Foi um ato de coragem do cardeal Giovanni Maria Giocci adotar o nome Papal de Júlio III. Isso porque Júlio II havia sido um dos grandes Papas daquele século. Evocar o título Papal Júlio era realmente a prova que o cardeal Giocci queria nada mais do que a grandeza para seu pontificado. Ele subiu ao trono em novembro de 1549, no conclave que foi convocado após a morte do Papa Paulo III. O alto clero de Roma queria mudar alguns aspectos para o novo Papa. Era necessário escolher um sucessor não tão idoso como havia sido Paulo III e não tão jovem como Leão X (que se tornou Papa com apenas 37 anos de idade!).
O que eles procuravam então? Um homem de meia idade, culto, bem relacionado diplomaticamente e que tivesse poder dentro da cúria romana. Nenhum nome se encaixava melhor nesse perfil do que Giocci. Assim que assumiu ele percebeu que o velho problema da cisão do Cristianismo continuava na Europa. Monarcas estavam fundando suas próprias igrejas protestantes, muitas delas controladas por protegidos da nobreza, pessoas sem qualquer qualificação religiosa que só queriam explorar os fiéis. Roma estava apreensiva com essa situação.
Júlio III enquanto cardeal foi um homem de confiança do Papa Paulo III. Muitos diziam que ele era seu braço direito. Assim não houve mudanças significativas no rumo da Igreja durante seu pontificado. O novo Papa se dedicou a completar tudo o que havia começado na gestão de Paulo III, entre eles o desenvolvimento do Concílio de Trento. Essa reunião de mestres e estudiosos católicos tinha sido inaugurada por Giocci quando ele era cardeal. Foi dele a incumbência de fazer as orações iniciais do Concílio e agora como Papa as discussões teológicas deveriam seguir em frente.
As teses de Martinho Lutero foram debatidas durante o Concílio e rejeitadas. Houve uma preocupação especial de Júlio III com os seminários católicos ao redor do mundo. Ele temia influências por parte dos reformistas nas mentes dos jovens estudantes. Por isso reforçou os colégios eclesiásticos, em especial da Alemanha e de Roma. Ajudou a elaborar os estatutos dos jesuítas, considerados essenciais para a Igreja Católica naquele momento delicado. Também fortaleceu a doutrina católica, evitando que fosse contaminada pelas novas heresias vindas dos seguidores de Lutero.
No plano externo, em questões políticas, o Papa Júlio III se aliou a Maria Tudor, filha de Henrique VIII, que havia rompido com o catolicismo. Com a morte do rei o Papa viu a oportunidade de reorganizar a Igreja Católica na Inglaterra, algo em que alcançou certo êxito. Também procurou abrir diálogo com os protestantes alemães, pois apesar de haver discordâncias dogmáticas, as duas linhas de pensamento religioso eram cristãs, acima de tudo. O Papa porém não conseguiu ver suas obras concluídas. Seu papado foi relativamente breve. Após cinco anos no trono de Pedro ele morreu, vítima de gota, uma doença bem dolorosa, que o impedia de se deslocar por sua corte e seus domínios, algo que lhe trouxe fama de ser recluso e alheio ao povo católico da época.
Pablo Aluísio.
Catolicismo em Maria
ResponderExcluirPapa Júlio III
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