quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Igreja Católica e a Criação das Universidades

O conceito moderno de universidade surgiu através dos esforços da Igreja Católica em organizar os estudos da sociedade durante a época medieval. Sempre ligada a Educação a Igreja começou a usar seu clero, sempre muito preparado e culto, para o ensino de diversas matérias aos jovens. As primeiras universidades da história surgiram assim na Itália. Sob o patrocínio e incentivo do Papado um grupo de bispos, padres, professores e especialistas organizaram os primeiros cursos universitários da humanidade.

A primeira universidade do mundo foi organizada por cardeais católicos na cidade de Salerno. Com a proliferação de doenças e pestes, o Papa achou por bem fundar aquela que seria a primeira universidade moderna de medicina do mundo. Os primeiros livros foram fornecidos pelo Vaticano, retirados diretamente de sua milenar biblioteca. Eram antigos tratados clássicos sobre o corpo humano escrito por pensadores gregos, romanos e árabes. Era necessário aos estudantes o domínio do latim pois esses documentos foram escritos nessa língua.

A ideia da criação de um centro de estudos universais (daí a nomenclatura universidade) deu tão certo que a Igreja Católica resolveu fundar outra, ainda maior e com maiores ambições, na cidade de Bolonha. Essa foi durante muitos anos a principal e maior universidade do mundo na época. Além de medicina a universidade de Bolonha criou o curso de direito para o estudo das leis civis e canônicas. As primeiras turmas foram criadas no século XII e se tornaram referência, vindo jovens de todas as partes da Europa para estudar em seu campus. Tamanha foi a quantidade de alunos que uma cidade inteira foi fundada pela Igreja apenas para abrigar alunos, professores e estudiosos. O saber virava assim uma verdadeira instituição, organizada, com cursos regulares e currículos bem determinados. Não era mais algo solto e aleatório como tinha sido até então.

Depois de Bolonha foi a vez de Paris receber sua primeira universidade que era administrada pela Catedral de Notre Dame. A área de conhecimentos foi ampliada. Além de medicina e direito haveria diversos outros cursos temáticos como artes e teologia, um dos mais procurados da França e Espanha. O modelo bem sucedido de Paris acabou sendo copiado para a criação da universidade de Oxford, na Inglaterra. A língua oficial da Igreja era o latim e foi justamente essa língua a primeira a ser utilizada para a troca de conhecimentos entre as diversas universidades do mundo. Uma vez que os alunos e professores dominassem esse idioma eles poderiam trabalhar e estudar em qualquer uma das universidades católicas da Europa que cultivavam uma língua comum.

Depois dos principais centros do mundo a Igreja Católica virou-se para o leste europeu. Universidades prestigiadas foram fundadas em Praga e Cracóvia. Depois não houve mais limites. Toda grande cidade europeia tinha sua própria universidade. O conhecimento não encontrava mais fronteiras. E por uma trágica ironia do destino os primeiros protestantes, reformadores da doutrina cristã, era formada basicamente por pessoas formadas em universidades católicas, mostrando que o saber adquirido também poderia ser usado para a contestação das ideias teológicas dominantes naquele momento histórico.

Pablo Aluísio. 

Um comentário:

  1. Catolicismo em Maria
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