quinta-feira, 8 de março de 2012

Os Especialistas

A primeira impressão ao assistir "Os Especialistas" é de tristeza ao ver o grande ator de outrora, Robert De Niro, se prestando ao papel de alugar seu nome a quem pagar melhor. Sim, não existe função ou importância no personagem que ele interpreta aqui - tanto faz ele existir ou não, nada mudaria nesse filme. O Jason Statham está na dele, esse é o tipo de produção que ele sempre estrelou mas De Niro exercendo um papel tão sem relevância como esse é realmente desanimador. O roteiro é banal, a velha fórmula do assassino profissional que tem que cumprir uma série de mortes. A única diferença aqui é que ele realiza os assassinatos por causa do sequestro de seu amigo por um xeique do Oriente Médio. O roteiro só não explica como é que um profissional desse tipo consegue ter sentimentos de amizade tão fortes a ponto de se colocar em risco por qualquer pessoa que seja. Ficou forçado e bobo. Jason Statham repete seu personagem habitual, o sujeito durão que distribui farpas e tiros para todos os lados. Ele atualmente é o legítimo sucessor herdeiro dos brutamontes dos anos 80 como Chuck Norris e Arnold Scharzennegger. Seguindo nessa linha vai construindo uma vasta filmografia com muitos títulos, tantos filmes que fica até complicado de acompanhar. Algumas dessas produções são boas enquanto outras são completamente medíocres. De qualquer forma ele já tem seu público formado e por isso nada vai mudar com mais esse filme de ação de rotina.

Um dos problemas de "Killer Elite" é sua duração excessiva. É muita metragem para pouca estória. Eu sou da opinião que filmes de ação devem primar pela agilidade, pela rapidez. Filmes que não tem o que contar e que duram tanto como esse aqui geram no espectador a sensação de impaciência e nada mais. Público de filme de ação gosta de uma coisa só, não tem paciência para enrolação. Talvez a inexperiência do diretor Gary McKendry justifique isso. Com apenas 3 filmes em seu currículo a impressão que tive é que ele não soube chegar ao corte ideal, trazendo dinamismo para o argumento em si. Enfim, "Os Especialistas" deveria ser menos longo, com menos enrolação e Robert De Niro deveria ter vergonha na cara e manter a dignidade de uma filmografia tão importante como a dele. Fazendo filmes desse naipe só conseguimos ficar com vergonha alheia de sua presença insignificante em cena.

Os Especialistas (Killer Elite, Estados Unidos, 2011) Direção: Gary McKendry / Roteiro: Matt Sherring baseado no livro de Ranulph Fiennes / Elenco: Jason Statham, Clive Owen, Robert De Niro / Sinopse: Assassino profissional (Jason Statham) tem como missão cumprir uma série de mortes. Ele realiza os assassinatos por estar sendo chantageado por um xeique do Oriente Médio que sequestrou seu melhor amigo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Melancolia

Melancolia é certamente um dos filmes mais acessíveis da filmografia de Lars Von Trier. Digo isso porque se formos comparar com outros filmes do diretor chegaremos na conclusão de que Melancolia é muito mais simples, muito mais singelo do que as grandes obras que já levaram a assinatura do cineasta. Isso fica bem mais evidente quando comparamos Melancolia a Anticristo, por exemplo. Em Anticristo Lars criou um filme pleno de simbolismos, metáforas, envolvendo diversos aspectos psicológicos, teológicos, filosóficos e sociais. Já em Melancolia a impressão que tive foi que acima de tudo Lars apenas quis contar uma boa estória, fundada em um argumento muito instigante mas de certa forma limitado do ponto de vista da erudição existencial que sempre acompanhou sua obra cinematográfica..

Obviamente a crise existencial e o estado de depressão que se abatem sobre alguns personagens se sobressaem durante o filme mas em nenhum momento Lars impõe qualquer tese ou dogma em razão dessas situações. Não defende nenhuma verdade absoluta ou algo parecido. Ele apenas disserta, de forma até didática, sobre a finitude da vida humana (levada é claro a grandes proporções, a proporções universais). O filme tem imagens belíssimas, como a chuva de granitos que se abate sobre mãe e filho, que expressa como poucas vezes vi, a insuportável dor de saber de que simplesmente não há para onde fugir, para onde se esconder. Lars realizou um filme tão belo que em muitos momentos temos a sensação de estarmos assistindo a pinturas em movimento! Mas é bom frisar, tudo mostrado sem complicação, sem simbolismos inacessíveis (como ocorreu com Anticristo). Assim recomendo Melancolia a todos que gostam de cinema e até mesmo para aqueles que não gostam muito do estilo de Lars Von Trier. Melancolia pode ser assistido sem nenhum problema por qualquer pessoa, basta apenas apreciar uma boa estória. Melancolia é acima de tudo uma obra prima da simplicidade.

Melancolia (Melancholia, Estados Unidos, 2011) Direção: Lars von Trier / Roteiro: Lars von Trier / Elenco: Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland / Sinopse: A vida de um grupo de pessoas é afetada de forma absoluta por um evento de proporções cósmicas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de março de 2012

Sexo Sem Compromisso

Emma Kurtzman (Natalie Portman) é uma jovem médica que certa noite aceita fazer sexo casual com Adam Franklin (Ashton Kutcher) . Embora não queira nada mais além disso o casal acaba se aproximando para algo mais, conforme os encontros vão se sucedendo. Esse foi o primeiro filme com Natalie Portman a ser lançado nos cinemas depois do grande sucesso de "Cisne Negro". Embora tenha sido filmado antes daquele, os produtores resolveram promover seu lançamento apenas após Portman vencer o seu Oscar. Seria afinal de contas uma promoção gratuita pois o nome da atriz não sairia da mídia tão cedo. Pois bem, "Sexo Sem Compromisso" foi muito esperado por tudo isso mas no final das contas foi apenas uma grande decepção para todos - inclusive para os fãs de Portman. Apesar da boa ideia, das possibilidades de se discutir a liberdade sexual da mulher nos dias de hoje, escolhendo livremente com quem sair sem necessariamente precisar sentir culpa sobre isso, "Sexo Sem Compromisso" não consegue passar de uma mera comédia romântica bem açucarada mesmo. O que poderia ser muito instrutivo acaba caindo naquele lugar comum de roteiros melosos e sem inspiração. Bem que Ivan Reitman poderia dirigir algo melhor, com mais relevância, nesse seu retorno às telas. Ao invés disso disponibilizou ao público um produto descartável e esquecível. Uma pena.

Natalie Portman continua linda e carismática. Sua personagem não tem qualquer profundidade ou possibilidade de dar a ela alguma chance de atuar melhor. Sem material bom em mãos não a culpo por no final dar ao seu público apenas uma interpretação de rotina, no controle remoto. De fato esse papel não fará nenhum diferença em sua filmografia. Já Ashton continua o mesmo ator medíocre de sempre, repetindo até a exaustão seu tipo que vem interpretando desde o seriado "That´s 70 Show". Aliás ele só consegue interpretar esse personagem mesmo, do tipo sujeito "meninão abobado" que mesmo envelhecido na idade mais parece um adolescente boboca. Não quero afirmar nada mas me parece que o Ashton no fundo só sabe fazer ele mesmo nas telas. A sensação que tenho é que ele é mais uma celebridade vazia do que um profissional de verdade. Ator não é, pelo visto. Em suma,"Sexo Sem Compromisso" não entrega o que promete. Não é em essência uma boa comédia romântica e nem muito menos desenvolve os bons temas que estão em seu roteiro. No fundo é apenas talento desperdiçado da grande atriz Natalie Portman. Do jeito que ficou o filme é que é sem compromisso, vazio, destituído de qualquer importância. Dispense sem sentimento de culpa.

Sexo Sem Compromisso (No Strings Attached, Estados Unidos, 2011) Direção Ivan Reitman / Roteiro: Elizabeth Meriwether, Michael Samonek / Elenco: Natalie Portman, Ashton Kutcher, Kevin Kline / Sinopse: Emma Kurtzman (Natalie Portman) é uma jovem médica que certa noite aceita fazer sexo casual com Adam Franklin (Ashton Kutcher) . Embora não queira nada mais além disso o casal acaba se aproximando para algo mais, conforme os encontros vão se sucedendo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Para Sempre

A jovem Paige (Rachel McAdams) sofre um sério acidente de carro e perde sua memória mais recente. Ela esquece dos últimos anos de sua vida, embora não tenha perdido a lembrança sobre sua família, seus pais e seu antigo namorado. O problema central é que ela não se lembra de seu marido, nem do casamento, absolutamente nada que envolva esse relacionamento. A premissa vai fazer você se lembrar imediatamente de um antigo filme com Drew Barrymore e Adam Sandler chamado "Como se Fosse a Primeira Vez". Realmente são argumentos semelhantes pois assim como naquele, aqui o marido (interpretado por Channing Tatum) vai tentar reconquistar o amor de sua vida. A diferença básica é que o filme de Adam Sandler era uma comédia enquanto "Para Sempre" se leva bem mais à sério. O enredo inclusive é baseado em fatos reais de um casal de Chicago (que também serve de bom cenário para esse drama romântico moderno). O tom da produção, como não poderia deixar de ser, é bem romântico, o que provavelmente irá agradar muito mais ao público feminino que tem muito mais sensibilidade do que os homens, que só assistirão ao filme mesmo por insistência das namoradas.

O filme é estrelado por Rachel McAdams que parece ter alcançado melhores papéis depois do sucesso de "Meia Noite em Paris". Ela é bonita e carismática e se sai bem. O que faltou mesmo a ela em cena foi um partner melhor, pois o tal de Channing Tatum não ajuda. Ele definitivamente não está bem em seu personagem pois aparece travado, sem expressividade, apático. Para quem vive um momento tão delicado em sua vida era de se esperar do papel grandes momentos de dramaticidade mas Tatum não consegue disponibilizar nada para o público, uma decepção! Ele não tem presença e surge sempre de forma tosca em suas intervenções. Melhor se sai Scott Speedman como o antigo namorado de Paige. O antigo galã de Felicity acaba roubando a cena do bobão Tatum. O filme foi dirigido por Michael Sucsy que é praticamente um novato no mundo do cinema. Já o conhecia da ótima produção da HBO, "Grey Gardens". Ainda não foi nesse "Para Sempre" que ele conseguiu despontar mas quem sabe nos anos que virão não possa desenvolver um trabalho melhor. Em conclusão "Para Sempre" não é um excelente romance mas é mediano, passável e indicado para os mais românticos. Se é o seu caso arrisque, possa ser que você venha a gostar.

Para Sempre (The Vow, Estados Unidos, 2012) Dureção: Michael Sucsy / Roteiro: Jason Katims, Abby Kohn / Elenco: Rachel McAdams, Channing Tatum, Sam Neill, Scott Speedman / Sinopse: A jovem Paige (Rachel McAdams) sofre um série acidente de carro e perde sua memória mais recente. Ela esquece dos últimos anos de sua vida, embora não tenha perdido a lembrança sobre sua família, seus pais e seu antigo namorado. O problema central é que ela não se lembra de seu marido, nem do casamento, absolutamente nada que envolva esse relacionamento.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Help!

Eu já peguei muita briga com fãs dos Beatles. Esses são tipos esquisitos que acreditam piamente que o grupo inglês inventou a música e nada existiu antes e nem depois deles. Eu posso falar porque ouço Beatles há mais de 30 anos então bagagem não me falta - nem de audição e nem de literatura pois já li muito sobre os cabeludos (hoje seriam apenas franjinhas, however). Escolhi Help para comentar hoje porque ele é o último álbum da fase chamada Yeah, Yeah, Yeah (ou Ié, Ié, Ié, como queiram). Aliás essa minha classificação já foi inclusive motivo de muita briga com outros fãs. Muitos acham que o disco não pode ser colocado na primeira fase porque é "revolucionário"! Mas revolucionário em quê? Aliás porque os fãs dos Beatles acham que tudo o que eles fizeram é necessariamente um marco? Caiam na real, os Beatles fizeram muita besteira também, canções tosquinhas, letras bobinhas e discos comerciais em essência, feitos para vender muito - como esse aqui, trilha sonora do filme Help! (que aliás é péssimo vamos convir).

Help não é revolucionário em nada, é um disco comercial até a medula (na Holanda sua capa vinha com uma enorme propaganda da Shell). Sim, é um produto para vender - e vendeu. Mesmo assim não deixa de ser um produto bem feito e coeso. As letras são tipicamente ié, ié, ié - "ela ama você, você me ama, todos se amam" conforme foi dito ironicamente pelo próprio John Lennon anos depois. Algumas faixas são tapa buracos mas há também grandes preciosidades no LP, entre eles aquela que talvez seja a melhor música da história do grupo, a bela "Yesterday" que é tão bem composta e executada que resistiu até mesmo à sua hiper-ultra-comercialização com mais de (dizem) mil regravações! Até cantor brega tem sua versão "iesterdei" para tocar em churrasco de casamento. Como sou chato e mala velha destaco como obras primas aqui apenas a já citada "Yesterday", "You're Going to Lose That Girl" (o trabalho de vocalização entre eles é brilhante e os arranjos pra lá de charmosos) e "Dizzy Miss Lizzy" (sim, embora nem seja uma música dos Beatles associo sua presença a um grito de socorro de Lennon pelo fim dessa fase engomadinha). Já "Help" e "Ticket to Ride", bem mais conhecidas, não me empolgam. Alguém ainda aguenta ouvir explicações de que "Help" é um pedido de socorro de Lennon afogado pela fama? Ou seria socorro pelo abuso de drogas pois ele mesmo admitiu que os Beatles por essa época tomavam drogas até no café da manhã! Estava deprimido porque ficou rico e famoso?! Faz-me rir senhor Ono! Lennon era um chorão mesmo vou te contar! Já "Ticker to Ride" me soa repetitiva e sem direção. É uma canção pop para tocar nas rádios e nada mais. Pop comercial descartável. Finalizando quero dizer que "Help" não é revolucionário, não é a sétima maravilha do mundo e nem mudou a vida como a conhecemos. Também não foi o marco zero da história da música como alguns beatlemaníacos querem fazer crer. Faz parte da fase Ié, Ié, Ié. É um álbum pop comercial (com baixo teor roqueiro pra falar a verdade) que vale por algumas pequenas (e grandes) obras primas e só. No final é bem melhor do que o filme que sendo bem sincero nem precisava existir de tão ruim que é.

The Beatles - Help! (1965)
1. Help!
2. The Night Before
3. You've Got to Hide Your Love Away
4. I Need You
5. Another Girl
6. You're Going to Lose That Girl
7. Ticket To Ride
8. Act Naturally
9. It's Only Love
10. You Like Me Too Much
11. Tell Me What You See
12. I've Just Seen A Face
13. Yesterday
14. Dizzy Miss Lizzy

Pablo Aluísio.

Colega de Quarto

Jovem estudante (Laighton Messter) se torna obcecada por sua colega de quarto (Minka Kelly) e começa a interferir de forma violenta em sua vida pessoal. O filme não é tão ruim como eu esperava. Tem coisas boas em um roteiro simples, tipicamente escrito para produções B de suspense. As duas atrizes, Minka Kelly e Leighton Meester, são estrelinhas da tv e não fizeram muito feio. A Leighton já desfila sua cara de "gatinha malvada" no seriado teen "Gossip Girl" e por isso ela de certa forma apenas repetiu os biquinhos e caras de malvadinha do seriado. Já a Minka Kelly faz a garota normal da dupla. Sobrou ponta até para outra estrelinha, Nina Dobrev de The Vampire Diaries.

Completando o elenco um presente para os fãs de Titanic, a presença de Billy Zane, fazendo o papel de um professor de moda que ora aparenta ser gay, ora parece ser "pegador". Um personagem divertido. Enfim, o filme não é nenhuma maravilha do gênero suspense, tem clichês a torta e a direita (até cena de ataque de psicopata no chuveiro como em Psicose tem) e cara de produção que vai parar direto em DVD mesmo, mas consegue manter o interesse por causa do elenco de gatinhas com olhos de mangá! É um "Greek encontra Pânico" no final das contas. Para os que gostam de seriados americanos não deixa de ser no mínimo curioso.

Colega de Quarto (The Roommate, Estados Unidos, 2011) Direção: Christian E. Christiansen / Roteiro: Sonny Mallhi, Nick Bylsma / Elenco: Minka Kelly, Leighton Meester, Cam Gigandet / Jovem estudante (Laighton Messter) se torna obcecada por sua colega de quarto (Minka Kelly) e começa a interferir de forma violenta em sua vida pessoal.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de março de 2012

A Promessa

Curiosamente um filme que apesar de seus méritos segue pouco conhecido e comentado. Em "A Promessa" o diretor Sean Penn mostra que tem bastante talento em contar enredos edificantes. Jack Nicholson está excelente na pele do policial Jerry Black, um sujeito que em plena aposentadoria resolve solucionar o último caso de sua carreira, custe o que custar. O filme lida com um serial killer pedófilo especializado em assassinar garotinhas de nove anos. Seu modus operandi é sempre o mesmo e com base nisso o personagem de Nicholson não medirá esforços para pegar o verdadeiro assassino. Sua caça beira às raias da obsessão pessoal e o diretor joga muito bem com essa dualidade, deixando o espectador sem saber se o tira está realmente chegando perto do verdadeiro psicopata ou se está simplesmente enlouquecendo! Em essência "A Promessa" vem para confirmar o talento de Sean Penn para a direção. Esse aliás foi apenas seu terceiro filme e o primeiro a contar com uma produção de primeira linha. Seu auge como cineasta porém só aconteceria em 2007 com o precioso "Na Natureza Selvagem" que em breve irei comentar aqui.

O elenco é excepcionalmente bom. Jack Nicholson deixa seus personagens de sorriso maluco para trás e aqui interpreta um sujeito sério, um tanto angustiado e pouco amistoso. Seu trabalho é contido e na minha opinião de excelente nível. Já o elenco coadjuvante conta com nomes especiais. O principal deles é Mickey Rourke. Contracenando pela única vez ao lado de Jack em uma cena muito tocante (embora de curta duração). Vanessa Redgrave, Helen Mirren, Harry Dean Stantom e Benicio Del Toro também marcam presença, com participações pequenas mas importantes dentro da trama. É isso, "A Promessa", dez anos após seu lançamento, merece ser revisto mais uma vez pois funciona tanto como policial como drama existencial. Assista!

A Promessa (The Pledge, Estados Unidos, 2001) Diretor: Sean Penn / Roteiro: Jerzy Kromolowski, Mary Olson, baseado em livro de Friedrich Dürrenmatt / Elenco: Jack Nicholson, Benicio Del Toro, Aaron Eckhart, Harry Dean Stanton, Mickey Rourke,Vanessa Redgrave, Helen Mirren / Sinopse: Jerry Black (Jack Nicholson) é um policial aposentado que resolve solucionar por conta própria o último caso de sua carreira envolvendo um serial killer pedófilo especializado em assassinar garotinhas de nove anos.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de março de 2012

Fúria Sobre Rodas

Agora é oficial: Nick Cage resolveu chutar o balde da sua carreira. Esse "Fúria sobre Rodas" é a pá de cal na argumentação dos fãs do ator que ainda tentavam defender seus últimos filmes. Depois de filmar várias bombas Nicolas Cage aqui estrela "a bomba" de sua filmografia. Pouca coisa se salva nesse "Drive Angry". O elenco inteiro é ruim, um desfile de loiras incapazes, bombados despreparados e vilões cartunescos. Nem o sujeito de terno de grife que supostamente interpreta um tipo de "anjo da morte" escapa. Tudo muito fraco, exagerado, vulgar, grotesco. Agora o mais curioso de tudo é que os últimos filmes do Cage fracassaram em todo o mundo menos no... Brasil! Isso mesmo, o ator continua lotando os cinemas por aqui, não importando a bomba que ele faça. Seus últimos cinco filmes fracassaram completamente lá fora mas foram recebidos de braços abertos em nossos cinemas. Vai entender! O público brasileiro parece ter uma fidelidade e lealdade caninas para com Cage (que diante disso já está devendo uma visita ao nosso país para agradecer).

Além dos tiros e explosões em excesso o filme tem um dos scripts mais ofensivos que já ouvi. Todo diálogo contém uma profusão de palavrões de baixo nível de deixar qualquer white trash de cabelos em pé. Há cenas absurdamente toscas, como aquela em que Nick se envolve em um tiroteio enquanto transa com uma loirinha qualquer. Mulher objeto é apelido! Em outra bebe tranquilamente champagne em um crânio de um de seus antagonistas. Os efeitos são ridiculamente mal feitos e de mal gosto - mais parece um filme amador feito em pc de quarto de nerd! E para completar a presepada o ator resolveu usar uma ridícula peruca loira que deixa tudo ainda mais ruim. No final fica a dúvida: Qual é a razão que levou Cage a se envolver numa bomba dessa magnitude? Se você gosta de filmes ruins, faça bom proveito e se esbalde!

Fúria Sobre Rodas (Drive Angry, Estados Unidos, 2011) Direção: Patrick Lussier / Roteiro: Todd Farmer, Patrick Lussier / Elenco: Nicolas Cage, Amber Heard, William Fichtner / Sinopse: Milton (Nicolas Cage) retorna do inferno para resolver alguns assuntos inacabados!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Hanna

"Hanna" é um filme completamente diferente do que eu esperava. Para falar a verdade pensei que o filme fosse mais ao estilo do antigo clássico "Sangue Sobre a Neve" mas não é nada disso. É uma nova tentativa de Hollywood em trazer algum tipo de inovação para o cansado e saturado sub gênero dos filmes de espionagem fundados em ação e tecnologia. A premissa da garotinha que foi projetada para no futuro se tornar um tipo de super agente me lembrou imediatamente de Nikita, aquele filme com Bridget Fonda que anos depois virou seriado de TV pela Warner (coisa que acredito vá acontecer com Hanna mais cedo ou mais tarde pois o enredo é adequado para esse tipo de formato). Em termos de roteiro e argumento "Hanna" não tem muitas novidades. O ponto positivo é que mesmo superficialmente tenta-se trazer alguma profundidade para o personagem da garotinha mas tirando isso o resultado é vazio mesmo.

A melhor coisa desse filme é a presença das boas atrizes Saoirse Ronan e Cate Blanchett. A Ronan faz o papel de Hanna. É uma jovem atriz bem talentosa que já tnha me chamado a atenção desde que a vi pela primeira vez em "Desejo e Reparação". Depois disso ela ainda fez bons filmes como "Um Olhar no Paraíso". É muito promissora e sempre mostra boa presença e carisma. Já Cate Blanchett repete de certa forma o mesmo papel de espiã do mal que havia feito em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal". Até o modelito do cabelo é igual. Mesmo assim por sua bela presença em cena consegue deixar o espectador interessado, se o roteiro fosse melhor provavelmente teria brilhado mais. "Hanna" é isso, um thriller de ação nada original mas que pode ser um passatempo sem maiores compromissos se você não exigir muito. No final das contas o que mais me deixou admirado aqui foi saber que um diretor tão cult como Joe Wright (dos filmes "Desejo e Reparação" e "Orgulho e Preconceito") acabou dirigindo uma fitinha de ação como essa! Estará ele atrás do sucesso em Hollywood a qualquer preço? Quem sabe...

Hanna (Hanna, Estados Unidos, 2011) Direção de Joe Wright / Roteiro: Seth Lochhead, David Farr / Elenco: Saoirse Ronan, Cate Blanchett, Eric Bana / Sinopse: Jovem criada em uma floresta distante de nome Hanna (Saoirse Ronan) descobre que na verdade faz parte de um projeto ultra segredo do governo para a criação de super soldados do futuro.

Pablo Aluísio.

Caça às Bruxas

Depois que assisti "Aprendiz de Feiticeiro" com o Nicolas Cage fiquei com uma má vontade em relação aos seus últimos filmes que vou te contar. Quando vi o material promocional desse "Caça às Bruxas" pensei imediatamente que seria outra porcaria estrelada pelo ator, no mesmo estilo que o filme anterior. Felizmente não é bem assim. "Caça às Bruxas" não é nenhuma obra prima, não tem muita originalidade e é mais um filme de aventura infanto-juvenil com o Cage, mas pelo menos ele não é tão ruim como eu pensava. Talvez o tema (misturando cruzadas, bruxas, demônios e peste negra) tenha salvo o filme da mediocridade total. Além disso o filme conta com a presença do ator Ron Perlman (Hellboy, Sons of Anarchy) que traz um ponto positivo a mais ao filme. Ele é um intérprete bacana.

Confesso que a primeira hora de "Caça às Bruxas" não é ruim, muito pelo contrário. Até os 60 minutos iniciais o filme caminha bem, a jornada que leva a garota acusada de ser a bruxa para o monastério prende a atenção. Existem sequências bacanas como a travessia de uma ponte antiga e o ataque de lobos famintos. Além disso sempre fica a dúvida se a garota é ou não uma bruxa. O problema realmente é o desfecho do filme. Não vou contar nada mas vamos acompanhando lentamente a mediocridade dominar a cena. Para falar a verdade faltou sutileza aos realizadores, faltou inteligência no roteiro. O que parecia até mesmo um bom filme acaba virando um sub Van Helsing e isso realmente leva tudo a perder. Em resumo não foi dessa vez que o Nicolas Cage tirou o pé da cova em sua carreira.

Caça às Bruxas (Season of the Witch, Estados Unidos, 2010) Diretor: Dominic Sena / Roteiro: Braji F Schut / Elenco: Elenco: Nicolas Cage, Ron Pearlman, Stephen Campbell Moore, Robert Sheehan, Christopher Lee / Sinopse: Cavaleiro medieval do século XIV (Nicolas Cage) é designado para levar uma suspeita de magia negra até um mosteiro para ser julgada e encarcerada.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de março de 2012

O Poder e a Lei

Tive algumas surpresas ao assistir esse "O Advogado do Lincoln" (a tradução literal do título em inglês pois o personagem principal anda em um carrão Lincoln dos anos 70). Pois bem, eu pensei que o filme seria mais leve, soft, baseado numa fina ironia sobre advogados criminalistas vulgarmente conhecidos como "advogados de porta de cadeia" (nome aliás que o livro de Michael Conelly, que deu origem ao filme, recebeu no Brasil ao ser publicado). O material promocional me levou a pensar assim mas estava enganado. O Mick Haller, personagem bem interpretado pelo ator Matthew McConaughey, é certamente um espertalhão, sempre com uma carta na manga para tapear o primeiro idiota que aparecer pela frente mas o filme não se concentra nisso - e nem tenta fazer muito humor em cima desse tipo de situação. Na realidade o roteiro tem uma trama muito bem bolada, com várias reviravoltas ao longo do filme, mas tudo tratado de forma bem convencional. Certamente não vou contar nada aqui para não estragar mas de antemão é importante informar que o argumento é bem ao estilo "nada é aquilo do que aparenta ser".

"The Lincoln Lawyer" tem um bom elenco mas infelizmente há um sério problema na dupla central de atores. Matthew McConaughey apresenta um bom trabalho, inclusive trazendo para sua atuação vários maneirismos de advogados que quem atua na área conhece muito bem. A advocacia não consiste apenas em um bom desempenho processual mas também em um fino tato para lidar com todos os tipos de clientes. Nesse ponto Matthew se saí muito bem. O problema de "O Poder e a Lei" no quesito atuação tem nome: Ryan Phillippe. Sua caracterização do cliente em cena é pobre e medíocre. Esse papel que deveria ser um dos trunfos do roteiro, por causa de sua complexidade, não encontra nenhum respaldo na fraca interpretação de Ryan Phillippe. Sem profundidade, vazio em sua performance o ator quase leva tudo a perder. Fiquei imaginando Kevin Spacey nesse tipo de papel, certamente assim teríamos uma pequena obra prima em mãos mas infelizmente não é isso que acontece. De qualquer forma, mesmo com esse sério problema, o filme consegue prender a atenção, mesmo que tenha um clímax um pouco apressado - e mal direcionado. Certamente "O Poder e a Lei" não pode ser comparado com os grandes filmes de tribunal do passado mas de maneira em geral pode se tornar um bom entretenimento caso você não exija muito.

O Poder e a Lei (The Lincoln Lawyer, Estados Unidos, 2011) Direção: Brad Furman / Roteiro: John Romano baseado no livro de Michael Connelly / Elenco: Matthew McConaughey, Marisa Tomei, Ryan Phillippe / Sinopse: Mick Haller (Matthew McConaughey) é um advogado criminalista que é contratado para defender o jovem Louis Roulet (Ryan Phillippe) de família rica e tradicional na cidade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Blade Runner - O Caçador de Andróides

Não poderia deixar passa em branco o aniversário de lançamento de Blade Runner. O filme estreou há exatos 30 anos. É assustador como o tempo passa rápido! E é justamente sobre o tempo que Blade Runner lida em seu roteiro. Na trama um grupo de Replicantes (seres artificiais que são criados para os trabalhos pesados que os humanos não querem mais fazer) se revoltam e tentam fugir. Seu tempo de vida (ou existência) é muito curto, eles possuem uma consciência e se ressentem pelo fato de que em breve simplesmente deixarão de existir. Harrison Ford (no auge de sua popularidade) interpreta um Blade Runner, uma espécie de caçador futurista desses seres que ousam se rebelar contra seus mestres (e criadores) humanos. O filme foi um fracasso de bilheteria em sua estréia e aos poucos foi ganhando o status que hoje possui. Na época não tive a oportunidade de assistir Blade Runner nos cinemas (era jovem demais para isso) mas ainda alcancei sua repercussão quando foi lançado com grande pompa no mercado de vídeo (ainda no sistema do antigo VHS). É engraçado porque aluguei o filme mesmo sendo aconselhado a não fazer por amigos que tinham achado o filme "chato" demais. Uma opinião bem normal para um grupo de garotos da década de 80. Mesmo assim assisti e tive uma boa impressão. 

Claro que por ser muito jovem não consegui na época compreender e captar todas as nuances do roteiro, seu aspecto existencial e sua carga filosófica mas não esqueci do impacto das belas imagens e da estória pouco convencional. Seu clímax também me impressionou bastante. Era algo realmente novo, diferente e aquilo tudo me marcou, ficando em meu inconsciente por anos e anos. Só muito tempo depois quando revi a produção numa idade mais adulta pude entender o excelente subtexto do filme, sua mensagem intrínseca sobre a efemeridade da vida, do dilema de sabermos sobre a finitude de nossa existência e a passageira experiência que no fundo se resume a nossa vida material. Quando se é muito jovem a questão da brevidade de nossas vidas é algo completamente sem importância. Os jovens realmente possuem essa idéia vaga de que são eternos e indestrutíveis. Isso só vai ganhando maior foco depois com o passar dos anos, quando a morte e sua possibilidade vai ficando cada vez mais presente. O que antes era algo muito remoto começa a rondar, inclusive no cessar de vidas de nossos parentes mais próximos e queridos. E isso é algo que os Replicantes do filme entendem bem pois sua existência é muito curta e eles convivem com isso desde muito cedo. Retratados como vilões os Replicantes de Blade Runner lutam apenas por uma existência digna no pouco tempo que lhes restam. De certo modo eles são mais virtuosos e profundos que os humanos que os perseguem. A proximidade com a finitude de suas existências leva ao enriquecimento interior. E no meio de todas essas questões metafísicas e existenciais está o tempo, implacável. Philip K. Dick, morto antes da finalização do filme, sabia muito bem disso e tentou passar através de seus escritos essa mensagem. Essa é em essência a grande mensagem do filme. A vida é um presente, um singular momento dentro da existência do universo, mas ao mesmo tempo é muito efêmera, passageira, fugaz. Embora cruel o fato é que todos devem aproveitar cada minuto de suas vidas pois ele pode ser o último. Assista Blade Runner e reflita sobre isso.  

Blade Runner (Blade Runner, Estados Unidos, 1982) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Hampton Fancher, David Webb Peoples baseado na novela "Do Androids Dream of Electric Sheep?" de Philip K. Dick / Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Daryl Hannah, Sean Young / Sinopse: Rick Deckard (Harrison Ford) é um caçador de andróides que sai no encalco de Roy (Rutger Hauer), um Replicante fugitivo.  

Pablo Aluísio.

Entre Dois Amores

Nunca o continente africano foi tão bem fotografado como nesse filme! Longas cenas em plano aberto me fizeram sentir in loco! Além da belíssima direção de fotografia a maravilhosa trilha sonora de John Barry complementa e embeleza ainda mais as belas tomadas da natureza local. Esse é um filme que apesar de ser relativamente recente (foi produzido nos anos 80) traz a linguagem dos grandes filmes clássicos dos anos 40 e 50. O personagem Denys (interpretado muito bem por Robert Redford) poderia facilmente ser um daqueles inesquecíveis aventureiros interpretados pelos mitos da época dourada de Hollywood como Humphrey Bogart ou Errol Flynn. Não é à toa que toda a história (que foi baseada em fatos reais) se passa logo no auge do colonialismo inglês na África. A baronesa Karen Blixen (Meryl Streep) que vai até lá fundar uma fazenda de plantação de café também me lembrou de várias e várias personagens do passado interpretadas pelo mito Katherine Hepburn. Aqui uma não menos talentosa atriz dá vida e brilho ao papel, a mega oscarizada Meryl Streep.

Completando o clima de nostalgia só mesmo um grande cineasta do porte de Sydney Pollack poderia se sair tão bem com um material como esse. Sua direção me lembrou das técnicas de Howard Hawks ou John Ford. Tanto cuidado em sua produção se refletiu imediatamente na noite do Oscar. O filme venceu nas categorias Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Fotografia, Trilha Sonora Original, Direção de Arte e Som. Como se não bastasse a fita teve ótimo resultado comercial com uma bilheteria que ultrapassou os 200 milhões de dólares (um excelente número para a década de 1980). "Entre dois Amores" é isso, um filme contemporâneo com o charme e o estilo dos antigos clássicos. O resultado final é não menos do que ótimo.

Entre Dois Amores (Out Of Africa, Estados Unidos, 1985) Direção de Sydney Pollack / Roteiro de Kurt Loedtka baseado no livro de memórias de Karen Blixen e Judith Thurman / Elenco: Robert Redford, Meryl Streep, Klaus Maria Brandauer / Sinopse: Karen Blixen (Meryl Streep) vai até a distante África administrar e gerir uma fazenda de café. Para isso terá que enfrentar inúmeras adversidades no local. Lá conhece e se apaixona por Denys (Robert Redford) um aventureiro e caçador que atua próximo de sua plantação.

Pablo Aluísio.

Albert Nobbs

Imagine ficar órfã pelas ruas de Dublin na Irlanda no século 19, exposta a todo tipo de violência, seja moral ou sexual. A situação piora e muito se for apenas uma garotinha indefesa chegando na puberdade. Por puro instinto de sobrevivência então a pequena órfã troca de nome e de identidade sexual se transformando em um personagem chamado Albert Nobbs. Passando por um garoto as chances de sofrer mais agressões automaticamente diminuem. Essa é a premissa extremamente instigante do novo filme do diretor Rodrigo Garcia, um talentoso cineasta que só agora está despontando para filmes de maior repercussão. Como todos já sabemos, pelas indicações e prêmios, o filme tem uma estrela que o domina da primeira à última cena: Glenn Close. Seu trabalho como o tímido e estranho Nobbs impressiona certamente. Na minha opinião grandes atuações são aquelas em que os intérpretes conseguem sumir dentro de seus personagens. É justamente o que ocorre aqui. Glenn Close desaparece de cena e só conseguimos visualizar o garçom Albert Nobbs. Que grande talento tem essa atriz! Infelizmente não teve o reconhecimento que merecia pois em um ano extremamente competitivo na categoria foi superada por Meryl Streep em "Dama de Ferro", um filme fraco com uma atuação monstruosa da atriz americana fazendo a primeira ministra inglesa Margareth Thatcher.

Se não fosse por essa infeliz coincidência Glenn Close certamente teria levado o prêmio da Academia. Seria mais do que merecido uma vez que o projeto da produção foi fruto de muito empenho pessoal da própria atriz. Lutando por financiamento ela foi à luta para levar esse texto para as telas. Está inclusive creditada como uma das roteiristas. Sua história com Albert Nobbs vem de longe pois há muitos anos Close interpretou o mesmo papel no teatro. Certamente pela riqueza do texto ela sabia que tinha uma potencial obra prima em mãos. Seus esforços são dignos de aplausos. Tudo é de muito bom gosto no filme - figurinos, reconstituição de época, cenários, tudo impecável. O elenco de apoio também está brilhante com destaque para Janet McTeer que também recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor atriz coadjuvante por seu papel de Mr. Page. Em conclusão é isso, "Albert Nobbs" traz excelentes questões sobre identidade sexual, abandono, sonhos, projetos de vida, pobreza e de quebra mostra que a estratificada sociedade britânica pode ser tão cruel como a de qualquer outro país periférico do terceiro mundo. Está mais do que recomendado.

Albert Nobbs (Albert Nobbs, Reino Unido / Irlanda, 2012) Direção: Rodrigo García / Roteiro: Glenn Close, John Banville baseado no conto de George Moore / Elenco: Glenn Close, Mia Wasikowska, Aaron Johnson, Janet McTeer / Sinopse: No Século XIX Albert Nobbs (Glenn Close) é um garçom de um hotel na cidade de Dublin. Lá conhece Hubert Page (Janet McTeer), um trabalhador que eventualmente faz serviços no hotel onde trabalha. Para sua surpresa descobre que assim como si próprio o Sr. Page também tem um grande segredo a esconder.

Pablo Aluísio.

Rango

Rango (voz de Johnny Depp) é um réptil de estimação que após um acidente vai parar numa estrada no meio do deserto. Lutando pela sobrevivência vai parar em uma cidadezinha habitada por pequenos animais como ele. Todos são controlados por um poderoso manda chuva local que detém o bem mais precioso de lá: a água! Gostei do resultado dessa animação Rango. Tive algumas reservas mas penso que são mais tópicas. Tecnicamente, como não poderia deixar de ser, a animação é muito bem feita. Curiosamente não existem personagens "fofinhos", pois todos são, em maior ou menor grau, baseados em animais exóticos, que geralmente não aparecem com frequência no cinema americano. Um exemplo é o próprio Rango, um lagarto, camaleão ou seja lá o que ele for. O roteiro é bem bolado mas achei uma certa semelhança entre o argumento desse filme e o de "Vida de Inseto" da Pixar. Ambos trazem personagens que, com ares de teatralidade, acabam enganando uma cidade inteira os levando a pensar que eles são "protetores" ou "justiceiros", que vão lhe salvar do perigo eminente. No fundo são apenas "farsantes" bem intencionados.

De qualquer forma o que me fez mesmo gostar de Rango são as várias citações e referências aos clássicos filmes de western. Não é segredo para ninguém que sou fã do gênero, então ver todos aqueles personagens e cenas que nada mais são do que homenagens aos grandes flmes de faroeste me fez manter ainda mais o interesse no que viria a acontecer. A estorinha obviamente é bobinha, derivativa mas mesmo assim mantive a atenção. Enfim, Rango é um ótimo passatempo para a criançada e servirá até mesmo para apresentar os pequenos aos ícones dos antigos bang bangs. Só por isso já vale a pena.

Rango (Rango, Estados Unidos, 2011) Direção: Gore Verbinski / Roteiro: John Logan, John Logan / Elenco: Johnny Depp, Isla Fisher, Timothy Olyphant / Sinopse: Rango (voz de Johnny Depp) é um réptil de estimação que após um acidente vai parar numa estrada no meio do deserto. Lutando pela sobrevivência vai parar em uma cidadezinha habitada por pequenos animais como ele. Todos são controlados por um poderoso manda chuva local que detém o bem mais precioso de lá: a água!

Pablo Aluísio.