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quarta-feira, 14 de março de 2012

Possuída

Eu já assisti muito filme esquisito na minha vida mas como esse aqui tá difícil. O roteiro é uma das maiores misturebas que já vi, atira para todos os lados, passeia por todos os gêneros e no final não consegue acertar o alvo em nada. Começa com ecos de "Amytiville" (a casa com passado obscuro, o ranger das portas, pegadas misteriosas pela casa, a família com medo), depois vira "Cemitério Maldito" (montes de sepultamento dos nativos americanos, objetos indígenas estranhos, florestas assustadoras) e termina como uma produçãozinha B ao estilo dos anos 50 (nem vou revelar do que se trata de tão absurdo que é o clímax).

Saber que Kevin Costner foi um dos maiores astros do cinema e vê-lo em um filme como esse me deu uma certa melancolia. A produção é nitidamente modesta (tanto que praticamente não existem efeitos visuais, mas apenas sonoros), com economia em locações, elenco e tudo mais. Na maioria das cenas não se vê absolutamente nada, ficando tudo escuro, mas em compensação ouve-se de tudo, desde gemidos, gritos de macacos a elefante com dor de barriga. Pelo visto não é apenas o roteiro que é mistureba, mas os efeitos sonoros também. O diretor trocou os altos custos de efeitos especiais por jogos de luz e sonoplastia. Não deu muito certo. Também esqueçam o péssimo título "Possuída" já que não é do sobrenatural do que se trata o filme, mas algo bem mais tosco. Enfim, filme fraco, confuso, que promete muito ao longo de sua duração mas que no final só consegue entregar muito pouco.

Possuída (The New Daughter, Estados Unidos, 2009) Direção: Luiso Berdejo / Roteiro: John Travis, John Connolly / Elenco: Kevin Costner, Ivana Baquero, Samantha Mathis / Sinopse: Ao se mudar para uma nova casa o pai de família John James (Kevin Costner) percebe que há algo de muito errado com sua nova morada.

Pablo Aluísio.