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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Kick-Ass - Quebrando Tudo

Dentro do lamaçal de filmes medíocres em que Nicolas Cage tem se envolvido ultimamente esse "Kick-Ass" é uma dos poucas produções que realmente se salvam. O mérito é de seu roteiro antenado com as novas gerações, fãs de games e computador, que conseguem transitar entre todos esses meios com extrema familiaridade. Foi para esse tipo de jovem high tech que o filme foi feito. Ele une várias linguagens de meios diferentes em uma experiência cinematográfica única. Sem querer ser preconceituoso mas os mais velhos, que não cresceram imersos em tantas tecnologias ao mesmo tempo, certamente vão estranhar um pouco seu ritmo alucinado e inúmeras citações que provavelmente apenas os mais jovens vão captar. "Kick Ass" também exige uma certa postura em relação a ele. É um produto totalmente pop e obviamente não se deve levar à sério demais. É puro entretenimento sem maiores consequências. 

O resultado ficou muito divertido. Também não há como negar que também é muito violento mas é um tipo de violência diferente, estilizada ao extremo, nada verossímil. Como eu disse, não se deve levar nada do que acontece em cena à sério. Mesmo assim o mercado exibidor americano resolveu aumentar sua faixa de classificação o que achei uma medida desproporcional uma vez que a violência do filme como já disse é caricatural, quase de desenho animado, e duvido que alguém vai levar algo como aquilo à sério. Não é à toa que sua principal fonte de inspiração é o universo do mundo dos quadrinhos. O destaque da produção fica com a jovem Chloë Grace Moretz. Há tempos venho prestando nessa atriz mirim (hoje já adolescente) que vem se destacando nos filmes em que aparece, mesmo quando interpreta personagens secundários. Já tive a oportunidade de escrever sobre ela, principalmente em seu trabalho realizado no remake americano de "Deixa Ela Entrar". A garota promete. Aqui sua Hit Girl domina e ofusca todos os demais personagens e atores, até mesmo Nicolas Cage. Por falar nele o ator surge bem envelhecido em cena. Obviamente ele deve ter adorado fazer o filme. Não é segredo para ninguém que seu sonho era fazer um filme como Superman. Aliás ele é fã assumido do universo dos quadrinhos. Seu personagem é uma caricatura de Batman. "Kick Ass" foi dirigido pelo Matthew Vaughn, o que é bem adequado pois certamente soube se comunicar com essa nova geração que é o público alvo do filme. Sua proximidade com o universo dos quadrinhos parece ser a tônica de sua carreira, uma vez que já trouxe para as telas os famosos personagens de Stan Lee em "X-Men: Primeira Classe" e agora prepara a sequência "Kick-Ass 2: Balls to the Wall" atualmente em pós produção. Que venha a continuação então. 

Kick-Ass - Quebrando Tudo (Kick-Ass, Estados Unidos, 2010) Direção: Matthew Vaughn / Roteiro: Jane Goldman, Matthew Vaughn baseado nos quadrinhos de Mark Millar e John Romita Jr. / Elenco: Aaron Johnson, Nicolas Cage, Chloë Grace Moretz / Sinopse: Um grupo improvável de pessoas resolvem incorporar em suas vidas reais o estilo de vida dos super-heróis de quadrinhos. Isso acaba lhes trazendo muitos problemas mas também muita ação e aventura.  

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de março de 2012

O Garoto de Liverpool

John Winston Lennon(Aaron Johnson) é um adolescente vivendo na cidade portuária de Liverpool. Seu pai abandonou a casa e sua mãe é uma pessoa com problemas emocionais e financeiros. Sem estrutura familiar sólida o jovem vai morar na casa de sua tia Mimi que sozinha enfrenta os problemas típicos da juventude de seu sobrinho problemático. Ao lado de alguns amigos de escola resolve criar um grupo de Skiffle para tocar nas festinhas locais. A idéia de "Nowhere Boy" é mostrar John Lennon ainda na adolescência, com todos os seus problemas familiares que os fãs dos Beatles já conhecem bem (criado pela tia, tendo que enfrentar um segundo casamento da mãe e o abandono por parte de seu pai, um marinheiro que simplesmente o abandonou da noite para o dia) . No meio dessa vida caótica o jovem John alimenta um sonho distante de viver de sua música. A vida pessoal de John Lennon certamente daria material não apenas para um filme mas para vários. Sua vida pessoal foi muito interessante e em termos dramáticos não há o que reclamar pois em certos aspectos sua vida privada e familiar foi realmente um drama de Douglas Sirk.

Apesar disso e de "O Garoto de Liverpool" ser bem feito e digno o roteiro tem lá seus problemas. O garoto que faz Paul McCartney, por exemplo, é sem expressão e fraco. Muito distante da personalidade cativante e forte do grande companheiro de John nos Beatles. Outro personagem muito mal focalizado é o grande amigo de John, Stu Stutclif, uma pessoa extremamente presente em sua vida pessoal que aqui perdeu totalmente a importância. John era mais próximo de Stu do que de qualquer outra pessoa nessa fase de sua vida. O roteiro negligenciar isso é certamente uma grande falha. Apesar desses deslizes o filme pode vir a agradar aos fãs dos Beatles, muito embora nem tudo o que apareça no filme também seja verídico. Há uma certa dose de liberdades históricas que o diretor tomou que soam incômodas. Por exemplo, John nunca agrediu Paul no enterro de sua mãe, também nunca existiu a cena em que John é barrado na porta do Cavern durante uma noite de bebedeiras. Enfim, tem seus erros e acertos mas em momento algum consegue ser melhor do que "Os Cinco Rapazes de Liverpool" que tem tema semelhante mas é muito mais bem interpretado e produzido. Aquele sim é um grande filme sobre a vida de Jonn e dos Beatles em sua fase inicial. De qualquer forma fica a dica para os fãs.

O Garoto de Liverpool (Nowhere Boy, Estados Unidos, 2009) Direção: Sam Taylor-Wood / Roteiro: Matt Greenhalgh / Elenco: Aaron Johnson, Kristin Scott Thomas, Anne-Marie Duff / Sinopse: John Winston Lennon(Aaron Johnson) é um adolescente vivendo na sua cidade natal de Liverpool. Seu pai abandonou a casa e sua mãe é uma pessoa com problemas emocionais. Sem estrutura familiar sólida o jovem vai viver na casa de sua tia Mimi que sozinha enfrenta os problemas típicos da juventude de seu sobrinho problemático. Ao lado de alguns amigos de escola resolve criar então um grupo de Skiffle para tocar nas festinhas locais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Albert Nobbs

Imagine ficar órfã pelas ruas de Dublin na Irlanda no século 19, exposta a todo tipo de violência, seja moral ou sexual. A situação piora e muito se for apenas uma garotinha indefesa chegando na puberdade. Por puro instinto de sobrevivência então a pequena órfã troca de nome e de identidade sexual se transformando em um personagem chamado Albert Nobbs. Passando por um garoto as chances de sofrer mais agressões automaticamente diminuem. Essa é a premissa extremamente instigante do novo filme do diretor Rodrigo Garcia, um talentoso cineasta que só agora está despontando para filmes de maior repercussão. Como todos já sabemos, pelas indicações e prêmios, o filme tem uma estrela que o domina da primeira à última cena: Glenn Close. Seu trabalho como o tímido e estranho Nobbs impressiona certamente. Na minha opinião grandes atuações são aquelas em que os intérpretes conseguem sumir dentro de seus personagens. É justamente o que ocorre aqui. Glenn Close desaparece de cena e só conseguimos visualizar o garçom Albert Nobbs. Que grande talento tem essa atriz! Infelizmente não teve o reconhecimento que merecia pois em um ano extremamente competitivo na categoria foi superada por Meryl Streep em "Dama de Ferro", um filme fraco com uma atuação monstruosa da atriz americana fazendo a primeira ministra inglesa Margareth Thatcher.

Se não fosse por essa infeliz coincidência Glenn Close certamente teria levado o prêmio da Academia. Seria mais do que merecido uma vez que o projeto da produção foi fruto de muito empenho pessoal da própria atriz. Lutando por financiamento ela foi à luta para levar esse texto para as telas. Está inclusive creditada como uma das roteiristas. Sua história com Albert Nobbs vem de longe pois há muitos anos Close interpretou o mesmo papel no teatro. Certamente pela riqueza do texto ela sabia que tinha uma potencial obra prima em mãos. Seus esforços são dignos de aplausos. Tudo é de muito bom gosto no filme - figurinos, reconstituição de época, cenários, tudo impecável. O elenco de apoio também está brilhante com destaque para Janet McTeer que também recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor atriz coadjuvante por seu papel de Mr. Page. Em conclusão é isso, "Albert Nobbs" traz excelentes questões sobre identidade sexual, abandono, sonhos, projetos de vida, pobreza e de quebra mostra que a estratificada sociedade britânica pode ser tão cruel como a de qualquer outro país periférico do terceiro mundo. Está mais do que recomendado.

Albert Nobbs (Albert Nobbs, Reino Unido / Irlanda, 2012) Direção: Rodrigo García / Roteiro: Glenn Close, John Banville baseado no conto de George Moore / Elenco: Glenn Close, Mia Wasikowska, Aaron Johnson, Janet McTeer / Sinopse: No Século XIX Albert Nobbs (Glenn Close) é um garçom de um hotel na cidade de Dublin. Lá conhece Hubert Page (Janet McTeer), um trabalhador que eventualmente faz serviços no hotel onde trabalha. Para sua surpresa descobre que assim como si próprio o Sr. Page também tem um grande segredo a esconder.

Pablo Aluísio.