Papa Pio V
Antonio Ghislieri nasceu em Bosco, na Itália, no dia 17 de janeiro de 1504. Desde cedo demonstrou ter grande vocação pastoral. Em pouco tempo entrou para os quadros da Igreja Católica Romana. Aos 14 anos de idade ingressou na Ordem Dominicana. Estudioso e defensor da doutrina católica ele foi assumindo mais postos e responsabilidades dentro da hierarquia. Tornou-se padre, bispo e depois cardeal, passando por diversas cidades italianas em sua jornada evangélica. Pregou em Milão, Gênova, Parma e Bolonha. Antonio conciliava uma intensa vida dentro da igreja, rezando missas e prestando ajuda aos fiéis católicos, com uma rica produção literária. Assim se tornou um produtivo escritor. Suas obras foram a chave que abriram as portas de sua ascensão dentro do clero romano. Em seus livros Antonio Ghislieri sustentava de maneira teológica a visão da Igreja Católica sobre o evangelho. Durante sua carreira ele vivenciou em muitas cidades e povoados a proliferação do protestantismo. Assim sentiu na pele a desvalorização da doutrina católica. Para defendê-la ele se dedicou a escrever bastante sobre o tema. Isso lhe valeu autoridade cultural e admiração de seus pares.
Quando o Papa Pio IV faleceu, o agora cardeal Antonio Ghislieri foi para Roma exercer sua função de eleitor na escolha do novo Papa. Homem diplomata, conciliador e culto, ele foi ganhando a admiração dos demais cardeais que iriam escolher o novo Papa. Para sua surpresa seu nome começou a surgir nas apurações de votos e após duas tentativas de se chegar na maioria necessária para se eleger o novo papa, Antonio Ghislieri finalmente foi eleito em 7 de Janeiro de 1566. Em homenagem ao papa anterior, que admirava, resolveu adotar o nome papal de Pio V. Na ocasião estava com 62 anos de idade, o que na época significava uma idade avançada já que a expectativa de vida na Europa naqueles tempos mal passava dos 50 anos. Mesmo considerado velho para o pontificado, Pio V deu começo a uma série de medidas que considerava essenciais. Amantes dos livros, ele queria colocar em prática tudo o que havia aprendido em suas páginas.
Como era um homem de letras mandou organizar a elaboração do catecismo da Igreja Católica. Ao longo de sua vida Pio V pôde verificar que grande parte dos católicos não conheciam ou conheciam muito pouco a doutrina da Igreja. Ele queria que o catecismo se tornasse um livro de leitura diária para o católico em todo o mundo. Por isso mandou organizar uma edição definitiva, fruto de estudos e apurado rigor técnico e teológico. Com a bula papa "In cœna Domini" reafirmou a autoridade da Igreja Católica perante os cristãos. Já com outra bula, "Quo Primum Tempore", procurou trazer unidade para a celebração de missas e rituais, instituindo a Missa tridentina. Procurou com isso preservar a liturgia da Igreja Romana. Sensível aos abusos cometidos em touradas, onde animais eram sacrificados na arena, decidiu proibir a modalidade em toda a Itália, como forma de respeito aos direitos dos animais. Nesse aspecto foi um grande inovador. Como administrador ainda procurou realçar o corte de gastos entre o clero, procurando sanar as finanças do Vaticano que viviam em eterna crise. Por fim, ressaltou a importância do Rosário na vida dos católicos. Como era previsto por causa de sua idade, Pio V só conseguiu ser papa por seis anos. Em maio de 1572 ele morreu, sendo canonizado pela Igreja Católica 40 anos depois de sua morte, na mesma data de seu falecimento.
Pablo Aluísio.
Papa Pio V
ResponderExcluirCatolicismo em Maria