritamente histórico.

Ao longo dos séculos sua importância foi ficando cada vez mais forte. As primeiras comunidades cristãs eram formadas com a presença de muitas mulheres, mães como Maria, e isso facilitou para consolidar uma grande identidade entre essas seguidoras e a mãe de Cristo. Todas elas entendiam perfeitamente as dores e sofrimentos pelos quais Maria passou ao longo de sua vida. Basta imaginar seu sofrimento abaixo do cruz, vendo seu único filho ser martirizado daquela forma completamente cruel, desumana e brutal. É simplesmente impossível descrever o que ela sentiu naquele momento crucial de sua vida. Olhando sob esse ponto de vista Maria logo virou um grande exemplo de mãe, cristã e mulher.

A partir de 432 a Igreja Católica transformou em dogma a virgindade de Maria. A imaculada concepção de seu filho Cristo virou uma das bases da fé cristã. Por essa época, por interpretação dos doutores da Igreja, também foi afastada a ideia de que os irmãos e irmãs de Jesus citadas por Marcos eram também filhos de Maria. Duas teses ganharam força, uma afirmando que havia ocorrido um erro de tradução quando o texto foi traduzido do grego para o latim, assim os irmãos e irmãs seriam na verdade primos. Outra teoria afirmava que até poderiam ser irmãos e irmãs de Jesus mas de um casamento anterior de José, pois não eram filhos de Maria que teria mantido sua virgindade até o fim de seus dias. Na tradição de alguns segmentos de estudiosos José era bem mais velho do que Maria e já teria tido um casamento anterior.

O dogma da "Assunção da Santa Virgem Maria" teria se tornado consolidado na Igreja Católica em 594. A assunção significava que após sua morte o corpo de Maria teria sido levada da terra para o céu e não apenas sua alma abençoada. Nesse mesmo ano o estudioso bispo Gregório de Tours abençoou o evento, e seu veredicto foi acolhido oficialmente pela Igreja Católica entre um de seus mais importantes e significativos dogmas religiosos. Assim o carinho dos católicos por Maria ganhou novas dimensões, fazendo com que ela ganhasse um lugar de destaque dentro do cristianismo de seu tempo. Por fim na Idade Média a Igreja ainda reconheceu outro dogma, a de que Maria, assim como seu filho Jesus Cristo, teria nascido sem pecado. A Imaculada Conceição é um dos pilares da fé católica há mais de dois mil anos. Maior prova de sua santidade não há. Ave Maria, cheia de graça!

Pablo Aluísio.

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