Mostrando postagens com marcador Kevin Costner. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Kevin Costner. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Os Treze Dias Que Abalaram o Mundo

Hoje em dia os jovens nem sabem mais o que foi a União Soviética mas na década de 60 essa união de repúblicas do leste europeu e Ásia sob o domínio de Moscou representou a mais séria ameaça ao poderio norte-americano. Ambas as nações detinham grandes arsenais nucleares e o mundo vivia sob uma tensão inacreditável de viver um conflito armado de proporções épicas. Esqueça o louco da Coréia do Norte, naquela época o desastre de uma guerra nuclear era algo palpável e real e não delírios de um jovem inexperiente tentando se firmar para o mundo e seu próprio exército. Dentre todas as crises que viveram a mais séria delas foi justamente a chamada “crise dos mísseis de Cuba”. Durante o governo do presidente John Kennedy (1917 - 1963) o premie soviético Nikita Khrushchev (1894 - 1971) teve uma idéia infeliz. Levar mísseis nucleares intercontinentais para serem instalados em Cuba, já sob o regime ditadorial comunista de Fidel Castro. A proposta era manter um arsenal nuclear bem no quintal dos Estados Unidos, uma ameaça que o governo americano simplesmente não aceitaria.

É justamente sobre os 13 dias que duraram essa queda de braço entre Estados Unidos e União Soviética que o filme trata. A marinha americana fez um bloqueio naval a Cuba, com ordens de impedir que navios soviéticos desembarcassem na ilha de Fidel Castro armamentos e mísseis nucleares. A possibilidade de um confronto direto entre as duas superpotências nucleares colocou o mundo diante da possibilidade de uma guerra nuclear. Kennedy, considerado um inexperiente e fraco líder por Khrushchev, não admitia a possibilidade de instalação de armas nucleares soviéticas tão próximas aos Estados Unidos. Particularmente aprecio bastante esse filme, pela forma inteligente que o roteiro desenvolve toda a situação. Em um elenco excepcionalmente bom eu destaco a atuação de Kevin Costner. O ator é muito adequado e sempre se sai muito bem nesses dramas históricos (vide sua atuação em “JFK a Pergunta Que Não quer Calar” de Oliver Stone). O diretor Roger Donaldson também encontrou um tom muito bom para o filme em si, sem cair na armadilha fácil do ufanismo. Retrata um fato histórico com isenção e neutralidade, o que é de se admirar. Enfim, um grande trabalho de resgate de um dos momentos mais tensos da história mundial. Para quem gosta de política internacional e seus desdobramento o filme se torna essencial.

Os Treze Dias Que Abalaram o Mundo (Thirteen Days, Estados Unidos, 2000) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: : David Self / Elenco: Kevin Costner, Bruce Greenwood, Steven Culp, Dylan Baker, Michael Fairman / Sinopse: O filme retrata passo a passo os acontecimentos da chamada “Crise dos Mísseis de Cuba” quando a União Soviético tentou instalar uma base de armamentos nucleares a poucos quilômetros dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Um Mundo Perfeito

Nas décadas de 80 e 90 Clint Eastwood finalmente teve o devido reconhecimento como cineasta. Antes ele era visto apenas como um ator de sucesso que exibia certo talento e eficiência na direção de seus filmes. Essa visão mudou definitivamente com o aclamado “Os Imperdoáveis” que mostrou toda a maturidade de Eastwood como realizador autoral. Após voltar rapidamente para os filmes mais comerciais em “Na Linha de Fogo” Clint resolveu voltar sua atenção para dois roteiros que realmente mexeram com ele. O primeiro seria a adaptação de “As Pontes de Madison” que marcou bastante sua filmografia. Antes disso porém decidiu filmar “A Perfect World“ onde Clint procuraria voltar a um tipo de cinema mais nostálgico, como aquelas antigas películas policiais do começo da década de 1960. Inspirado em algumas produções estreladas por Kirk Douglas e Steve McQueen, Eastwood tentou revitalizar um tipo de filme que já não era mais produzido, bem à moda antiga. Uma melancolia atravessaria todo o enredo, algo muito característico daqueles anos.

Na trama um fugitivo da prisão estadual, Butch Haynes (Kevin Costner), é implacavelmente perseguido pelo xerife durão Red Garnett (Clint Eastwood). Desesperado para escapar ele acaba cometendo um ato impensado ao entrar em uma casa levando como refém um pequeno garoto de apenas sete anos, Phillip (T.J. Lowther). O que deveria ser uma situação limite, de terror extremo, acaba surpreendendo a todos quando nasce uma improvável amizade entre o garotinho e o bandido em fuga. Inicialmente Clint Eastwood só iria dirigir o filme. Ele esperava colocar seu amigo Tommy Lee Jones no papel de xerife mas acabou voltando atrás após ser convencido por Kevin Costner de que o personagem era ideal para ele, Clint, o protótipo do policial linha dura do cinema (impossível esquecer, por exemplo, seu famoso Dirty Harry). O resultado sem dúvida é excepcionalmente bom. A despeito da trama ser simples, com desdobramentos até previsíveis, a parceria Costner / Eastwood se revela perfeita. Kevin Costner, não habituado a interpretar vilões, traz toda uma carga emocional ao seu personagem, algo que faz toda a diferença do mundo. Já Eastwood simplesmente arrasa como um cowboy fora de época que ainda pretende resolver tudo com uma arma fumegante. Não assistiu ainda? Pois então fica a dica de “Um Mundo Perfeito”, um grande momento nas carreiras de Costner e Eastwood.

Um Mundo Perfeito (A Perfect World, Estados Unidos, 1993) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: John Lee Hancock / Elenco: Kevin Costner, Clint Eastwood, Laura Dern / Sinopse: Fugitivo (Kevin Costner) é perseguido por um policial durão (Clint Eastwood) e no caminho acaba fazendo de refém um pequeno garoto de apenas sete anos de idade.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de março de 2013

Sorte no Amor

Depois do sucesso em “Os Intocáveis” o ator Kevin Costner se tornou o astro mais quente em Hollywood. Vários papéis em filmes de destaque lhe foram oferecidos nesse período mas ele os recusou em série. Na verdade Costner queria algo menos pretensioso, um filme pequeno, menor, mas com bom roteiro. Curiosamente ele voltaria ao tema do beisebol (que iria explorar mais uma vez na carreira em “Campo dos Sonhos”). O filme “Sorte no Amor” é exatamente isso. Uma comédia romântica sem qualquer pretensão, ambientada no mundo do beisebol. Na verdade era um projeto bem pessoal do casal Susan Sarandon e Tim Robbins que começou bem pequeno mas que ganhou ares de grande produção com a entrada de Costner no projeto. O filme narra a chegada de um jogador veterano, Crash Davis (Kevin Costner), em uma pequena cidade da Carolina do Norte para integrar o modesto time local. Lá ele entra em contato com Annie (Susan Sarandon) uma grande fã do esporte que logo se sente atraída pelo novo membro da equipe. A partir daí já sabemos de antemão o que vai acontecer.

O roteiro brinca com a mitologia de um dos esportes mais queridos dos americanos, fazendo uma ponte entre o sentimento religioso do povo americano com a paixão de alguns devotam pelo beisebol. Kevin Costner está completamente à vontade no papel. Esse de fato foi seu primeiro filme nesse estilo, onde ele basicamente interpretava um personagem galã e bonitão. Com figurino estilizado o ator realmente surpreende e se dá muito bem com sua parceira em cena, Susan Sarandon, aqui investindo sem pudores em seu lado mais sensual. A fita foi extremamente barata (orçamento de meros sete milhões de dólares) e rendeu mais de 50 milhões no mercado interno, um ótimo resultado. Tudo fruto do crescente interesse do público americano pelo ator Kevin Costner. O bom resultado garantiu inclusive o lançamento da película nos cinemas brasileiros, algo raro de acontecer em filmes sobre beisebol pois o público brasileiro sempre pareceu ter aversão a produções sobre esse esporte. Mas não se preocupe sobre isso. Quem não entende nada do beisebol pode ficar tranqüilo pois ele aqui funciona apenas como pano de fundo. O tema central é realmente o relacionamento entre os personagens principais. Como romance o filme se sai muito bem e por isso deixo a recomendação. “Sorte no Amor”, uma bela produção da década de 80 com Kevin Costner no auge de sua popularidade.

Sorte no Amor (Bull Durham, Estados Unidos, 1988) Direção: Ron Shelton / Roteiro: Ron Shelton / Elenco: Kevin Costner, Susan Sarandon, Tim Robbins / Sinopse: jogador veterano chega em pequena cidadezinha da Carolina do Norte para participar da modesta equipe local de beisebol. De quebra acaba se apaixonando por uma fã do esporte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

JFK A Pergunta Que Não Quer Calar

Após a morte do Presidente John F. Kenney na cidade de Dallas no ano de 1963 um ousado e esforçado promotor público chamado Jim Garrison (Kevin Costner) inicia uma longa jornada em busca da verdade dos fatos. Para ele nada do que afirma a versão oficial pode ser admitido como verdade do que realmente aconteceu. Para Garrison há toda uma rede conspiratória envolvendo a morte do líder máximo da nação norte-americana. Mas afinal quem realmente matou o presidente John Kennedy? A versão oficial afirma que o presidente americano foi morto por Lee Oswald, que agindo sozinho resolveu liquidar o político durante uma visita amigável ao Texas. Andando pelas ruas de Dallas em carro aberto, acenando para os que o saudavam nas calçadas durante seu trajeto, o líder do chamado mundo livre ficou a mercê de qualquer um que o usasse como alvo. Lee Oswald, um ex-fuzileiro naval que havia morado na Rússia por algum tempo o transformou em seu alvo. Ele agiu sozinho, sem ajuda de ninguém. Exímio atirador, subiu até um edifício onde se armazenavam livros escolares e de lá matou o presidente que vinha passando em frente a sua janela. Sua mira foi praticamente perfeita. Após atingir o presidente no pescoço deu um novo tiro que atingiu a cabeça do presidente. Foi o tiro fatal. Dias depois ao ser levado para uma cadeia próxima, Oswald foi assassinado por Jack Ruby, um membro de baixo escalão da máfia local. Isso é resumidamente tudo o que se apurou nas investigações oficiais. Os americanos ficaram tão perplexos com tudo o que aconteceu que simplesmente nunca acreditaram plenamente nessa versão oficial. Dois em cada três americanos acreditam que Kennedy foi vítima de uma conspiração sem tamanho, envolvendo figurões, agências governamentais, a Máfia, os russos, Fidel Castro e tudo o mais que você possa imaginar. Até teorias envolvendo OVNIS e Kennedy já foram criadas. Não há limites para a imaginação. Foi justamente nesse mundo de conspirações e intrigas que Oliver Stone resolveu ambientar seu “JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar”.

Esse filme causou grande repercussão em seu lançamento. Não é para menos pois se propunha a jogar uma luz nesse grande mistério. O problema é que JFK, o filme de Stone, acaba por não responder pergunta nenhuma. O cineasta jogou todas as teorias em seu roteiro, misturou bem, adicionou gasolina para criar uma polêmica interminável e não chegou a nenhuma conclusão. O problema é esse, Stone simplesmente não quis se comprometer. Tudo fica no ar, envolto em mistérios, então depois de ficarmos tanto tempo vendo sua visão (o filme tem longa duração) nos sentimos enganados por ver que tudo aquilo simplesmente não chega a lugar nenhum. Outro grave defeito de JFK é que ele passa longe de ser uma produção historicamente correta. O promotor interpretado por Kevin Costner no filme é muito diferente da pessoa real. No filme ele é retratado como um herói. Na vida real era uma pessoa fascinada com o mundo das conspirações em torno de Kennedy, um aficcionado no assunto. Porém tal como o filme morreu sem chegar a conclusão nenhuma. A tal pergunta que não quer calar definitivamente não foi respondida com essa obra cinematográfica que é boa para levantar a poeira das teorias e teses intermináveis que foram criadas durante todos esses anos, mas totalmente pífia em apresentar resultados concretos. Atirando para todos os lados sem acertar em nada o filme falha completamente em suas pretensões.

JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar (JFK, Estados Unidos, 1991) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Oliver Stone, Zachary Sklar / Elenco: Kevin Costner, Gary Oldman, Jack Lemmon, Vincent D'Onofrio, Sissy Spacek, Joe Pesci, Walter Matthau, Tommy Lee Jones, John Candy, Kevin Bacon, Donald Sutherland / Sinopse: Após a morte do Presidente John F. Kenney na cidade de Dallas no ano de 1963 um ousado e esforçado promotor público chamado Jim Garrison (Kevin Costner) inicia uma longa jornada em busca da verdade dos fatos. Para ele nada do que afirma a versão oficial pode ser admitido como verdade do que realmente aconteceu. Para Garrison há toda uma rede conspiratória envolvendo a morte do líder máximo da nação norte-americana. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Fotografia e Melhor Edição. Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Direção para Oliver Stone.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

3000 Milhas Para o Inferno

Covers de Elvis Presley, centenas deles, todos em Las Vegas para uma convenção mundial de imitadores do Rei do Rock! É justamente nesse mar de jumpsuits e colarinhos levantados que Michael Zane (Kurt Russell) e Thomas Murphy (Kevin Costner), líderes de uma gangue de criminosos barra pesada, decidem agir. Seu alvo é o milionário e luxuoso Riviera Hotel & Cassino! O plano é se misturar aos covers, roubar o dinheiro e depois sumir da forma mais rápida e discreta possível! O problema é que entre os próprios membros do grupo há um acerto final de contas pendente! “300 Milhas Para o Inferno” é um filme de ação diferente! Pelo menos assim pensaram seus realizadores. Não há como deixar de admitir que sua ambientação se torna divertida, afinal o filme foi rodado em Las Vegas onde o Rei Elvis reinou em seus últimos anos. Claro que muitos covers são bem ridículos mas isso faz parte da diversão também. No fundo esses artistas nada mais são do que caricaturas de um tempo – a década de 1970 – em que tudo era permitido em termos de roupas e acessórios. O próprio Elvis que desde a juventude se vestia de maneira bem diferenciada, obviamente adorou o estilo e a moda daqueles anos. Depois que morreu e virou o ícone cultural que é, sua imagem se tornou um símbolo do estilo kitsch dos 70´s. E é justamente em cima desse luxo despudorado dos últimos anos de Elvis que os covers fazem a festa!

Apesar de tentar ser diferente a verdade é que “3000 Milhas Para o Inferno” só tem de diferencial mesmo os imitadores de Elvis Presley. Todo o resto, o roteiro, as cenas, os clichês, não apresentam novidades, no fundo não há nada que você já não tenha visto antes em dezenas de outras produções de ação. Claro que a música de Elvis Presley tocando o tempo todo é uma delícia mas só isso não basta para transformar essa produção em um bom filme. Kevin Costner e Kurt Russell são atores bacanas, não há como negar, mas seus personagens são bem vazios e desprovidos de um melhor tratamento. Russell está até bem mais à vontade do que Costner, uma vez que esse é o seu estilo de filme, afinal ele estrelou várias produções de ação ao longo de sua carreira. Além disso quando era apenas um garotinho ele participou de um filme de Elvis Presley! Isso mesmo! Russell já contracenou com o Rei em pessoa! Foi em 1963. Em uma cena muito engraçada ele dava uns pontapés no personagem de Elvis que queria dar em cima de uma enfermeira e precisava de uma desculpa para ir até onde ela trabalhava. Foi um chute e tanto nas canelas mais famosas da história do Rock! Já Kevin Costner aparece bem desconfortável. Não é a praia dele, que sempre preferiu trabalhar em outros gêneros, dramas em sua maior parte. Além disso a calvície pesa na hora de se vestir como Elvis Presley, que afinal de contas entrou para a história por causa de seu volumoso e brilhante topete. Enfim, chega de devaneios. “3000 Milhas Para o Inferno” é mais do mesmo. Nada de novo no front, ou melhor, em Graceland. O velho e bom Elvis merecia coisa melhor!

3000 Milhas Para o Inferno (3000 Miles To Graceland, Estados Unidos, 2001) Direção: Demian Lichtenstein / Roteiro: Demian Lichtenstein, Richard Recco / Elenco: Kurt Russell, Kevin Costner, Courteney Cox, Christian Slater, Kevin Pollak, David Arquette, Jon Lovitz, Ice-T / Sinopse: Grupo de criminosos se aproveita de uma grande convenção de imitadores de Elvis Presley em Las Vegas para cometer um grande roubo em um dos hotéis cassinos mais luxuosos da cidade.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de maio de 2012

Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões

Robin Hood segue sendo um personagem controvertido. Até hoje os historiadores não chegaram a uma conclusão definitiva se ele foi uma pessoa real que viveu na Inglaterra durante a Idade Média ou se é apenas fruto da imaginação de trovadores, poetas e prosadores medievais. O máximo que se conseguiu chegar através de documentos históricos foi a confirmação da existência de não apenas um mas de dois criminosos famosos da época que lutavam contra o terrível Xerife de Nothingham. Muito provavelmente os escritores medievais resolveram fundir ambos em apenas um personagem apenas, surgindo daí a figura lendária de Robin Hood tal como a conhecemos. Inicialmente habitando as páginas da literatura Robin logo foi adotado nos primórdios do nascimento do cinema. Não é de se admirar pois esse é seguramente um personagem talhado para a sétima arte. Nas aventuras de Robin Hood temos emoção, romance e a eterna luta do bem contra o mal. Embora medieval Robin Hood parece mesmo ter sido criado para as telas. Essa aqui é uma das versões mais simpáticas e bem realizadas. Kevin Costner no auge de sua popularidade resolveu encarar esse projeto do amigo Kevin Reynolds que trazia para o público atual as irresistíveis estórias do príncipe dos ladrões, que roubava dos ricos para dar aos pobres. O curioso é que Costner não acreditava muito no filme, confessando inclusive que o fez mais por consideração ao amigo cineasta do que por qualquer outra razão. Mal sabia ele que esse iria se tornar um de seus grandes sucessos no cinema. (sua bilheteria ultrapassou os 400 milhões de dólares, um enorme êxito para a década de 90).

E qual afinal foi a razão de tanto sucesso? Simples, o filme respeita e mantém a essência e o espírito do personagem. Robin Hood é isso: aventura, paixão e muita ação. O resultado fica bem longe do mais recente filme feito que se tornou bem chato ao se preocupar em ser historicamente correto demais. Essa produção da Warner não nega as origens do herói e se assemelha bastante até mesmo ao clássico estrelado por Errol Flynn. A trama se passa na Inglaterra medieval do século XII. Robin Hood (Kevin Costner) é um veterano das cruzadas do Rei Ricardo Coração de Leão (Sean Connery) que volta para seu lar após muitos anos na terra santa. Ao retornar descobre que sua querida terra está sob as ordens do infame Xerife de Nothingham (Alan Rickman, sempre inspirado) que não hesita em explorar e humilhar os mais pobres e humildes da região. Acusado injustamente de um crime que não cometeu Robin encontra refúgio na floresta de Sherwood onde encontra uma comunidade de foras-da-lei. Decidido a lutar contra as injustiças acaba criando um verdadeiro mito em torno de seu nome, que representará pelos séculos afora a luta do homem comum contra o poder despótico dos poderosos. Destaque para o personagem mouro Azeem em carismática interpretação de Morgan Freeman e da participação especial de Sean Connery como o mitológico rei. Sua presença no filme inclusive foi escondido do grande público para criar surpresa no espectador na cena final quando finalmente surge na tela. Assim fica a dica para quem ainda não conhece: Robin Hood com Kevin Costner, uma aventura com o sabor das antigas matinês.

Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões (Robin Hood: The Prince of Thieves, Estados Unidos, 1991) Direção: Kevin Reynolds / Roteiro: Pen Densham, John Watson / Elenco: Kevin Costner, Morgan Freeman, Mary Elizabeth Mastrantonio, Christian Slater, Alan Rickman, Geraldine McEwan, Michael McShane, Brian Blessed, Nick Brimble, Michael Wincott, Sean Connery / Sinopse: Nova versão para as aventuras do mitológico Robin Hood. Veterano das cruzadas ele é perseguido pelo Xerife de Nothingham tendo que fugir para a floresta onde começa a roubar dos ricos para dar aos pobres.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Possuída

Eu já assisti muito filme esquisito na minha vida mas como esse aqui tá difícil. O roteiro é uma das maiores misturebas que já vi, atira para todos os lados, passeia por todos os gêneros e no final não consegue acertar o alvo em nada. Começa com ecos de "Amytiville" (a casa com passado obscuro, o ranger das portas, pegadas misteriosas pela casa, a família com medo), depois vira "Cemitério Maldito" (montes de sepultamento dos nativos americanos, objetos indígenas estranhos, florestas assustadoras) e termina como uma produçãozinha B ao estilo dos anos 50 (nem vou revelar do que se trata de tão absurdo que é o clímax).

Saber que Kevin Costner foi um dos maiores astros do cinema e vê-lo em um filme como esse me deu uma certa melancolia. A produção é nitidamente modesta (tanto que praticamente não existem efeitos visuais, mas apenas sonoros), com economia em locações, elenco e tudo mais. Na maioria das cenas não se vê absolutamente nada, ficando tudo escuro, mas em compensação ouve-se de tudo, desde gemidos, gritos de macacos a elefante com dor de barriga. Pelo visto não é apenas o roteiro que é mistureba, mas os efeitos sonoros também. O diretor trocou os altos custos de efeitos especiais por jogos de luz e sonoplastia. Não deu muito certo. Também esqueçam o péssimo título "Possuída" já que não é do sobrenatural do que se trata o filme, mas algo bem mais tosco. Enfim, filme fraco, confuso, que promete muito ao longo de sua duração mas que no final só consegue entregar muito pouco.

Possuída (The New Daughter, Estados Unidos, 2009) Direção: Luiso Berdejo / Roteiro: John Travis, John Connolly / Elenco: Kevin Costner, Ivana Baquero, Samantha Mathis / Sinopse: Ao se mudar para uma nova casa o pai de família John James (Kevin Costner) percebe que há algo de muito errado com sua nova morada.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sem Saída

Hollywood muitas vezes manipula a estréia de seus filmes visando o melhor momento para se colocar nos cinemas suas produções. Uma questão de marketing. O maior exemplo desse tipo de estratégia aconteceu com “Sem Saída”. O filme foi rodado antes de “Os Intocáveis” e quando foi realizado Kevin Costner ainda não era um astro. Com as filmagens de “Os Intocáveis” ganhando cada vez mais espaço em jornais e revistas a produtora resolveu segurar “Sem Saída” por meses seguidos, esperando o resultado do filme de Brian De Palma. Assim que o filme sobre Capone chegou aos cinemas e se tornou um grande sucesso de público e crítica a Columbia então decidiu finalmente colocar em cartaz esse thriller, que afinal de contas aproveitaria a repercussão do filme anterior de Costner. Publicidade gratuita sempre é bem-vinda. Deu muito certo pois com o ator em todas as capas de jornais e revistas de cinema o interesse pela produção duplicou, fazendo com que os cinemas ficassem com lotação esgotada. É curioso notar como Kevin Costner saiu do anonimato para a fama. Sua escalada rumo ao topo realmente aconteceu da noite para o dia. Poucas pessoas o conheciam de fato mas a imprensa americana o colocou na posição de ser o novo herói da América, o novo Gary Cooper. Naquele momento ele começou a encarnar todos os maiores valores da América. Seu rosto começou a estampar revistas como a Time, a Newsweek e Kevin Costner virou um astro. Foi justamente nessa época que “Os Intocáveis” e “Sem Saída” entraram em cartaz.

Tanto um como o outro foram muito bem recebidos pela crítica. Não é para menos, são realmente filmes muito bons, excelentes produções em seus respectivos gêneros. Se “Os Intocáveis” revitalizava os chamados filmes de gangsters, “Sem Saída” era um ótimo thriller de suspense e tensão com ótimo roteiro, extremamente bem escrito. Outro destaque era o elenco excepcional. Além de Kevin Costner o filme trazia o sempre ótimo Gene Hackman e a cultuada atriz Sean Young, de “Blade Runner”, que infelizmente veria sua carreira naufragar anos depois por causa de seu estranho comportamento com colegas e demais profissionais da área (para alguns Sean Young sofria mesmo era de algum tipo de doença mental que a fazia assumir comportamentos completamente bizarros e fora do padrão). Deixando isso de lado, “Sem Saída” mostra em seu enredo a armadilha na qual se vê envolvido o oficial da Marinha americana Tom Farrel (Kevin Costner). Em um jogo perigoso onde se mesclavam poder e sedução, ele acaba descobrindo que sua namorada (Sean Young) é na realidade amante do secretário de defesa do Pentágono (Gene Hackman, em momento inspirado). O problema é que ela é assassinada misteriosamente e Farrel (Costner) se torna o último a vê-la com vida. Diante das circunstâncias ele acaba se tornando o principal suspeito do crime e tentará desvendar o caso de qualquer jeito para escapar da corte marcial. Para isso ele terá exatamente apenas 48 horas para provar sua inocência. Esse é o tempo exato em que o Departamento de Defesa levará para melhorar uma imagem de Farrel que o liga diretamente ao crime cometido. Suspense, mistério e uma bem amarrada trama de assassinato tornam “Sem Saída” um dos melhores filmes da carreira de Kevin Costner. Se ainda não assistiu corra para conferir.

Sem Saída (No Way Out, Estados Unidos, 1987) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: Robert Garland baseado no livro de Kenneth Fearing / Elenco: Kevin Costner, Gene Hackman, Sean Young / Sinopse: Um oficial da Marinha Americana se vê envolvido numa rede de conspirações com o alto escalão do governo. No meio da trama sua namorada acaba sendo morta de forma misteriosa. Agora o oficial terá que provar sua inocência de qualquer forma antes que sua imagem numa foto o ligue diretamente ao local do crime.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Os Intocáveis

Al Capone (1899 – 1947) foi um dos mais famosos gangsters dos Estados Unidos. Controlando um império formado pela trindade bebidas, prostituição e jogo, ele dominou Chicago. Sua influência não atingia apenas o submundo mas também a esfera política da cidade. Muitos dos prefeitos iam até ele pedir apoio para vencer as eleições. O Departamento de Polícia também era controlado pelo famoso criminoso. Com tanto poder não é de se admirar que tenha virado um ícone do mundo do crime. Acabou sendo preso em Alcatraz não por seus inúmeros assassinatos, extorsões e roubos mas sim por sonegação fiscal. O policial que conseguiu colocar o velho Al atrás das grades foi Eliot Ness (1903 – 1957) que usando de inteligência conseguiu colocar as mãos nele. Essa pelo menos é a versão oficial dos fatos. Historicamente falando as coisas não ocorreram bem assim e nem Eliot Ness foi esse herói todo mas o cinema e a TV não se importaram com isso. Tanto a famosa série “Os Intocáveis” como esse brilhante filme de Brian De Palma abraçam o lado mais romântico da história onde vilões e heróis estão bem colocados em cena. Por isso “Os Intocáveis” não é um filme para quem está atrás da verdade histórica mas quem está à procura de um ótimo filme policial rodado ao velho estilo, com excelentes e marcantes cenas de ação, não pode deixar de conhecer a película.

No filme acompanhamos a formação de um grupo de policiais de alto nível cuja principal função é combater o contrabando e a comercialização de bebidas. O contexto histórico se passa na época da chamada Lei Seca, quando o consumo de álcool foi proibido dentro das fronteiras americanas. Foi justamente aí que Capone criou seu império criminoso. O contrabando de bebidas e sua venda geraram uma verdadeira fortuna para o gangster. Não tardou para que Ness e Capone batessem de frente nessa guerra. Um dos grandes méritos de “Os Intocáveis” é seu elenco maravilhoso. Robert De Niro entrega uma de suas mais brilhantes interpretações como Al Capone. Cheio de maneirismos o ator literalmente incorpora o siciliano com maestria. Impossível esquecer, por exemplo, a famosa “cena do taco de beisebol”. Vivendo em luxo e riqueza ele esbanja aquele ar de quem está acima da lei. Com brilhante direção de arte e reconstituição histórica o filme marca pelo bom gosto e pela estética brilhante. Já o íntegro policial Eliot Ness encontra seu intérprete perfeito na pele de Kevin Costner. No auge da carreira Costner incorporava naquele momento todos os ideais americanos mais caros: virtude, honradez, bom mocismo, honestidade. Colecionando grandes sucessos de bilheteria ele foi até mesmo comparado ao mito Gary Cooper. Para completar o time de estrelas temos Sean Connery em uma atuação digna do Oscar que levou para casa. Sua morte é uma das mais marcantes e sensacionais da história recente do cinema americano. Inesquecível. Aliás de cenas inesquecíveis o filme está cheio. Como esquecer a cena no terminal com o carrinho de bebê descendo as escadas? Uma óbvia homenagem de De Palma para o clássico “O encouraçado Potemkin". Enfim, “Os Intocáveis” consegue ser saudosista e moderno ao mesmo tempo. Um tipo de produção que anda muito rara no cinema americano atual. Uma obra prima que infelizmente marcou o adeus de Brian de Palma à sua melhor fase como cineasta. Não faz mal, o filme segue sendo uma referência e um modelo de ótimo filme policial que mesmo não respeitando integralmente os fatos históricos consegue divertir com maestria.

Os Intocáveis (The Untouchables, Estados Unidos, 1987) Direção: Brian de Palma / Roteiro: Oscar Fraley, David Mamet baseado no livro de Eliot Ness / Elenco: Kevin Costner, Sean Connery, Charles Martin Smith, Andy Garcia, Robert De Niro, Richard Bradford, Jack Kehoe / Sinopse: Al Capone (Robert De Niro) é o mais famoso criminoso de Chicago. Controlando um império de jogos, bebidas e prostituição ele domina todos os setores da cidade. Para combater sua rede criminosa o policial Eliot Ness (Kevin Costner) resolve formar um grupo de policiais de elite chamado "Os Intocáveis". Sua função é combater o contrabando de bebidas e colocar Capone atrás das grades. Vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Sean Connery) e indicado para as categorias de Melhor Direção de Arte, Figurino e Trilha Sonora.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Filmografia - Kevin Costner - Parte 1

 
Filmografia: Kevin Costner - Parte 1
Alta Temperatura
Corretores do Amor
Frances
Stacy's Knights
Com Amor e Ternura
O Reencontro ★★★
O Testamento
Shadows Run Black
Fandango
Silverado ★★★ •
Competição de Destinos
Contos Assombrosos ★★★
Os Intocáveis ★★★★ • 
Sem Saída ★★★
Sorte no Amor ★★★

Comentários:
Aqui está a lista dos 15 primeiros filmes da filmografia do ator Kevin Costner. O primeiro filme que assisti com ele foi Silverado, no cinema, no ano de 1985. Ótimo faroeste. Depois, a consagração dele também assisti no cinema. Trata-se do filme Os Intocáveis de 1987. Assisti a esse filme no velho cinema municipal da minha cidade, João Pessoa, na Paraíba. Como ele virou um ídolo dos cinéfilos em geral, acompanhei sua carreira também em VHS. Muitos de seus filmes foram lançados neste formato no Brasil. A partir dessa época, não perdia nenhuma de suas produções, era um ator ícone do cinema americano dos anos 80.

Avaliação / Cotações:
★★★★ Excelente
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim

• Visto no Cinema

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de junho de 2007

Filmografia - Kevin Costner - Parte 2

Filmografia: Kevin Costner - Parte 2
Campo dos Sonhos ★★★
Chasing Dreams
O Comprador de Armas
Vingança ★★
Dança com Lobos ★★★★ • 
Robin Hood, o Príncipe dos Ladrões ★★★ • 
JFK: A Pergunta que Não Quer Calar ★★★ • 
O Guarda-Costas ★★★
Um Mundo Perfeito ★★★
Wyatt Earp ★★★★

Comentários:
Essa fase da carreira do ator vai de 1989 a 1994. Aqui ele colecionou grandes sucessos de bilheteria, como O Guarda-Costas e Robin Hood, o Príncipe dos Ladrões. E também foi muito elogiado pela crítica, em especial pelo faroeste Dança com Lobos. O filme foi o grande vencedor do Oscar e levou Kevin a um patamar de grande astro de Hollywood. Ele fez alguns filmes menores, mas também muito bons, como Um Mundo Perfeito. Em suma era uma fase particularmente brilhante de sua carreira.

Avaliação / Cotações:
★★★★ Excelente
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim

• Visto no Cinema

Pablo Aluísio.

Filmografia - Kevin Costner - Parte 3

Filmografia: Kevin Costner - Parte 3
A Árvore dos Sonhos ★★★
Waterworld: O Segredo das Águas ★★ • 
O Jogo da Paixão ★★★
O Mensageiro ★★★
Uma Carta de Amor ★★★
Por Amor ★★★
Por uma Boa Briga
13 Dias que Abalaram o Mundo ★★★
3000 Milhas para o Inferno ★★★
O Mistério da Libélula ★★★

Comentários:
Essa fase na carreira do ator vai de 1994 à 2002. O ponto de inversão veio com Waterworld: O Segredo das Águas. Esse filme foi um grande fracasso de bilheteria e afundou o ator numa maré de azar. E é uma pena, porque ele também fez bons filmes a meu ver nessa época, como por exemplo, O Mensageiro. Também foi fracasso de bilheteria, mas eu considero um bom filme. Outro que sempre é lembrado é o filme que ele fez ao lado de uma multidão de covers de Elvis Presley, 3000 Milhas para o Inferno. E também temos alguns filmes românticos que valem uma menção pois compensa dar uma olhada. São filmes pequenos, mas bem interessantes, bem realizados, de bom gosto.

Avaliação / Cotações:
★★★★ Excelente
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim

• Visto no Cinema

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de junho de 2007

Filmografia - Kevin Costner - Parte 4

Filmografia: Kevin Costner - Parte 4
Pacto de Justiça ★★★ • 
A Outra Face da Raiva ★★★
Dizem por Aí... ★★★
Anjos da Vida: Mais Bravos que o Mar ★★★ • 
Instinto Secreto ★★★
Promessas de um Cara de Pau ★★★
Possuída ★★
A Grande Virada 
O Homem de Aço ★★★
Operação Sombra: Jack Ryan ★★★ • 
3 Dias Para Matar ★★★
A Grande Escolha ★★★
Preto e Branco ★★★
McFarland dos EUA ★★★
Batman vs Superman: A Origem da Justiça ★★★ • 
Mente Criminosa ★★★
Estrelas Além do Tempo ★★★
A Grande Jogada
Estrada Sem Lei ★★★
Meu Amigo Enzo
Deixe-o Partir

Comentários:
A partir dessa fase, que começa em 1995 até os dias atuais, Kevin Costner deixa de ser um grande astro de Hollywood. Ele ainda faz bons filmes, alguns deles merecem inclusive citação tais como Pacto de Justiça e Anjos da Vida: Mais Bravos que o Mar. Entretanto, na maioria das vezes, ele surge em grandes produções apenas como um coadjuvante de luxo. Na realidade, Kevin Costner só foi reencontrar o sucesso mesmo no mundo das séries de TV. Ele fez a série de TV de faroeste Hatfields & McCoys e alcançou grande sucesso com as temporadas de Yellowstone. Essa última, atualmente em exibição, realmente é uma boa opção para quem gosta de seu trabalho como ator.

Avaliação / Cotações:
★★★★ Excelente
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim

• Visto no Cinema

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de novembro de 2006

Dança com Lobos e os Nativos Americanos

O filme "Dança com Lobos" foi saudado em seu lançamento original como uma verdadeira mudança de mentalidade dentro do cinema em relação aos nativos americanos. Essa era uma verdade, porém havia algo a mais. No passado Hollywood já havia produzido filmes que eram simpáticos com a cultura indígena dos nativos dos Estados Unidos. Esses filmes tinham roteiros que fugiam do velho estigma que retratar índios apenas como vilões.

Nos antigos filmes de faroeste havia esse grande antagonista coletivo. Os índios. Sempre retratados como selvagens assassinos. De fato, não podemos fechar os olhos para a realidade histórica, houve sim massacres promovidos por tribos mais violentas. Eles atacavam as caravanas de pioneiros brancos que iam em direção ao oeste americano. Barbaridades foram cometidas nesse período histórico, porém com o passar dos anos a convivência entre índios e brancos foi aumentando. O inicial choque de civilizações foi abrandando. De uma nova postura veio a necessária convivência civilizada.

A questão é que os roteiros dos filmes clássicos não primavam muitas vezes pela sutileza necessária. Eram filmes feitos para puro entretenimento. E com isso vieram as simplificações. Claro, houve inúmeras exceções. O índio Tonto que era o parceiro leal do cavaleiro solitário, herói das matinês, era um exemplo de que nem sempre a figura do nativo era negativa ou vilanesca. O diferencial com "Dança com Lobos" era que o foco mudava completamente de rota, mostrando a civilização indígena com todas as suas complexidades.

Filmes como "Pequeno Grande Homem" já tinham percorrido levemente essa caminho. Só que o filme de Kevin Costner deu um passo a mais, algo que já era necessário no ano em que chegou aos cinemas. A chuva de prêmios no Oscar, o reconhecimento da crítica e a boa vontade do público cimentaram todo o resto. A indústria já estava pronta para fazer uma espécie de mea culpa da forma como os índios tinham sido retratados por anos nas telas de cinema. É a evolução dos tempos, sempre caminhando para a frente.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Kevin Costner - Wyatt Earp

A intenção de Kevin Costner com esse filme foi resgatar de um ponto de vista historicamente correto a trajetória e a vida do lendário xerife Wyatt Earp. Ao longo de décadas ele esteve como personagem de ficção em centenas de filmes, alguns bem fantasiosos, baseados principalmente na literatura de bolso do gênero faroeste que se tornou bem popular no século passado.

Porém quem foi realmente Wyatt Earp? Essa foi uma pergunta de difícil resposta. Não custa lembrar que o próprio xerife contribuiu para a romantização de sua lenda, pois já velhinho foi para Hollywood onde acabou contribuindo (inclusive com mentiras) para os filmes da era do cinema mudo. Assim passar por cima de camadas e mais camadas de pura ficção não foi fácil.

O resultado acabou sendo esse roteiro que sem favor algum é muito bom. Kevin Costner queria controle total do projeto, inclusive palpitando no roteiro e assumindo a direção. O estúdio não aceitou. Assim a direção foi dada para o cineasta Lawrence Kasdan. Sucesso de crítica, mas não completamente bem sucedido em termos de bilheteria, esse western cumpriu o que prometia, trazer o Wyatt Earp da história real, tentando ser mais realista do que todos os outros filmes já feitos sobre ele.

Wyatt Earp (EUA, 1994) Direção: Lawrence Kasdan / Roteiro: Dan Gordon, Lawrence Kasdan / Elenco: Kevin Costner, Dennis Quaid, Gene Hackman / Sinopse: Cinebiografia do famoso xerife e homem da lei Wyatt Earp (Kevin Costner). Ao lado de seus irmãos e do amigo Doc Holliday (Dennis Quaid), Earp se envolveu no famoso duelo do OK Curral, que entrou na história do velho oeste.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de abril de 2006

Wyatt Earp

Geralmente as pessoas mistificam certos personagens da história e se aborrecem seriamente quando certas passagens das vidas desses mitos são desmistificadas. Um caso bem exemplificativo disso aconteceu quando Kevin Costner resolver levar para as telas a biografia do lendário xerife do velho oeste, Wyatt Earp. O uso da expressão lendário aqui não é mero enfeite, Earp realmente foi um dos personagens mais conhecidos e celebrados do chamado Oeste Selvagem. Ao lado de seus irmãos e do amigo, o dentista, pistoleiro e tuberculoso Doc Holliday, Wyatt enfrentou uma quadrilha de bandidos no famoso Ok Curral, duelo esse que jamais foi esquecido na vasta mitologia do western americano e que consagrou seu nome para sempre na história dos Estados Unidos. Kevin Costner poderia muito bem apenas endossar a velha lenda mas corajosamente preferiu filmar uma biografia bem mais realista e de acordo com o que realmente aconteceu. O filme, que tem mais de 3 horas de duração, é um primor de qualidade. Na época foi recebido com certas reservas, talvez justamente por ser "real demais".

E afinal, o que tanto aborreceu a alguns segmentos da sociedade ianque? Primeiramente o fato de que certos aspectos da biografia de Earp vieram à tona pela primeira vez no cinema com esse filme. Por exemplo, em todos os filmes que retrataram Wyatt antes ele sempre era mostrado como um homem da lei, acima do bem e do mal. Honesto, correto e incorruptível. A verdade histórica porém não foi bem assim. No filme descobrimos que Wyatt antes de virar xerife teve que fugir de sua terra natal para não ser preso por roubo de cavalos. Isso mesmo, o xerife modelo do oeste americano era na realidade um ladrão de cavalos foragido. Durma-se com um barulho desses. 

Outros aspectos nada lisonjeiros na biografia de Wyatt Earp vão desfilhando pelas cenas: sua dureza com os que o desafiavam, sua fria relação com sua segunda companheira (a primeira esposa faleceu de tifo ainda muito cedo) e os não explicados assassinatos da antiga quadrilha que matou dois dos irmãos Earp. Tudo no filme é retratado de forma corajosa e sem meias palavras. Para quem gosta de história como eu, um roteiro honesto e definitivamente leal à veracidade dos fatos como esse é um prato cheio, um grande prazer. Enfim, Wyatt Earp é item obrigatório para todos aqueles que desejam conhecer a verdade por trás dos mitos do velho oeste, sem enfeites ou fantasias. O velho xerife, mostrado com a veracidade e a velocidade de um colt 45, se revela por inteiro no quadro pintado por Kevin Costner. É a biografia definitiva sobre Wyatt Earp no cinema. Por essa razão se ainda não assistiu, não perca a oportunidade.

Wyatt Earp (Estados Unidos, 1994) Direção: Lawrence Kasdan / Roteiro: Dan Gordon, Lawrence Kasdan / Elenco: Kevin Costner, Dennis Quaid, Gene Hackman / Sinopse: Cinebiografia do famoso xerife e homem da lei Wyatt Earp (Kevin Costner). Ao lado de seus irmãos e do amigo Doc Holliday (Dennis Quaid), Earp se envolveu no famoso duelo do OK Curral, que entrou na história do velho oeste.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de março de 2006

Dança com Lobos

Título no Brasil: Dança com Lobos
Título Original: Dances with Wolves
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Kevin Costner
Roteiro: Michael Blake
Elenco: Kevin Costner, Mary McDonnell, Graham Greene, Rodney A. Grant, Floyd 'Red Crow' Westerman, Tantoo Cardinal

Sinopse:
Durante a guerra civil americana o Tenente Dunbar (Costner) da União é ferido e acaba sendo enviado para um território distante, ainda ocupado por nações nativas. Uma vez lá acaba se aproximando da cultura e do modo de viver dos indígenas, criando laços de amizade com eles. Em pouco tempo se torna um defensor daqueles índios das terras do Nebraska.

Comentários:
É o filme mais importante da carreira do ator e diretor Kevin Costner. Um projeto bem pessoal que havia sido recusado por alguns estúdios. Costner apostou em um roteiro que procurasse mostrar a riqueza cultural dos nativos norte-americanos. Por décadas eles foram mostrados apenas como vilões dos filmes de cavalaria. Agora havia uma mudança de mentalidade. O personagem principal era um membro da cavalaria americana, mas que procurava ter uma aproximação pacífica e construtiva com os nativos. Não foi a primeira vez que o cinema americano teve essa estética mais simpática aos índios, mas certamente foi o filme mais representativo dessa linha. Sucesso de público e crítica, acabou sendo indicado em 12 categorias no Oscar, vencendo sete, entre elas as mais importantes, de melhor filme, direção, roteiro e direção de fotografia. De fato o filme é visualmente belíssimo e mesmo revisto hoje em dia não perdeu nada de seu impacto inicial. Considerado um pouco longo por alguns, com 181 minutos de duração, a produção segue o estilo épico dos antigos filmes de western, só que agora acrescentado de uma bela mensagem de paz e harmonia com as tribos dos primeiros habitantes das Américas.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de março de 2006

Silverado

Título no Brasil: Silverado
Título Original: Silverado
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan, Mark Kasdan
Elenco: Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Kevin Costner, John Cleese, Bill Thurman

Sinopse:
Um grupo de cowboys chega na cidade de Silverado e descobre que a região é dominada por um fazendeiro sem escrúpulos e um xerife corrupto, sempre disposto a abusar de sua autoridade em prol de suas atividades criminosas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som e Melhor Música Original.

Comentários:
Assisti no cinema, em seu lançamento original. Na época eu era um adolescente e gostei muito do filme. O faroeste já era um gênero cinematográfico meio decaído, poucos estúdios ainda investiam nele. Parecia algo de um tempo passado. O fato é que se produziu tantos filmes de western nas décadas anteriores que tudo ficou meio saturado. Outro aspecto a se considerar é que esse faroeste dos anos 80 procurava ser mais moderno, contando com um elenco muito bom, que estava surfando uma onda de sucesso. Danny Glover, por exemplo, colhia o sucesso da série "Máquina Mortífera". Kevin Kline era um ator badalado, inclusive pela crítica. E não poderia deixar de lembrar de Kevin Costner, naquela ocasião ainda pouco conhecido. Em pouco tempo ele iria se tornar um astro, um campeão de bilheteria. De qualquer modo é um bom filme e resistiu bem ao tempo. Claro, depois que você assiste filmes como "Sete Homens e um Destino" você acaba entendendo de onde veio parte do roteiro desse "Silverado". Mesmo assim não é algo que desmereça suas qualidades cinematográficas.

Pablo Aluísio.