Título no Brasil: De Amor e Trevas
Título Original: A Tale of Love and Darkness
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Israel
Estúdio: Gesher Fund
Direção: Natalie Portman
Roteiro: Natalie Portman
Elenco: Natalie Portman, Amir Tessler, Gilad Kahana, Tomer Kapon, Shira Haas, Moni Moshonov
Sinopse:
O filme é baseado nas memórias de Amos Oz. De origem judaica ele relembra os anos de infância ao lado da mãe Fania Klausner né Mussman (Natalie Portman). Sua família morava em Jerusalém em um momento histórico muito complicado para a comunidade judaica pois o Estado de Israel ainda não havia sido reconhecido pelos organismos internacionais como a ONU. A tensão com os palestinos já estava em alta, o que tornava a vida bem mais complicada do que poderia se imaginar. É o momento em que os judeus construíam sua nação dos escombros da guerra. Filme indicado no Cannes Film Festival na categoria de Melhor Direção (Natalie Portman).
Comentários:
Esse é um projeto bem pessoal da atriz Natalie Portman. Ela produziu, dirigiu, atuou e escreveu o roteiro do filme. Nascida em Jerusalém Portman quis homenagear as lutas de seu povo, o povo judeu. A história gira em torno de uma mãe judia durante a década de 1940, quando os sobreviventes do holocausto voltaram para Israel com o firme propósito de fazer daquela terra sua nação. Embora politicamente o roteiro explore as dificuldades de se viver em Israel naquele momento histórico, com a guerra contra o Egito, o filme procura mesmo mostrar o cotidiano de uma família judia, com o pai escritor, a mãe dona de casa e o filho, ainda garotinho, tentando achar seu lugar no mundo. É uma família de classe média baixa, com o pai tentando se manter com a publicação de seus livros, que vendem pouco. A figura central é a da mãe, interpretada por Natalie Portman. Na juventude ela foi uma mulher cheia de sonhos, cheia de esperanças, que aos poucos vão desaparecendo por causa da pobreza, do casamento fracassado (o marido tem amantes) e do cotidiano massacrante do dia a dia. Assim ela acaba entrando em depressão. O problema é que naquela época essa era uma doença não muito bem conhecida pela medicina. Os médicos não sabiam direito como tratar esse mal. A terça parte final do filme explora justamente essa situação, com a mãe judia, que antes era tão vivaz e cheia de vida, definhando aos poucos. É um enredo baseado na tristeza e na depressão. Não é um filme com final feliz, mas tem uma sensibilidade à toda prova. Portman se sai bem melhor do que todos esperavam nessa sua primeira primeira experiência atrás das câmeras. Será que ela irá seguir por esse caminho em sua carreira? Bom, isso só o tempo poderá dizer.
Pablo Aluísio.