domingo, 26 de junho de 2011

Sebastian, o Guarda Pretoriano

Sebastian, ou como os católicos o conhecem, São Sebastião, tem uma das histórias mais interessantes e dramáticas do cristianismo primitivo. Sua história pessoal é tão remota (datando provavelmente do século III) que até hoje muitas questões ainda não foram respondidas pelos historiadores. Segundo o que já foi descoberto Sebastian era um jovem francês nascido perto de Narbonne. Naqueles tempos a França ainda não era um Estado independente, sendo apenas uma província do império romano.

Quando completou 18 anos ele resolveu deixar sua terra natal, se tornando soldado romano. Para jovens das distantes províncias essa era uma das poucas formas de subir na vida pois não existiam empregos e nem trabalhos fora da vida de camponês. Assim Sebastian, que era jovem e saudável, logo entrou nas fileiras do exército romano. Depois de alguns meses a legião na qual servia foi enviada de volta à Roma e assim o jovem franco entrou pela primeira vez na capital do império. Mesmo em um tempo tão antigo Roma já era uma potência absoluta, com mais de um milhão de habitantes! Isso certamente impressionou demais o jovem provinciano que nunca havia visto tanta gente, tantos prédios e tanta riqueza em apenas um lugar!

Em Roma Sebastian teve contato com a cada vez mais numerosa comunidade cristã. Ele ficou tocado pelo evangelho e pela história de Jesus de Nazaré, logo se tornando ele mesmo um cristão. Como soldado romano isso poderia trazer alguns problemas, mas Sebastian não renegou sua fé. Aos poucos ele foi ganhando a confiança de seus superiores por ser disciplinado, correto e sério. Depois de subir na hierarquia do exército acabou se tornando capitão na guarda pretoriana, a tropa responsável pela proteção do próprio imperador. Essa proximidade com o imperador romano trazia mais problemas ainda para Sebastian. Diocleciano odiava cristãos e começava a implantar uma política de matança de todos os que seguiam aquela nova fé!

Era impossível para Sebastian manter sua fé em Cristo e servir ao imperador. Assim ele acabou sendo denunciado, principalmente pela forma como tratava os prisioneiros, com misericórdia e perdão. Preso, Sebastian foi condenado à morte. Inicialmente ele foi amarrado em uma árvore e executado com três flechas. Sua execução como traidor do império romano não surtiu o efeito desejado. Os soldados que o executaram acharam que ele estava morto e o jogaram no rio, porém Sebastian estava vivo! Irene, uma jovem romana, o resgatou das águas do rio e o levou para casa. Os enviados do imperador porém descobriram que ele ainda estava vivo e o prenderam novamente. Dessa vez ele foi espancado até a morte, sem piedade e jogado em um lugar imundo, nos esgotos de Roma. Os cristãos esperaram a noite chegar e liderados por Luciana, o sepultaram nas catacumbas romanas. Séculos depois foi canonizado pela Igreja Católica como São Sebastião, pois ele foi um verdadeiro mártir da fé cristã em seus primórdios.

Pablo Aluísio. 

sábado, 25 de junho de 2011

João Batista

Já que estamos em época de festas de São João, nada mais adequado do que relembrar a importante figura de João Batista. Ele ficou conhecido nos evangelhos justamente por essa denominação "Batista" que significa "aquele que batiza!". De fato, segundo o Novo Testamento João Batista teria batizado o próprio Jesus Cristo, uma honra imensa, inigualável, que demonstra sua importância histórica para o cristianismo. Não há quem diminua sua participação mais do que relevante para a história de Cristo.

Em vista disso cada vez mais ganha a importância a pergunta:  Quem teria sido realmente João Batista sob o ponto de vista histórico? Como um personagem importante, mas também coadjuvante no Novo Testamento, sabemos algumas informações básicas sobre João. Sabe-se que ele tinha grau de parentesco com o próprio Jesus. Ele seria filho de Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Seu pai era um sacerdote judeu chamado Zacarias.

Segundo algumas fontes João teria sobrevivido ao massacre dos inocentes, quando o louco Rei Herodes mandou assassinar todas as crianças da Judeia, com receios de que estaria nascendo o Messias, o novo Rei dos Judeus. Seus pais teriam salvo João da morte certa, mas seu pai não teria escapado das mãos do sanguinário Herodes. Sua mãe Isabel o levou, ainda criança, para o deserto, onde ele passou praticamente toda a sua vida. João teria sua educação religiosa a cargo de um grupo de homens religiosos conhecidos apenas como os nazarenos (provavelmente por serem de Nazaré). Durante anos João batizou crianças nas águas do Rio Jordão e teria ele próprio criado seu grupo de seguidores. Quando perguntado se ele era o Messias tão esperado pelo povo judeu, teria esclarecido que não, que alguém mais iluminado por Deus viria e esse acabou sendo Jesus.

João Batista batizou Jesus e a partir daí o homem de Nazaré começou sua trajetória e vida de pregações. Enquanto Jesus seguia seu caminho, João Batista continuou sua vida de homem devotado a Deus. Ele seria morto a mando de Herodes Antipas dois anos antes da crucificação de Jesus. João Batista era considerado um homem santo, que não poupava críticas contra os governantes de seu tempo, denunciando suas vidas de luxo e depravação moral. Antipas assim teria mandado executá-lo, deixando claro que sua cabeça deveria ser levada numa bandeja para o Palácio. Hoje em dia muito se discute sobre a história de João Batista. Há alguns textos apócrifos, não oficiais, que relatam aspectos de sua vida, mas a origem desses textos é incerta. Dele ficou a imagem do profeta ermitão, com grande amor a Deus, que se vestia com peles de animais selvagens, comia insetos e vivia de forma livre, no meio da natureza. Essa imagem traz uma forte mensagem de desprezo pela vida material e valorização do crescimento espiritual de cada pessoa. Por isso João Batista não é apenas um santo, mas um ícone do pensamento e da doutrina cristã.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Galileia de Jesus

O ministério religioso de Jesus durou relativamente pouco, pois segundo estudiosos Jesus pregou sua mensagem por pouco mais de três anos. O lugar onde se deu a maioria de suas pregações e milagres foi na região conhecida como Galileia. Nos tempos de Jesus o povo hebreu ocupava basicamente três grandes províncias, a Galileia, a Samaria e a Judeia, a principal província sob domínio do império romano, onde ficava Jerusalém.

A Galileia era considerada a província menos interessante para os romanos e isso era fácil de entender. Na região não existiam grandes cidades e nem muita riqueza. O povo galileu era essencialmente pobre, de poucos recursos. Ora, para Roma o mais importante era arrecadar tributos e esses eram tirados das famílias ricas dos judeus, algo que praticamente inexistia naquele lugar. Jesus viveu grande parte de sua vida em Nazaré, um vilarejo da Galileia. Esse nome Galileia aliás tinha origem na própria geografia pois era uma província que circulava o chamado Mar da Galileia, que na verdade era um lago, essencial para a vida da maioria dos galileus.

Durante praticamente todo o seu ministério Jesus viveu indo de cidade em cidade da Galileia, circundando o Mar da Galileia, pregando para os povos desses humildes vilarejos. A maioria dessas populações viviam do próprio lago e por essa razão muitos dos apóstolos de Jesus, como o próprio Pedro, eram pescadores. Era a principal atividade econômica daquele lugar. Cafarnaum, uma vila costeira de pescadores, acabou sendo escolhida por Jesus para ser o centro de suas atividades.

Nos tempos de Jesus os próprios Judeus tinham muito preconceito contra os galileus. Eram considerados pobres, supersticiosos, gentios. É interessante notar que foi nesse lugar, tão discriminado, periférico, que Jesus resolveu pregar sua palavra. Ele escolheu deliberadamente os mais humildes, os mais marginalizados. Jesus não pregava para a nobreza rica e fútil, nem para os comerciantes ricos de Jerusalém. Jesus pregava para os mais pobres, os mais humildes e os mais discriminados. Não interessava a Jesus ter em seus ouvintes os ricos membros da elite religiosa do templo. Esses viviam no meio do luxo e da riqueza. Jesus procurou o homem mais simples, o mais pobre, o mais desprezado, o mais humilde para deixar sua mensagem.

E foi no Mar da Galileia que Jesus fez um dos milagres mais marcantes de sua passagem, andando sobre as águas. Só depois de algum tempo é que Jesus resolveu deixar a Galileia para ir até a Judeia, indo em direção a Jerusalém, onde pregou para os peregrinos que iam até o templo da cidade para a páscoa. E foi justamente lá, em Jerusalém, que Jesus acabou sendo crucificado, ressuscitando em toda a sua glória. Jerusalém, a terra onde os profetas eram mortos, justificando um trecho do evangelho, onde Jesus afirmava ""Contudo, prosseguirei meu caminho hoje, amanhã e depois de amanhã. Afinal, nenhum profeta deve morrer fora de Jerusalém! Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vós não o aceitastes!"

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A Paixão de Cristo

E então, depois de julgado e condenado, Jesus, após sofrer várias humilhações e violências no quartel romano, foi levado para a crucificação. Os soldados o levaram para a morte no Gólgota, um monte nos arredores de Jerusalém, cuja aparência natural lembrava a figura de uma caveira, daí seu nome original. Era lá que os romanos crucificavam os criminosos e assassinos. Antes de ser crucificado os soldados lhe ofereceram uma mistura de mirra e vinho, mas Jesus recusou. Depois disso ele foi despido, sendo suas vestes repartidas pelos militares de Roma.

Jesus foi alçado à cruz às nove da manhã. Ao seu lado dois outros também foram executados, um à esquerda, outro à direita. Acima de sua cabeça os romanos colocaram uma placa que dizia "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus". Era um escárnio. Muitos que passavam diante da cruz zombaram de Jesus dizendo: "Tu não é o rei dos judeus? Tu não vai destruir e reconstruir o templo em três dias? Então desce da cruz e prova o que disse!". Alguns membros do templo, líderes religiosos judeus, também aproveitaram para fazer pouco de Jesus dizendo ironicamente: "Você não era o salvador dos outros? Por que não salva a si mesmo? Desce da cruz!" - desafiava os senhores da Lei de Moisés.

Ao meio-dia uma estranha escuridão tomou conta de Jerusalém. Esse tempo fechado iria durar até às três da tarde, quando Jesus finalmente perguntou aos céus: "Meu Deus, Meu Deus... Porque me abandonaste?". As pessoas por perto pensaram ouvir ele chamando por Elias. Para aliviar sua dor uma vara com vinagre foi levada até seu rosto, para que ele pudesse saciar sua sede. E então depois de horas de tortura Jesus deu um grito e disse "Está consumado!". Nesse mesmo momento a cortina do templo rasgou-se de alto a baixo. Um dos soldados romanos que estava abaixo da cruz e testemunhou todo o sofrimento final de Jesus então exclamou: “Na verdade, este homem era Filho de Deus!”

Muitas mulheres que andaram com Jesus estavam ao pé da sua cruz, entre elas Maria, sua mãe, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago Menor e de Joset, e Salomé. Jesus deu então seu último suspiro. Tudo acabado. Pelo menos assim pensavam aqueles que estavam presenciando seus supostos últimos momentos na Terra. A tarde já ia, era véspera de sábado, dia sagrado que deveria ser guardado pelos judeus. José de Arimatéia, vendo que a noite estava prestes a chegar, foi então ao governador romano Pilatos pedir para sepultar Jesus. O romano então perguntou ao seu subordinado há quanto tempo Jesus estava morto. O soldado lhe disse que já há um bom tempo. Então Pilatos não viu maiores problemas, pois Jesus havia sido executado. Ele deu permissão para que José de Arimatéia levasse para sua tumba o morto Jesus. O corpo do Messias foi envolvido em uma grande peça de linho e levado até o túmulo novo escavado na rocha que havia sido construído por José de Arimatéia. E ali ele foi sepultado, atrás de uma grande rocha circular.

Pablo Aluísio.
(Baseado no Evangelho de São Marcos).

Arquivos do Vaticano - Edição II

Arquivos do Vaticano
Segue a seguir uma série de textos de natureza religiosa que escrevi para o blog Catolicismo em Maria. Os textos estão resgatados com a finalidade de arquivo pessoal de meus escritos.

Cinco Anos do Papa Francisco
Nessa semana que passou o Papa Francisco completou cinco anos no trono de Pedro. É um papado diferente, chamado por alguns de "Primavera no Vaticano" por causa da postura misericordiosa e até mesmo progressista do Papa Francisco. Em seu papado o Papa argentino tem procurado deixar frutos a serem colhidos no futuro.

Ele nomeou vários cardeais de várias partes do mundo, principalmente de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, tanto da América Latina como da África e da Ásia. A Igreja Católica assim deixaria de ter uma cúria com forte presença de europeus para ter uma diversidade maravilhosa, mais de acordo com o que a Igreja tem se transformado nas últimas décadas.

Com isso Francisco procura mudar os rumos da Igreja. Não apenas uma Igreja Católica europeia, envelhecida, tradicional ao extremo, centrada em si mesma, mas uma Igreja realmente mundial, com representantes de todos os lugares do mundo, principalmente daquelas nações que passam por problemas econômicos, sociais e até mesmo militares. Muitos países da África passam por guerras civis sangrentas, conflitos étnicos e bárbarie. Para Francisco é cada vez mais vital nomear cardeais desses países para que a Igreja Católica se torne uma ferramenta a mais na busca pela paz.

Claro que com sua postura o Papa Francisco também tem colecionado opositores. Alas mais conservadoras da Igreja se ressentem das posturas políticas do Papa. Principalmente os mais alinhados com a extrema direita não conseguem apreciar o discurso inclusivo do pontífice argentino. É um erro esse tipo de postura. A Igreja Católica foi fundada na palavra de Jesus Cristo, que jamais pregou a intolerância, o ódio ou o preconceito.

Diante disso afirmo categoricamente que Francisco é um dos Papas com o discurso mais próximo de Cristo que já tivemos. Um verdadeiro humanista, um homem alinhado com os mais pobres, com os excluídos, com os imigrantes que deixam seus lares por causa das guerras insanas de sedentos por poder. As acusações de que o Papa Francisco é um comunista são descabidas, cruéis e não retratam a verdade dos fatos. Ele é acima de tudo um grande humanista com um discurso de amor. Nada mais próximo de Jesus.

Papa Francisco no Chile
O Papa visitou nessa semana o Chile, país sul-americano, uma extensa, mas igualmente pequena faixa territorial banhada pelas águas do Oceano Pacífico. Não foi uma visita isenta de controvérsias. A primeira surgiu pelo fato do Papa Francisco não incluir nessa sua passagem pelo continente uma visita à sua terra natal, a Argentina. O povo argentino já se pergunta porque, cinco anos após assumir o trono de Pedro, o Papa ainda não visitou seu país de origem. O que estaria acontecendo?

Outro aspecto foi que o Papa Francisco precisou enfrentar as mais duras manifestações de protesto contra a Igreja Católica no país. O Chile tem sofrido de um problema também inerente ao nosso país, ou seja, o avanço do pensamento de esquerda. Muitos se tornam radicais e promovem atos que poderiam ser considerados até mesmo terrorismo, como a queima de igrejas pelo país. Também houve, mais uma vez, a velha e persistente questão da pedofilia no clero. O Papa Francisco foi cobrado por alguns escândalos que ocorreram no país, incluindo a figura de um bispo que teria acobertado padres pedófilos. Francisco lhe deu o benefício da dúvida, dizendo que não havia provas concretas contra o bispo, por isso evitou condená-lo publicamente.

Outros fatos chamaram a atenção da imprensa nessa visita do Papa Francisco ao Chile. Durante um dos desfiles do Papa no Papamóvel uma guarda que cuidava de sua segurança caiu do cavalo. O animal se assustou com os gritos do povo enquanto o Papa passava e atirou a jovem no chão. O Papa Francisco imediatamente mandou parar o Papamóvel e foi socorrer a policial, que parecia bem ferido. Outro fato que chamou a atenção foi a realização de um casamento feito pelo Papa Francisco dentro do avião. Os conservadores não gostaram nada disso, mas o Papa Francisco não se importou. Apenas celebrou o casamento, unindo duas pessoas que se amam.

Papa Francisco na Colômbia - Nessa semana o Papa Francisco está fazendo uma histórica visita na Colômbia. Sua mensagem é de paz e reconciliação. A Colômbia passou por muitos problemas nos últimos anos. Uma das chagas do país veio das guerrilhas, muitas delas da linha esquerdista como a Farc. Durante anos a guerra interna matou milhares de pessoas. Inocentes foram mortos em nome desse tipo de ideologia.

Agora a Farc e outros grupos radicais extremistas menores resolveram abaixar as armas, abraçando a luta política no campo dos votos, como um partido político tradicional. Não mais haverá luta na selva, morte de pessoas civis e outras atrocidades. Assim o Papa traz sua mensagem de paz ao povo da Colômbia. Uma paz que venha de forma duradoura. Além disso promove também o perdão, a misericórdia. A mensagem do Papa Francisco na Colômbia é que o povo daquela nação venha a se unir novamente, esquecendo o que se passou em seu passado recente. Veja abaixo uma série de fotos dessa visita mais do que marcante do Papa no país sul-americano. Click nas fotos caso deseje amplia-las!

A Semana do Papa Francisco - Durante essa semana o Papa Francisco se reuniu com autoridades da Colômbia. O Papa está com viagem marcada para aquela nação. Sua visita será realizada entre os dias 6 a 11 de setembro. Será um retorno do Papa à América do Sul, seu continente natal. Na agenda diversos temas interessantes serão debatidos, entre eles a questão dos refugiados venezuelanos. Brasil e Colômbia estão sendo o principal destino de chegada para os refugiados que estão indo embora da Venezuela após o país se tornar uma violenta ditadura de esquerda.

(Papa Francisco recebe sobreviventes da Chapecoense) - Durante essa semana o Papa Francisco se encontrou com os jogadores sobreviventes daquele terrível acidente de avião que matou quase toda a equipe de futebol do Chapecoense. O desastre comoveu o mundo e o Papa igualmente. O Papa abençoou os jogadores e os membros da comissão técnica do clube, entre eles seus dirigentes também. Francisco reforçou a fé em Deus de todos eles. Depois do encontro o jogador Jakson Ragnar Follmann, goleiro sobrevivente da queda do avião, declarou que se tornou ainda mais fã do Papa depois do encontro. O humanismo solidário e misericordioso do Papa Francisco impressionou a todos que estiveram em sua presença.

(Papa Francisco fala sobre o furacão Harvey) - Em Roma, o Papa Francisco declarou estar profundamente comovido com as vítimas do furacão Harvey que devastou parte dos Estados Unidos, deixando milhares de pessoas desabrigadas, isso obviamente sem contar as diversas mortes que aconteceram pela passagem do evento natural de proporções devastadoras. O telegrama enviado pelo Vaticano ao governo dos Estados Unidos dizia: "O Papa Francisco está profundamente comovido pelas perdas trágicas de vidas humanas e pelos enormes danos materiais que esta catástrofe natural deixou atrás de si, o papa reza pelas vítimas e pelas suas famílias e por todos os envolvidos nas atividades essenciais de socorro, de restabelecimento e de reconstrução".

5 Lindas Igrejas Católicas ao redor do mundo:

1. Basílica de Sâo Paulo, Roma
2. Basílica de Sâo Pedro, Vaticano
3. Catedral de Santo Isaac, São Petersburgo, Rússia
4. Igreja de Sâo Francisco Xavier, Nova Iorque, EUA
5. Basílica de Sâo Paulo e São Pedro, Lituânia


Papa Francisco e o horóscopo
Nessa semana o Papa Francisco falou sobre a consulta a horóscopo e cartomantes. A doutrina católica tradicional sempre condenou esse tipo de superstição, sem base alguma nas escrituras. Para o Papa Francisco o uso diário de consultas a horóscopos e cartomantes revela sinais de pouca fé pessoal na mensagem de Cristo.

Durante a oração do Ângelus no Vaticano o Papa Francisco afirmou: "Cristãos que consultam cartomantes e horóscopos demonstram que não possuem uma fé tão forte. Esses fiéis que dizem se apegar à palavra do Senhor precisam, para ter mais segurança, consultar horóscopos e cartomantes! Com isso a pessoa começa a chegar ao fundo!". Depois o Papa concluiu: "Apenas a fé dá a segurança da presença de Jesus, que nos impulsiona a superar as tempestades existenciais. É a certeza de segurar uma mão que nos ajuda com as dificuldades, apontando o caminho, mesmo quando está escuro”

Na Bíblia Sagrada podemos encontrar a proibição expressa sobre o tema. Veja: "Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou â invocação dos mortos, porque o Senhor, teu Deus, abomina aqueles que se dão a essas práticas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti essas nações. Serás inteiramente do Senhor, teu Deus." (Deuteronômio 18:10-13).

A astrologia e a consulta ao horóscopo é uma pratica milenar. Já existia desde os tempos dos antigos profetas do velho testamento, sendo muito praticado entre os povos do oriente como persas, mesopotâmicos e egípcios. A religião judaica sempre foi contra todas essas práticas que basicamente procuravam descobrir o futuro ou como os astros do cosmos influenciavam na vida cotidiana de cada pessoa. Essa tradição foi absorvida pelo catolicismo que também condena esse tipo de conhecimento obscuro, oculto, que nada tem a ver com o verdadeiro evangelho. Assim o Papa aproveitou sua fala aos fiéis na Praça de São Pedro para relembrá-los desse aspecto da doutrina católica.

Papa Francisco e Donald Trump - Depois de dizer que não iria se encontrar com o Papa Francisco, o presidente Donald Trump mudou de ideia. Em sua primeira viagem ao exterior o presidente dos Estados Unidos após ir a Arábia Saudita e Israel, foi até o Vaticano para uma conversa face a face com o Papa.

Trump, que já trocou farpas com Francisco pela imprensa anteriormente, teve que dar o braço a torcer, principalmente por causa da pressão dos católicos americanos, um grupo fortíssimo e muito influente dentro da sociedade dos Estados Unidos, que Trump simplesmente não pode ignorar. São quase 80 milhões de norte-americanos católicos, numa força que praticamente torna obrigatória a todo presidente uma visita ao líder mundial da Igreja Católica.

Durante a conversa, que durou 30 minutos, o Papa Francisco deixou claro a Trump sua posição. Francisco disse ao presidente americano que ele precisava se tornar "um pacificador" diante de sua posição de poder no tabuleiro mundial. Trump ouviu atentamente e diante da imprensa disse que "não iria esquecer tudo o que o Papa Francisco lhe disse!". No final a visita serviu para aliviar um pouco a tensão que existia entre o Vaticano e a Casa Branca. A visita terminou com um presente do Papa a Trump, um texto sobre paz. Para os diplomatas americanos e da Igreja o encontro foi considerado um sucesso de diplomacia e aproximação.

Papa Francisco em Portugal - O Papa Francisco fez uma visita histórica a Portugal nesse fim de semana. Tudo em razão da celebração dos cem anos da aparição da Virgem Maria em Fátima. Na ocasião ainda canonizou dois dos pastorinhos que participaram desse evento tão marcante da história da Igreja Católica. 

Francisco Marto, o primeiro pastorinho canonizado, viu a Virgem Maria quando pastoreava animais de sua família na localidade da Cova da Iria, local onde Maria surgiu às crianças. O interessante em relação ao pequeno Francisco é que ele apenas via a Virgem, mas não conseguia ouvir suas palavras ou falar com ela. Francisco faleceu em abril de 1919, vítima de gripe espanhola. Seu falecimento precoce havia sido profetizada pela Virgem Maria em sua aparição.  

Jacinta Marto foi a segunda pastorinha a ser canonizada. Ela era a irmã mais jovem de Francisco. Ela também estava presente na aparição da Virgem Maria pois acompanhava o irmão no pastoreio dos animais. Jacinta conseguia ver e ouvir Maria, porém não conseguia se comunicar com ela. A garotinha era considerada tímida, porém sensata e serena. Ela faleceu também vítima de gripe espanhola em 1920. Sua morte tão jovem também havia sido profetizada pela Virgem.

A razão principal da canonização das duas crianças que presenciaram a aparição de Nossa Senhora se deu por causa de um milagre, envolvendo um garotinho brasileiro chamado Lucas, cuja mãe pediu a intercessão de Maria Santíssima para que o menino sobrevivesse a uma queda e a uma grave contusão cerebral. Os médicos já davam como certa sua morte. A mãe do menino então pediu aos pastorinhos que intercedessem em relação a Maria e a Deus, todo poderoso. O garoto acabou se recuperando completamente. Uma cura que a ciência não conseguiu explicar.

Reconhecido o milagre pela Igreja Católica, os dois pastorinhos, que já tinham sido beatificados pelo Papa João Paulo II, agora foram canonizados pelo Papa Francisco. A canonização é o processo canônico que reconhece a santidade de pessoas que caminharam pelo evangelho e pela paz do Senhor. A presença do Papa Francisco fez com que a cidade de Fátima recebesse mais de meio milhão de pessoas durante sua estadia no lugar.

O Papa Francisco também exortou para que todos os líderes mundiais lutem pela paz no mundo. Em mais uma mensagem que prega contra o ódio, a intolerância religiosa contra as minorias cristãs no Oriente Médio e a busca incansável pela solução dos problemas entre os povos pela via diplomática e não pela guerra e pela morte. A imprensa mundial cobriu a visita do Papa a Portugal com extremo interesse. O sumo pontífice então retornou ao Vaticano, nessa que foi considerada mais uma das grandes viagens papais do pontificado de Francisco. Veja abaixo fotos dessa histórica visita à nação dos nossos queridos irmãos portugueses! Viva Maria!

Nossa Senhora de Fátima - 100 anos - Há exatos cem anos Nossa Senhora surgiu para três crianças camponesas em Portugal, mais precisamente na cidade de Fátima. Maria deixou algumas mensagens, todas elas se concretizaram nos anos seguintes, demonstrando a força de suas palavras. Ela também deixou uma frase poderosa e inspiradora ao dizer que apesar de todos os ataques contra ela, a igreja e o Cristo, seu imaculado coração iria prevalecer, iria vencer.

O Papa Francisco foi até Fátima para a canonização de duas das crianças. No Twitter o Papa escreveu a seguinte frase: "Aqui em Fátima louvo a Cristo, nossa paz, e para o mundo peço a concórdia entre todos os povos.". A imprensa tem dado destaque à visita do Papa Francisco e tudo tem sido realizado em um clima de bastante paz e harmonia. Só me entristece o que tem acontecido em certas redes sociais no Brasil.

Sempre que uma reportagem de um grande órgão de imprensa do Brasil noticia sobre a visita do Papa em Fátimos temos que nos deparar na parte de comentários com uma série de ofensas, palavrões, desrespeito e intolerância religiosa contra a fé católica. As pessoas não possuem limites. Falta até mesmo civilidade para muitos. Atacam o Papa Francisco, a Igreja Católica, a crença dos católicos e até mesmo desrespeitam Maria, mãe de Jesus, nossa mãe, Maria Santíssima. É triste de ver como muitos perderam completamente a noção do respeito mínimo que se deve dar a uma figura como Maria

Já tentei muitas vezes dialogar com esse tipo de gente, mas é algo impossível. Lamento muito as atitudes de certos evangélicos que parecem nutrir um especial ódio contra Maria! É incrível, supostamente seguem a mensagem do Cristo, mas parecem odiar sua mãe! Pior são certos ateus que ridicularizam e rebaixam a fé cristã. Em nome de uma verdade supostamente absoluta que eles próprios idolatram, ao qual chamam de ciência, ofendem, desprezam e rebaixam os que possuem um verdadeiro sentimento religioso. São tempos tenebrosos esses que vivemos. A tecnologia que poderia ser usada tanto para o bem do próximo vira arma do mal absoluto. Que Deus tenha piedade das almas apodrecidas dessas pessoas que fizeram do ódio sua profissão de fé no mundo virtual.

Papa Francisco no Egito - Nessa semana o Papa Francisco esteve em uma visita histórica no Egito. Essa passagem do Papa em um país massivamente muçulmano teve um significado muito relevante. Não faz muito tempo e um atentado covarde matou dezenas de cristãos que assistiam a uma missa no Cairo. Essa tragédia tocou fundo a alma do sumo pontífice. Assim Francisco decidiu levar sua mensagem de paz a um país conturbado pelo fanatismo religioso.

Esse tema aliás foi o mais presente nos discursos, mensagens e homilias realizadas por Francisco em sua passagem pelo Egito. Ele fez questão de separar o islamismo, a grande massa de seguidores dessa religião, que são pessoas pacíficas que nunca fizeram mal a ninguém, dos extremistas e terroristas. Os atos criminosos dessas pessoas fanatizadas, que cometem suicídio como homens-bombas, arrastando a vida de centenas de milhares de pessoas inocentes com esse tipo de ato, não pode ser extensiva para todos os islâmicos. A generalização é sempre condenável pois fomenta o ódio e o preconceito.

O Papa Francisco assim reforçou sua mensagem de paz, tolerância religiosa e combate ao fanatismo extremista. A mensagem básica é que cristãos e muçulmanos podem viver juntos, em paz e harmonia. Com essa mensagem pacificadora o Papa recebeu apoio de todos os líderes islâmicos do Egito, que participaram ao seu lado de um ato de fraternidade. Também contou com a constante presença do patriarca da religião cristã copta, considerado o sucessor de São Marcos, o evangelista que foi até o Egito divulgar a mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Teodoro II esteve o tempo todo ao lado de Francisco.

A religião cristã copta é a mais numerosa do Egito. Os católicos formam uma minoria. O país é majoritariamente islâmico. O Egito passa atualmente por um momento político delicado. A democracia não funcionou muito bem, colocando no poder líderes políticos fundamentalistas, com ideias radicais. Assim a visita ao Egito não foi basicamente uma viagem evangelizadora de Francisco, mas sim política. Sua presença na região, reforçando a importância da convivência entre religiões, é a mensagem mais importante de sua viagem em terras egípcias.

Papa Francisco e o celibato - Nessa semana o Papa Francisco resolveu levantar novamente a polêmica sobre o celibato dentro da Igreja Católica. Em entrevista a um jornal alemão o Papa reconheceu que a Igreja vem sofrendo com a falta de padres em certas comunidades mais distantes, onde existe um grande rebanho católico, igrejas, mas não padres. Embora seja alto o número de padres na Igreja, esse número não é suficiente para atender toda a demanda do catolicismo.

Estima-se que existam 400 mil padres ao redor do mundo, mas esse número ainda é insuficiente para atender quase dois bilhões de católicos espalhados em praticamente todas as nações do mundo. Como resolver esse problema? Uma solução a ser pensada, segundo Francisco, seria aumentar as funções de homens casados, pais da família, que teriam longa tradição de vida dentro da Igreja. Esses homens casados poderiam celebrar casamentos, batismos, etc. Esse categoria de membros da igreja ainda não seriam sacerdotes. Identificados como "viri probati", eles poderiam ajudar na escassez de padres em cidades e vilas mais distantes dos grandes centros urbanos.

A falta de padres já havia sido tratada quando o Papa Francisco esteve no Brasil. Ele contou a história de uma senhora católica que vivia em uma pequena cidade no interior da Argentina. Sem padres na região ela teria começado a frequentar um culto da igreja evangélica local, mas jamais teria deixado suas crenças católicas de lado, mantendo inclusive uma bonita imagem de Nossa Senhora em casa, longe dos olhos do pastor! Os evangélicos, como se sabe, acreditam que Maria foi uma mulher comum, como qualquer outra.

Outro fato que vem fazendo o Papa Francisco mudar de ideia em relação às regras da Igreja Católica sobre o celibato foi uma carta enviada a ele por um grupo de mulheres que se diziam "esposas" de padres na Itália. Muitos sacerdotes mantém relacionamentos estáveis e duradouros, alguns com filhos. Isso cria uma situação bem difícil para a Igreja, pois ao mesmo tempo em que ainda mantém o celibato sabe que muitos padres vivem como verdadeiros pais de família, com filhos não reconhecidos para evitar o escândalo. Além disso a liberação da escolha para os padres poderia muito bem fazer explodir as matrículas em seminários por todo o mundo. Muitos jovens com vocação gostariam de ser padres, porém não possuem a mesma certeza se estariam dispostos a abrir mão de terem uma família no futuro. O fim do celibato colocaria fim a todas essas dúvidas e receios.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Longinus

Popularmente conhecido como São Longuinho, o soldado romano Longinus esteve presente em um dos momentos mais cruciais da história do cristianismo: a crucificação de Jesus Cristo. Longinus era um dos soldados romanos designados por sua legião para a execução de um judeu que se dizia filho de Deus. Essas tropas que eram incumbidas de crucificações eram formadas geralmente por cinco ou seis militares. Longinus era um deles.

Embora não tenha sido nomeado no evangelho, o ato mais importante desse soldado foi registrado na Bíblia. Segundo a tradição teria sido ele o portador da lança que foi direcionada para o peito de Jesus para confirmar se ele ainda estava vivo ou não. Quando transpassou o peito de Jesus um pouco de água e sangue de seu organismo saiu de seu corpo. Reza a tradição que longinus vinha sofrendo de um sério problema de visão e quando o sangue de Jesus tocou seu rosto ele imediatamente ficou curado! O milagre convenceu o legionário romano de que a divindade de Jesus era real, a tal ponto que ele teria afirmado para seus companheiros de armas: "Esse homem é realmente o filho de Deus".

Historicamente é muito complicado determinar as origens de Longinus. Onde teria nascido, quando e em que lugares teria servido o exército romano. Porém após a crucificação de Jesus surgem algumas informações sobre o destino do jovem soldado. Segundo antigos escritos, muitos deles baseados em tradições orais, Longinus teria ficado muito impressionado com o milagre de Jesus. Assim ele começou a sua própria busca espiritual em direção à mensagem de Cristo. Em pouco tempo largou o exército romano e se tornou um devotado cristão. Ele começou a pregar o evangelho e em pouco tempo começou a ser perseguido, tal como os primeiros cristãos. Longinus assim foi preso e torturado a mando de Pilatos que teria ficado furioso ao saber que um romano estava convertido ao cristianismo. Algumas fontes afirmam que ele teve sua língua arrancada por outro romano com um punhal e depois foi chicoteado até a morte dentro da guarnição militar romana em Jerusalém. Algumas outras versões trazem outras formas de execução para a sua morte, mas todas elas concordam que Longinus se tornou mártir da fé cristã, morrendo por ser um romano crente na mensagem de Jesus.

Com os séculos a história de Longinus foi sendo mais conhecida. Na língua portuguesa ele virou "Longuinho", uma expressão que se referia também à arma que portava como soldado romano, uma grande lança de combate. No final do século X ele foi finalmente canonizado pelo Papa Silvestre II. Sua frase afirmando aos pés da cruz de que Jesus era verdadeiramente o filho de Deus lhe valeu a santidade. Na cultura popular Longinus virou São Longuinho, um santo simpático, que ajuda as pessoas a encontrarem objetos perdidos em momentos de grande agonia. Essa visão curiosa e até carinhosa porém tem pouco a ver com a verdadeira história do legionário romano que acabou se tornando um dos primeiros cristãos da história, em um momento de extrema perseguição contra a fé que naquele momento nascia.

Pablo Aluísio. 

Jesus Cristo - Atire a primeira pedra!

O evangelista João registrou em seu evangelho uma das mais conhecidas histórias de Jesus Cristo. Naqueles dias Jesus resolveu passar a noite no monte das oliveiras, onde meditou e rezou. No dia seguinte voltou para a rotina de sua missão, levando a palavra de Deus para todos os homens. Assim Jesus reuniu um grupo que se sentou ao seu redor, ouvindo toda a sua pregação.

Eis então que um grupo de fariseus e escribas do templo trouxe até ele uma mulher acusada de adultério, de ter traído seu marido. Eles queriam colocar Jesus em uma situação embaraçosa, constrangedora, pois eles entendiam que a mensagem de amor ao próximo de Jesus não poderia ser aplicada no caso dela.

Desde os tempos de Moisés os judeus seguiam literalmente a leis religiosas do judaísmo que diziam que uma mulher que houvesse traído seu esposo deveria ser levada para a praça pública. Uma vez na frente do povo todos deveriam pegar pedras pesadas para apedrejar a traidora. Sim, naqueles tempos a traição era punida com a morte, com requintes de sadismo e tortura! Imaginem uma mulher sendo morta, aos poucos, com pedradas dadas por todos! Uma brutalidade sem tamanho! Era brutal, mas os membros do templo entendiam que era o certo a fazer, pois assim estava escrito na lei judaica.

Então como Jesus iria aliar sua mensagem de paz e puro amor ao próximo com a brutal lei antiga dos tempos de Moisés? Então os fariseus trouxeram a mulher perante Jesus e perguntaram, maliciosamente: "Mestre, essa mulher pecou, cometeu adultério! A lei de Moisés afirma que ela deve ser apedrejada, então o que tens a dizer sobre isso?". Ora, se Jesus negasse a lei de Moisés, tal como determinado no templo, ele seria condenado por blasfêmia e outros crimes religiosos. Era uma cilada por parte dos fariseus e escribas do templo para condenar Jesus perante as autoridades religiosas de seu tempo.

Jesus então olhou para aquela situação e começou a escrever os pecados de todos aqueles que estavam ali, para assassinar a mulher! Depois olhando para eles desafiou: "Aquele que entre vocês não tenha pecado que atire a primeira pedra!". Todos ficaram sem saber o que fazer, como agir! Era um bando de pecadores querendo punir uma pecadora. A hipocrisia imperava entre aqueles que queriam apedrejar a pobre mulher indefesa. E então um a um todos eles começaram a se retirar, ficando apenas Jesus e a mulher. Foi nesse instante que Ele disse a ela: "Mulher, onde estão aqueles que queriam lhe apedrejar? Onde estão seus acusadores? Ninguém lhe condenou?". E assim, dando um maravilhoso exemplo de misericórdia divina Jesus concluiu: "Nem eu lhe condenarei! Vá e não volte a pecar!". Agindo assim Jesus provava mais uma vez que o perdão de Deus é infinito. "Perdoar setenta vezes sete!", em suas próprias palavras!

Pablo Aluísio.
Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.
João 8:12
escribas e fariseus
João 8:3
escribas e fariseus
João 8:3

terça-feira, 21 de junho de 2011

Papa Gregório XIII

Não faz muito tempo e a Rainha da Inglaterra declarou que a mais tradicional monarquia da Europa era a dos Papas. Ela certamente sabia do que dizia. Os Papas, principalmente os da Renascença, eram verdadeiros Reis, cuja extensão de seu poder não se limitava às fronteiras de Roma, mas se estendia por praticamente todos os países do mundo. Ugo Buoncompagni, que passou para a história como Papa Gregório XIII, foi um dos mais notórios Papas reis da história da Igreja Católica.

Ele demonstrou, como poucos, a influência avassaladora das decisões da Igreja para todos os povos do mundo ocidental. Foi Gregório XIII quem implantou o atual calendário que ainda hoje utilizamos. Chamado de calendário Gregoriano, ele dividiu o ano em 12 meses, os meses em dias e os dias em horas e minutos.

Tudo foi elaborado por astrônomos renomados que serviam ao poder do Vaticano. Tão preciso se tornou esse trabalho que mesmo na atualidade, com tantos avanços científicos que foram feitos ao longo dos séculos, ainda se utiliza o mesmo método de contagem de tempo implantado pelo Papa Gregório. Um trabalho realmente magnífico. Através de um decreto Papal o calendário foi colocado em prática, para todas as nações cristãs, organizando e uniformizando a vida dos homens em relação ao tempo. Um trabalho definitivo.

Além de impor o famoso calendário aos povos cristãos esse Papa também decidiu que iria resolver o problema com a coroa inglesa. A celeuma entre a Igreja Católica e a dinastia dos Tudors começou com Henrique VIII. Ele queria se casar pela segunda vez, ao rejeitar sua primeira esposa que não havia lhe dado herdeiros homens. O Papa da época recusou anular o casamento de Henrique. Esse então resolveu romper com Roma, expulsando a Igreja Católica da Inglaterra, fundando sua própria religião, o Anglicanismo.

Nos tempos do Papa Gregório XIII reinava na Inglaterra a Rainha Elizabeth I, filha de Henrique VIII. Ela era uma protestante feroz, muito crítica e até mesmo herege em relação aos ensinamentos do Catolicismo. A Igreja tinha preferência pela outra filha de Henrique, Mary, que era católica como a mãe, a Rainha Catarina. Gregório XIII então fez de tudo para desestabilizar a coroa de Elizabeth, mas as tentativas foram em vão. Para piorar essa política internacional custou muito aos cofres da Igreja. Ao morrer em 1585, o Papa deixou uma série crise financeira para a Igreja. Ele havia reinado por doze anos e ao falecer aos 83 anos de idade, deixou os cofres do Vaticano praticamente vazios. Essa acabou sendo uma das mais graves crises enfrentadas pela Igreja Católica em sua existência. Um problema que deveria ser resolvido por seu sucessor no trono de Pedro.

Pablo Aluísio.

Ordem dos Cavaleiros Templários

Embora já se tenha passado mais de sete séculos de sua extinção a chamada Ordem dos pobres cavaleiros de Cristo e do templo de Salomão, mais conhecidos como Cavaleiros Templários, ainda desperta curiosidade entre os pesquisadores. Certamente os Templários formaram a mais famosa ordem guerreira da história da Igreja Católica.

Eles reuniram sob uma mesma bandeira a coragem das ordens medievais da idade média com a fé em algo maior, a fé em Jesus e sua mensagem. Seus membros eram monges católicos de linha guerreira, ou seja, embora fossem membros da hierarquia da Igreja Católica, suas funções eram exercidas em campo de batalha. Sua função inicial foi a de proteger os peregrinos católicos que queriam conhecer a terra Santa, Jerusalém. Naqueles tempos distantes uma viagem como essa poderia ser extremamente perigosa, ainda mais com a proliferação do islã, que punia com a morte todo aquele que fosse considerado infiel (ou seja, não islâmico). Para que os cristãos não fossem mortos eles eram protegidos pelos Templários durante sua jornada de fé.

A ordem surgiu em 1118, com apenas nove cavaleiros franceses liderados por Hugo de Payens. Essa primeira e modesta linha da ordem participou da primeira cruzada. A coragem e a fibra demonstrada por esses primeiros cavaleiros fizeram com que o patriarca de Jerusalém Garmond de Picquigny escrevesse ao Papa para elogiar e reconhecer o mérito desses combatentes. O papa ficou impressionado com os relatos e resolveu dar mais meios e dinheiro para que a ordem crescesse, recrutando novos membros. Em 1129 a Ordem foi reconhecida oficialmente por Roma, se tornando parte central dentro da Igreja Católica. Com a simpatia e o apoio dos papas da época, a ordem rapidamente cresceu em tamanho e poder.

Durante dois séculos os cavaleiros templários defenderam a fé católica no oriente médio e também na Europa, onde fundaram inúmeras igrejas e castelos militares que serviam à própria ordem. No campo de batalha foram extremamente bem sucedidos, a tal ponto que Jerusalém passou a ser controlada por eles, que expulsaram os muçulmanos de seus domínios. Pela primeira vez na história o cristão que desejasse visitar a terra onde viveu Jesus o poderia fazer, de forma segura e protegida. Os islâmicos porém nunca desistiram de reconquistar a cidade santa, o que fez com que a ordem estivesse permanentemente em guerra.

Em 1312 o Papa Clemente V, impressionado com o poder da ordem dos templários, que naquele momento rivalizava até mesmo com o poder papal, resolveu dissolver os templários. Segundo alguns historiadores essa porém não foi a única razão. O rei Felipe IV da França estava endividado com a ordem, e por essa razão resolveu pressionar o Papa para colocar um fim aos templários. A verdade sobre o fim dos templários porém ainda se mantém encoberto sob uma sombra de mistérios.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Papa Pio V

O Papa Pio V foi um dos lideres mais preocupados com a doutrina da Igreja Católica. Ele vinha de família nobre e seu nome de batismo era Antonio Ghislieri. Nascido na pequena vila de Bosco Marengo, que fazia parte do condado de Milão, o jovem Antonio desde muito novo demonstrou ter aptidão para o estudo e para a vida religiosa. Com essas características ele entrou para uma ordem com apenas 14 anos de idade e nunca mais deixou o clero. Foi padre, bispo e cardeal.

Sua carreira foi muito rápida e bem sucedida dentro da hierarquia da Igreja Católica porque ele foi um produtivo escritor de trabalhos teológicos, entre eles várias teses que tinham como objetivo combater heresias protestantes. Esse futuro Papa também foi um inquisidor, considerado rígido e disciplinado. Quando se tornou cardeal logo foi identificado, por causa de seu grande preparo intelectual, como um provável sucessor do Papa Pio IV, que já se encontrava com a saúde abalada.

Assim, como era previsto, Antonio se tornou o Papa Pio V em janeiro de 1556. Na época todos reconheciam nele um grande intelectual, com preparo doutrinário, porém muitos também o consideravam sem carisma, duas características que fariam parte também do papado de Bento XVI. Antonio esteve na cadeira de Pedro por seis anos. Foi um Papado bem produtivo em termos de construção doutrinária por parte da Igreja Católica, como era de se esperar.

Procurando trazer uma definitiva racionalidade para a doutrina católica esse Papa publicou o Catecismo definitivo da igreja, um grande feito. Também determinou ao mundo católico que as decisões do Concílio de Trento fossem efetivamente executados. O Papa era considerado um grande conservador e um grande moralista, a ponto inclusive de se chocar com algumas pinturas de Michelangelo, mandando que os corpos nus das pinturas originais fossem cobertas por roupas. Também determinou e codificou a liturgia que deveria se usada nas missas da Igreja. Pio V, fazendo jus ao seu passado de inquisidor, não admitia maiores liberalidades na hora da celebração do principal ritual católico. Depois de lutar contra o avanço do islamismo na Europa o Papa morreu aos 68 anos de idade, de câncer. Ele foi enterrado na igreja de Santa Maria Maggiore, em Roma, onde até hoje está exposto.

Pablo Aluísio.

Arquivos do Vaticano - Edição I

Arquivos do Vaticano V
Segue a seguir uma série de textos de natureza religiosa que escrevi para o blog Catolicismo em Maria. Os textos estão resgatados com a finalidade de arquivo pessoal de meus escritos.

Papa Francisco no Paraguai - Papa Francisco no Paraguai - Nessa galeria de fotos vemos a maravilhosa visita do Papa Francisco no querido país vizinho do Paraguai. Francisco foi recebido pelo povo paraguaio de braços abertos, visitou uma favela, exaltou a firmeza e a força da mulher daquela nação que precisou se reerguer após uma guerra terrível e ainda pediu perdão pelos erros do passado em relação aos nativos da região. Essa visita marcou o fim de seu giro pela América do Sul, que começou pelo Equador, Bolívia e Paraguai. Muitos brasileiros e argentinos participaram de longas caravanas para encontrar o carismático Papa argentino. Ao fim dos trabalhos Francisco reconheceu que havia sido uma viagem que lhe exigiu muito fisicamente. A um padre amigo confidenciou que estava esgotado. Agora o nosso querido Papa retorna para o Vaticano, na paz de Deus! (fotos:

Papa Francisco na Bolívia
Dando prosseguimento em sua viagem pelos países da América do Sul o Papa Francisco chegou hoje na Bolívia. Em seu primeiro discurso no país o Papa elogiou os esforços que estão sendo feitos no sentido de incluir todos os cidadãos bolivianos na vida econômica, política e social daquela nação. O Papa Francisco ressaltou também a importância da liberdade de opinião de todos, inclusive dos membros do clero católico, que foram incentivados a se tornarem membros ativos daquela sociedade, opinando e comentando não apenas questões religiosas, mas públicas também. Com um pequeno atraso o Papa chegou na capital da Bolívia que é situada a quase 12 mil pés acima do nível do mar. Havia uma preocupação com o fato do Papa já ter 78 anos e apenas um pulmão para enfrentar o desafio de resistir ao natural cansaço causado pela grande altitude. Sua viagem entre Quito e La Paz durou três horas, mas a despeito de todo o esforço o Papa demonstrou grande força de vontade em saudar todos os que estavam à sua espera, por todo o trajeto que o levou do aeroporto ao lugar onde ficará durante sua breve visita.

O presidente boliviano Evo Morales recebeu o Papa no aeroporto, com honras de chefe de Estado. Embora tenha tido ao longo desses anos uma relação bastante conturbada com certos bispos da Igreja, Morales se mostrou muito satisfeito com a visita do Papa e o teceu de elogios para a imprensa local e internacional. A um jornalista estrangeiro disse: "Quem trai um pobre, também trai o Papa Francisco". Depois dirigindo-se diretamente ao Papa Francisco declarou: "Irmão papa: Em muitos momentos históricos, a igreja foi utilizada para a dominação, subjugação e opressão. Agora, o povo boliviano o recebe com esperanças e alegria. O povo boliviano o vê como o representante máximo da Igreja Católica, que veio à Bolívia para ajudar na libertação de nossos povos." O fato mais comentado foi um presente que o presidente da Bolívia deu ao Papa, uma imagem de Jesus Cristo crucificado sobre a foice e o martelo, símbolos máximos da ideologia comunista. O presente causou estranheza entre os convidados e o Papa não escondeu sua surpresa ao ter que lidar com tão diferente e pouco usual peça de arte.

A convivência entre a Igreja Católica e o governo boliviano não tem sido muito pacífica nos últimos anos, principalmente pela resistência que determinados líderes religiosos se empenham contra certos atos autoritários de Evo Morales. Diante disso o Papa não deixou passar a oportunidade de reforçar mais uma vez a questão da liberdade religiosa como um dos pilares de toda democracia sadia e forte. "A Igreja Católica tem raízes profundas no povo e na cultura dessa nação" - ponderou Francisco. Depois concluiu: "A voz dos bispos católicos deve ser profética, falando abertamente com a sociedade boliviana em nome de nossa Igreja, nossa mãe. Devemos priorizar a mensagem evangélica em prol dos mais pobres". O Papa Francisco ainda deixou claro que deve haver uma cooperação cívica em caminho ao diálogo envolvendo todos os setores da sociedade boliviana, seja por parte do governo, do povo ou da igreja.

Por fim o Papa Francisco tocou em um tema relevante ao dizer que o trabalho é fator essencial para o desenvolvimento integral de cada pessoa e por isso todos os esforços devem trilhar nesse objetivo. Também é necessário que o Estado e a Igreja tenham em comunhão  especial cuidado pela proteção das pessoas mais vulneráveis, pelos pobres e desassistidos. Para Francisco não é possível crer em Deus Pai e ao mesmo tempo virar o rosto para essas pessoas. Devemos ver cada um membro da sociedade como nosso irmão e irmã. É necessário que o verdadeiro cristão doe sua vida ao próximo, como assim fez Jesus, que morreu na cruz por todos nós. Continuando seu discurso Francisco ressaltou mais uma vez o papel do Estado na busca pelo fim das desigualdades sociais. Para Francisco as leis e a constituição precisam reconhecer os direitos individuais, principalmente os das minorias. Além disso as instituições democráticas precisam ser fortes o suficiente para pavimentar o caminho em direção a concretização de todas essas providências importantes. O Papa também não deixou o meio ambiente de lado e chamou a atenção para a preservação ambiental como um forma de respeito à criação de Deus. Por fim Francisco reforçou a ideia de que os valores morais e familiares precisam ser fortalecidos a cada dia. "Numa época em que os valores básicos são muitas vezes negligenciados ou distorcidos, os méritos da família precisam ser cada vez mais valorizados. A família é a célula básica da sociedade" - concluiu o sumo pontífice.

Papa Francisco no Equador - O Papa Francisco começou sua viagem pela América do Sul. O primeiro país visitado é o Equador. A missa realizada no dia 7 de julho foi celebrada em comemoração ao bicentenário de Quito, capital da nação equatoriana. Na ocasião o Papa Francisco realçou a importância dos católicos de todo o mundo se unirem para levar adiante a palavra e a fé em Cristo. Para o Papa o momento é de superar velhas diferenças, antigas brigas, valorizando a paz e o anseio humano em busca da felicidade. O Papa ressaltou que isso não significa olhar o mudo de forma fantasiosa, como se estivesse vendo a realidade ao redor com um óculos de lentes cor-de-rosa, mas sim abraçar o sonho e a capacidade de seguir em frente em busca de um mundo melhor. "O mundo não é perfeito, existem falhas e erros sociais graves, mas devemos seguir o exemplo de Cristo, que amou o mundo e a humanidade como criação de Deus." - Explicou Francisco. 

O Papa resolveu homenagear a cultura do país vestindo uma roupa papal com detalhes de cultura equatoriana. Depois Francisco se dirigiu à multidão que o aguardava para seguir em sua pregação. "Não devemos ignorar que existem muitos problemas no mundo. Não podemos fingir que não vemos as dificuldades pelas quais muitos passam. É justamente nesse mundo conturbado que devemos viver e melhorar a cada dia. Ao invés de só reclamarmos é importante responder aos desafios, aceitando a graça de Deus em sermos construtores de um mundo melhor" - explicou o Papa. Francisco deixou claro a necessidade de evangelizar até como forma de promover uma nova revolução nas mentes e corações dos homens ao redor do mundo. A busca pela palavra do evangelho e a forma como ele entra na vida das pessoas é a nova revolução proposta pelo Sumo Pontífice.

Autoridades locais estimam que entre 800 mil a 1 milhão de pessoas compareceram ao evento. O país, um dos maiores exportadores de flores do mundo, caprichou na decoração, criando um verdadeiro tapete de pétalas de rosas espalhadas ao longo do trajeto do papa pela capital do país. O Papa Francisco fez questão que todos os setores da comunidade equatoriana estivessem presentes na missa. Grupos étnicos e sociais se fizeram representar. Visitantes de outros países sul-americanos também participaram de grandes caravanas em direção à capital equatoriana. Os membros do clero católico na região propuseram que a segunda leitura na missa fosse realizada na nativa língua Kichwa. O Papa adorou a sugestão e assim foi feito. Para reforçar ainda mais a identidade com o povo local Francisco se apresentou com uma roupa especial para o evento, com design indígena, próprio dos criadores de artesanato de Quito.

Na homilia o Papa relembrou da oração de Jesus na última ceia, quando ele proclamou suas preces com uma voz baixa e com um semblante de reflexão espiritual profunda. Para Francisco a oração quase silenciosa foi na verdade um grito de Jesus em direção à sua natureza divina. Para o Papa o desejo de unidade de todos os cristãos do mundo deve ser pavimentado também pela alegria reconfortante da evangelização. "Jesus nos consagrou para que possamos encontrá-lo pessoalmente. Esse encontro com Jesus também nos leva ao encontro do próximo, do nosso semelhante. Isso envolverá uma paixão coletiva do mundo em busca da evangelização." - Concluiu Francisco.


Papa Francisco e o casamento - O Papa Francisco afirmou hoje que, em casos extremos, quando é moralmente necessária a separação de um casal, os pais precisam ter a plena consciência do sofrimento que o fim de um casamento pode causar em seus filhos. O Papa Francisco explicou que em determinados casos, principalmente quando envolve situações de grave violência, a vida conjugal se torna impossível, o que abriria as portas para uma separação moralmente necessária entre o casal. O Papa exemplificou que o modelo sadio de família nem sempre ocorre no mundo real. Quando ao invés de amor, compreensão e paz surge a briga, a discórdia e as ofensas entre marido e mulher a situação se torna muito danosa para os filhos que acabam arcando com o maior sofrimento psicológico dentro dessa família. O Papa explicou a situação ao afirmar que as mágoas geralmente crescem com o tempo e quando não podem mais ser corrigidas, sendo ao invés disso negligenciadas, a vida do casal só tende a piorar. Com o passar dos anos tudo se transforma em arrogância, hostilidade e desprezo. Nesse ponto o amor que uniu o casal se rompe, criando lacerações profundas que dividem definitivamente marido e mulher, levando-os a procurar outro lugar para a compreensão, o apoio e a consolação. Quando isso acontece é melhor pensar no bem da família.

O Papa Francisco então explicou que nesse ponto os casamentos ficam esvaziados do verdadeiro amor conjugal. O ressentimento só cresce e a desintegração dos laços do casal acaba atingindo também os filhos. Muitos pais ficariam até mesmo anestesiados em relação às feridas que são abertas na alma de seus filhos. Isso porém não pode ser deixado de lado e tampouco se pode curar sua dor com presentes ou guloseimas. São feridas dolorosas e profundas, acrescentou Francisco. Assim é necessário uma profunda reflexão para que o peso da separação não esmague o espírito das crianças. Francisco afirmou: "Quando os pais perdem a cabeça, quando cada um começa a pensar apenas em si mesmo e tendem a se machucar um ao outro, se ofendendo mutuamente, as crianças é quem acabam sofrendo mais. Muitas delas experimentam uma verdadeira sensação de desespero por causa de tudo o que acontece ao seu redor".

Para o Papa Francisco a dor da separação deixa sempre uma marca para toda a vida na alma dos filhos. Muitos escondem o que sentem e choram sozinhos, por eles mesmos. Para o Papa Francisco esse tipo de ferida espiritual acaba afetando toda a família. "Marido e Mulher formam uma só carne" - explicou Francisco - "Assim seus filhos também são carne de sua carne. Numa separação todos sofrem, a dor e o abandono causam marcam profundas, ficam gravadas na carne viva de seus filhos".

O Papa Francisco então citou o Evangelho de Mateus, mostrando a importância do vínculo matrimonial como fundamento da vida familiar, mas lembrou também que em determinadas situações o casamento se torna impossível de seguir em frente. Francisco disse: "Há casos em que a separação é inevitável. Em determinados momentos a separação se torna moralmente necessária, principalmente quando há violência, humilhação e exploração, além de negligência e indiferença". Para Francisco a separação porém não significa o fim de vínculo matrimonial pois os cônjuges mesmos separados podem evitar novos relacionamentos. "Pessoas separadas podem, sustentadas em sua fé, optar apenas pelo amor de seus filhos. Seria um testemunho de sua fidelidade, naquilo que acreditam, mesmo com um casamento impossível de se reerguer". O Papa porém reconheceu que nem sempre isso acontecerá. "Nem todos os cônjuges separados, no entanto, sentem esta vocação. Nem todo mundo reconhece, na (sua) solidão, uma chamada do Senhor dirigida e cada um deles". Por fim o Papa pediu a Deus que olhe por essas famílias, que a e sua misericórdia eterna ajude a todos passarem por esse momento tão complicado na vida de cada pessoa que vê seu casamento ruir após anos de sonhos e esperanças.

Papa Francisco e o Sudário - O Papa Francisco tocou em silêncio o Santo Sudário e dedicou alguns minutos para uma oração em silêncio durante sua visita à exposição da histórica peça em Turim, na Itália. O Papa fez uma visita muito especial para rezar e ter alguns momentos de reflexão perante uma das mais famosas relíquias do cristianismo. Segundo a tradição esse pano teria sido usado no corpo de Jesus após sua crucificação. Até hoje cientistas e pesquisadores ainda não conseguiram chegar a uma conclusão sobre a maneira como a imagem que está no linho surgiu. Para o Papa Francisco essa é uma questão de menor importância pois ele qualifica a peça como um "Ícone do amor". É um símbolo de fé e de crença em Jesus Cristo e sua paixão, acima de tudo.

Depois, durante uma breve declaração, o Papa Francisco afirmou que todos os seus pensamentos estavam também em Maria, mãe amorosa e atenta a todos os seus filhos, a quem Jesus confiou na cruz, enquanto ele oferecia a si mesmo, no maior ato de amor pela humanidade. Para o Papa Francisco o Santo Sudário seria assim o "ícone do amor" de Cristo por sua criação. A presença do Papa na cidade de Turim levou mais de cem mil pessoas aos arredores da famosa catedral onde o Santo Sudário está exposto desde o dia 19 de abril.

Depois da visita o Papa Francisco ainda reservou um breve momento para prestar sua homenagem a um jovem nativo de Turim, um rapaz chamado Pier Giorgio Frassati que morreu com apenas 24 anos, em uma existência marcada pela ajuda aos mais pobres. Em seguida, durante sua homília, o Papa Francisco lembrou a todos os presentes dos três mais importantes aspectos do amor de Deus: O amor do Altíssimo é fiel, criou todas as coisas e é eterno.


Papa Francisco e o clero romano - O Papa Francisco se reuniu nesse domingo com membros do clero católico na Arquibasílica de São João de Latrão em Roma. O encontro contou com mais de mil sacerdotes provenientes de mais de noventa países. O Papa Francisco aproveitou o momento para em duas horas ministrar uma grande palestra para os presentes. Os sacerdotes estão reunidos para um retiro patrocinado pela Renovação Carismática Católica Internacional e pela Fraternidade Católica. O tema era a evangelização. Mas o Papa aproveitou a oportunidade para falar sobre uma variedade de outros temas também. O Papa começou chamando a atenção para o ambiente interno da Igreja. Em sua maneira de ver os pensamentos diferentes entre os membros do clero são bem-vindos. É natural que dentro da própria Igreja existam opiniões diferentes, argumentos diversos. Para o Papa uma Igreja sem esse tipo de contraste de ideias está morta, é um cemitério. Depois o Papa ressaltou mais uma vez a importância do papel das mulheres dentro da Igreja. "Elas são uma graça, afinal a Igreja é mãe, noiva, mais importante dos que os próprios apóstolos." - explicou o Papa.

Após essa abertura Francisco chamou atenção para que todos os sacerdotes sempre coloquem Deus em primeiro lugar nas suas vidas. Mesmo quando estão cansados, mesmo quando caírem em pecado, o sacerdote católico não pode desanimar de sua missão e nem ter medo de Deus. Para o Papa, Deus está sempre disposto a ajudar, a ouvir os choros e os pedidos de perdão. "Deus é terno e misericordioso!" - explicou Francisco. Um dos aspectos mais interessantes desse encontro é que o Papa fez questão de que os bispos se sentassem ao lado dos padres na plateia, todos misturados. Nada de lugares reservados ou lugares Vips. Essa foi a forma encontrada por Francisco para que todos estivessem e se sentissem no mesmo plano de importância, independente de seu título ou cargo dentro da Igreja Católica. O Papa Francisco aproveitou inclusive para fazer algumas comparações divertidas entre as diferenças entre padres e bispos dentro da hierarquia da Igreja, demonstrando no final de tudo que não deveria haver diferenças, já que todos eram iguais perante Deus.

O Papa Francisco deixou claro que o caminho do evangelho passa pelo amor, pelo cuidado para com os fiéis, em especial idosos, doentes, pessoas pobres e sem recursos. Para ele não pode haver escárnio ou desprezo dentro de um verdadeiro caminho que leve a Deus. Isso não seria o verdadeiro evangelho. Francisco ressaltou: "Existe tanta miséria no mundo! Essa miséria não é apenas material, está inclusive na alma dos ricos! Como eu desejaria que todos fossem livres e não escravos de seu próprio dinheiro". Depois Francisco dedicou algumas palavras sobre a Encíclica sobre o meio ambiente que será lançada na próxima semana. Francisco deixou claro que deseja que sua mensagem chegue aos mais diversos recantos do mundo, inclusive na África, continente que ele revelou ter vontade de conhecer em breve, talvez no outono próximo. O Papa aproveitou ainda a oportunidade para comunicar que muito provavelmente visitará a República Centro-Africana, Uganda e Quênia. Também chamou a atenção para os diversos problemas que muitos países africanos enfrentam na atualidade. O Ocidente deve olhar para o continente e promover políticas de ajuda, evitando assim que o número de refugiados aumente a cada ano.

Por fim, depois de falar por mais de duas horas, o Papa Francisco disse que iria terminar seu discurso para não aborrecer os membros do clero que estavam presentes. Todos riram. O Papa se despediu lembrando da importância da festa do sagrado coração de Jesus e do dia mundial de oração para a santificação dos sacerdotes que está sendo celebrada nas mais diversas paróquias católicas ao redor do mundo. Finalizando Francisco deixou as seguintes palavras: "Deixe-se ser amado por Deus! Sua presença nos atrai para os laços do amor. Ele veio ao nosso mundo e nos libertou da escravidão do pecado"

Papa Francisco na Bósnia - O Papa Francisco está nesse fim de semana na Bósnia-Herzegovina fazendo uma visita ao país que durará apenas um dia. A região é uma das mais instáveis do ponto de vista político e militar e 20 anos depois de um conflito sangrento entre as diversas etnias que compõe sua população ainda existem cicatrizes causadas pela guerra. Durante os anos em que durou a guerra, milhares de pessoas perderam suas vidas. O Papa Francisco está na Bósnia justamente para trazer uma mensagem de paz e reconciliação para aquele povo já tão sofrido. Em seu primeiro discurso do dia o Papa afirmou para todos os presentes: "Para superar o medo, a discriminação e o conflito todos devem ter um profundo desejo de abrir seu coração a Deus e a sua misericórdia. A paz deve ser trabalhada todos os dias, ativamente! Deus deseja a paz para toda a sua criação. Infelizmente isso nem sempre acontece, por causa da oposição que nasce dentro da própria humanidade". Depois o Papa chamou a atenção para a crise de paz que vive o mundo atualmente: "O mundo hoje está enfrentando uma espécie de terceira guerra mundial fragmentada. Existe uma atmosfera de guerra no ar! Devemos lutar contra essa situação" - alertou Francisco.

Para simbolizar esse estado de coisas o Papa Francisco pediu que fosse colocada no altar uma cruz cravada de balas, da época da guerra na Bósnia. Um símbolo poderoso da força de Deus, mesmo em épocas incertas, de muita violência. Também fez questão de chamar a atenção para os imensos cemitérios por toda a cidade. O número de mortos durante a guerra foi tão elevado que parques e praças públicas acabaram virando cemitérios improvisados para enterrar todos os mortos daquele terrível conflito. Também chamou a atenção do Papa as marcas da guerra que ainda estão em todas as partes, nas casas e nos edifícios cheios de buracos de artilharia pesada. Um triste cenário de morte e destruição que serve como alerta para as novas gerações. Estima-se que mais de cem mil pessoas morreram e mais de 2 milhões se tornaram refugiados de guerra, saindo de suas casas, procurando segurança em lugares onde batalhas não estavam sendo travadas. O Papa lembrou disso ao afirmar: "A guerra também significa que crianças, mulheres e idosos se tornarão refugiados. Deixarão seus lares para sempre. Os campos de refugiados, os deslocamentos forçados de grandes populações, as cidades destruídas, as ruas, as fábricas, isso tudo é o lado mais terrível da guerra. São incontáveis as vidas que são destroçadas em uma guerra como essa!".

Francisco então lembrou as palavras do próprio Jesus: "Bem-aventurados os pacificadores." Para Francisco, Jesus não estava se referindo aos pregadores da paz, sendo que muitos deles realmente não passam de hipócritas, mas sim aos verdadeiros pacificadores, aos que fazem a paz, que colocam fim às guerras. O Papa então salientou que alcançar a paz não é algo fácil. A pacificação exige paciência, experiência, paixão e tenacidade. É um objetivo que precisa ser buscado todos os dias, passo a passo. "A paz é um passo vital para a humanidade. Esse caminho é árduo, mas não pode ser ignorado. A paz passa pela conversão pessoal de cada um, pois nada pode mudar no mundo sem antes se transformar dentro do coração humano. É dentro do coração de cada um de nós que se abre o verdadeiro espaço a ser ocupado por Deus e sua misericórdia" - afirmou o Papa Francisco em sua homilia. 

A cerimônia do Papa Francisco na Bósnia atraiu uma multidão que o saudou durante toda a visita. Um coral ecumênico de 1600 pessoas de diversas religiões se apresentou. Representantes da Igreja Ortodoxa Sérvia estiveram presentes. Altas autoridades da Bósnia, inclusive seus líderes dos principais poderes de Estado, acompanharam o Papa durante toda a missa. O Papa chamou a atenção para os sorrisos e faces de alegria e esperança dos pequenos bósnios que encontrou pessoalmente. As principais autoridades religiosas do país, inclusive líderes muçulmanos, fizeram questão de estar na presença do Papa para agradecer e apoiar sua mensagem de paz para todos os católicos, islâmicos e ortodoxos da Bósnia. O clima de paz e harmonia encantou o Papa que finalizou dizendo: "Hoje eu vi esperança nos olhos das crianças desse país. Essa é a semente da paz, da esperança. Vamos apostar tudo nisso! Esse tipo de sentimento que vem do coração vai unir a todos. A beleza da harmonia e a melodia sublime da criação de Deus vai superar todos os gritos de ódio dos fanáticos". Ao dizer essas inspiradoras palavras o Papa Francisco foi ovacionado por todos os presentes e a multidão que lotou o estádio para ver e ouvir o Sumo Pontífice em sua peregrinação pela paz.

Papa Francisco e as famílias - Nessa semana o Papa Francisco fez uma análise dos fatores que estariam destruindo as famílias ao redor do mundo. Para Francisco a guerra se tornou a grande mãe de todas as formas de pobreza e a principal destruidora de famílias. Em países onde existem  guerras civis é rotina que famílias inteiras deixem seus lares e fujam, se tornando refugiadas. Em outros países essas famílias são discriminadas por causa de sua origem, pobreza e falta de perspectivas. O abandono e a destruição dos laços familiares assim se torna uma constante, uma grande tragédia para a humanidade. "A Guerra é sempre algo muito terrível" - afirmou o Papa - "É um grande ceifador e predador de vidas e de almas. A alma humana é o bem mais precioso da nossa existência". A fuga da terra natal gera incertezas e insegurança para centenas de milhares de famílias, principalmente no Oriente Médio e Africa, onde atualmente se desenvolvem guerras civis sangrentas e sem perspectivas de uma solução a curto prazo. A situação em muitas regiões é simplesmente desesperadora. Além disso há uma onda de imigração em direção à Europa, muitas famílias se arriscam em travessias pelo Oceano, sem esperanças de que realmente irão sair vivas desse tipo de ato de extremo desespero.

Do lado ocidental o Papa chamou a atenção para a sociedade de consumo que está passando por cima até mesmo dos valores familiares tradicionais. A ganância por poder e dinheiro, o culto a uma aparência de riqueza e ostentação e a falta de valores morais estão corroendo a base tradicional da família. Para o Papa é quase um milagre que no meio de tudo isso ainda existam famílias unidas, amorosas e religiosas. "Devemos nos ajoelhar perante essas famílias que ainda se conservam puras e dignas perante Deus. Elas se tornaram as verdadeiras escolas da humanidade, as bases que estão salvando a nossa sociedade da barbárie" - observou o Papa. Muitas dessas famílias são pobres, mas mesmo assim conseguem viver com grande dignidade, colocando a plena confiança em Deus. Para o Papa isso criou um verdadeiro alicerce que sustenta toda a nossa sociedade.

Para o Papa a pobreza deve ser combatida, os Estados precisam colocar em prática políticas públicas que a combata. "Muitas famílias vivem em extrema pobreza, mas são exemplos de dignidade. No entanto não podemos ver a miséria como algo banal, gerando nossa indiferença. Pelo contrário, temos que ter vergonha da extensa miséria que ainda assola o nosso mundo" - observou Francisco. A violência e o culto ao dinheiro devem ser combatidos, ao mesmo tempo em que todos devem ter os meios para viverem vidas dignas. O Papa apontou uma contradição existente em muitas políticas econômicas ao redor do planeta ao afirmar: "As economias priorizam o bem-estar individual, mas ao mesmo tempo incentivam a exploração das pessoas. Os governos seguem ignorando a importância da família em suas análises e balanços econômicos, o que é uma enorme contradição". Para Francisco os responsáveis pela vida pública precisam adotar políticas que valorizem os laços sociais. Para o Papa "A luta contra a pobreza não pode ser feita apenas pensando em colocar o pão de cada dia em cima da mesa, mas sim em gerar empregos, estabilidade, educação, saúde, habitação e transporte para todos".

Para o Papa Francisco a família também está sendo alvo de deturpações pelos meios de comunicação em massa. Está se criando falsos modelos de famílias baseados em puro consumismo e culto da aparência. Isso acaba criando um grande abalo, principalmente nas famílias mais pobres que não conseguem manter um alto padrão de consumo. O garoto pobre que não pode ter a roupa de marca, a jovem humilde que é bombardeada pelos meios de publicidade para ter aquilo que não precisa e não pode ter. Isso tudo acaba gerando uma tensão dentro das famílias. O pai e a mãe que não possuem muitos recursos são pressionados pelos filhos para dar a eles um padrão financeiro fora de suas possibilidades. Ao invés de valorizarem o amor familiar muitos jovens se tornam revoltados por sua condição social. Para o Papa a sociedade precisa se unir para combater a pobreza e esse tipo de modelo de "falsa felicidade familiar". O Papa assim terminou seu pensamento exaltando a todos os católicos do mundo para que se unam contra a miséria material e espiritual dentro da sociedade.

Papa Francisco e o caminho da salvação - O Papa Francisco hoje tocou em um tema importante. Muitas vezes no caminho da salvação podemos cometer erros e falhas, mas Deus em sua imensa sabedoria usa esses tropeços pessoais de cada um para a transformação do ser humano. Seria uma maneira de Deus manifestar seu grande amor pela humanidade. Para ilustrar seu pensamento o Papa Francisco usou como exemplo a parábola dos maus lavradores no evangelho de Marcos. Nesse trecho do evangelho Jesus conta a história do dono de um vinhedo. Ele tem um grande sonho para suas terras. Ele prepara as sementes e cuidadosamente prepara a terra, mas erra ao escolher arrendar as suas vinhas para maus lavradores que começam a matar todos aqueles que ele envia para receber sua parte, até mesmo seu filho. Embora todo o seu planejamento tenha sido certo um erro eventual pode colocar tudo a perder. 

Assim está explicado no Evangelho de Lucas 20:9-18: "Então Jesus passou a contar ao povo esta parábola: "Certo homem plantou uma vinha, arrendou-a a alguns lavradores e ausentou-se por longo tempo. Na época da colheita, ele enviou um servo aos lavradores, para que lhe entregassem parte do fruto da vinha. Mas os lavradores o espancaram e o mandaram embora de mãos vazias. Ele mandou outro servo, mas a esse também espancaram e o trataram de maneira humilhante, mandando-o embora de mãos vazias. Enviou ainda um terceiro, e eles o feriram e o expulsaram da vinha. "Então o proprietário da vinha disse: 'Que farei? Mandarei meu filho amado; quem sabe o respeitarão'. "Mas quando os lavradores o viram, combinaram uns com os outros dizendo: 'Este é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa'. Assim, lançaram-no fora da vinha e o mataram. "O que lhes fará então o dono da vinha? "Virá, matará aqueles lavradores e dará a vinha a outros". Quando o povo ouviu isso, disse: "Que isso nunca aconteça!" Jesus olhou fixamente para eles e perguntou: "Então, qual é o significado do que está escrito? 'A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular.' Todo o que cair sobre esta pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó".

Para o Papa Francisco o erro, a falha, faz parte da experiência humana na Terra. Mesmo que todos os cuidados sejam tomados, sempre poderá haver erros, como no caso do dono do vinhedo. Ele fez tudo certo, mas errou ao escolher os lavradores errados, homens maus e criminosos em seus atos. Para Francisco as falhas e erros também fazem parte da salvação. O sonho de Deus é que todos os homens alcancem a salvação eterna, mas sabe que muitos errarão e falharão pelo meio do caminho. Francisco lembrou que a própria história da humanidade reflete isso, com muito derramamento de sangue, guerras, violência e assassinatos. Isso vem desde tempos remotos, do começo da vida do homem. Um exemplo vem do primeiro livro da Bíblia quando Abel foi morto por Caim.

O Papa Francisco lembrou que na Bíblia há muitos lamentos de Deus por causa das falhas de seu povo. Homens e mulheres que se tornaram incapazes de se libertarem dos erros, de seus desejos equivocados. "A história da salvação poderia muito bem ser chamada também de a história de fracasso" - observou o Papa. Assim é preciso que o fiel entenda que muitas vezes tropeçará no meio de sua longa caminhada. Cairá ao chão, pensará que tudo está perdido. É necessário nesses momentos levantar a cabeça, olhar para Deus e pedir sua ajuda para superar todos os seus erros e falhas. A chave para superar tudo é o amor. A morte de Jesus na cruz foi o maior exemplo de amor de Deus para com todos os homens. "Esse é ponto em que o amor vence! A história começa como um sonho de amor de Deus para com todos nós. Depois se desenvolve com muitas falhas e fracassos do homem, mas Jesus e seu exemplo marcam a vitória do amor, o amor de Deus representado pela cruz de Cristo superando todos os erros dos homens" - explicou o Papa Francisco.

Na párabola Jesus fala de uma "pedra que teria sido rejeitada pelos construtores". Essa pedra é o próprio Cristo, que foi rejeitado, julgado e morto pelos homens. Depois essa mesma pedra se torna "a pedra angular", ou seja, a mais importante de toda a construção. "A salvação se firma assim através da rejeição de Cristo. Através de Jesus todos serão salvos" - concluiu o Papa Francisco. Por fim o Papa lembrou a todos que "O caminho para nossa salvação é uma estrada em que existem muitas falhas". Isso porém não deve ser um fator para desanimar ou paralisar o cristão. Ele deve se levantar, seguir em frente, sempre pedindo a Deus para superar todos esse problemas, esses erros e essas falhas que afinal todos cometemos. Superar um erro e uma falha também é um passo a frente em busca da salvação eterna.

Papa Franciscoe o Olhar de Jesus - Na semana em que o Papa Francisco foi eleito o líder mundial mais influente do Twitter, com mais de 20 milhões de seguidores ao redor do mundo, ele resolveu tecer algumas palavras sobre Jesus e sua capacidade de mudar a vida das pessoas com o poder infinito do perdão de Deus. Afirmou o Papa Francisco: "O Olhar de Jesus pode mudar a vida de uma pessoa, assim como ele mudou o próprio São Pedro". Depois continuou: "O Olhar de Jesus sempre nos olha com amor. Ele nos perdoa e nos dá uma nova missão de vida". Para o Papa todos os católicos devem receber Jesus e seu olhar em seus corações, principalmente com a oração da eucaristia: "Senhor, tu estás aqui entre nós. Fixa seu olhar em mim e me diga o que devo fazer, como eu deve chorar pelos meus erros, meus pecados, e com que coragem devo continuar no caminho que você percorreu antes de mim!"

Para sua homilia matinal o Papa lembrou um trecho bastante importante do evangelho, João 21:14-19 que diz: "Jesus aproximou-se, tomou o pão e o deu a eles, fazendo o mesmo com o peixe. 14 Esta foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois que ressuscitou dos mortos. 15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, você me ama realmente mais do que estes? " Disse ele: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Cuide dos meus cordeiros". 16 Novamente Jesus disse: "Simão, filho de João, você realmente me ama? " Ele respondeu: "Sim, Senhor tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Pastoreie as minhas ovelhas". 17 Pela terceira vez, ele lhe disse: "Simão, filho de João, você me ama? " Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez "Você me ama? " e lhe disse: "Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Cuide das minhas ovelhas. 18 Digo-lhe a verdade: Quando você era mais jovem, vestia-se e ia para onde queria; mas quando for velho, estenderá as mãos e outra pessoa o vestirá e o levará para onde você não deseja ir".19 Jesus disse isso para indicar o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus. E então lhe disse: "Siga-me!"

Para o Papa Francisco esse trecho é bem importante porque revela o poder da troca de olhares entre Jesus e Pedro. Nele Jesus pergunta por três vezes a Pedro se ele o ama. Quando Jesus pergunta pela primeira vez fixa seu olhar sobre Pedro e diz "Você é Simão, filho de João. Você será chamado de Pedro". Para o Papa Francisco esse olhar juntamente com a frase que dirige a Simão mostra que Jesus está determinando uma missão para seu apóstolo. "Foi esse primeiro olhar que determinou a missão de Pedro no mundo" - concluiu o Papa. Há assim uma estreita relação entre as três perguntas que Jesus fez a Pedro e as três negações que seu apóstolo fez quando o Messias foi preso. Foi uma maneira de Jesus em redimir e perdoar as negações de Pedro naquela noite triste, mostrando que o simples olhar de Jesus é capaz de mudar os rumos da vida de um pecador. Ao negar Jesus três vezes e depois afirmar três vezes que o amava, Pedro estaria perdoado por suas negações anteriores. Assim também acontece com os homens. Mesmo que tenham negado a Jesus várias vezes o Salvador está sempre pronto a perdoar, desde que a reconciliação com o Senhor seja sincera, vinda diretamente do coração.

Catedral Medieval de Reims
Uma das mais belas catedrais da Europa situa-se em Reims, França. Dedicada a Nossa Senhora, a magnífica obra religiosa foi erguida pela primeira vez em 401. No lugar havia um antigo templo pagão romano. As autoridades da Igreja Católica então resolveram erguer no mesmo terreno uma igreja realmente majestosa, simbolizando a grandeza do cristianismo sobre as antigas religiões sem Deus que varriam a Europa desde tempos imemoriais. Nessa Igreja, que se tornaria a preferida dos monarcas franceses, vários reis da dinastia carolíngia seriam coroados. Em 1211 um incêndio destruiu a maravilhosa obra, mas o povo de Reims se uniu e conseguiu reerguer a igreja, dessa vez de forma ainda mais majestosa. A catedral hoje em dia faz parte do patrimônio cultural da humanidade, sendo considerada uma das mais belas igrejas do continente europeu.

Pablo Aluísio.