domingo, 12 de junho de 2011

Papa Júlio II

Em uma época em que os Papas eram os monarcas mais poderosos da Europa cristã, o Papa Júlio II foi certamente um dos homens mais influentes e poderosos de seu tempo. Giuliano della Rovere era italiano, nascido na cidade de Savona. Desde jovem esteve ligado aos assuntos da Igreja Católica uma vez que era sobrinho do Papa Sisto IV. Esse parentesco lhe abriu as portas para ter acesso a uma educação primorosa, nas melhores escolas da Igreja. Muitos historiadores acreditam inclusive que Sisto queria formar e modelar um sábio para no futuro se tornar Papa. O jovem Giuliano era basicamente seu projeto pessoal em relação a isso.

Assim o futuro Papa acabou recebendo uma educação das mais completas. Quando se tornou frade resolveu seguir os passos dos franciscanos a quem especialmente admirava. Depois foi subindo na hierarquia da Igreja em Roma. Se tornou bispo na França e depois cardeal em Roma. Sabia falar várias línguas, o que o deixava em posição especial dentro da cúria, geralmente exercendo funções diplomáticas. O Papa Inocêncio VIII o tinha em grande estima pessoal. Quando Alexandre VI, um dos papas mais corruptos da história da Igreja subiu ao poder, Giuliano della Rovere se tornou um dos principais cardeais de oposição aos seus absurdos. Tão indignado ficou com Alexandre VI que inclusive chegou ao ponto de se aliar ao Rei Charles da França para que exigisse um concílio com o objetivo de investigar os abusos cometidos.

Quando Alexandre VI morreu subiu ao poder o Papa Pio III, o breve. Esse Papa vinha como um esperança de renovação contra os abusos e crimes do Papa anterior, mas morreu pouco depois, de uma séria doença incurável. Assim Giuliano della Rovere se tornou seu sucessor natural, uma vez que sempre se alinhara com a oposição ao infame Papa Bórgia, linha política essa que tinha ele e Pio III como principais representantes. Em novembro de 1503 ele finalmente subiu ao trono de Pedro, adotando o nome de Júlio II.

Uma de suas principais medidas foi enfraquecer e aniquilar os poderes que a família Bórgia (do Papa Alexandre VI) ainda tinha em Roma. Em poucos meses ele renovou os principais postos do Papado, eliminando membros fiéis aos Bórgias. No campo teológico convocou o Quinto Concílio de Latrão que evitava deter a visão apocalíptica de Joaquim de Fiore, um abade que pregava o fim do mundo ainda para aquela geração. Também nesse Concílio chegou-se ao dogma que afirmava que a alma humana era individual e imortal. Júlio II também lutou contra a criação de uma Igreja Católica de natureza estatal, sediada na França.

Outro aspecto muito lembrado de seu Papado foi seu intenso apoio aos grandes artistas da época. Considerado o verdadeiro Papa Mecenas, Júlio II contratou os serviços de gênios como Rafael e Michelangelo. Foi Júlio II quem mandou pintar o teto da capela Sistina, considerada uma das maiores obras primas artísticas de todos os tempos. Também se destacou no campo militar. Para defender os territórios papais o Papa Júlio II mandou reorganizar os exércitos do Vaticano, investindo em novas armas e equipamentos para manter as terras que historicamente eram dos Papas.

Durante todo o seu Papado manteve uma aproximação com os monarcas da França, Portugal e Espanha. Ao lado desses dois últimos Estados acabou confirmando o Tratado de Tordesilhas, que dividia as novas terras descobertas entre os dois reinos. Em fevereiro de 1513 o Papa adoeceu misteriosamente e após uma febre intensa morreu no Vaticano. Ele foi enterrado inicialmente na Basílica de São Pedro Acorrentado (onde estariam relíquias importantes, as correntes que teriam prendido São Pedro). Depois seus restos mortais foram transferidos para serem enterrados na Basílica de São Pedro no Vaticano, bem ao lado de seu tio Sisto.

Pablo Aluísio. 

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  1. Catolicismo em Maria
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