quinta-feira, 9 de junho de 2011

Papa Pio VII

Quando Dom Pedro I subiu em seu cavalo e gritou "Independência ou Morte", declarando assim a separação de Brasil e Portugal, quem estava sentado no trono de São Pedro era o italiano Barnaba Niccolò Maria Luigi Chiaramonti, que subiu ao papado com o nome de Pio VII. Esse Papa, que foi monge beneditino, foi uma das figuras históricas mais importantes da Igreja Católica porque teve seu pontificado em um dos períodos mais nebulosos da história europeia.

Durante seu pontificado subiu ao poder na França um jovem general chamado Napoleão Bonaparte. Ele era fruto da revolução francesa. Com a deposição e morte dos reis franceses o povo pensou ter se libertado da opressão e da tirania dos reis absolutistas. Durante a revolução o clero também foi acusado de ter participado dos reinados desses reis despóticos e cruéis e por essa razão a Igreja e seus membros foram perseguidos durante aqueles anos de revolução e sangue. O problema é que a própria revolução acabou se tornando ainda mais sangrenta do que o período da realeza. O chamado "Terror" matou milhões de franceses na guilhotina. Muitos padres, bispos e membros da igreja francesa foram mortos, sem julgamentos, em execuções sumárias absurdas. Outros foram torturados, tendo os bens da igreja confiscados pelo poder revolucionário.

No meio do caos subiu ao poder Napoleão. Um militar ganancioso, tão absolutista quanto tinham sido os reis da dinastia Bourbon. Napoleão Bonaparte não tinha qualquer respeito para com a Igreja e o Papado. Na verdade tentou em vão subjugar Pio VII, tentando forçar e forjar seu apoio para suas guerras de conquistas (as chamadas guerras napoleônicas). Com a recusa do santo padre o ditador militar resolveu despachar suas tropas para destruir a sede da Igreja em Roma. Em poucos momentos da história o Papado esteve em tamanho perigo como naqueles anos turbulentos. Seguindo as ordens de Napoleão os Estados que pertenciam à Igreja foram confiscados pela França e o próprio Papa preso em prisões situadas longe de Roma, em território francês. Napoleão queria exterminar o catolicismo da Europa pois esse havia se tornado um empecilho perigoso aos seus planos de dominar todo o mundo ocidental conhecido.

Inglaterra, Prússia e Rússia se aliaram e depois de muito sangue derramado conseguiram destruir Napoleão e seus exércitos. Somente após essas guerras é que finalmente Pio VII conseguiu retornar para Roma. Ele encontrou igrejas saqueadas, membros do clero mortos e muito medo entre os católicos, que apesar da perseguição por parte de Napoleão continuaram firmes na fé. Uma das primeiras medidas de Pio VII de volta a Roma foi autorizar a criação da Companhia de Jesus - um grupo de religiosos determinados a seguirem uma disciplina dura, praticamente militar, para expandir a evangelização dos povos, principalmente no chamado novo mundo (onde estavam as colônias americanas mais importantes).

Pio VII esteve no poder por 23 anos. Seu pontificado foi um dos mais cruciais da história da Igreja Católica em seus dois mil anos de existência. Para muitos na época ele seria o último Papa, isso por causa da revolução francesa e a da perseguição violenta que Napoleão Bonaparte promoveu contra religiosos e membros do clero em seu país e nas nações dominadas. Isso porém não aconteceu. O Papa Pio VII conseguiu sobreviver a todas as perseguições e a todos os violentos inimigos que queriam a destruição da igreja. Assim rompeu as amarras da tirania para retornar para Roma onde após sua morte foi eleito o Papa Leão XII, seu sucessor (que muitos diziam não iria existir). Cumpria-se assim mais uma vez a profecia que o próprio Jesus Cristo havia feito sobre sua Igreja, pois as portas do inferno novamente não tinham conseguido destruir a Igreja Católica. Ela seguia em frente, firme e forte para os novos tempos.

Pablo Aluísio.

Um comentário:

  1. Catolicismo em Maria
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