sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Somos Marshall

Geralmente o público brasileiro ignora filmes sobre futebol americano até porque o esporte tem pouco (ou nenhum) atrativo para nós, que amamos o futebol (soccer para os americanos). Pois bem, não há nada de errado nisso afinal o esporte nacional de cada país é o reflexo de sua cultura. Mesmo assim não se deve deixar de lado bons filmes apenas porque suas tramas giram em torno dessa modalidade esportiva. Um bom exemplo é esse "Somos Marshall", um drama que merece ser conhecido. O roteiro foi baseado em uma história real. Em 1970 toda a equipe de futebol americano da Universidade de Marshall morreu em um terrível acidente de avião. Setenta e cinco vítimas ao total, entre jogadores, membros da equipe técnica, patrocinadores e torcedores. A tragédia comoveu os Estados Unidos a ponto da Universidade pensar seriamente em fechar definitivamente a equipe de futebol. A cidade por sua vez se dividiu. Para alguns (principalmente para os familiares dos mortos) a equipe deveria ser extinta em memória dos que morreram no acidente. Já para outra parcela eles deveriam seguir em frente, para não deixar morrer o sonho de um dia vencer o campeonato nacional.

Um reitor corajoso finalmente decidiu pela continuidade do time. Contratou um novo treinador, Jack Lengyel (Matthew McConaughey), e resolveu recomeçar tudo praticamente do zero. "Somos Marshall" conta a história desse complicado recomeço. Nem é preciso dizer como tudo foi difícil. Apenas três jogadores da equipe original ainda continuavam vivos por não terem viajado no vôo que matou todos os demais. Da equipe técnica apenas Red Dawson (Matthew Fox) escapou. Assim como a lenda do Fênix eles partiram do nada para formar uma novo time, tentando escalar atletas que conseguiam recrutar pela cidade, muitos deles novatos e provenientes de outros esportes como basquete, beisebol e até mesmo do nosso bom e velho soccer.  Matthew McConaughey que interpreta o técnico que enfrenta toda a barra de reconstruir uma equipe do nada tem bons momentos em cena. Sempre com a boca torta, imitando o jeito caipira de ser da região, Matthew McConaughey ao lado do xará Matthew Fox segura o filme praticamente nas costas, sempre mantendo o interesse. Agora curioso mesmo é ver um diretor como McG, que praticamente só dirigiu bobagens ao longo da carreira (vide "As Panteras"), se sair bem em uma história tão dramática como essa!  O resultado de fato é um bom drama que mostra acima de tudo que o melhor para se curar uma grande ferida emocional é partir para frente, seguir sempre rumo a novos desafios, tudo ancorado numa fé e esperança inabaláveis de que dias melhores sempre virão.

Somos Marshall (We Are Marshall, Estados Unidos, 2006) Direção: McG / Roteiro: Jamie Linden, Cory Helms / Elenco: Matthew McConaughey, Matthew Fox, Anthony Mackie, January Jones / Sinopse: Após a morte de toda  uma equipe de futebol americano um reitor corajoso resolve contratar um novo técnico para recomeçar tudo do zero. Baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O Sexto Dia

Adam Gibson (Arnold Schwarzenegger) parece ter uma vida perfeita. É bem casado, tem uma linda filha e trabalha no que gosta: viagens de turismo em alpes congelados para turistas endinheirados. Vivendo em um futuro próximo ele vê sua vida dar uma guinada após perceber que foi clonado! Ao chegar em casa depois de mais  um dia de trabalho ele percebe que há um clone perfeito seu em sua festa de aniversário! Desnorteado, sem saber o que aconteceu ele começa a juntar as peças do quebra cabeças para compreender a nova e terrível situação pela qual passa! "O Sexto Dia" é mais uma ficção na filmografia de Arnold Schwarzenegger. Aqui o roteiro vai fundo investindo na questão da clonagem humana. Seu personagem vive em um mundo onde a clonagem já se tornou corriqueira - animais de estimação são clonados em menos de duas horas em lojas especializadas para evitar que as crianças fiquem traumatizadas com suas mortes! Existe uma lei em vigor chamada "Lei do Sexto Dia" que proíbe a clonagem em seres humanos mas como sempre acontece um cientista, o Dr. Griffin Weir (Robert Duvall), avança nesse campo sem se importar com questões legais, afinal de contas ele é patrocinado por um rico executivo que usa a clonagem como forma de imortalidade. 

"O Sexto Dia" foi lançado no auge da polêmica da clonagem da ovelha Dolly. Como Hollywood não perde tempo logo aproveitou-se um pouco do debate que estava sendo feito na época para faturar mais nas bilheterias. O resultado porém é bem sem sal. Arnold Schwarzenegger acaba tendo que contracenar com Arnold Schwarzenegger - imaginem só! - pois seu clone acaba surgindo no meio da trama. Obviamente que uma situação dessas daria pano para explorar inúmeras possibilidades dentro da estória mas o roteiro é fraquinho e não vai muito adiante nesse aspecto. Ao invés de discutir questões éticas sobre clonagem humana "O Sexto Dia" prefere investir em uma sucessão de cenas de ação sem grande impacto. Aliás se um filme como esse não consegue nem mesmo atrair o espectador pela qualidade das cenas de ação então não sobra muita coisa para salvar a produção. O diretor Roger Spottiswoode parece estar no controle remoto não conseguindo alcançar o impacto desejado. Some a isso efeitos digitais que hoje parecem bem datados e ultrapassados e você terá um dos mais fracos momentos do ator Arnold Schwarzenegger no cinema.

O Sexto Dia (The 6th Day, Estados Unidos, 2000) Direção: Roger Spottiswoode / Roteiro: Cormac Wibberley, Marianne Wibberley / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Michael Rapaport, Tony Goldwyn / Sinopse: No sexto dia da criação Deus criou o homem. Agora, com o avanço tecnológico o próprio homem, com o uso da clonagem, também pode criar cópias de si mesmo. É justamente isso que o piloto Adam Gibson (Arnold Schwarzenegger) acaba descobrindo da pior maneira possível.

Pablo Aluísio.

O Grande Gatsby

Anos 1920. Nick Carraway (Tobey Maguire) se forma na universidade de Yale e vai até Nova Iorque com o sonho de um dia tornar-se um grande escritor. Enquanto não escreve o livro que mudará sua vida resolve arranjar um emprego na bolsa de valores da cidade. Morando no outro lado da baía ele acaba ficando curioso sobre o seu vizinho, um milionário recluso e misterioso chamado Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio). Todas as semanas Gatsby dá grandes festas em sua enorme mansão, em eventos que acabam atraindo todos os tipos de pessoas de Nova Iorque, desde figurões, políticos, estrelas de cinema até gangsters ou qualquer um que queira diversão barata e em larga escala. Apenas Gatsby permanece envolto em uma sombra de mistério nesse clima de grande euforia. Isso faz com que vários boatos sejam espalhados sobre ele como a de que seria um espião alemão, um assassino famoso ou um representante do Kaiser. Nada disso porém se confirma. Intrigado pela curiosidade Nick então resolve conhecer a misteriosa figura. Convidado a uma das festas de Gatsby ele acaba entrando no mundo muito particular do milionário esbanjador e descobre, para sua surpresa, que ele tem especial interesse por sua prima, a doce e mimada Daisy Buchanan (Carey Mulligan), que mora do outro lado da baía. Casada com um herdeiro rico e rude, mal desconfia Nick que ela e Gatsby tem um passado em comum.

Aqui temos a mais nova adaptação para o cinema do famoso livro "O Grande Gatsby" escrito pelo genial F. Scott Fitzgerald. O texto é considerado uma das maiores obras primas da literatura mundial, tendo sido adaptado pelo cinema algumas vezes, sendo a mais conhecida a adaptação feita nos anos 70 com Robert Redford no papel principal. Essa nova incursão no universo de F. Scott Fitzgerald porém se mostra bem decepcionante. O diretor Baz Luhrmann (de "Moulin Rouge", "Austrália" e "Romeu + Julieta") imprime um ritmo um tanto histérico ao enredo, algo que não condiz com as intenções do autor original que sempre se mostrou muito fino, elegante e charmoso ao contar sua estória. E esse é um dos principais problemas dessa nova versão. Falta justamente essa elegância, esse mistério que é tão conhecido dos leitores de F. Scott Fitzgerald. Tentando modernizar o texto para agradar ao público jovem de hoje o cineasta perdeu a própria essência do livro original. Luhrmann tem à sua disposição uma produção luxuosa mas comete pecados em série. Em um deles imprime um ritmo frenético, tolo muitas vezes, para as situações. Também usa e abusa de computação gráfica, o que torna o filme artificial e sem veracidade. Por falar em ambientação histórica o cineasta querendo adotar uma postura moderninha inseriu várias canções atuais no meio do enredo, ignorando a rica música da época em detrimento de canções pop sem qualquer relevância. Para piorar o elenco também não está bem. Leonardo DiCaprio imprime ao seu Gatsby uma postura equivocada, onde sai o charme misterioso do personagem original para dar espaço a um inconsequente falastrão. Deu saudades de Robert Redford certamente. Carey Mulligan que sempre considerei uma boa atriz também não conseguiu passar para a tela as nuances psicológicas que movem Daisy. Outra coisa que dá nos nervos é a forma como Baz Luhrmann trata o espectador. Ele se propõe a contar todos os mínimos detalhes da trama em flashbacks desnecessários e bobinhos que nos levam a pensar que ele está convencido que o público que está vendo o filme é na verdade bem idiota para entender a trama. Enfim, temos aqui uma nova versão de Gatsby que ficou pelo meio do caminho, perdido em suas pretensões. Sempre fui da opinião de que se vai adaptar um grande livro para o cinema que o faça direito! Infelizmente não é o caso desse filme.

O Grande Gatsby (The Great Gatsby, Estados Unidos, 2013) Direção: Baz Luhrmann / Roteiro: Baz Luhrmann, Craig Pearce, baseados na obra de F. Scott Fitzgerald / Elenco: Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan, Joel Edgerton, Steve Bisley / Sinopse: Jovem aspirante a escritor, Nick (Maguire) acaba ficando fascinado pelo figura de seu vizinho, um milionário de passado misterioso chamado Gatsby (DiCaprio). Após uma aproximação ele acaba descobrindo que o ricaço tem um passado em comum com sua prima, Daisy (Mulligan).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dublê de Corpo

Fazia bastante tempo que tinha assistido pela última vez a esse "Dublê de Corpo". Pensei até que não iria me lembrar de nada mas conforme fui vendo o filme a memória foi voltando. Essa película faz parte da fase mais inspirada da carreira de Brian De Palma. Suas intenções são facilmente entendidas, principalmente para os amantes da sétima arte. O roteiro se torna muito interessante para os cinéfilos por essa razão. O argumento sem dúvida é muito bom e brinca bastante com inúmeras referencias cinematográficas - em especial com os filmes de Alfred Hitchcock. O voyeurismo é claramente inspirado no clássico "Janela Indiscreta" e a trama é bem parecida com a de "Disque M para Matar". Eu sempre vi essa produção como uma grande e bela homenagem do diretor De Palma ao imortal mestre do suspense. O enredo mostra as dificuldades de um ator de filmes B em levar adiante sua carreira, cada vez mais apagada. Frustrado na vida profissional ele acaba desenvolvendo um fetiche em espionar uma mulher do apartamento vizinho ao seu. Ela também parece notar o interesse do vizinho bisbilhoteiro pois não se faz de tímida em ficar nua todas as noites na janela de seu quarto.

O que parecia ser um ato voyeur sem maiores consequências acaba desencadeando uma série de problemas pois o ator começa a desconfiar que a mulher alvo de suas espiadas noturnas na realidade corre sério risco de vida. Ele então decide seguir todos os passos dela, se vendo cada vez mais inserido dentro de uma complicada rede de mistérios e assassinatos no mundo da indústria adulta americana. Revelar mais seria equivocado de nossa parte pois esse é aquele tipo de filme que quanto menos se souber de antemão, melhor. Claro que aquele que vai assistir pela primeira vez irá se divertir muito mais uma vez que o roteiro aposta na surpresa para capturar o espectador de jeito. Para quem já viu, como eu, também não deixa de ser curioso rever um filme do mestre De Palma, no auge de sua criatividade artística. Pena que depois de uma década de bons filmes o diretor tenha entrado em franca decadência. Certa vez li um artigo em que o autor defendia a tese de que qualquer cineasta só tem no máximo uma década de auge criativo, decaindo logo após. Infelizmente o grande Brian De Palma parece confirmar essa teoria. De qualquer maneira se ainda não conhece não deixe de ver. É um dos melhores suspenses da década de 80, sem a menor sombra de dúvida.

Dublê de Corpo (Body Double, Estados Unidos, 1984) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Robert J. Avrech, Brian De Palma / Elenco: Craig Wasson, Melanie Griffith, Gregg Henry, Deborah Shelton, Guy Boyd / Sinopse: Em clima de suspense o diretor Brian De Palma conta a estoria de um ator fracassado que ao espiar sua vizinha do apartamento ao lado acaba entrando numa intrigada rede de assassinatos e crimes.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Gente Grande

Se você acha divertido ver um bando de maridos gordos e entediados com a vida de casado e um monte de esposas insuportáveis tirando onda deles e fofocando o tempo todo então o seu filme é esse "Gente Grande". Simplesmente não dá. Eu sei que o Adam Sandler tem seus fãs mas é complicado engolir mais uma comédia sem graça dele. Agora ele deixou de sempre interpretar o jovem meio idiota para fazer personagens de adultos meio idiotas. Não mudou muita coisa. O título desse filme poderia muito bem ser mudado de "Gente Grande" para "Gente Grande (e chata)" pois é bem por aí mesmo. Tudo é muito fraco, meio ao acaso, com uma sucessão de piadas que não funcionam. A impressão que se tem é que apenas o elenco é que está se divertindo, pouco ligando para o público, que fica ali vendo o filme indo para lugar nenhum. Provavelmente as pessoas simpatizam com a pessoa do Sandler, porque artisticamente ele sinceramente não tem nada a oferecer para ninguém. Só isso explica o fato de uma comédia sem graça como essa fazer sucesso de bilheteria e - pasmem! - ganhar uma continuação!!!

A estorinha do filme? Bom, não há muito o que contar. O roteiro mais parece uma sucessão de improvisações dos atores (todos amigos entre si na vida real) do que qualquer outra coisa. Tudo soa do tipo "vamos juntar um monte de gente chata e ver no que isso vai dar". Bom, obviamente boa coisa não saí de uma premissa dessas não é mesmo? Mas vamos lá... Após a morte de um querido treinador de basquete dos tempos de colégio cinco bons amigos daqueles anos resolvem se reunir no feriadão de quatro de julho (dia da independência dos EUA) para relembrar os bons e velhos tempos. Pronto, é praticamente apenas isso e nada mais. Após assistir fica a pergunta: alguma coisa se salva no final? Não, infelizmente praticamente nada! Para rir de casais chatos e sem graça não precisa pagar entrada de cinema, basta olhar ao lado - certamente você em sua vida conhece alguém assim, não é mesmo? Após ver filmes como esse o único conselho que posso deixar é não perca seu tempo. Desligue a televisão e vá ler um livro, ou procure outro filme para assistir, vai ser melhor para sua vida.

Gente Grande (Grown Ups, Estados Unidos, 2010) Direção: Dennis Dugan / Roteiro: Adam Sandler, Fred Wolf / Elenco: Adam Sandler, Salma Hayek, Kevin James, Chris Rock, David Spade, Rob Schneider, Steve Buscemi / Sinopse: Após a morte de um querido treinador de basquete dos tempos de colégio cinco bons amigos daqueles anos resolvem se reunir no feriadão de quatro de julho (dia da independência dos EUA) para relembrar os bons e velhos tempos.

Pablo Aluísio.

Truque de Mestre

Quatro mágicos ilusionistas se encontram ao responderem a uma misteriosa convocação. Eles não sabem quem exatamente deseja entrar em contato com eles ou o que seu misterioso anfitrião pretende. Um ano depois o quarteto já se autodenomina Os Quatro Cavaleiros e estrelam um show de grande sucesso em Las Vegas. Numa noite em especial decidem realizar algo ousado e fora do comum. Eles prometem ao seu público que irão literalmente roubar um banco em Paris, mesmo sem saírem em nenhum momento do palco em Vegas. Impossível? Não para esses talentosos mestres da arte da magia (ou seria do truque?). Começa assim esse "Truque de Mestre", mais uma produção recente que explora o universo dos grandes mágicos nos EUA. No filme eles são representados por J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), um especialista em cartas e ilusões, não necessariamente nessa ordem; Henley Reeves (Isla Fisher), ex-assistente de palco de Atlas; Merritt McKinney (Woody Harrelson) um "mentalista" que afirma ler o pensamento das pessoas e finalmente Jack Wilder (Dave Franco), um misto de mágico de rua e trombadinha.

Para desmascarar o grupo surge o ex-mágico Thaddeus Bradley (Morgan Freeman) que agora ganha a vida revelando ao público os grandes truques dos mágicos mais famosos dos EUA. No começo ele fica realmente intrigado com os Quatro Cavaleiros mas aos poucos vai descobrindo todos os seus mais secretos truques. Como as "mágicas" da trupe sempre envolvem dinheiro, bancos e roubos, eles logo caem na mira da polícia, onde o investigador Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) tenta de todas as formas colocar as mãos nesses verdadeiros "artistas" da arte em desviar verdadeiras fortunas da noite para o dia. "Truque de Mestre" começa muito interessante. O roteiro aposta o tempo todo em uma trama inteligente, cheia de reviravoltas e surpresas para o espectador. O problema é que assim que os golpes vão sendo revelados a qualidade também decai. Acontece que as explicações são muito bobas, inverossímeis e sem nenhuma veracidade. O que parecia ser algo realmente inspirado vai aos poucos se revelando nada crível, forçado ao extremo. Certamente a produção tem bons momentos mas isso se dilui muito rapidamente. No elenco o destaque vai mais uma vez para Morgan Freeman. Basta sua presença para o espectador se esforçar mais em compreender tudo o que acontece. Pena que tanto estilo não esconda os inúmeros fios soltos que se sobressaem no desfecho do filme. Poderia ser muito melhor.

Truque de Mestre (Now You See Me, Estados Unidos, 2013) Direção: Louis Leterrier / Roteiro: Ed Solomon, Boaz Yakin / Elenco: Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo,  Morgan Freeman, Michael Caine, Woody Harrelson, Isla Fisher, Dave Franco, Common / Sinopse: Quatro mágicos se unem e começam a aplicar grandes golpes em espetaculares shows em Las Vegas e Nova Iorque. A ousadia do grupo logo chama a atenção da polícia, do FBI e da Interpol.

Pablo Aluísio.

Sexta-Feira 13

No começo da década de 80 surgiu nos cinemas um filme que marcaria época nos anos seguintes, dando origem a uma das mais longas e produtivas franquias da história do cinema americano. Era "Sexta-Feira 13", o primeiro do que seria uma fila sem fim de produções usando como personagem principal o psicopata imortal Jason (uma miscelânea de vários serial killers da vida real com seus problemas emocionais, afetivos tudo desembocando para uma explosão de violência insana e sem sentido). Como não poderia deixar de ser tudo começa numa sexta-feira 13 de 1958. Em um acampamento de verão localizado na bonita região de Crystal Lake um casal de namorados é morto de forma misteriosa. Assim que a notícia se espalha o local ganha fama de amaldiçoado pelos moradores da região. Vinte anos depois um sujeito sem noção tem a péssima ideia de reabrir o local, dando reinicio a muitas mortes em série. É curioso perceber que um filme como "Sexta-Feira 13" não teria espaço em um grande estúdio de Hollywood se fosse lançado algumas décadas antes. Sua proposta era a de mostrar violência explícita, algo que seria inaceitável nos anos 60, por exemplo.

A partir do começo dos anos 70 as coisas começaram a mudar. Várias fitas apelavam para a violência mais crua e selvagem. "O Massacre das Serra Elétrica", por exemplo, não poupava mais o espectador. Era violento além dos limites. Isso acabou dando origem a um novo filão de filmes de terror denominados pela crítica da época de "slasher". Embora violentos as produções dessa época ainda estavam longe do banho de sangue que vemos atualmente em filmes como "Jogos Mortais" mas já eram considerados extremamente fortes na época de seus lançamentos. O diferencial sobre "Sexta-Feira 13" sobre tantos outros filmes semelhantes da época era que havia um grande estúdio por trás, a Paramount, que apostava no filme como um novo "Psicose", afinal o tema sobre psicopatas sangrentos não saía da mídia e sempre despertava o interesse do grande público. Tentando capitalizar essa audiência o estúdio investiu pesado em propaganda e divulgação e o resultado comercial não decepcionou. O lucro foi espetacular pois o filme custou meros 500 mil dólares (principalmente por ter um elenco de desconhecidos e produção barata) e faturou apenas em seu ano de estreia a bagatela de quase 40 milhões de dólares - um êxito espetacular para uma película de terror nesse estilo. O diretor e roteirista Sean S. Cunningham que vinha de uma sucessão de filmes inexpressivos tirou a sorte grande. Ao criar junto de seu roteiristas o personagem Jason Voorhees mal sabia ele que estava dando vida a um dos psicopatas mais famosos da cultura pop! Imortal é pouco em se tratando de Jason.

Sexta-Feira 13 (Friday the 13th, Estados Unidos, 1980) Direção: Sean S. Cunningham / Roteiro: Sean S. Cunningham, Victor Miller / Elenco: Betsy Palmer, Adrienne King, Jeannine Taylor, Kevin Bacon / Sinopse: Em um isolado e distante acampamento de verão uma série de mortes começam a confirmar a maldição que ronda o lugar.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de agosto de 2013

O Detonador

Sonni Griffith (Wesley Snipes) é um agente da CIA com uma nova missão: assegurar em segurança a ida para os EUA da testemunha Nadia Kaminski (Silvia Colloca) que está na mira de uma perigosa rede de traficantes internacionais. Sua localização porém logo chega aos ouvidos dos criminosos que fazem de tudo para eliminar Sonni e sua protegida. O vazamento logo demonstra que a informação muito provavelmente partiu da própria agência de inteligência dos Estados Unidos. Lutando contra tudo e todos o jogo da sobrevivência se torna muito mais perigoso para ele. "O Detonador" é mais um fita de ação estrelado pelo ator Wesley Snipes. A produção, bem modesta e simplória, não conseguiu abrir espaço dentro do mercado americano, não chegando a ser exibida nos cinemas, indo parar diretamente no mercado de venda direta ao consumidor.

Não é de se admirar que isso tenha acontecido. Embora tenha protagonizado muitos filmes populares principalmente na década anterior o fato é que a carreira de Wesley Snipes foi decaindo cada vez mais nos últimos anos, até o ponto em que ele estrelou filmes desse tipo, sem qualquer repercussão maior, nem entre os admiradores do gênero. Os problemas legais que enfrentou também não ajudaram em nada numa pretensa retomada rumo ao sucesso perdido. Devendo uma verdadeira fortuna ao fisco americano o ator acabou tendo que dividir seu tempo entre os sets de filmagens e os tribunais. Na ânsia de ganhar dinheiro rápido, em pouco tempo ele acabou se sujeitando a entrar em projetos como esse, que no fundo não tem qualquer interesse. Mesmo assim se você curte o trabalho de Snipes então dê uma chance. Certamente não encontrará nada de muito relevante mas pelo menos não deixará passar mais essa fitinha em sua carreira. Afinal fã que é fã encara não apenas os bons momentos mas os maus também...

O Detonador (The Detonator, Estados Unidos, 2006) / Direção: Po-Chih Leong / Roteiro:  Martin Wheeler / Elenco: Wesley Snipes, Silvia Colloca, Tim Dutton, William Hope, Matthew Leitch, Bogdan Uritescu  / Sinopse: Agente da CIA (Snipes) tenta manter viva uma importante informante e testemunha que será peça chave na prisão de um poderoso grupo internacional de tráfico de drogas.

Pablo Aluísio.

A Morte do Demônio

Cinco jovens acabam chegando numa cabana abandonada no meio da floresta. O lugar parece estar vazio há muitos anos mas algo chama a atenção de alguns deles. Um velho gravador e um livro chamado "Livro dos Mortos" acabam virando o foco da conversa. Ao ligar o velho gravador eles começam a ouvir uma narração em uma língua estranha que desconhecem. Em pouco tempo entenderão que acabaram de libertar poderosas forças do mal. Pouco a pouco cada um dos jovens começa a ser possuído, exceto Nash, que terá que lutar com as armas que possui contra todas essas manifestações sobrenaturais. Começa assim "Evil Dead" um dos maiores clássicos do terror americano. Filme rodado com produção mais do que modesta que acabou agradando em cheio ao público por causa de sua crueza temática e fortes imagens de possessão e delírio. Claro que por ter sido tão imitado por tantos anos o primeiro filme "A Morte do Demônio" pode ser considerado ultrapassado e datado nos dias de hoje mas isso depende do ponto de vista de cada um.

O curioso é que não apenas os atores eram jovens mas o diretor também. Sam Raimi tinha apenas 22 anos quando começou a filmar "Evil Dead" com apenas 600 mil dólares, uma quantia irrisória para os padrões de Hollywood. Com custo mínimo e contando com a ajuda dos atores - que eram todos seus amigos - ele acabou revolucionando o gênero que andava sem criatividade e ideias inovadoras desde "O Exorcista". Raimi usou ousadas tomadas de cena e levou até as últimas consequências a chamada visão subjetiva, que colocava o espectador praticamente dentro do enredo. O filme causou polêmica em seu lançamento chegando a ser proibido em alguns países europeus, entre eles a Inglaterra, mas ganhou status de cult quando finalmente chegou no mercado de vídeo. Revisto hoje em dia mantém o impacto, tanto que chegou a dar origem a duas sequências e a um remake, mas todos eles empalidecem diante desse "Evil Dead" original que sem dúvida é um grande filme de terror.

A Morte do Demônio (Evil Dead, Estados Unidos, 1981) Direção: Sam Raimi / Roteiro: Sam Raimi / Elenco: Bruce Campbell, Ellen Sandweiss, Richard DeManincor / Sinopse: Cinco jovens acabam libertando terríveis forças do mal em uma cabana isolada no meio da floresta.

Pablo Aluísio.

Sem Dor, Sem Ganho

Daniel Lugo (Mark Wahlberg) é um personal Trainer em Miami. Apesar de trabalhar em uma das melhores academias da cidade ele se sente frustrado pois percebe que jamais conseguirá ter fama e dinheiro naquele emprego. Em sua visão distorcida ele é um vencedor e merece muito mais do que aquilo que possui. Para tornar o sonho americano uma realidade ele começa a criar uma ideia mirabolante na cabeça. Um de seus clientes costuma lhe contar a vida de luxos e riquezas em que vive e isso desperta a cobiça de Lugo. Assim Danny resolve se unir a um ex-presidiário convertido ao cristianismo, Paul Doyle (Dwayne Johnson), e a um outro amigo fisiculturista, Adrian Doorbal (Anthony Mackie), para dar início a um plano criminoso. Eles planejam sequestrar o empresário para forçar ele a passar todo o seu dinheiro e patrimônio para o grupo. O problema é que o trio além de não ter noção sobre nada ainda consegue cometer todos os erros possíveis e imagináveis na execução do sequestro. Depois, sedentos por mais dinheiro, cometem um erro grosseiro contra o chamado Rei do Pornô da cidade e sua esposa. Algo que sai completamente errado. A partir daí acabam virando alvo do departamento de polícia de Miami que junto a um experiente detetive (interpretado por Ed Harris) pretende colocar o grupo criminoso atrás das grades. 

Duas coisas chamam a atenção nesse filme "Sem Dor, Sem Ganho". A primeira é a de que a história é baseada em fatos reais. Esse grupo de fisiculturistas de Miami cometeu todos os tipos de chantagens, extorsões e homicídios possíveis, mesmo sem ter qualquer noção de como isso seria feito. A cada erro cometido eles tinham que dar um jeito na base do improviso, levando a outros crimes e mais a outros, numa montanha russa sem fim. O curioso de tudo isso é perceber que a Polícia de Miami levou muito tempo para se interessar pelo caso. Enquanto isso eles começaram a levar uma vida de luxos e excessos na parte rica da cidade. Olhando sob um ponto de vista crítico o trio nada mais queria do que levar uma vida de ricaços, mesmo que isso significasse cometer todos os tipos de crimes. A segunda coisa que chama muito a atenção é o fato do filme ter sido dirigido por Michael Bay. Nada de Transformers ou monstros destruindo cidades. Aqui Bay ousou sair de sua linha tradicional, se contentando em lidar com uma história real, sem nenhum traço de efeitos digitais em excesso. Infelizmente também comete seus exageros ao mostrar tudo de forma histérica, alucinada, em certos momentos. O que salva o filme no final das contas é a diversão pois Bay resolve injetar uma dose extra de humor negro no desenvolvimento do que mostra na tela. O resultado é sem dúvida seu melhor trabalho no cinema até o momento, quem diria...

Sem Dor, Sem Ganho (Pain & Gain, Estados Unidos, 2013) Direção: Michael Bay / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Mark Wahlberg, Dwayne Johnson, Anthony Mackie, Ed Harris / Sinopse: Um grupo de fisiculturistas de Miami resolve subir na vida a todo custo. Após sequestrar um empresário bem sucedido eles começam a cometer uma série de crimes sem fim. Apenas um detetive obstinado poderá deter a gangue de criminosos.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de agosto de 2013

O Fugitivo

O Dr. Richard Kimble (Harrison Ford) é um respeitado cirurgião que se vê envolvido numa trama diabólica. Ele é acusado injustamente de ter assassinado a própria esposa. Para piorar várias evidências apontam para sua participação no crime. Como ninguém acredita em sua versão não resta outra alternativa para o médico senão escapar da prisão, se tornando assim um fugitivo que ao mesmo tempo em que tenta fugir das garras da lei procura pelo verdadeiro autor da morte de sua mulher. Temos aqui uma adaptação de uma famosa série americana que bateu todos os recordes de audiência em sua exibição original na TV CBS naquele país. Nos episódios televisivos o personagem do Dr. Kimble era interpretado pelo ator David Janssen que fez fama e fortuna com o papel. Exibida em quatro temporadas, que durou de 1963 a 1967, "O Fugitivo" parou os Estados Unidos em seu episódio final quando finalmente os telespectadores ficaram finalmente conhecendo a identidade do verdadeiro criminoso.

Já essa adaptação para o cinema da antiga série cumpre seus objetivos. Embora fosse extremamente complicado adaptar uma estória que durou tantos episódios na TV o resultado final se mostrou bem satisfatório. O diretor do filme, Andrew Davis, optou por valorizar mais a ação do que propriamente os dramas pessoais dos personagens (que era o forte da série). O resultado é um filme ágil, movimentado e bem articulado. Outro ponto alto é o trabalho de Tommy Lee Jones, fazendo o tipo durão e obstinado, estilo de interpretação que iria sedimentar seu caminho para o sucesso anos depois. Já Harrison Ford segue em frente em uma das melhores fases de sua carreira quando conseguiu emplacar vários sucessos de bilheteria em sequência. Enfim, não resta dúvida que "O Fugitivo" é um ótimo entretenimento, com o melhor do cinema de ação do cinema americano da década de 90.

O Fugitivo (The Fugitive, Estados Unidos, 1993) Direção: Andrew Davis / Roteiro: Jeb Stuart, David Twohy / Elenco: Harrison Ford, Tommy Lee Jones, Sela Ward, Julianne Moore / Sinopse: Adaptação para o cinema da famosa série de TV da década de 60, "O Fugitivo". Aqui Harrison Ford interpreta o personagem Dr. Richard Kimble (Harrison Ford), um respeitado cirurgião que é acusado injustamente de matar sua própria esposa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Brigada 49

Depois de 11 de setembro de 2001 os bombeiros americanos, que já tinham status de salvadores e guardiões da sociedade, ganharam ainda mais credibilidade junto ao público em geral se tornando verdadeiros heróis. De fato os atos de bravura e heroísmo que todo o mundo presenciou naquela manhã no WTC consolidaram ainda mais na mente das pessoas essa imagem. Não tardaria para o cinema explorar esse filão. Um dos mais interessantes filmes feitos sobre os bombeiros americanos foi esse "Brigada 49". O foco do roteiro não se concentrava apenas nas cenas de ação, salvamentos e incêndios mas também na vida pessoal desses profissionais. Assim o argumento acaba girando em torno de dois personagens principais, o veterano capitão Mike Kennedy (John Travolta) e o bombeiro Jack Morrison (Joaquin Phoenix, como sempre atuando bem).

Como não poderia deixar de ser vários bombeiros reais se uniram aos atores para dar maior veracidade nas cenas de fogo. Uma delas causou até mesmo transtorno na cidade de Baltimore. Acontece que um dos incêndios do filme foi tão bem recriado e encenado que moradores locais chegaram ao ponto de chamar os bombeiros de verdade da cidade, que foram prontamente acionados, chegando no set de filmagens pensando tratar-se de um evento real. Travolta está como sempre em seu modo habitual. Meio sem levar muita coisa à sério, mas sem prejudicar o filme. Ele chegou a improvisar diversas cenas, criando e  usando muitos cacos, como na sequência em que bebe em um bar da cidade. Em termos de elenco o destaque vai mesmo para Joaquin Phoenix que se preparou para seu papel, passando mais de um mês fazendo treinamento de fogo com os bombeiros da décima brigada de Baltimore. Enfim, temos aqui um bom entretenimento. Para finalizar quero deixar a dica da série "Chicago Fire" que atualmente está em exibição nos EUA e no Brasil pelos canais a cabo. O mesmo universo dos bombeiros é explorado tal como vemos nesse filme. Dessa forma se o assunto lhe chama a atenção então não deixe de conferir também o seriado do canal ABC.

Brigada 49 (Ladder 49, Estados Unidos, 2004) Direção: Jay Russell / Roteiro: Lewis Colick / Elenco: John Travolta, Joaquin Phoenix, Morris Chestnut, Robert Patrick, Balthazar Getty, Jay Hernandez / Sinopse: A vida e o cotidiano de dois bombeiros da Brigada 49. Suas lutas profissionais e pessoais são mostradas nesse filme realizado em homenagem a esses profissionais que arriscam todos os dias suas vidas em benefício da sociedade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O Último Grande Herói

Arnold Schwarzenegger foi um dos mais populares atores de filmes de ação da década de 80. Rivalizando com Stallone ele colecionou uma série de grandes sucessos de bilheteria. Tudo caminhava muito bem até que Arnold resolveu que queria suavizar um pouco sua imagem de herói de ação durão e violento. Primeiro ele realizou a divertida comédia "Irmãos Gêmeos" e outras pequenas fitas centradas em muito bom humor. O que Schwarzenegger não dizia publicamente era que tinha pretensões políticas e por isso procurava cada vez mais trocar as atuações truculentas por personagens divertidos, bem humorados, com charutão acesso e largo sorriso no rosto. Sua aposta mais ousada nessa direção foi esse "O Último Grande Herói". Um filme diferente, com uma idéia peculiar, que procurava satirizar os próprios filmes de ação que fizeram a fama do ator austríaco.

O problema é que "O Último Grande Herói" exigia uma cumplicidade muito grande do público. E os espectadores que sempre foram fãs das fitas de Arnold Schwarzenegger não compraram a idéia de ver um filme em tom de sátira descarada onde o antigo herói de ação tentava tirar onda em cima do mesmo filão que o tornou um astro. Assim o estúdio ficou com uma dinamite nas mãos. Uma produção de quase 100 milhões de dólares, com campanha de marketing agressiva (até ônibus espaciais da Nasa foram alugados para divulgar o filme) que simplesmente foi rejeitado pelo público de forma veemente. O fracasso foi enorme e "Last Action Hero" afundou de forma estrondosa. O prejuízo obviamente respingou feio na credibilidade de Arnold Schwarzenegger, que deixou de ser infalível (e imbatível) nas bilheterias. Já o diretor John McTiernan pagou caro pelo péssimo retorno comercial. Aclamado como um dos melhores cineastas de ação viu sua carreira afundar junto com o filme. Ficou a lição: nunca cuspa no prato que um dia comeu!

O Último Grande Herói (Last Action Hero, Estados Unidos, 1993) Direção: John McTiernan / Roteiro:  Zak Penn, Adam Leff / Elenco: Arnold Schwarzenegger, F. Murray Abraham,  Anthony Quinn / Sinopse: Um jovem fã de filmes de ação acaba entrando em um mundo paralelo onde passa a viver grandes aventuras ao lado de seu grande ídolo.

Pablo Aluísio.

A Noite dos Arrepios

Na década de 80 surgiram alguns filmes deliciosamente trashs que tentavam, pelo menos em intenção, recriar o clima de antigos filmes de terror sci-fi dos anos 50. Um dos maiores exemplos desse tipo de produção foi esse "A Noite dos Arrepios", um terror com claro sabor da década de 50 que conseguiu ganhar certa notoriedade entre os fãs de terror - chegando inclusive a ser lançado nos cinemas brasileiros na época! A cena de abertura já mostrava bem a intenção do filme. Um casal de namorados numa noite qualquer de 1959 acaba ficando surpresa com uma forte luz vinda do espaço. Procurando investigar do que se trata o jovem acaba desencadeando uma série de eventos que colocará toda a humanidade em perigo! Vinte sete anos depois dois estudantes acabam encontrando em um laboratório o corpo do jovem namorado da década de 50. Ele havia sido exposto a um processo de congelamento após uma série de estudos para entender o que teria acontecido. Não precisa ser vidente para descobrir que algo muito sinistro se encontra naquele corpo há muito armazenado.

Os monstros espaciais aqui não se parecem nada com os Aliens da famosa série de Sigourney Weaver. Para falar a verdade mais parecem pequenos vermes, sanguessugas, do que qualquer outra coisa. O diretor de "A Noite dos Arrepios" foi Fred Dekker, nome bem conhecido de quem acompanhou os filmes de terror da época. Ele dirigiria entre outros alguns episódios do ótimo "Contos da Cripta" e em 1993 assumiria a franquia Robocop ao dirigir o terceiro filme da série. Assim fica a dica desse divertido e saudosista "A Noite dos Arrepios", um filme dos anos 80 com as nuances dos antigos filmes de monstros vindos do espaço da década de 50. Mais nostalgia impossível.

A Noite dos Arrepios
(Night of the Creeps, Estados Unidos, 1986) Direção: Fred Dekker / Roteiro: Fred Dekker / Elenco: Jason Lively, Tom Atkins, Steve Marshall / Sinopse: Estranhas criaturas vindo do espaço começam a dominar uma pequena cidade americana. Garotas, seus namorados chegaram, só que eles estão mortos!

Pablo Aluísio.

Bem-vindo aos 40

Pete (Paul Rudd) está vivendo a semana que antecede seu aniversário de 40 anos. Casado, com duas filhas, uma menor e uma adolescente, ele passa por várias crises. A primeira é emocional. A paixão pela esposa parece ter desaparecido. As brigas são cada vez mais comuns e pouco sobrou do antigo relacionamento. Agora tudo é rotina (e das mais chatas). Para manter a chama sexual acessa apela para o uso frequente de Viagra, o que piora ainda mais para o seu lado já que ela se sente ofendida com isso. A outra crise é financeira. Desempregado, ele resolveu abrir uma gravadora especializada em veteranos do rock, um selo retrô. O problema é que com a Internet praticamente mais ninguém paga por música e assim ele vai percebendo que sua empresa em breve irá abrir falência. Para piorar ele e sua esposa não conseguem abrir uma boa linha de diálogo com sua filha adolescente revoltada que passa os dias no computador assistindo a série "Lost". Como se tudo isso não fosse complicado o suficiente sua mulher (que também tem mais de 40 anos mas nega a idade) acaba descobrindo que está grávida! Confusão pouca é bobagem.

Apesar da sinopse cheia de drama e problemas esse "Bem-vindo aos 40" investe mesmo é no humor. Muitas vezes aquele tipo de hilariedade que nasce da desgraça alheia, é verdade, mas mesmo assim humor, bem divertido aliás. Como convém aos filmes assinados por Judd Apatow, esse aqui também apela em certos momentos (Piadas sobre flatulência? Confere! Escatologia? Confere!) mas no geral todos esses pecados são cometidos em nome da diversão. O personagem Pete, interpretado pelo ator Paul Rudd, já deu as caras no cinema antes, no filme "Ligeiramente Grávidos". Só que lá o casal era mero coadjuvante do enredo principal e aqui eles ganham muito mais destaque, afinal de contas o filme é todo centralizado neles, nas pequenas tragédias cotidianas e na chatice de um casamento que já deu o que tinha que dar. Por falar em coadjuvantes dois nomes do elenco de apoio no filme ajudam a manter o interesse. O primeiro é John Lithgow como um pai ausente por anos que mal conhece sua filha. Cirurgião rico e famoso ele não leva o menor jeito para relacionamentos familiares. Outro destaque vai para Megan Fox. Ela interpreta uma funcionária de uma lojinha de roupas gostosona (pra variar) que acaba confessando para a patroa que também é garota de programa (mas segundo suas próprias palavras isso não seria prostituição pois ela só faz "no máximo" uns 30 ou 40 programas por ano!). Bem engraçado. Depois de assistir um filme assim você vai entender porque o número de divórcios não pára de crescer lá nos EUA e aqui no Brasil. Como diria o ditado ser casado é como matar um leão todos os dias. Haja paciência!

Bem-vindo aos 40 (This Is 40, Estados Unidos, 2012) Direção: Judd Apatow / Roteiro: Judd Apatow / Elenco: Paul Rudd, Leslie Mann, Megan Fox, John Lithgow, Maude Apatow / Sinopse: Homem chega aos 40 anos cheio de problemas financeiros, familiares e emocionais. Tentando sobreviver a maré ruim ele resolve dar uma festa para si mesmo em seu aniversário.

Pablo Aluísio.