Desde que renunciou o Papa emérito Bento XVI tem levado uma vida discreta, procurando se afastar dos holofotes. De personalidade discreta, esse tipo de comportamento sempre foi muito fiel ao próprio perfil do Papa. Nas próximas semanas porém Bento XVI voltará a ser notícia nos grandes meios de imprensa. Será publicado um livro de memórias do Papa chamado "Últimas Conversas", escrito através de várias entrevistas dadas ao jornalista Peter Seewald.
Durante muito tempo houve uma certa controvérsia sobre a principal razão da renúncia do Papa. Teria sido ele pressionado para renunciar ao papado? Bento XVI deixa claro em suas entrevistas que isso jamais aconteceu. Embora ele tenha lutado contra certos setores da cúria (ele admite isso explicitamente) o fato é que Joseph Ratzinger chegou na conclusão de que não tinha mais saúde e nem idade para levar em frente as reformas que a Igreja Católica precisava naquele momento histórico. Tomado por um bom senso racional ele resolveu então renunciar, um ato inédito em seis séculos na história do catolicismo.
Outro ponto interessante do livro vem das revelações íntimas de Bento XVI sobre a eleição do Papa Francisco. Ratzinger admite que ficou surpreso com sua eleição, já que o argentino não era em absoluto um dos favoritos. Bento XVI acreditava que o próximo Papa sairia de dois a três nomes bem conhecidos, isso partindo-se da premissa do que ele próprio conhecia da política interna da cúria romana. Para sua surpresa foi eleito o cardeal de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, que na opinião pessoal de Ratzinger tem realizado um excelente pontificado.
Outro fato que chamou a atenção da mídia internacional veio da revelação de Bento XVI de que teria lutado contra um lobby gay dentro da cúria romana. O que exatamente seria esse lobby gay? Muito provavelmente um pequeno grupo de cardeais que lutavam dentro da alta cúpula da Igreja para que certas atitudes fossem mudadas, principalmente na forma como a igreja trataria o assunto da homossexualidade sob um ponto de vista religioso cristão católico.
Hoje em dia Bento XVI segue fazendo aquilo que mais gosta - ler e escrever. Seu dia é de calma, paz e reflexão. Conhecido por ter uma personalidade tímida e reservada, o Papa Emérito segue seus estudos, ao mesmo tempo em que dedica um pouco de seu tempo para tocar piano, especialmente Mozart, que sempre adorou. Recentemente um de seus assessores mais próximos confidenciou que Ratzinger sabe que sua hora final está chegando. Usando de uma linguagem metafórica ele afirmou que o Papa seria como uma luz, uma vela, que estaria se apagando lentamente.
Pablo Aluísio.
Catolicismo em Maria
ResponderExcluirSeguindo os passos do Papa Bento XVI