quarta-feira, 8 de junho de 2011

José, Pai de Jesus

Já que hoje é o dia dos pais, nada melhor do que lembrar a figura paterna de José, pai terreno de Jesus Cristo. Hoje em dia reconstruir a história de José sob o ponto de vista histórico e arqueológico se mostra um grande desafio. Isso porque estamos falando de um homem comum, um trabalhador do século I. No tempo de Jesus os historiadores oficiais se esforçavam para contar a história dos reis e imperadores e não de pessoas humildes como José. Assim o grande manancial em termos de estudos históricos em relação a ele ainda é o novo testamento cristão.

Seu nome real era Yosef, do hebraico. O termo José é latinizado, derivativo do romano Iosephus. Usando a tradição e o evangelho como base sabemos alguns aspectos pessoais do pai de Jesus. Ele descendia da casa de Davi, o que lhe dava certamente uma posição de destaque dentro da sociedade da época. Tradicionalmente sua profissão seria a de carpinteiro, porém alguns historiadores modernos colocam José como um trabalhador da construção civil, haja vista que na época o império romano usou de farta mão de obra do povo judeu para a construção de cidades romanas por toda a Judeia. Se José era um trabalhador como afirma o texto do evangelho, ele certamente foi também um homem que trabalhou nessas grandes construções.

A vida pessoal de José antes de se unir a Maria porém segue sendo misteriosa de certa forma. Há vários historiadores que inclusive defendem o fato de que José seria bem mais velho do que Maria e que teria filhos de um casamento anterior. Segundo a doutrina protestante os supostos irmão de Jesus  (Tiago, José, Simão e Judas) seriam filhos de José desse primeiro casamento. Para a doutrina católica esses não eram irmãos de Jesus, mas primos ou "irmãos" na fé. Assim como a Bíblia nada cita sobre o passado de José, os católicos acreditam que a sagrada família seria formada apenas por José (pai), Maria (mãe) e Jesus (filho). Seria até interessante percebemos que uma família com tão poucos membros (apenas três) era algo até raro naqueles tempos onde as famílias eram numerosas. De qualquer forma onde a Bíblia não explica ou detalha, não caberá ao intérprete supor fatos que ela não cita em suas palavras.

Dois fatos principais são louvados em relação a José além do fato dele representar a figura paterna do menino Jesus. O primeiro é o fato de que José foi um bom homem, trabalhador, que viveu para sua família. Homem de poucas palavras - quase não é citado, mesmo no novo testamento - aceitou seu destino de bom grado, agradecendo a bênção a que foi submetido, sem reservas. Outro aspecto é que José deu ao menino Jesus seus primeiros ensinamentos e valores, determinando inclusive a profissão que iria se dedicar até sair em sua missão. Assim como seu pai, Jesus também foi um carpinteiro. 

Para a teologia católica tudo o que você precisa saber sobre José está no novo testamento. Mesmo assim há aspectos interessantes que ainda chamam a atenção dos que se interessam pela história do cristianismo. Por exemplo, não se sabe em que ocasião José morreu e nem quando. Não há informações sobre o seu destino após o nascimento de Jesus ou sua opinião sobre o caminho que seu filho começou a percorrer após se assumir como o Messias. Na realidade José, a partir de determinado ponto do novo testamento, simplesmente deixa de ser citado. Teria ele morrido antes da crucificação de Jesus? Ninguém sabe ao certo. Não há também pistas sobre o que aconteceu ao seu pai nas palavras de Jesus. Apenas sabemos que Maria esteve no momento da cruz, mas não José. Enfim, uma figura tão importante ainda permanece de certo modo encoberto pelas areias do tempo. Quem sabe um dia a arqueologia bíblica traga alguns fatos reveladores sobre Yosef. Só nos resta esperar por esse momento.

Pablo Aluísio.

Um comentário:

  1. Catolicismo em Maria
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