É sabido que ano após ano cresce o número de católicos no Oriente. As Filipinas são um dos países mais católicos do mundo. Na Coreia do Sul a presença católica tem sido esmagadora nos últimos anos a ponto do Papa Francisco realizar uma inédita visita ao país (que se tornou um grande sucesso, considerado o maior evento religioso da história daquele país). Até mesmo no Japão, com sua cultura milenar, o número de católicos só faz aumentar.
E então há o caso da China. Recentemente uma reportagem da BBC demonstrou que a China é um dos países que mais produzem bíblias no mundo. A cada minuto um novo exemplar é confeccionado. O mais curioso é que essas bíblias não são produzidas para a venda ao exterior, mas para consumo interno, pela própria população chinesa, em sua língua. Acontece que a China como todos sabemos é um país comunista que não incentiva a religião. Já foi pior, o Estado socialista proibia a prática de qualquer religião, mas hoje o regime tem sido muito mais tolerante.
Estima-se em milhões o número de chineses católicos. Muitos professam sua fé de forma praticamente clandestina. O país rompeu relações com o Vaticano em 1951, mas nos últimos anos vários encontros diplomáticos envolvendo membros do governo chinês e da Igreja Católica têm se tornado comum. O Papa Francisco tem feito muitos esforços para que Pequim reconsidere completamente sua posição em relação à Igreja Católica, reconhecendo de fato algo que é muito simples de verificar dentro da sociedade chinesa: o aumento da fé católica entre sua população.
Infelizmente há certos setores no governo chinês que são contra a abertura de uma intensa tolerância religiosa no país. Para sobreviver muitos católicos chineses começaram a fazer parte de uma entidade chamada "Associação Patriótica Católica Chinesa" que não tem laços oficiais muito fortes com o Vaticano. Para o Papa Francisco é importante superar todos esses problemas históricos. Do outro lado, dentro do próprio Vaticano, há grupos que não acham que seriam uma boa ideia a formação de uma aliança com um governo ditatorial e violador dos direitos humanos como o da China. Seria complicado do ponto de vista diplomático.
A Igreja Católica também se opõe fortemente a práticas incentivadas pelo regime de Pequim como o aborto, a política do filho único e da aplicação da pena de morte contra os inimigos do Estado. Parece haver divergências demais entre o Vaticano e Pequim. Diante do impasse que até agora soa sem solução a curto prazo os católicos chineses seguem praticando sua fé, sem se abalarem. Para alguns estudiosos em breve a China poderá ter mais de cem milhões de católicos - um número realmente impossível de ignorar. Mais cedo ou mais tarde o governo comunista de Pequim terá que reconhecer que a fé católica existe e é muito presente dentro da China. A roda da história se fará ouvir novamente.
Pablo Aluísio.
Catolicismo em Maria
ResponderExcluirA Igreja Católica na China
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