domingo, 2 de abril de 2017

Obsessão Fatal

Título no Brasil: Obsessão Fatal
Título Original: Unlawful Entry
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Largo Entertainment
Direção: Jonathan Kaplan
Roteiro: George Putnam, John Katchmer
Elenco: Kurt Russell, Ray Liotta, Madeleine Stowe, Roger E. Mosley, Ken Lerner, Deborah Offner
  
Sinopse:
Após uma invasão em sua casa, Michael Carr (Kurt Russell) resolve chamar a polícia. Quem atende o chamado é o oficial Pete Davis (Ray Liotta). Ele aparenta ser um tira normal, porém logo começa a apresentar um estranho comportamento, ficando obcecado pela esposa de Michael, a bela Karen (Madeleine Stowe). Não demora muito e o policial que devia protegê-los começa a se tornar uma perigosa ameaça ao casal. Filme indicado ao MTV Movie Awards na categoria "Melhor Vilão" (Ray Liotta).

Comentários:
Bom filme policial, na realidade um thriller de suspense, que tem um roteiro muito bem escrito, deixando o espectador sempre apreensivo pelos próximos acontecimentos. Kurt Russell é um dos atores mais bacanas de Hollywood, muito carismático consegue segurar qualquer filme, mesmo os mais fracos. Aqui ele deixa a imagem de um verdadeiro "action hero" que caracterizou muitos de seus filmes, para interpretar um pai de família, meio tiozinho, que precisa enfrentar um policial com delírios de obsessão e psicopatia. E então chegamos no grande atrativo de "Unlawful Entry". Em termos de elenco esse filme não se sobressai por causa do carisma de Kurt Russell ou da sensualidade de Madeleine Stowe, mas sim pela visceral interpretação de Ray Liotta como o tira psicótico, completamente fora de controle. Esse aliás sempre foi o perfil de personagem adequado para ele, um sujeito com um sorriso doentio, pronto e disposto a fazer as maiores barbaridades em nome de uma obsessão que não controla. Uma atitude nada adequada ao lema da polícia americana de "proteger e servir" o cidadão! Ray aliás é de longe a melhor justificativa para assistir a esse bom filme, que ultimamente tem sido pouco lembrado.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de abril de 2017

A Vingança de Bette

Título no Brasil: A Vingança de Bette
Título Original: Cousin Bette
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Des McAnuff
Roteiro: Lynn Siefert
Elenco: Jessica Lange, Elisabeth Shue, Bob Hoskins, Hugh Laurie, Geraldine Chaplin, Kelly Macdonald
  
Sinopse:
Em Paris, no século XIX, vive Bette Fisher (Jessica Lange). Ela nunca se casou e por isso se tornou alvo de todos os tipos de preconceitos da sociedade da época. Quando a matriarca da família, madame Adeline Hulot (Geraldine Chaplin), falece, cabe a Bette cuidar de todos os demais familiares, mas ridicularizada e humilhada, ela começa a criar planos para arruinar todos aqueles que lhe fizeram mal. Para isso conta com a ajuda de Jenny Cadine (Elisabeth Shue), atriz e prostituta de Paris.

Comentários:
Excelente filme, inspirado no romance de época escrito por Honoré de Balzac. Esse celebrado escritor se notabilizou pelos textos que expunham a hipocrisia da alta sociedade parisiense de seu tempo. As chamadas grandes e tradicionais famílias sempre tinham algo de podre a esconder, revelando instintos mesquinhos, atitudes grotescas, tudo por baixo de uma imagem falsa, tentando passar algum tipo de nobreza humana. Esse filme fez jus ao texto de Balzac. Há um tom de humor negro em cada situação, justamente por expor essa mediocridade das pessoas. Além do excelente roteiro outra coisa chama a atenção nessa produção: seu ótimo elenco, formado basicamente por atrizes extremamente talentosas, com destaque para as duas protagonistas interpretadas respectivamente por Jessica Lange e Elisabeth Shue (em seu primeiro papel realmente importante e interessante na carreira). Até mesmo a grande dama da interpretação Geraldine Chaplin está presente, trazendo muita dignidade para sua personagem, a de uma mulher aristocrata e verdadeiramente digna. Infelizmente mesmo com tantas qualidades o filme acabou sendo ignorado pela Academia, em mais uma de suas grandes injustiças.

Pablo Aluísio.

O Espaço Entre Nós

Título no Brasil: O Espaço Entre Nós
Título Original: The Space Between Us
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Southpaw Entertainment
Direção: Peter Chelsom
Roteiro: Allan Loeb, Stewart Schill
Elenco: Gary Oldman, Asa Butterfield, Carla Gugino, Britt Robertson
  
Sinopse:
Gardner Elliot (Asa Butterfield) é um jovem que vive em uma estação colonizadora em Marte. Ele acaba se apaixonando pela internet por uma garota na Terra, a adolescente Tulsa (Britt Robertson). Ela não faz a menor ideia que ele mora em outro planeta e nem que ele é na verdade o primeiro ser humano nascido no planeta vermelho. Nada disso porém impedirá Gardner de ir até a Terra para conhecê-la pessoalmente e quem sabe viver um grande amor ao seu lado.

Comentários:
"O Espaço Entre Nós" está estreando nesse fim de semana no Brasil. É um filme romântico especialmente indicado para o público adolescente. Basicamente temos aqui uma paixão que nasce entre um garoto que vive em Marte e uma típica adolescente da Terra. Ele é filho de uma astronauta que descobre-se estar grávida bem no meio da viagem de colonização de Marte. Assim acaba sendo o primeiro ser humano nascido naquele distante planeta. Por ter vivido toda a sua vida em Marte, onde a gravidade é bem diferente, ele não consegue se adaptar muito bem em sua passagem pela Terra. Seus ossos são fracos e o peso da gravidade coloca em risco sua vida, mas nada disso parece importar pois ele, como todo adolescente, está apaixonado e quer viver o grande amor de sua vida. Gary Oldman interpreta o idealizador do projeto de colonização de Marte, alguém que não deixará de perseguir Gardner enquanto ele tenta fugir com sua nova namorada. Apesar das boas intenções o filme tem alguns problemas. O romance, embora seja o grande tema do roteiro, nunca convence muito. Gardner, o jovem marciano, é bem frágil, mal consegue caminhar direito e tem uma visão boba da vida, fruto do fato de nunca ter convivido dentro da sociedade da Terra. Em determinado momento o filme se torna meramente um road movie, com ele fugindo ao lado de sua nova namorada e os malvadões da Nasa o perseguindo. Nada de muito interessante. Há cenas bem bobinhas também, que atrapalham muito o filme como um todo. Em um desses momentos o cientista interpretado por Gary Oldman leva o garoto, às pressas, de volta a Marte a bordo de um pequeno ônibus espacial, como se isso fosse a coisa mais simples do mundo. Uma cena bem bobinha mesmo. Enfim, só vai interessar mesmo ao público adolescente. Como ficção não convence muito, principalmente para os que tiverem mais de 16 anos de idade.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de março de 2017

La La Land - Cantando Estações

Título no Brasil: La La Land - Cantando Estações
Título Original: La La Land
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Damien Chazelle
Roteiro: Damien Chazelle
Elenco: Ryan Gosling, Emma Stone, J.K. Simmons, Rosemarie DeWitt, Terry Walters, Jessica Rothe
  
Sinopse:   
Mia (Emma Stone) é uma aspirante à atriz em Los Angeles. Enquanto ela não consegue trabalho na profissão que sempre sonhou ela vai se virando, trabalhando como garçonete em uma lanchonete dentro dos estúdios Warner. Sua vida não anda nada fácil, porém tudo muda quando ela conhece Sebastian (Ryan Gosling), um músico fracassado, que tem sonhos em abrir um clube de jazz na cidade.

Comentários:
Por dois minutos "La La Land" foi o melhor filme do ano de 2016, até que descobriram que o envelope da premiação havia sido trocado... Um mico histórico do Oscar! Embora não tenha levado o prêmio máximo da noite, o filme acabou vencendo em seis outras categorias (melhor atriz para Emma Stone, direção, música original, fotografia, canção original e design de produção). A intenção do diretor Damien Chazelle se torna clara desde a primeira cena, no tráfego de Los Angeles, quando os motoristas descem de seus carros e começam a cantar! É obviamente um musical à moda antiga, que tenta homenagear os grandes musicais do passado, como àqueles da Metro que se tornaram imortais. Será que algo assim, do passado clássico de Hollywood, poderia ainda funcionar nos dias de hoje? Bom, certamente não funcionará para todos, porém quem tiver um pouco de boa vontade certamente vai gostar bastante. Para isso porém é importante ter dois pré-requisitos: ser romântico e gostar de musicais! Se não for o seu caso é melhor nem entrar no cinema, pois "La La Land" certamente não foi feito para você! De minha parte, como sempre preenchi esses requisitos, acabei gostando bastante. 

Em certos momentos pensei estar assistindo a algum filme com Doris Day ou até mesmo Fred Astaire (embora no quesito dança e coreografia o filme não seja grande coisa!). O roteiro é simples, bem básico, mostrando o romance entre uma atriz que não consegue passar em nenhum teste de audição e um músico de jazz frustrado porque percebe que o ritmo musical que sempre amou está morrendo a cada dia. Como músico porém ele não consegue também ter sucesso tocando aquilo que ama, tendo que participar de bandas baratas que procuram apenas o sucesso comercial. De maneira em geral "La La Land" agrada bastante, principalmente por sua opção em ser um filme radiante, bem colorido, optando pela alegria e diversão, acima de tudo. O roteiro também homenageia os antigos clássicos do cinema, como "Juventude Transviada" com James Dean, em cenas rodadas no mesmo local onde o filme foi originalmente feito. Enfim, um musical com pinceladas dos bons tempos da sétima arte. Especialmente indicado para nostálgicos, românticos e amantes do cinema. Se não for o seu caso, melhor esquecer.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de março de 2017

Lion - Uma Jornada Para Casa

Título no Brasil: Lion - Uma Jornada Para Casa
Título Original: Lion
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Austrália, Inglaterra
Estúdio: The Weinstein Company
Direção: Garth Davis
Roteiro: Luke Davies
Elenco: Dev Patel, Nicole Kidman, Rooney Mara, Sunny Pawar, Abhishek Bharate, David Wenham
  
Sinopse:
Com roteiro baseado no livro de memórias "A Long Way Home" de Saroo Brierley, o filme conta a história real desse autor. Quando ele tinha apenas 6 anos de idade ele se perdeu de seu irmão, em uma estação de trem na Índia. Ao entrar em um vagão ele acabou indo parar em Calcutá, 1600 km de distância da casa de sua mãe. Acabou virando por um tempo um menino de rua, perdido, sem destino. Resgatado por autoridades acabou sendo colocado para adoção, sendo finalmente enviado para a Austrália, onde foi adotado por um casal de australianos. Vinte anos depois ele decide reencontrar o caminho de seu lar original.

Comentários:
Mais um que concorreu ao Oscar de melhor filme nessa última premiação do Oscar. No total foram seis indicações, além de melhor filme concorreu também aos prêmios de melhor ator coadjuvante (Dev Patel), atriz coadjuvante (Nicole Kidman), roteiro adaptado (Luke Davies), fotografia (Greig Fraser) e música (Dustin O'Halloran e Volker Bertelmann). Não ganhou nenhum prêmio na noite. Uma pena porque realmente gostei desse "Lion". No começo fiquei com um pé atrás porque esse ano tivemos uma seleção irregular no Oscar. Inicialmente achei que não seria um grande filme, mas acabei me equivocando. Realmente é uma bela obra cinematográfica que se destaca não apenas por causa de sua história (bem impressionante) como também pelo excelente roteiro, muito bem estruturado. O enredo se baseia na história de um garotinho que se perde de sua família na Índia (um dos países mais populosos do mundo). Tão jovem, sem saber nem direito pronunciar o nome de seu vilarejo, ele acaba indo parar nas ruas, ao lado de outras milhares de crianças que vagueiam sem destino e sem futuro. Depois de quase ir parar nas mãos de uma rede de pedofilia (um aspecto apenas sugerido pelo roteiro), ele é salvo pelas autoridades indianas que logo o colocam no sistema de adoção para casais estrangeiros. 

Assim o garoto Saroo acaba indo parar no outro lado do mundo, na Austrália, sendo adotado por um casal (onde a esposa é interpretada por uma envelhecida e nada glamorosa Nicole Kidman). O tempo passa e vinte anos depois, usando o programa Google Earth, ele acaba descobrindo o nome de sua vila, o lugar e como chegar lá. Já universitário na Austrália faz a viagem de retorno para casa, para tentar encontrar a mãe e o irmão que ficaram para trás há tanto tempo. Um dos aspectos mais interessantes de "Lion - Uma Jornada Para Casa" é o contraste entre a infância pobre e miserável na Índia e as inúmeras possibilidade que se abrem ao garoto após ele ir parar na ensolarada e desenvolvida Austrália. Um choque de realidades realmente de impressionar. Essa experiência única de vida do protagonista Saroo Brierley daria origem a uma organização de ajuda humanitária às crianças desaparecidas (são milhares todos os anos na Índia). Um final bem feliz para uma história pessoal que poderia muito bem terminar em uma grande tragédia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de março de 2017

De Amor e Trevas

Título no Brasil: De Amor e Trevas
Título Original: A Tale of Love and Darkness
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Israel
Estúdio: Gesher Fund
Direção: Natalie Portman
Roteiro: Natalie Portman
Elenco: Natalie Portman, Amir Tessler, Gilad Kahana, Tomer Kapon, Shira Haas, Moni Moshonov
  
Sinopse:
O filme é baseado nas memórias de Amos Oz. De origem judaica ele relembra os anos de infância ao lado da mãe Fania Klausner né Mussman (Natalie Portman). Sua família morava em Jerusalém em um momento histórico muito complicado para a comunidade judaica pois o Estado de Israel ainda não havia sido reconhecido pelos organismos internacionais como a ONU. A tensão com os palestinos já estava em alta, o que tornava a vida bem mais complicada do que poderia se imaginar. É o momento em que os judeus construíam sua nação dos escombros da guerra. Filme indicado no Cannes Film Festival na categoria de Melhor Direção (Natalie Portman).

Comentários:
Esse é um projeto bem pessoal da atriz Natalie Portman. Ela produziu, dirigiu, atuou e escreveu o roteiro do filme. Nascida em Jerusalém Portman quis homenagear as lutas de seu povo, o povo judeu. A história gira em torno de uma mãe judia durante a década de 1940, quando os sobreviventes do holocausto voltaram para Israel com o firme propósito de fazer daquela terra sua nação. Embora politicamente o roteiro explore as dificuldades de se viver em Israel naquele momento histórico, com a guerra contra o Egito, o filme procura mesmo mostrar o cotidiano de uma família judia, com o pai escritor, a mãe dona de casa e o filho, ainda garotinho, tentando achar seu lugar no mundo. É uma família de classe média baixa, com o pai tentando se manter com a publicação de seus livros, que vendem pouco. A figura central é a da mãe, interpretada por Natalie Portman. Na juventude ela foi uma mulher cheia de sonhos, cheia de esperanças, que aos poucos vão desaparecendo por causa da pobreza, do casamento fracassado (o marido tem amantes) e do cotidiano massacrante do dia a dia. Assim ela acaba entrando em depressão. O problema é que naquela época essa era uma doença não muito bem conhecida pela medicina. Os médicos não sabiam direito como tratar esse mal. A terça parte final do filme explora justamente essa situação, com a mãe judia, que antes era tão vivaz e cheia de vida, definhando aos poucos. É um enredo baseado na tristeza e na depressão. Não é um filme com final feliz, mas tem uma sensibilidade à toda prova. Portman se sai bem melhor do que todos esperavam nessa sua primeira primeira experiência atrás das câmeras. Será que ela irá seguir por esse caminho em sua carreira? Bom, isso só o tempo poderá dizer.

Pablo Aluísio.

A Casa Amaldiçoada

Título no Brasil: A Casa Amaldiçoada
Título Original: The Haunting
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Pictures
Direção: Jan de Bont
Roteiro: David Self, Shirley Jackson
Elenco: Liam Neeson, Catherine Zeta-Jones, Owen Wilson, Lili Taylor, Bruce Dern, Virginia Madsen
  
Sinopse:
Hill House é uma velha casa vitoriana assombrada que acaba servindo de atração para um grupo de pessoas. Estão lá a perturbada Eleanor Lance (Lili Taylor), que tem muitos problemas emocionais; o pesquisador Dr. David Marrow (Liam Neeson) que ambiciona descobrir os segredos daquele lugar; a sensual Theo (Catherine Zeta-Jones), cuja atração sexual não passa despercebida pelos demais e o jovem Luke (Owen Wilson), que só está lá para tentar atrair Theo. Eles são avisados que não devem entrar na casa durante a noite, mas ignoram o aviso. Pagarão caro por isso. Filme premiado pelo BMI Film & TV Awards na categoria Melhor Trilha Sonora Incidental - Terror (Jerry Goldsmith).

Comentários:
Produção milionária, com orçamento próximo de 100 milhões de dólares, contando com a preciosa mão de Steven Spielberg na produção, ou seja, tudo parecia estar no lugar certo. Era um Menu cinematográfico dos mais atraentes. Só que aquilo que parecia tão promissor acabou não se concretizando nas telas. Certamente os melhores efeitos especiais estão lá, o rico figurino, o elenco com astros conhecidos do público, a ambientação sinistra completamente adequada, só não havia mesmo um bom roteiro por trás de tudo isso. O filme é visualmente muito bonito, mas é fraco, não dá sustos e nem medo no espectador. Ora, o que poderia ser pior para um filme de terror? Nem o carisma da dupla Liam Neeson e Catherine Zeta-Jones consegue superar o fiasco que o filme acabou se tornando. A atriz inclusive desfila uma certa antipatia em cena, o que para um filme que já apresentava problemas de ritmo fez tudo parecer ainda pior. Enfim, temos aqui uma daquelas produções luxuosas que não convencem, que deixam aquela sensação de que é falsa, nada assustadora. Muito dinheiro jogado fora por nada. Para se fazer um bom filme de terror, com clima das antigas fitas do gênero, dinheiro apenas não basta, tem que ter talento.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de março de 2017

O Desafio da Lei

Título no Brasil: O Desafio da Lei
Título Original: Swing Vote
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: David Anspaugh
Roteiro: Ronald Bass, Jane Rusconi
Elenco: Andy Garcia, Harry Belafonte, Robert Prosky, James Whitmore, Bob Balaban
  
Sinopse:
Andy Garcia interpreta um jovem juiz chamado Joseph Michael Kirkland. Ele é escolhido para compor a Suprema Corte dos Estados Unidos após a aposentadoria de um magistrado mais velho. Sua entrada no tribunal não poderia ser mais delicada. Ele precisará dar o voto final e decisivo numa questão polêmica, envolvendo aborto. Não demora e o novo juiz começa a ser pressionado por todos os lados, tanto por conservadores, como por liberais a favor da legalização do aborto. Qual afinal será sua decisão?

Comentários:
Um bom filme, produzido por Jerry Bruckheimer, que aqui deixou as explosões de seus filmes no cinema de lado, para investir em um roteiro mais adulto, socialmente importante. O magistrado interpretado por Garcia é um homem de princípios que se vê dando o voto de Minerva em uma causa que simplesmente parou a nação. Estaria ele a favor da legalização do aborto no país ou não? A pergunta fica no ar até praticamente a última cena, uma vez que o roteiro se desenvolve justamente em cima dessa questão. O filme não é tão bem produzido como seria de esperar porque pouco antes do começo das filmagens o produtor Bruckheimer decidiu que iria levar o filme para a TV e não para o cinema. No Brasil o filme não chegou a ser exibido em nossa televisão nos anos 90, sendo lançado diretamente no mercado de vídeo VHS. Como já escrevi é um bom filme, principalmente por causa de seu tema, porém para aqueles que não tenham muito interesse na legalização ou não do aborto ele pode sim se tornar um pouco cansativo. Mesmo assim vale, pela importância do tema, a indicação.

Pablo Aluísio.

A Razão do Meu Afeto

Título no Brasil: A Razão do Meu Afeto
Título Original: The Object of My Affection
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Nicholas Hytner
Roteiro: Wendy Wasserstein
Elenco: Jennifer Aniston, Paul Rudd, Nigel Hawthorne, Kali Rocha, Hayden Panettiere, Alan Alda, Tim Daly
  
Sinopse:
Nina Borowski (Jennifer Aniston) é uma assistente social que acaba se apaixonando por George Hanson (Paul Rudd). Há alguns problemas nessa paixão. O primeiro é que George pensa ser apenas um amigo dela, inclusive a ponto de morar junto ao seu lado. O outro é que George é gay! Comprometida com outro homem, Nina tenta superar seus sentimentos, mas conforme o tempo passa ela vai ficando cada vez mais apaixonada. Pior do que isso, ela fica grávida do namorado de quem não ama! Filme indicado ao London Critics Circle Film Awards na categoria Melhor Ator Coadjuvante (Nigel Hawthorne).

Comentários:
Esse filme é uma das primeiras tentativas de Jennifer Aniston em emplacar no cinema. Ela que vinha estrelando a série de sucesso "Friends" (um dos programas de maior audiência da TV americana), nem precisava de muito esforço para atrair público para seus filmes. "The Object of My Affection" é uma comédia romântica, com pequenas pitadas de drama, mostrando o amor que uma garota acaba sentindo por um homossexual. Amor impossível? Pode ser, só que o roteiro brinca com essa situação até o clímax, que vai surpreender muita gente. Paul Rudd volta para seu tipo habitual, a do "cara legal", papel que quase sempre repete em seus filmes, ano após ano. Até mesmo quando interpreta super-heróis, como aconteceu em "Homem-Formiga" ele não consegue se desligar desse tipo de personagem. Então é isso, um bom filme, até um pouco acima da média dos outros filmes estrelados por  Jennifer Aniston. Simpático e inofensivo vai agradar aos fãs da atriz.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Desconhecida

A história do filme se passa toda em apenas uma noite. A bióloga e pesquisadora Alice Manning (Rachel Weisz) é convidada para o jantar de aniversário de Tom (Michael Shannon) por um amigo em comum. Ela então chega na festa, se socializa, conta parte de sua história pessoal em conversas agradáveis com os outros convidados e acaba se dando muito bem com todos os novos amigos que faz. O que ninguém desconfia nesse jantar é que Alice e Tom não estão na verdade se conhecendo naquela noite, pois eles possuem um passado, foram namorados há quinze anos, em um relacionamento complicado. Tom é casado e por isso finge estar conhecendo Alice apenas naquele momento. Ela também mantém a farsa, mas aos poucos tudo vai desmoronando.

"Desconhecida" é um filme bem interessante por causa de sua protagonista. A linha dorsal do roteiro a mostra indo até a festa de aniversário de um amor do passado. Quando eles se reencontram acontece aquela situação típica de "saia justa", pois ficam fingindo que nunca se viram antes. Alice também não é uma mulher comum. Desde que acabou o romance com o ex-namorado ela começou uma vida muito incomum. Assumindo diversas identidades diferentes ao longo dos anos ela foi se reinventando conforme as situações em sua vida foram mudando. Assim Alice foi artista de shows de mágica na China, enfermeira de Detroit, mulher de negócios, pesquisadora, uma série de profissões diferentes. Para seu ex-namorado Tom ela não passaria de uma mentirosa compulsiva, mas no final de tudo nada disso ainda importa pois ele ainda tem uma certa paixão por ela.

Como se trata de um filme de atuações e diálogos, o grande atrativo vem do elenco do filme. Rachel Weisz é uma atriz talentosa, já premiada com o Oscar por sua atuação em "O Jardineiro Fiel" de 2005. Aqui ele assumiu essa responsabilidade de representar uma mulher que na verdade são muitas. A tal "desconhecida" do título original não é apenas uma convidada numa festa de aniversário, mas uma pessoa com múltiplas personalidades, que ela vai trocando conforme lhe convém. Outro destaque do elenco é a presença do ator Michael Shannon. A primeira vez que Shannon me chamou a atenção foi na série "Boardwalk Empire", depois ele fez vários filmes como "Batman Vs Superman", "Animais Noturnos" e "Elvis e Nixon". É um ator muito talentoso, que ainda não teve o destaque que merecia. Em suma é isso. Um filme indicado para quem gosta de personagens diferentes, vivendo vidas singulares.

Desconhecida (Complete Unknown, Estados Unidos, 2016) Direção: Joshua Marston / Roteiro: Joshua Marston, Julian Sheppard / Elenco: Rachel Weisz, Michael Shannon, Erin Darke, Hansel Tan / Sinopse: Bióloga é convidada para um jantar de aniversário por um amigo, sem esse saber que ela na verdade teve um caso amoroso complicado com o aniversariante quinze anos atrás. Filme indicado ao Central Ohio Film Critics Association e ao Deauville Film Festival na categoria de Melhor Ator (Michael Shannon).

Pablo Aluísio.

Intruder A-6

Título no Brasil: Intruder A-6 - Um Vôo Para O Inferno
Título Original: Flight of the Intruder
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Milius
Roteiro: Stephen Coonts, Robert Dillon
Elenco: Danny Glover, Willem Dafoe, Brad Johnson, Rosanna Arquette, Tom Sizemore, J. Kenneth Campbell
  
Sinopse:
Em plena guerra do Vietnã, um grupo de pilotos da Marinha americana, usando aviões de combate, bombardeiros A-6 Intruder, são designados para destruir um depósito de armas em Hanoi, atrás das linhas inimigas. A missão, não autorizada oficialmente, se torna uma das mais perigosas e violentas de todo o conflito. Roteiro baseado no romance de guerra escrito por Stephen Coonts.

Comentários:
Na segunda metade dos anos 80 tivemos um ciclo de filmes sobre a Guerra do Vietnã. Esse "Intruder A-6 - Um Vôo Para O Inferno" é um herdeiro, já um pouco tardio, dessa fase do cinema americano. Porém ao contrário de filmes como "Platoon" ou "Nascido Para Matar", essa produção não teve qualquer pretensão de revisitar essa guerra de forma mais dramática ou profunda. Na verdade esse filme foi por outro lado, valorizando a ação e as cenas de combate, acima de tudo. Com uma boa dupla de protagonistas, interpretados por Danny Glover da franquia de sucesso "Máquina Mortífera" e Willem Dafoe, do próprio "Platoon", o filme tinha uma levada bem ao estilo das produções de ação de guerra dos anos 70. Nada de dramas, nada de tentar entender as razões da guerra ou porque ela se tornou um dos maiores fracassos militares da história dos Estados Unidos. Nada disso, apenas bombas, explosões, etc. Nesse ponto o filme até que funciona muito bem e logo se torna uma boa diversão. Por fim uma dica importante: fique de olho na grade de programação do Paramount Channel pois " Flight of the Intruder" tem sido constantemente reprisado por esse canal a cabo. É uma boa opção para quem gosta desse tipo de produção.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de março de 2017

Do Fundo do Mar

Título no Brasil: Do Fundo do Mar
Título Original: Deep Blue Sea
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Renny Harlin
Roteiro: Duncan Kennedy, Donna Powers
Elenco: Samuel L. Jackson, Thomas Jane, Stellan Skarsgård, Saffron Burrows, Jacqueline McKenzie, Michael Rapaport
  
Sinopse:
Procurando pela cura do mal de Alzheimer, um grupo de cientistas começa uma pesquisa em um lugar isolado, distante da civilização. Uma vez lá eles se deparam com um novo tipo de tubarão desconhecido pela ciência. Os animais não são apenas predadores ferozes, mas também apresentam uma inteligência fora do comum, o que piora ainda mais a situação de todos eles. Filme indicado ao BMI Film & TV Awards.

Comentários:
Mais um herdeiro tardio de "Tubarão". É a tal coisa, com os anos 90 vieram também as novas tecnologias de efeitos digitais, que eram inexistentes nos anos anteriores. De repente não havia mais limitações para a imaginação dos roteiros. Basta lembrar de como foi complicado dar veracidade ao Tubarão original de Steven Spielberg para perceber como os novos tempos tinham mudado o cinema. Tudo era possível de se reproduzir nas telas. Assim, com tantas comodidades, não era complicado prever o surgimento de fitas como essa, com toneladas de efeitos criados em computação gráfica. Só que os produtores desse filme esqueceram que por trás de todo bom filme é preciso ter um bom roteiro. Nesse quesito esse "Deep Blue Sea" deixa muito a desejar. Ok, temos que admitir que visualmente o filme é muito bem realizado, mas a estorinha por trás de tudo é muito fraca, fraca demais. Para piorar o que já não era muito bom o diretor Renny Harlin (uma espécie de aprendiz fracassado de Michael Bay) resolveu realizar um filme vazio, que mais parece um videogame. O problema é que os fãs de games não podiam jogar e os cinéfilos não queriam pagar uma entrada de cinema para assistir um game. Só sobrou então o fracasso comercial, merecidamente aliás. Enfim, um filme de tubarões que não chega nem perto do clássico de Spielberg. No fundo não passa de uma bomba no fundo do mar. Esqueça!

Pablo Aluísio.

A Filha do General

Título no Brasil: A Filha do General
Título Original: The General's Daughter
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Simon West
Roteiro: Christopher Bertolini
Elenco: John Travolta, Madeleine Stowe, Timothy Hutton, James Woods, James Cromwell
  
Sinopse:
Após a morte misteriosa de uma capitã, filha de um figurão militar, o tenente Paul Brenner (John Travolta) é designado por seu comandante para descobrir a autoria do crime e as razões do assassinato. Ao lado da advogada Sara Sunhill (Madeleine Stowe), o tenente vai desvendando toda a complexa rede que envolve a morte da jovem militar. O que ele acaba descobrindo é algo muito mais surpreendente do que ele poderia inicialmente supor.

Comentários:
Ao longo da carreira o ator John Travolta participou de alguns filmes marcantes, outros nem tanto, verdadeiras bombas. É um ator irregular. Esse "A Filha do General" fica no meio termo pois até teve um certo sucesso, sendo bem sucedido comercialmente no mercado de vídeo VHS - já que nos cinemas apresentou uma bilheteria modesta. O que vale aqui, o seu principal mérito, vem do roteiro, mais claramente falando, de sua trama. É aquele tipo de história que começa levando o espectador para um lado, depois para outro, tudo para no final surgir aquela grande reviravolta que ninguém esperava! Em alguns momentos esse tipo de maniqueísmo do roteirista fica um pouco cansativo, mas se você conseguir superar isso pode vir a se divertir. O diretor inglês Simon West é especialista nesse tipo de filme pois já dirigiu produções como "Con Air - A Rota da Fuga", "Lara Croft: Tomb Raider" e "Os Mercenários 2". É considerado um cineasta muito bom no gênero ação. Por isso deixamos, mesmo com certas reservas, a dica desse bom filme estrelado por John Travolta. Vale uma espiada.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de março de 2017

O Terceiro Milagre

Título no Brasil: O Terceiro Milagre
Título Original: The Third Miracle
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: American Zoetrope, Franchise Pictures
Direção: Agnieszka Holland
Roteiro: John Romano
Elenco: Ed Harris, Anne Heche, Armin Mueller-Stahl, Charles Haid, Sofia Polanska, Pavol Simon
  
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Richard Vetere, o filme "O Terceiro Milagre" conta a história do padre Frank Shore (Ed Harris). Após o surgimento de uma crença popular na santidade de uma mulher, moradora de um pequeno vilarejo, o Vaticano resolve enviar um de seus padres para investigar o que de fato estaria acontecendo por lá. Shore é que quem deverá prosseguir nas investigações para descobrir a verdade. Filme indicado ao prêmio do Mar del Plata Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
O roteiro desse filme é ótimo. Ele conta a crise de fé que se abate sobre um padre após ele ser enviado para um lugarejo onde pessoas estão acreditando em milagres. Os fenômenos sobrenaturais estão surgindo em torno de uma imagem de Nossa Senhora que chora lágrimas de sangue. As pessoas da região começam a peregrinar até lá e não tardam a surgir curas de doenças graves. Pela medicina todas elas seriam incuráveis e não haveria como explicar o que estaria acontecendo apenas pela ciência. O personagem de Ed Harris tem crises de fé, o que agrava ainda mais a situação. Eu sempre que posso elogio Ed Harris. Em minha opinião ele sempre foi um dos mais completos atores de sua geração. Sua postura de homem comum, mas íntegro, conta muitos pontos a favor. A cineasta Tcheca Agnieszka Holland também criou uma de suas melhores obras cinematográficas, onde tudo é feito com sutileza, sofisticação e acima de tudo respeito para com a fé católica. Um bom filme, produzido pelo mestre Francis Ford Coppola, especialmente recomendado aos interessados em seu tema religioso.

Pablo Aluísio.

Vírus

Título no Brasil: Vírus
Título Original: Virus
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Bruno
Roteiro: Chuck Pfarrer
Elenco: Jamie Lee Curtis, William Baldwin, Donald Sutherland, Joanna Pacula, Marshall Bell, Sherman Augustus
  
Sinopse:
Durante uma missão em alto-mar a tripulação do navio "Sea Star" acaba encontrando uma embarcação russa abandonada. O capitão Robert Everton (Donald Sutherland) vê nessa descoberta a chance de ganhar alguns milhões de dólares por seu resgate. Já os demais membros do comando, entre eles Kit Foster (Jamie Lee Curtis) e o engenheiro Steve Baker (William Baldwin), acreditam que essa não seria uma boa ideia, pois o velho navio desaparecido parece ter algo sinistro a esconder. Afinal a tripulação daquele navio estava praticamente toda morta.

Comentários:
Esse filme de terror e suspense tem algumas curiosidades interessantes. A primeira delas é que foi uma das primeiras adaptações de quadrinhos para o cinema. O roteiro era baseado na Graphic Novel "Virus" de Chuck Pfarrer (que também assinou o roteiro), publicação da editora Dark Horse Comics. A segunda é que contou com um generoso orçamento, de quase 100 milhões de dólares, algo bem raro em produções desse tipo. Tantos pré-requisitos porém não garantiram a qualidade do filme como um todo. "Virus" tem muitos problemas. Apesar do bom elenco que contava com a presença do veterano Donald Sutherland, da "Rainha do Grito" Jamie Lee Curtis e do esforçado William Baldwin, o fato é que a própria trama não tinha muita qualidade. O enredo é bem previsível e qualquer cinéfilo com um mínimo de experiência matará tudo o que vai acontecer com apenas poucos minutos de filme. Nada de novo no front. Além dos clichês há um problema de ritmo, onde não se valorizou bem os momentos de tensão e suspense. Assim o filme acabou valendo apenas por algumas coisas, que no fundo não tinham muita importância.

Pablo Aluísio.