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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O Homem Sem Face

Título no Brasil: O Homem Sem Face
Título Original: The Man Without a Face
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Icon Entertainment International
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Isabelle Holland, Malcolm MacRury
Elenco: Mel Gibson, Nick Stahl, Margaret Whitton, Fay Masterson
 
Sinopse:
Desde que teve seu rosto desfigurado em um grave acidente automobilístico o ex-professor Justin McLeod (Mel Gibson) tem se tornado recluso e distante da pessoas da comunidade onde vive. Sua vida se torna muito sofrida pois além do estigma estético ele ainda tem que enfrentar o estigma social pois todos o culpam pelo acidente. Sua vida muda quando ele se aproxima de Charles E. 'Chuck' Norstadt (Nick Stahl) que poderá lhe trazer uma nova perspectiva existencial.

Comentários:
Depois de estrelar o blockbuster "Máquina Mortífera 3" Mel Gibson entendeu que havia chegado o momento de dar um tempo nos tiros e explosões para se dedicar a roteiros melhores e bem mais trabalhados. Afinal de contas ele sempre almejou algo a mais em sua profissão e não se contentava em apenas ser um astro de filmes de ação. Inicialmente rodou "Eternamente Jovem", um pequeno e lírico filme sobre um homem deslocado no tempo e espaço. A crítica simpatizou com o resultado. Depois surpreendeu mais uma vez com essa produção muito pessoal, dirigido por ele mesmo, realizado por sua própria produtora de cinema, a Icon. Foi o primeiro filme pra valer nessa sua nova carreira como cineasta (antes disso ele havia rodado um pequeno documentário para a TV denominado "Mel Gibson Goes Back to School"). Agora ele surgia na direção para o circuito comercial, brigando entre os grandes por fartas bilheterias, entrando de vez nessa nova fase de sua vida. Inicialmente muitos viram com ceticismo esse seu impulso de dirigir filmes. Mal sabiam que ele se consagraria em pouco tempo com "Coração Valente" que levaria vários Oscars. Aqui em "The Man Without a Face" Gibson já demonstra muito talento para dirigir, explorando as nuances do roteiro com raro brilhantismo. Também evita com sucesso que a trama se torne cansativa e enfadonha, dando o devido destaque a cada personagem. Considero um belo drama dos anos 90, com Gibson extraindo muito bem a riqueza de detalhes do romance escrito por Isabelle Holland. Revisto hoje em dia fiquei com a sensação que o ator deveria voltar para pequenos e sentimentais projetos como esse, pois ele mostrou ter mão para esse tipo de filme.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Os Mercenários 3

Título no Brasil: Os Mercenários 3
Título Original: The Expendables 3
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate, Millennium Films, Nu Image Films
Direção: Patrick Hughes
Roteiro: Sylvester Stallone, Creighton Rothenberger
Elenco: Sylvester Stallone, Mel Gibson, Arnold Schwarzenegger, Harrison Ford, Jason Statham, Antonio Banderas, Dolph Lundgren, Wesley Snipes, Jet Li

Sinopse:
Depois de uma mal sucedida operação, o líder dos mercenários Barney Ross (Sylvester Stallone) decide que talvez tenha chegado o momento de dispensar sua velha equipe de veteranos. Para isso ele então planeja formar um novo time de soldados e combatentes, formado por uma turma bem mais jovem, na flor da idade. Então começa a atravessar os Estados Unidos de ponta a ponta atrás de novos membros para os mercenários. Será que seu plano realmente dará certo? Terceira aventura da série de sucesso "The Expendables".

Comentários:
Muita gente boa reclamou desse terceiro filme da franquia "Os Mercenários". Entre as críticas mais comuns estavam a falta de novidades em seu roteiro e a tentativa de lançar um novo grupo de soldados formados basicamente por atores bem mais jovens - alguns inclusive sem expressividade nenhuma, para dizer a verdade. No geral realmente não há maiores surpresas. Sylvester Stallone, que não é bobo nem nada, resolveu apenas requentar a mesma fórmula que foi utilizada nos dois filmes anteriores. A única ousadia maior foi mesmo apostar na nova geração, mas isso em si não chega a estragar o filme completamente. Já na ala dos veteranos temos as presenças de Harrison Ford, Wesley Snipes e Mel Gibson. Ford não acrescenta em nada, seu personagem não tem qualquer importância e suas cenas não fariam diferença se fossem apagadas na edição final. Snipes já traz um carisma maior e tal como na vida real também interpreta um sujeito recém saído da prisão (o ator foi preso por sonegação de impostos). Dos novatos na franquia a melhor participação vem mesmo de Mel Gibson como o vilão Stonebanks! Claro que no meio de tantos atores e personagens fica mesmo complicado se destacar, mas o velho e bom Gibson consegue marcar presença, justificando sua presença em cena. Em termos de pura ação o roteiro procura se concentrar o máximo possível numa longa e destrutiva batalha envolvendo grupos rivais fortemente armados em um antigo prédio abandonado (típico da era do socialismo no leste europeu). Ali são realizadas as melhores sequências do filme, que se comparado com os anteriores realmente se revela o mais fraco, justificando o velho mito de que filmes de número 3 nunca são muito bons.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de outubro de 2014

Hamlet

Título no Brasil: Hamlet
Título Original: Hamlet
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Canal+, Carolco Pictures, Icon Entertainment
Direção: Franco Zeffirelli
Roteiro: Christopher De Vore
Elenco: Mel Gibson, Glenn Close, Alan Bates, Paul Scofield, Ian Holm, Helena Bonham Carter

Sinopse:
Hamlet (Mel Gibson) é um príncipe dinamarquês medieval que descobre que seu pai foi morto de forma covarde por uma conspiração palaciana liderada por seu próprio tio, para obter com o crime o trono para si. Agora Hamlet, em profunda crise existencial, resolve partir para a vingança contra todos os traidores e assassinos da corte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria Melhor Ator Coadjuvante (Alan Bates).

Comentários:
No começo dos anos 1990, contrariando todas as expectativas, o ator Mel Gibson resolveu ousar como nunca em sua carreira. Deixou os filmes de ação de lado e abraçou a ideia de interpretar o personagem Hamlet de William Shakespeare no cinema. Conforme esclareceu na época, Gibson queria mesmo era criar um vínculo de aproximação entre o texto clássico e a juventude, que naqueles tempos formava a grande massa de seus admiradores. A intenção como se pode ver, foi realmente muito boa, mas todos se perguntavam se alguma coisa boa poderia sair disso! A boa notícia é que sim, essa versão moderna de "Hamlet" em momento algum decepciona. O diretor Franco Zeffirelli foi bastante inteligente para não deixar tudo apenas nas costas de Gibson e resolveu colocar ao seu lado grandes atores e atrizes com formação teatral clássica. Isso acabou compensando qualquer deslize ou problema maior em recitar um texto tão rico nas telas. Outro ponto positivo, que sempre me chamou bastante a atenção, foi a delicada e discreta direção de arte. Cenários e figurinos medievais que jamais assumem uma posição de superioridade sobre o texto, que é afinal de contas a grande força desse enredo único e maravilhoso. Curiosamente Gibson acabou tendo atritos com Zeffirelli no set de filmagens, talvez por já ter naquela época um lado diretor que começava a despontar e aflorar. Anos depois chegou ao ponto de fazer pouco do trabalho de Franco Zeffirelli ao afirmar que havia se tornado diretor após trabalhar com ele.  "Se um cara como esse dirige filmes, por que não eu?" - brincou. Desavenças à parte, temos que reconhecer que um dos trunfos dessa adaptação vem justamente das decisões acertadas do diretor italiano. Uma pequena obra prima dos anos 90 que merece passar por uma nova avaliação que reconheça seus méritos.

Pablo Aluísio.

Alta Tensão

Título no Brasil: Alta Tensão
Título Original: Bird on a Wire
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Louis Venosta, Eric Lerner
Elenco: Mel Gibson, Goldie Hawn, David Carradine, Bill Duke

Sinopse:
Rick Jarmin (Mel Gibson) entra no Programa de proteção de testemunhas do FBI após testemunhar contra um poderoso chefão do narcotráfico, Eugene Sorenson (David Carradine). Quinze anos depois ele acaba encontrando por mero acaso com sua antiga noiva, Marianne Graves (Goldie Hawn), em um posto de gasolina. Ela pensara durante todos esses anos que ele tinha morrido em um acidente de avião. O reencontro acaba virando a vida de Rick de ponta cabeça, já que os criminosos só querem mesmo a chance de encontrá-lo novamente para um acerto de contas.

Comentários:
Uma divertida bobagem que uniu o astro dos filmes de ação Mel Gibson com a comediante gracinha Goldie Hawn! A fórmula parecia atrativa para a Universal e assim o filme foi realizado, meio a toque de caixa, com orçamento enxuto, logo após o grande sucesso de Gibson, "Máquina Mortífera II". O fato é que estúdio tinha faturado bem com a mesma Goldie Hawn em filmes que investiam em comédia e ação. Na maioria deles ela havia estrelado ao lado do maridão Kurt Russell. Ele era um ator até bem popular na década de 1980, mas não poderia ser comparado ao furacão Mel Gibson nas bilheterias. Assim o roteiro que foi inicialmente escrito para ser estrelado pelo casal acabou sendo oferecido a Gibson. A produção seria lançada após o verão americano, considerado o mais concorrido e comercial da temporada, só para manter o nome do ator em voga, enquanto ele não surgia em outro blockbuster. O resultado acabou sendo melhor do que o esperado. O filme que custou meros vinte milhões de dólares ultrapassou os 100 milhões em bilheteria em poucas semanas, comprovando que Mel Gibson vivia de fato a época de ouro de sua carreira cinematográfica. Como convém naquela época o roteiro mesclava explosões e cenas de ação com piadinhas engraçadinhas. Revisto hoje em dia a coisa toda ficou bem datada, mas não deixa de ainda divertir, principalmente para os saudosistas daqueles tempos passados.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Conspiração Tequila

Título no Brasil: Conspiração Tequila
Título Original: Tequila Sunrise
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Robert Towne
Roteiro: Robert Towne
Elenco: Mel Gibson, Michelle Pfeiffer, Kurt Russell

Sinopse:
"Mac" Mckussic (Mel Gibson) é um traficante de drogas que deseja endireitar sua vida após um último grande golpe. Nick Frescia (Kurt Russell) é um tira que deseja descobrir seus planos. Curiosamente Mac e Nick tinham sido grandes amigos no passado, quando ambos eram apenas dois jovens de Nova Iorque. Para desvendar os próximos passos de Mac, Nick decide usar Jo Ann (Michelle Pfeiffer), uma bonita proprietária de restaurantes pelo qual Mac se sente particularmente atraído. O problema é que Nick acaba também revelando ter uma queda pela charmosa loira. Está assim armado então esse perigoso triângulo amoroso.

Comentários:
Nos anos 80 como todos sabemos o cinema de ação viveu seus dias de glória. Aqui temos dois astros do gênero reunidos em um filme só, Mel Gibson e Kurt Russell. Eles resolveram dar um tempo em suas respectivas franquias de sucesso para co-dividir o estrelato nessa, que podemos qualificar como uma "comédia romântica de ação" (por mais estranho que isso hoje em dia possa parecer). Sem abrir mão de cenas violentas o filme procurava também explorar a tensão sexual e romântica dos três personagens centrais, interpretados com muito carisma por Gibson, Russell e Pfeiffer. Essa última aliás está linda, mostrando toda sua beleza estética em belas tomadas e closes centrais. Até passa a impressão ao espectador que o diretor Robert Towne estava perdidamente apaixonado por ela (e segundo fofocas de bastidores da época foi exatamente isso que aconteceu). De uma maneira ou outra, apesar de ter tantas estrelas em seu elenco o sucesso do filme foi bastante moderado, bem abaixo das expectativas dos produtores. Mas isso não foi um problema pois como se vivia no auge do mercado VHS o filme logo recuperou seu investimento, gerando bastante lucro quando foi lançado em vídeo alguns meses depois. Hoje em dia não é muito lembrado, embora possa ser encontrado em reprises esporádicas pelas TVs a cabo. Se não viu, vale a pena dar uma olhada, mesmo que seja só para matar as saudades daqueles tempos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Os Mercenários 3

Título no Brasil: Os Mercenários 3
Título Original: The Expendables 3
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Nu Image, Millennium Films
Direção: Patrick Hughes
Roteiro: Sylvester Stallone, Creighton Rothenberger
Elenco: Sylvester Stallone, Jason Statham, Arnold Schwarzenegger, Mel Gibson, Harrison Ford, Dolph Lundgren, Wesley Snipes, Antonio Banderas, Jet Li

Sinopse:
Durante uma missão na costa africana o líder dos mercenários Barney Ross (Sylvester Stallone) descobre que um antigo desafeto e inimigo, Stonebanks (Mel Gibson), está vivo e não morto, como ele pensava e para piorar o criminoso está de volta à ativa, comandando uma enorme operação de tráfico de armas usando obras de arte como disfarce para a venda dos equipamentos militares ilegais. Deter Stonebanks agora se torna uma questão de honra para Ross e seus companheiros de combate.

Comentários:
Terceiro e aguardado filme da franquia "The Expendables". A fórmula segue sendo basicamente a mesma, com Stallone à frente dessa reunião de astros de ação dos anos 80. Como aconteceu com os filmes anteriores agora temos novos astros se juntando ao elenco. A primeira novidade vem com Wesley Snipes que curiosamente surge como um recém libertado condenado da prisão (como ele próprio aliás, pois como sabemos passou algum tempo preso por sonegação de impostos). Harrison Ford é outra novidade, interpretando um supervisor da CIA. Na realidade ele não tem muito o que fazer em cena, sendo visivelmente o astro mais envelhecido de todo o elenco. Já o velho e bom Mel Gibson está bem melhor como o vilão Stonebanks! O interessante é que embora tenha sido um dos astros mais famosos e populares da década de 80, nunca havia trabalhado antes com a grande maioria do elenco. Sempre foi um lobo solitário na carreira (assim como Chuck Norris). Acaba se saindo muito bem, injetando mais uma vez seu carisma em seu personagem, mesmo sendo ele o antagonista do enredo. 

Por fim no quesito resgates de estrelas do passado temos Antonio Banderas que surge como mero alívio cômico, pois seu personagem não consegue parar de falar, tagarelando o tempo todo. Ao final de "Os Mercenários 3" chegamos em algumas conclusões. A primeira é a que o estúdio tenciona levar a franquia em frente e por isso escalou todo um elenco jovem de apoio, como se fossem a nova equipe do personagem de Sly. Já que os atores originais já estão ultrapassando os 70 anos de idade é bom garantir uma sobrevida para a marca. A segunda conclusão a que chegamos é que se o roteiro não consegue ser grande coisa a diversão é certamente garantida, mostrando que todos esses heróis de ação podem estar velhos, mas não acabados, pois ainda conseguem justificar plenamente o preço de uma entrada de cinema. Assista e se divirta, já que não irá se arrepender de reencontrar todos esses antigos ídolos das telas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mad Max - Além da Cúpula do Trovão

Título no Brasil: Mad Max - Além da Cúpula do Trovão
Título Original: Mad Max Beyond Thunderdome
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Miller, George Ogilvie
Roteiro: Terry Hayes, George Miller
Elenco: Mel Gibson, Tina Turner, Bruce Spence

Sinopse:
Terceiro e último filme da franquia original Mad Max. Agora o ex-patrulheiro Mad Max Rockatansky (Mel Gibson) precisa enfrentar novos desafios em um mundo  pós-apocalíptico, em especial crianças que vivem numa tribo selvagem no meio do deserto e uma monarca sanguinária e cruel com os seus inimigos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original ("We Don't Need Another Hero" por Tina Turner). Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Filme de Ficção, Direção, Roteiro e Figurino.

Comentários:
Esse foi o mais caro e dispendioso "Mad Max". Ok, a franquia é mundialmente aclamada desde os anos 80, mas vamos ser bem sinceros, os dois primeiros filmes são bem precários em termos de produção e orçamento. O primeiro Mad Max é quase um filme amador rodado pelas estradas mais desertas da Austrália. Realizado com um orçamento mínimo só virou um cult por causa da força do mercado de vídeo que nascia naquele momento nos Estados Unidos. O segundo sem dúvida era muito melhor, mais bem produzido, porém em nada comparável com essa super produção. Agora o curioso é que "Mad Max Beyond Thunderdome" foi criticado justamente por causa dos exageros de sua produção. Se antes faltava dinheiro, agora a sensação foi que exageraram na dose. Tudo é over, os figurinos, os cenários, a direção de arte. A cantora Tina Turner, um dos destaques do elenco, usa e abusa de uma peruca que parece ter sido roubada do armário de alguma drag queen. Mel Gibson também está mais maluco do que o habitual. Mesmo com o clima assumidamente kitsch, o filme ainda diverte bastante, principalmente se você for um fã nostálgico dos anos 80. Poucos filmes são tão a cara daquela década como esse aqui (só faltou o Michael Jackson e o Bruce Springsteen na trilha para o quadro ficar completo). Ligue a vitrola e se divirta o máximo que puder.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O Preço de Um Resgate

Título no Brasil: O Preço de Um Resgate
Título Original: Ransom
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Ron Howard
Roteiro: Cyril Hume, Richard Maibaum
Elenco: Mel Gibson, Gary Sinise, Rene Russo

Sinopse:
Tom Mullen (Mel Gibson) é um sujeito bem sucedido no mundo dos negócios. Milionário, dono de uma grande empresa de aviação, ele tem uma vida dos sonhos. Sua tranquilidade porém é abalada com a notícia do sequestro de seu filho. Os criminosos exigem dois milhões de dólares pela vida do garoto. Desesperado, Mullen tenta ajuda das autoridades mas depois resolve agir pela sua própria maneira.

Comentários:
Quando estrelou essa fita Mel Gibson estava no topo do mundo em Hollywood. "Coração Valente", seu filme anterior, foi um êxito sem precedentes, se tornando sucesso tanto de público como de crítica. Os cachês milionários estavam na ordem do dia e ele resolveu que queria mudar um pouco os rumos dos personagens que interpretava. Assinou um polpudo contrato com a Touchstone (braço adulto do império Disney) e estrelou esse filme que tenta mesclar drama com ação em doses exatas. Conforme o próprio Gibson explicou em entrevistas durante o lançamento dessa produção ele procurava por um roteiro que unisse aspectos de sua vida pessoal (o ator é pai de sete filhos) com sua imagem mais conhecida nas telas de cinema (o herói de ação ao estilo do detetive Martin Riggs de Máquina Mortífera). O resultado está aí, Gibson é um paizão que resolve partir para a porrada quando sequestram seu filhinho. Vale destacar ainda o elenco de apoio, com Gibson dividindo a tela com Rene Russo mais uma vez e Gary Sinise, um ótimo ator, infelizmente sempre subestimado. Para quem sente saudades do velho estilo de Mel Gibson essa fita dos anos 90 cai muito bem.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O Patriota

Título no Brasil: O Patriota
Título Original: The Patriot
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Robert Rodat
Elenco: Mel Gibson, Heath Ledger, Tom Wilkinson, Chris Cooper

Sinopse: 
Na colônia da Carolina do Sul, no ano de 1776, o colono Benjamin Martin (Mel Gibson) se torna vítima da brutal repressão das tropas inglesas na região. Tentando vencer na vida duramente, com sua pequena plantação, ele vê seus dois filhos mais velhos se alistarem no chamado exército continental formado após a colônia decidir lutar contra um dos maiores impérios do mundo, o da Grã Bretanha. Todos querem a independência. A rebelião desperta a fúria da metrópole que decide se vingar da população civil. A pequena plantação de Martin é incendiada e sua família sofre a tragédia da guerra que se forma no horizonte. A partir desses eventos Martin finalmente se decide por lutar no conflito para que uma nova, jovem e ambiciosa nação finalmente se liberte da opressão inglesa.

Comentários:
Filmes sobre a revolução americana sempre despertaram certos receios por parte dos grandes estúdios de Hollywood, principalmente depois do enorme fracasso comercial de "Revolução", estrelado por Al Pacino. Só mesmo o nome de Mel Gibson para levantar um projeto como esse. Tentando misturar fatos históricos reais com personagens de mera ficção "O Patriota" pretendeu levar acima de tudo entretenimento para as plateias. Nenhuma grande tese ou programa político é defendido em cena. Apenas história emoldurada nos moldes dos grandes blockbusters da indústria americana. Curiosamente até que a ideia não se mostra ruim. Gibson tem uma boa cena de ação atrás da outra e se destaca numa boa produção, que procura humanizar e dar um rosto aos colonos americanos que cansados da exploração do colonizador resolveram colocar em frente suas ambições de liberdade e independência. No elenco de apoio temos a presença de um jovem Heath Ledger, ainda tentando abrir seu espaço dentro do mercado. Sua interpretação é apenas mediana e nada realmente deixa transparecer o grande ator que viria a se tornar. Tom Wilkinson também merece destaque pelo bom trabalho desenvolvido em seu personagem, o general e Lord Charles Cornwallis. O filme só não é melhor porque afinal de contas temos o inexpressivo Roland Emmerich por trás das câmeras. Exigir desse diretor algo acima da média seria realmente pedir demais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Do que as Mulheres Gostam

Título no Brasil: Do que as Mulheres Gostam
Título Original: What Women Want
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio:  Paramount Pictures, Icon Entertainment
Direção: Nancy Meyers 
Roteiro: Josh Goldsmith, Cathy Yuspa
Elenco: Mel Gibson, Helen Hunt, Marisa Tomei, Bette Midler

Sinopse: 
Nick Marshall (Mel Gibson) é um executivo de Chicago que após sofrer um acidente desenvolve uma estranha e curiosa habilidade: a de saber o pensamento das mulheres. Ele logo percebe que esse novo dom pode lhe beneficiar de diversas formas, no trabalho e principalmente nos relacionamentos amorosos pois é de fato uma grande vantagem saber o que elas realmente pensam, gostam e querem dos homens.

Comentários:
Quando esse filme foi lançado Mel Gibson explicou que o fez por pura diversão, algo bem leve e bem humorado, fugindo do padrão de suas fitas mais conhecidas. Claro que em filmes como "Máquina Mortífera", que são produções de pura ação, Gibson também exercitava seu bom humor, uma vez que o personagem que interpretava era definitivamente meio maluco mas aqui não há nenhum sinal de carros explodindo ou tiroteios. No fundo tudo não passa de uma comédia romântica feita especialmente para o público feminino (os homens, fãs de Gibson, certamente vão se aborrecer logo nos primeiros minutos de filme). O grande problema de "What Women Want" é que se trata de uma comédia de uma piada só. Ok, Gibson ganha o poder de ler a mente das mulheres, ele usa o que elas pensam em seu favor, ganha com isso mas... é só! Certamente há momentos divertidos, principalmente quando o roteiro brinca com o fato das mulheres no fundo não saberem o que realmente querem. Gibson vai se moldando no que elas querem dele mas isso definitivamente vai se desgastando ao longo do filme a ponto de no final perdermos o interesse sobre o que acontece. É uma produção para se assistir uma única vez e depois esquecer. Vale como curiosidade de um momento bem singular da carreira de Mel Gibson e nada mais do que isso.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Fomos Heróis

O auge dos filmes sobre a Guerra do Vietnã aconteceu na década de 80. Grandes clássicos modernos como “Nascido Para Matar” e “Platoon” foram feitos nessa época. A intenção era tentar olhar de frente para essa embaraçosa intervenção americana em um país asiático pobre e distante onde milhares de americanos foram mortos de forma gratuita. Esses filmes sobre o Vietnã se tornaram verdadeiras catarses para a alma da nação, que a partir deles começou a compreender melhor todos os eventos que levaram o país para a pior derrota militar e política de sua história. Depois do boom dos filmes sobre o Vietnã houve um período bem longo em que não se realizou mais produções passadas naquele conflito. Talvez por isso houve uma grande surpresa quando Mel Gibson anunciou esse “Fomos Heróis”, um roteiro que voltava para as selvas do Vietnã mais uma vez. Um projeto equivocado para muitos pois essa já era uma página virada na história do cinema americano.

Mas afinal de contas o que levou Gibson a produzir mais esse filme que parecia tão fora de moda e de época? Foi a forma encontrada por Mel Gibson para criticar o governo americano em suas novas investidas e intervenções armadas pelo mundo afora. Era como se Mel tentasse relembrar a todos novamente que o Vietnã era não apenas uma guerra perdida mas um exemplo para que o erro não fosse cometido mais uma vez no futuro. A trama por si só já mostrava bem isso. Gibson aqui interpreta o Tenente Coronel Hal Moore. A história (baseada em fatos reais) se passa em 1965 quando os americanos ainda não tinham plena consciência do atoleiro em que estavam prestes a afundar. O oficial interpretado por Gibson é um militar americano que não tem a menor ideia do buraco em que está prestes a afundar – junto aos seus homens. Muito provavelmente por causa de seu tema em tom de critica contra a política externa dos EUA o filme não fez o menor sucesso. Com orçamento de 75 milhões de dólares o filme mal conseguiu render 20 milhões nas bilheterias americanas provando duas coisas: o público estava cansado do tema do Vietnã e não queriam mesmo receber uma verdadeira “lição de moral” de um ator como Mel Gibson. Mesmo assim fica a dica, pois o filme além de ser historicamente interessante, ainda é uma boa fita de guerra.

Fomos Heróis (We Were Soldiers, Estados Unidos, 2002) Direção: Randall Wallace / Roteiro: Harold G. Moore, Joseph L. Galloway / Elenco: Mel Gibson, Madeleine Stowe, Greg Kinnear / Sinopse: Grupo do exército Americano comandado pelo Tenente Coronel Hal Moore (Mel Gibson) acaba entrando em uma verdadeira cilada bem no inicio da Guerra do Vietnã.

Pablo Aluísio.

O Troco

As pessoas podem criticar Mel Gibson em muitas coisas mas não podem chamar o ator de covarde. Ao longo da carreira Gibson procurou sempre ir para caminhos impensáveis para um astro como ele. Como cineasta isso ficou bem claro por algumas decisões ousadas que tomou, se saindo muito bem na maioria das escolhas (como usar o idioma Aramaico na reconstituição histórica em filme da paixão de Jesus Cristo). Como ator Gibson ficou muito preso à imagem que construiu em inúmeras franquias de sucesso, com destaque para “Mad Max” e “Máquina Mortífera”. Após tentar seguir por outras linhas o ator se envolveu em filmes com ar alternativo (“O Ano em que Vivemos em Perigo”) e até em adaptações de Shakespeare (“Hamlet” no qual contra todas as previsões acabou se saindo muito bem). Depois de mais um filme da franquia Máquina Mortífera (o de número 4), Gibson se envolveu nesse “O Troco”, um filme bem violento, seco, de ação, mas que procurava trazer uma proposta diferente.

O enredo explora os descaminhos que podem ocorrer no mundo do crime. Gibson interpreta Porter (apenas Porter sem qualquer sobrenome), um criminoso que é traído e quase morto por seu próprio parceiro de roubos. Ao lado de uma garota de programa, Rosie (Maria Bello), ele parte para a desforra contra aqueles que desejaram sua morte. Embora não tenha sido dirigido por Gibson, foi sua produtora, a Icon Entertainment International, quem bancou a produção de 50 milhões de dólares. Foi um erro já que Gibson deveria ter assumido a direção desde o inicio pois assim evitaria que tivesse tantas brigas no set com Brian Helgeland, que assinou o filme.  A certa altura o próprio Gibson, após uma violenta discussão com Brian, o demitiu, mesmo com o filme ainda incompleto. A partir daí ele próprio assumiu a direção mas no final não creditou o trabalho a si mesmo, deixando apenas Helgeland figurando como o diretor do filme nos créditos finais (afinal ele tinha dirigido pelo menos dois terços da película). Mesmo com tantos problemas o resultado ficou muito bom. A fotografia saturada, o clima de sordidez e o texto frio combinaram muito bem com o argumento do filme, mostrando que no mundo do crime de fato não existe lealdade ou fidelidade.

O Troco (Payback, Estados Unidos, 1999) Direção: Brian Helgeland, Mel Gibson (não creditado) / Roteiro: Brian Helgeland, baseado no livro de Donald E. Westlake / Elenco: Mel Gibson, Gregg Henry, Maria Bello / Sinopse: Após ser traído por seu comparsa e sua amante, um criminoso (Gibson) decide dar o troco ao antigo companheiro do mundo do crime.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sinais

Nas décadas de 70 e 80 começaram a surgir estranhos desenhos em plantações dos EUA e Inglaterra. Eram símbolos ou sinais bem delimitados, feitos com bastante precisão. Na época houve muita especulação sobre as origens de tais sinais e como sempre acontece nesse tipo de situação logo surgiram teorias bem curiosas. Algumas atribuíam essas marcações nas plantações a visitas de civilizações extraterrestres. Hoje em dia sabe-se que a maioria foi realmente feita por fazendeiros com muito tempo livre mas de uma forma ou outra a lenda prosperou e assim entrou dentro da cultura pop. Foi partindo dessa premissa que o cineasta M. Night Shyamalan resolveu explorar de forma bem imaginativa esse curiosos desenhos geométricos. “Sinais” foi realizado em uma época de prestigio e sucesso na carreira do diretor (hoje em dia ele sofre de uma crise criativa sem precedentes como todos sabemos). O enredo mostrava uma típica família americana do interior. Morando em uma pequena fazenda no meio oeste daquele país eles logo descobrem o fenômeno presente em suas próprias plantações.

O chefe da família é o Reverendo Graham Hess (Mel Gibson). Ele passa por uma séria crise de fé após a morte de sua esposa. Ao seu lado moram seus filhos e seu irmão. A rotina pacata da família começa a mudar quando Graham percebe vários desenhos em seu campo de cultivo. Sem maiores explicações ele tenta compreender do que se trata tudo aquilo até o dia em que entende que no fundo os tais desenhos são na verdade mapas de sinalização para localização de naves extraterrestres. Fantasioso demais para você? Achou parecido com filmes de ficção da década de 50? De certa forma sim, M. Night Shyamalan tentou recriar de alguma maneira o charme daquelas antigas produções sci-fi mas com um diferencial: ele também investiu bastante em criar um clima de tensão e medo ao estilo Hitchcock. Outro aspecto positivo é a maneira como o diretor tenta mostrar a suposta invasão alienígena. Ele parte do ponto de vista da família, a forma como seria vista esse tipo de situação sob o olhar de um grupo familiar comum e não de forma estrondosa e espetacular como em filmes como “Independence Day”. Mel Gibson, um ator complicado de se dirigir está bem e o restante do elenco não compromete. Da safra mais bem sucedida de M. Night Shyamalan “Sinais” é certamente um dos mais criativos e imaginativos filmes de sua autoria. Para quem gosta do estilo do cineasta realmente é um prato cheio.

Sinais (Signs, Estados Unidos, 2002) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Mel Gibson, Joaquin Phoenix, Rory Culkin / Sinopse: uma típica família do interior dos Estados Unidos é surpreendida por uma iminente invasão extraterrestre.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Air America

O filme foi baseado em um livro escrito por Christopher Robbins em 1979. Era uma obra que denunciava os envolvimentos da CIA com contrabando e desvio de armas e equipamentos para o Laos durante a Guerra do Vietnã. Inicialmente o filme seria estrelado por Sean Connery e Bill Murray mas depois de várias tentativas fracassadas de contratar os atores o projeto acabou indo parar nas mãos de Mel Gibson. O ator gostou do enredo mas achou que o filme ficaria pesado demais com o roteiro originalmente escrito. Foi então que o estúdio resolveu amenizar tudo, transformando “Air America” em um filme de ação com toques de humor em todas as cenas. O que era para ser mais um filme sério sobre o envolvimento dos EUA no Vietnã acabou virando praticamente uma comédia, com Mel Gibson desfilando sua performance típica de sujeito meio maluco, sem medo de entrar nas maiores enrascadas. Ao seu lado foi escalado o jovem ator Robert Downey Jr que na época ainda sofria bastante com sua conhecida dependência química de drogas pesadas. Aliás o estúdio não queria contratar Downey Jr por causa dos riscos envolvidos mas Gibson convenceu os produtores de que ele seria uma boa opção para o filme.

Assim o que se vê em Air America é basicamente um filme com muita ação, várias cenas de aviação extremamente bem realizadas mas conteúdo muito fraco e sem consistência. A trama se passa em 1969 quando o piloto de aviação civil Billy Covington (Downey) que trabalha numa rádio de Los Angeles perde sua licença por não seguir os padrões de segurança. Desempregado ele ouve falar numa oportunidade de trabalho no distante Laos. A remuneração é muito boa mas o serviço é perigoso porque a região é vizinha ao Vietnã onde os EUA se afundam cada vez mais em um conflito sem muito sentido. Em plena zona de guerra ele acaba conhecendo Gene Ryack (Gibson), um piloto que usa seus vôos para contrabandear armas e munições na região. Mel Gibson levou sete milhões de dólares de cachê mas parece não levar nada à sério. O filme foi rodado na Tailândia, com  uso de aviões e pilotos tailandeses. No saldo final é uma aventura escapista, sem muita profundidade, que prefere investir na ação e no humor em doses fartas. Poderia certamente ser um filme melhor, tratando o tema com seriedade mas não foi esse o caminho escolhido pelos produtores. Assim “Air America” se tornou apenas mais um filme de verão indicado apenas aos fãs dos atores Mel Gibson e Robert Downey Jr. 

Air America (Air America, Estados Unidos, 1990) Direção: Roger Spottiswoode / Roteiro: John Eskow, Richard Rush baseados no livro de Christopher Robbins / Elenco:  Mel Gibson, Robert Downey Jr, Nancy Travis, David Marshall Grant, Michael Dudikoff / Sinopse: Dois pilotos se envolvem em vôos de contrabando de armas e munição no Laos durante a Guerra do Vietnã.

Pablo Aluísio

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Coração Valente

Certa vez o ator Mel Gibson disse que o esporte preferido dos australianos era falar mal dos ingleses. Talvez por essa razão ele tenha feito esse filme glorificando os escoceses em sua luta para derrotar os vilanescos súditos da rainha. Não é à toa que todos os ingleses retratados no enredo são porcos e cretinos. Historicamente o filme é uma bobagem, o verdadeiro William Wallace (Coração Valente) era uma pessoa muito distante do personagem apresentado na tela. Na realidade ele era um senhor feudal medieval. Isso significa que geralmente quando entrava em guerra o fazia para defender seus interesses feudais, sua supremacia comercial ou econômica. Nada a ver portanto com liberdade ou direitos fundamentais. Gibson ignorou a verdade histórica e o transformou num revolucionário bárbaro ao estilo do que se encontrava na Inglaterra durante a ocupação romana na Idade Antiga. O verdadeiro Wallace não pintava a cara de azul, nem tinha longos cabelos rebeldes, pelo contrário, cultivava o estilo dos nobres ricos e pomposos de sua época. Mas Gibson não parou por ai e encheu Wallace de boas intenções e idéias liberais que só iriam existir e se difundir muitos séculos depois da morte de Coração Valente, mais precisamente durante a revolução francesa, que inclusive foi realizada para acabar com os privilégios de nobres do feudalismo como o próprio Wallace. Basta entender isso para perceber como o roteiro do filme é realmente uma salada histórica sem muito sentido.

Pois bem, se historicamente o filme é um desastre não podemos negar que como entretenimento ele seja de primeira qualidade. Na verdade Mel Gibson não estava interessado nos livros de história mas sim em produzir e dirigir uma grande aventura medieval ao estilo dos antigos filmes épicos da Hollywood clássica. Assim toda a questão da fidelidade histórica foi jogada pela janela e Gibson abraçou o velho estilo de fazer grandes filmes. Tudo é muito rico, bem produzido e grandioso nessa produção. As cenas de batalha, por exemplo, são todas executadas e pensadas para realmente impressionar o grande público. Aliás “Coração Valente” é aquele tipo de filme que se deve assistir no cinema, com tela enorme, para não se perder nenhum detalhe e captar toda a grandiosidade do filme em si. Quando "Braveheart" finalmente chegou nas telas ganhou imediatamente o gosto do público e da crítica, se tornando um grande sucesso de bilheteria. Na esteira das boas críticas também vieram as vitórias nos principais prêmios do ano. O filme teve dez indicações ao Oscar e venceu em cinco categorias (filme, direção, edição de som, fotografia e maquiagem). Enfim, “Coração Valente” é isso, uma produção historicamente incorreta mas que diverte, empolga e impressiona por suas qualidades cinematográficas.

Coração Valente (Braveheart, Estados Unidos, 1995) Direção: Mel Gibson / Roteiro: Randall Wallace / Elenco: Mel Gibson, Angus Macfadyen, James Robinson, Sean Lawlor, Sandy Nelson, Patrick McGoohan, James Cosmo, Sophie Marceau / Sinopse: William Wallace (Mel Gibson), um nobre escocês que viveu entre 1272 a 1305, resolve empreender uma grande guerra contra as forças de ocupação inglesas em suas terras. Na luta acaba criando o sentimento nacionalista de independência da Escócia em relação ao domínio da coroa inglesa na região.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Mad Max

Hoje em dia o cinema australiano passa por uma crise criativa mas na década de 70 ele passou por uma fase extremamente interessante do ponto de vista artístico. Atualmente os filmes australianos praticamente apenas imitam os clichês do cinema americano (com pontuais exceções) mas o quadro já foi o inverso. O maior exemplo foi esse “Mad Max”, filme de baixo orçamento rodado nos desertos australianos que acabou criando um sub-gênero próprio, o dos filmes de ação pós apocalíptico. George Miller, o diretor, teve uma idéia genial nesse aspecto. Ele resolveu levar toda uma equipe de cinema para as regiões mais distantes e secas do deserto australiano (um lugar que faz o sertão nordestino parecer um oásis) para rodar uma aventura on the road completamente futurista. O enredo não perderia muito tempo com firulas, partindo logo para a ação desenfreada! Liderando o elenco ele trouxe um desconhecido, um jovem boa pinta, sem qualquer experiência em filmes de ação que só possuía no currículo uma pequenina produção da Austrália sobre Surf chamado “Summer City” (que chegou a ser lançado em vídeo no Brasil). Ele não era australiano mas americano, criado naquele país desde muito jovem. Seu nome? Mel Gibson! O sucesso estrondoso de Mad Max acabou abrindo as portas de Hollywood para Gibson e o resto é história pois ele acabou se tornando um dos mais bem sucedidos astros da indústria americana. Hoje em inferno astral, Gibson naquela época era apenas um garoto promissor que daria muito, muito certo na carreira.

Por falar em sucesso, “Mad Max” é até hoje um dos filmes mais lucrativos da história do cinema. Ele custou apenas 800 mil dólares – uma mixaria em se tratando de filmes – e rendeu mais de 100 milhões de dólares quando ganhou o mercado americano e europeu. Os críticos ianques aliás adoraram todo o conceito por trás do filme. Era algo inovador, genial, que chegava até mesmo a lembrar o clima árido e selvagem dos grandes clássicos do western americano. A identificação foi imediata. Anos depois George Miller explicaria que a idéia de filmar em um mundo pós-apocalipse nasceu mesmo por necessidade e conveniência. Ele só conseguiria rodar um filme com orçamento tão barato se não tivesse que pagar pelas locações. Os custos deveriam ser os menores possíveis. Assim a idéia de filmar no deserto australiano veio bem a calhar. Como não havia nada naquela região esquecida por Deus ele teve a genial idéia de inserir no argumento do filme que aquilo seria justamente o mundo após o fim da civilização. Tudo seria subentendido e o roteiro não deveria perder tempo explicando muito o que tinha acontecido. Junte a isso alguns carrões envenenados, perseguições, tiros e pronto! Estava criado um conceito inovador que seria imitado até a exaustão nos anos seguintes (continua sendo imitado até hoje é bom frisar). É certo que existiram vários filmes sobre o mundo após o Apocalipse mas nenhum tinha sido tão original e inovador como “Mad Max” que praticamente criou sozinho o estilo que seria seguido por décadas! O mais importante aqui porém é o fato de termos um filme australiano sendo copiado pela cinema americano, justamente o que o diferencia dos dias atuais onde encontramos o extremo oposto disso. Bons tempos aqueles.

Mad Max (Mad Max, Austrália, 1979) Direção: George Miller / Roteiro: James McCausland, George Miller / Elenco: Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne / Sinopse: Policial conhecido como Mad Max vai a desforra contra uma gangue de bandidos no deserto australiano. Armado e furioso ele pretende impor seu conceito de justiça contra os criminosos que caça pelas estradas inóspitas. Espetacular sucesso comercial do cinema Australiano. Deu origem a duas continuações e centenas de filmes que seguiam a mesma linha de mundo pós-apocalíptico.
   
Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A Paixão de Cristo

Jesus Cristo viveu em uma época brutal. Sua nação era dominada por um Império que punia com ferro e fogo qualquer mínimo sinal de rebelião. As penas eram duras e desumanas e os castigos aos que desobedeciam a lei romana eram simplesmente esmagadores. Mesmo vivendo em uma época tão sangrenta e monstruosa esse homem simples e humilde de Nazaré ousou pregar uma mensagem de paz e esperança para a humanidade. O que mais admiro em Jesus é justamente a base de sua filosofia de vida, tão simples e tão poderosa ao mesmo tempo, fundada no amor ao próximo e no respeito pela dignidade humana. Fundador da maior religião do planeta Jesus segue sendo tema de livros, teses e filmes que tentam captar um pouco de sua extraordinária personalidade. Desde a era do cinema mudo Jesus tem sido enfocado em inúmeras produções. Algumas se tornaram ícones, outras são superficiais. "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson tentou ser a mais realista de todas. Algumas opções do diretor para alcançar esse objetivo são bem louváveis, como o uso do idioma que Jesus falava, o Aramaico, uma língua morta em nossos dias. Já outras opções artísticas soaram mais polêmicas como o uso sem pudores da violência que foi usada em Jesus pelos soldados de Roma.

Algumas pessoas inclusive passaram mal quando o filme foi lançado. As torturas e os atos violentos são mostrados nos menores detalhes, sem medo. Segundo Gibson a opção por mostrar Jesus sendo martirizado foi justamente para valorar ainda mais o sacrifício dele para salvar a humanidade. Outro ponto que foi muito discutido (e segue sendo discutido até hoje) é o grau de culpa que se pode atribuir aos líderes religiosos judeus na morte de Cristo. Teriam sido eles os verdadeiros responsáveis pela morte do Messias? Para muitos Gibson jogou a culpa pela condenação do Cristo nos ombros dos sacerdotes do Templo de Jerusalém, que não admitiram o que Jesus fez quando expulsou os mercadores do solo sagrado. Gibson rebateu as acusações afirmando que simplesmente seguiu o que está escrito no novo testamento cristão. Depois da troca de farpas entre Gibson e a comunidade judaica americana ele foi praticamente banido dos grandes estúdios (o capital judeu controla de certa forma a indústria cultural americana, inclusive os grandes estúdios de cinema em Hollywood). Não vou entrar no mérito dessa questão. Tudo o que posso dizer é que "A Paixão de Cristo" é certamente um filme muito marcante, muito emocional. Deixando de lado o aspecto mais religioso o que podemos dizer é que Jesus Cristo, por sua grandeza, por sua importância na história da humanidade, segue sendo um dos maiores mistérios de todos os tempos. "A Paixão de Cristo" certamente não desvenda esse mistério, seria simplesmente impossível uma obra cinematográfica fazer isso, mas pelo menos consegue jogar um pouco de luz sobre esse homem que viveu há dois séculos mas que ainda consegue despertar paixão e fé como se ainda vivesse fisicamente entre nós.

A Paixão de Cristo (The Passion Of The Christ, Estados Unidos, 2004) Direção: Mel Gibson / Roteiro: Benedict Fitzgerald, Mel Gibson / Elenco: Jim Caviezel, Maia Morgenstern, Monica Bellucci, Francesco Cabras, Rosalinda Celentano / Sinopse: O filme narra os últimos momentos de vida de Jesus de Nazaré, líder religioso do século I que é preso após expulsar os mercadores do Templo de Jerusalém. Condenado, ele é crucificado no calvário, não sem antes sofrer todos os tipos de violência possíveis.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Fim da Escuridão

Mel Gibson é sem sombra de dúvidas um dos ícones do cinema de ação das décadas de 80 e 90. Colecionando um sucesso atrás do outro ele até mesmo conseguiu transpor a complicada barreira que separa as profissões de ator e diretor. Hoje é reconhecido nos dois segmentos. Gibson porém estava longe dos cinemas desde 2003 e só retornou mesmo em 2010 com esse "O Fim da Escuridão". Para quem sempre foi sinônimo de ótimas bilheterias esses sete anos afastado pareceram uma eternidade. Mas afinal o que aconteceu? Bem, aconteceu de tudo na vida de Gibson. Ele se divorciou da esposa que estava junto a ele por décadas e com quem teve vários filhos, brigou com a imprensa, voltou a beber de forma descontrolada, se envolveu em acidentes, ofensas raciais, ameaças de morte e o diabo a quatro. Não me admira em nada que no meio do caos que virou sua vida tenha sido tão complicado voltar ao cinema. O pior é que após tanto tempo fora dos holofotes sua volta gerou grande expectativa. Uma pena que tudo tenha terminado em frustração.

"O Fim da Escuridão" é um filme fraco, cheio de clichês e que a despeito de ser classificado como filme de ação, nesse campo não convence, pelo contrário, faz mesmo é aborrecer o espectador. A produção tem ritmo pesado, pouco fluido e cai muitas vezes no tédio. Gibson também não colabora, está preguiçoso, com má vontade e em nenhum momento parece estar muito interessado. Talvez tenha sido pelo fato de ter sido dirigido por Martin Campbell de 007 Cassino Royale. Dizem que ator e diretor se desentenderam no set e Gibson jurou nunca mais trabalhar sob as ordens de ninguém - o que talvez justifique o fato de ter dominado seu filme posterior, esse sim muito bom, "Plano de Fuga". O clima ruim e pesadão das filmagens parece ter passado para o resultado final. Gibson parece entediado e sem garra. O roteiro fraco é a pá de cal em um filme bem decepcionante. Seu único mérito talvez tenha sido trazer o antigo astro de volta das sombras em que andava vivendo. Fora isso nada de muito digno de nota acontece.

O Fim da Escuridão  (Edge of Darkness, Estados Unidos, 2010) Direção: Martin Campbell / Roteiro: William Monahan / Elenco: Mel Gibson, Danny Huston, Shawn Roberts, Bojana Novakovic / Sinopse: Thomas Craven (Mel Gibson) é um detetive do departamento de homicídios da cidade de Boston cuja filha ativista é morta bem em frente à sua residência. Inconformado pelo crime bárbaro ele resolve ir a fundo para descobrir quem cometeu esse ato cruel e desumano.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Mad Max 2

Existe uma grande diferença entre esse filme e o anterior. Se Mad Max era bem precário em termos de produção, quase amador, esse segundo filme da franquia já é muito melhor produzido, com figurinos mais elaborados e melhor direção de arte. Um fato curioso sobre Mad Max 2 é que esse personagem foi tão copiado, tão imitado ao longo dos anos que o próprio produto original acabou ficando ultrapassado. É algo similar ao que aconteceu com Rambo. De tão imitado ficou datado. Mad Max é certamente um dos filmes mais influentes do cinema, chegando ao ponto de se criar um sub gênero próprio - o dos filmes pós apocalipse. 

Os carros adaptados, roupas, estilo, cenário, tudo já foi copiado à exaustão por anos e anos (aliás todo ano pelo menos um filme passado em um mundo pós apocalíptico é lançado) O que há de semelhante entre esse segundo filme e o primeiro é a simplicidade do enredo. Aqui tudo gira em torno de uma refinaria no meio do deserto. Como todos sabem o bem mais precioso no mundo de Mad Max é o combustível. Então dois grupos se enfrentam pelo domínio do petróleo, e Max acaba se envolvendo no meio do conflito. Não há diálogos bem escritos, nem situações dramáticas aprofundadas. Max é apenas um solitário que ao lado de seu cão procura sobreviver nesse mundo árido e hostil. O visual dos personagens envelheceu, é verdade (o vilão nada mais é do que uma variação de Jason de Sexta Feira 13) mas no final o que importa é o legado que o filme deixou para futuras produções que o seguem como cartilha de ABC.  

Mad Max 2 (Mad Max 2, Austrália, Estados Unidos,, 1982) Direção: George Miller / Roteiro: George Miller, Terry Hayes / Elenco: Mel Gibson, Vernon Wells, Bruce Spence, Michael Preston, Max Phipps / Sinopse: Mad Max (Mel Gibson) se vê envolvido numa luta pela sobrevivência em um deserto hostil pós apocalipse.  

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de abril de 2012

Máquina Mortífera 2

Primeira sequência de "Lethal Weapon" lançado dois anos antes. Se Mel Gibson estava em busca de um sucesso de bilheteria e uma nova franquia para estrelar e levantar sua carreira ele acertou em cheio. O filme é o que se pode chamar de blockbusters anos 80. Ação, roteiro simples e piadinhas aqui e acolá. Nesse segundo filme quem faz o alívio cômico é o ator Joe Pesci. Seu personagem é um contador que em troca de informações de seus clientes mafiosos entra no serviço de proteção às testemunhas. Curioso que os vilões do filme são arianos sul africanos que usando de imunidade diplomática montam uma enorme rede de tráfico e lavagem de dinheiro nos EUA. Na época em que o filme foi realizado ainda havia grande revolta mundial por causa do regime racial do Apartheid que vigorava naquela país. O próprio ator que faz o vilão tem uma semelhança enorme com o primeiro ministro sul africano da época. Mais direto do que isso impossível. Além disso esse mesmo regime de separação absoluta entre brancos e negros acabou levando o líder Nelson Mandela a se tornar um símbolo ao redor do mundo. Quando o filme foi lançado ele ainda cumpria pena de prisão. Por essa razão a fita foi proibida de ser exibida nos cinemas sul africanos. Isso porém não iria durar muito. Quando o regime caiu, Mandela acabou se tornando presidente da África do Sul por vários anos.

O filme obviamente envelheceu. As cenas vistas hoje em dia são mais do que clichês. Nos anos 80 eles tinham bastante preferência por cenas exageradas de ação como se pode ver na cena em que Riggs (Mel Gibson) derruba toda uma casa que fica no alto de uma colina. Na outra sequência vemos vários carros de policia batendo e voando uns sobre os outros numa movimentada rua de Los Angeles (chegou até mesmo a me lembrar de outro sucesso da época, a comédia musical "Os Irmãos Cara de Pau"). Nos bastidores Mel Gibson já demonstrava ter problemas com alcoolismo o que o levou a ter várias brigas no set com o diretor Richard Donner. Ele muitas vezes chegou atrasado e alcoolizado para rodar suas cenas. Como foi uma superprodução contou-se até mesmo com luxos como contratar o trio George Harrison, Tom Petty e Jeff Lynne para compor a trilha sonora. Nessa revisão cheguei a me lembrar de uma ou outra cena já que fazia muitos anos desde que havia assistido pela última vez. A única coisa que ainda me lembrava claramente do filme era aquela cena em que Gibson deslocava seu próprio ombro para se safar de uma camisa de força. Pois é, desde aquele tempo o Mel já era completamente alucinado! Em suma vale pela nostalgia e pelo tom absurdo que os filmes de ação da década de 80 sempre apresentavam de um maneira ou outra.

Máquina Mortífera 2 (Lethal Weapon 2, Estados Unidos, 1989) Direção: Richard Donner / Roteiro: Jeffrey Boam / Estúdio: Warner Bros, Sony Pictures / Elenco: Mel Gibson, Danny Glover, Joe Pesci, Joss Ackland, Patsy Kensit / Sinopse: Os policiais Martin Riggs (Mel Gibson) e Robert Murtaugh precisam proteger um informante enquanto investigam o envolvimento de diplomatas sul africanos com o tráfico de drogas internacional e lavagem de dinheiro. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Sonoras (Robert G. Henderson e Alan Robert Murray). Vencedor do BMI Film & TV Awards na categoria de Melhor Música (Eric Clapton, Michael Kamen e David Sanborn).

Pablo Aluísio.