terça-feira, 26 de março de 2013

Colateral

Hollywood parece ter fascinação por assassinos profissionais. Um exemplo é esse filme chamado “Colateral”. Na trama o taxista Max (Jamie Foxx) acaba pegando como passageiro Vincent (Tom Cruise), um sujeito que parece ser uma boa pessoa, simpático e generoso. Com notas de dinheiro ele convence Max a leva-lo em diferentes endereços pois ele tem alguns “serviços” a cumprir antes de voltar para sua cidade de origem. Até ai tudo bem, o problema é que Vincent é um assassino profissional que temo como objetivo matar uma série de pessoas que irão testemunhar contra um perigoso cartel de traficantes. Assim seu objetivo é muito simples: ir ao encontro dessas pessoas, executar uma a uma, e depois do serviço concluído pegar o primeiro avião de volta. Max, o taxista, nada mais é do que um “efeito colateral”, um sujeito que estava no local errado, na hora errada. Desde que ele não atrapalhe os planos de Vincent será prontamente liberado. O problema é que por princípios éticos Max resolve intervir para tentar salvar uma das vitimas de Vincent. Má idéia.

“Colateral” é um bom filme de assassino profissional. Tom Cruise deixa de lado seu bom mocismo e enfrenta pela primeira vez um papel de vilão em uma grande superprodução. Seu famoso sorriso acaba funcionando para o papel pois ele logo se torna uma marca registrada de sua psicopatia. O enredo funciona em tempo real, praticamente contando apenas com a situação básica em que o assassino, com o motorista de táxi como refém, sai pelas ruas da cidade de Los Angeles para cumprir seu serviço contratado. A cada morte um novo desafio, novos problemas a superar. O diretor Mann consegue com muita habilidade evitar o marasmo que o filme poderia cair ao apenas mostrar uma sucessão de execuções sumárias. Ao invés disso joga com o suspense e o clima de tensão a todo momento, deixando o espectador realmente grudado na tela à espera dos próximos acontecimentos. Por essas e outras razões recomendamos esse “Colateral” um filme que no fundo apenas mostra um “profissional” tentando cumprir sua meta da melhor forma possível. Nada pessoal.
   
Colateral (Collateral, Estados Unidos, 2004) Direção: Michael Mann / Roteiro: Stuart Beattie / Elenco: Tom Cruise, Jamie Foxx, Jada Pinkett Smith, Mark Ruffalo, Peter Berg, Bruce McGill / Sinopse: Vincent (Tom Cruise) é um assassino profissional que chega a Los Angeles para cumprir um serviço: matar testemunhas que irão depor em um importante julgamento de traficantes de um poderoso cartel. Em seu caminho acaba fazendo de refém um taxista negro (Jamie Foxx) que tentará de alguma maneira salvar a vida das vítimas dele. Indicado aos Oscars de Melhor Edição e Melhor Ator Coadjuvante (Jamie Foxx).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de março de 2013

O Sequestro do Metro 123

Esse foi o penúltimo filme da carreira do diretor inglês Tony Scott. Como se sabe em 2012 ele cometeu suicídio ao pular de uma ponte em San Pedro, Califórnia, aos 68 anos de idade. É também um claro exemplo do cinema de Scott, com muita ação incessante, histeria e correria. Ao contrário de seu irmão Ridley Scott, Tony não estava muito interessado em fazer obras com muito estilo visual mas sim bons entretenimentos para as platéias que lotavam as salas de cinema nos shoppings da vida. Aqui ele resolveu fazer um remake de um filme da década de 70. Ambos os filmes porém foram baseados no mesmo livro escrito pelo autor John Godey. A trama vai direto ao ponto: um seqüestrador identificado como Ryder (John Travolta) resolve liderar um grupo de criminosos no sequestro de um trem de metrô de Nova Iorque. Ele exige 10 milhões de dólares de resgate, caso contrário matará um a um os passageiros feitos reféns. A tarefa de conduzir as negociações acaba ficando a cargo do operador de linha Walter (Denzel Washington).

O filme tem vários problemas em seu argumento e em seu elenco. O clima de tensão se esvai rapidamente porque John Travolta exagera demais em sua caracterização, muito caricata e alucinada. É complicado acreditar que um grupo de criminosos seguiria alguém tão amador e dado a ataques de histerismo. Outro problema é que em tempos atuais um seqüestrador pensaria muito antes de entrar numa situação daquelas, até porque nos Estados Unidos vigora uma lei que impede o pagamento de resgate a seqüestradores. Na época em que o livro original foi escrito essa lei ainda não existia mas Tony Scott resolveu ambientar o filme na atualidade, o que acaba criando uma incompatibilidade com o quadro legal atual. No mais é aquela coisa toda do estilo de Scott, cenas alucinadas, câmeras dando voltas e voltas (o que acaba deixando o espectador tonto) e muita correria para todos os lados para esconder as falhas de roteiro. O único que se sai ileso do meio de tudo isso é o sempre bom Denzel Washington, que parece resistir a (quase) tudo mesmo.

O Seqüestro do Metrô 123 (The Taking of Pelham 1 2 3, Estados Unidos, 2009) Direção: Tony Scott / Roteiro: Brian Helgeland, baseado no livro de John Godey / Elenco: Denzel Washington, John Travolta, Luis Guzmán,  John Turturro / Sinopse: Seqüestrador exige dez milhões de dólares para libertar um grupo de passageiros mantidos reféns em uma linha de metrô de Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de março de 2013

Homem-Aranha

Foram muitos anos de disputas judiciais em torno dos direitos autorais do personagem Homem-Aranha. Como essa guerra aconteceu nos bastidores, bem longe do público, muitos que ignoravam esses fatos não conseguiam entender porque um dos personagens mais populares das histórias em quadrinhos não chegava nunca às telas de cinemas mesmo após os grandes sucessos de bilheteria de Batman e Superman. Pois bem, um dia tudo isso teria que ser resolvido e foi. Os direitos autorais do aracnídeo finalmente foram adquiridos pelo poderoso grupo Sony – dono dos estúdios Columbia. E assim, finalmente em 2002 (lá se vão onze anos!) o Homem-Aranha finalmente chegou aos cinemas do mundo todo. Essa foi uma produção digna da enorme popularidade do herói, pois o estúdio não economizou em recursos, nem de produção e nem muito menos de marketing. Os produtos licenciados chegaram em todas as lojas e de repente o Homem-Aranha podia ser visto em tudo que era lugar, desde lancheiras, cadernos até roupas e sapatos.

Mas a questão principal permanecia: Será que o filme realmente era bom? A resposta, ainda bem, era positiva! Sim, o filme estava à altura do personagem e conseguia mesclar um roteiro bem escrito contando a origem do super-herói com doses caprichadas de drama, humor e romance. Tobey Maguire surgia pela primeira vez como o ícone dos gibis e a direção de Sam Raimi provava que era possível transpor o universo dos quadrinhos com eficiência e bom gosto para o cinema. Os efeitos especiais deixavam um pouco a desejar, é verdade, principalmente nas cenas em que o Homem-Aranha saía pela cidade pendurado em suas teias, mas eram cenas esporádicas e ocasionais, sendo que na maioria do filme tudo soava a contento. Como era de se esperar o filme se tornou um enorme sucesso de bilheteria ao redor do globo e o personagem criado por Stan Lee como uma forma de identificação com seus leitores caiu em cheio no gosto do público cinéfilo. A fita deu origem a mais duas continuações e mostrou que havia certamente um espaço reservado para o Spider-Man nas telas de cinema. Demorou mas chegou o dia. Antes tarde do que nunca!

Homem-Aranha (Spider-Man, Estados Unidos, 2002) Direção: Sam Raimi / Roteiro: David Koepp baseado nos personagens criados por Stan Lee e Steve Ditko / Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Willem Dafoe, James Franco, Cliff Robertson / Sinopse: Peter Parker (Tobey Maguire) é um jovem estudante como qualquer outro que é picado por uma aranha de laboratório. Depois do incidente ele descobre ter poderes especiais como subir em paredes e usar teias para se locomover entre os arranha-céus da cidade. Agora terá que entender que “grandes poderes trazem também grandes responsabilidades”

Pablo Aluísio.

A Origem dos Guardiões

Essa é a nova animação dos estúdios Dreamworks. Em tempos de sucessos absolutos dos filmes de super-herói (em especial a maior bilheteria do ano, “Os Vingadores”), os executivos resolveram apostar na mesma fórmula. A idéia aqui não é reunir obviamente nenhum grupo formado por personagens de quadrinhos mas sim juntar várias figuras folclóricas da cultura infantil, como Papai Noel, a Fada do Dente, o Coelhinho da Páscoa, Sandman e Jack Frost, em um grupo unido contra o vilão que ameaça a própria existência deles, o famigerado Bicho Papão, que pretende desacreditar a existência de cada um dentro da imaginação das crianças ao redor do mundo. Se os pequenos não mais acreditarem na existência desses mitos infantis eles deixarão de existir para sempre. Para as crianças brasileiras apenas Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa são mais conhecidos, os demais (principalmente Sandman e Jack Frost) fazem parte mesmo da cultura americana e não tem muita imersão para o nosso universo infantil.

Tome por exemplo o próprio personagem principal do filme, o garoto Jack Frost. Ele sempre foi associado com bonecos de neve e ao inverno rigoroso que sempre atinge as cidades americanas em determinado período do ano. Como é que uma criança brasileira vai conhecer Jack Frost em nosso clima tropical? Esse personagem já havia sido utilizado antes no cinema americano em um filme com o ex-Batman Michael Keaton (pagando seus pecados ao dublar um boneco de neve em uma produção sem surpresas e fraca). Aqui Jack Frost vira um garoto morto em um terrível acidente que após isso passa a ser mais um mito infantil, levando neve e frio com seu cajado aos lugares mais remotos. A nova roupagem dada a Jack Frost até que é bem imaginativa, mas ele de fato não é muito conhecido fora das fronteiras dos Estados Unidos. Apesar do roteiro de “A Origem dos Guardiões” ser levemente baseado em um livro de William Joyce o fato é que sua estrutura aqui é realmente de filme de super-heróis. De qualquer modo a animação certamente vai agradar aos menores (indico o filme para crianças de até 12 anos). Não chega a ser marcante mas é um produto bom e bem realizado. Seu filho provavelmente vá gostar.

A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians, Estados Unidos, 2012) Direção: Peter Ramsey / Roteiro: David Lindsay-Abaire baseado no livro de William Joyce / Elenco: (vozes): Chris Pine, Alec Baldwin, Hugh Jackman, Isla Fisher, Jude Law, Dakota Goyo, Khamani Griffin, Dominique Grund / Sinopse: Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa, Sandman, a Fada do Dente e Jack Frost se unem contra a ameaça do mal comandada pelo Breu, ou como é mais conhecido, o Bicho Papão.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de março de 2013

Homem-Aranha 3

Esse filme marca o fim da trilogia original do Homem-Aranha nos cinemas. Foi uma produção complicada, conturbada, muitas vezes caracterizada pelas brigas entre o diretor Sam Raimi e a produtora Sony, dona dos direitos autorais do personagem. Foi dos executivos da Sony a idéia, por exemplo, de inserir o personagem Venon na trama. Como se sabe esse nunca foi uma unanimidade entre os fãs dos quadrinhos e nem muito menos do diretor Sam Raimi que chegou a ironizar o vilão em entrevistas. Por pressão da Sony porém essa simbiose extraterrestre foi encaixada na estória. Isso porém não fez com que o diretor Raimi desistisse de seu roteiro original, de suas idéias, que eram muito mais simples e eficientes do que o texto final que foi utilizado no filme. O resultado de tantas interferências no que deveria ou não entrar no filme acabou gerando um roteiro com muitas sub-tramas, geralmente prejudicando o ritmo do filme, isso quando não o tornava confuso e moroso. Há excessos de personagens e situações, alguns que poderiam ser cortados da edição sem prejuízo nenhum do resultado final.

Só para se ter uma idéia aqui não temos um, nem dois, mas três vilões! Todos competindo entre si para ter mais espaço no filme. Além de Venon temos o Homem-Areia (Thomas Haden Church), na verdade o bandido Flint Marko, que matou Ben Parker no primeiro filme e aqui ganha poderes especiais. Suas cenas são as melhores do filme em termos de efeitos especiais. Para completar o trio de inimigos do Aranha ainda surge Harry Osborn (James Franco), que quer vingança pela morte do pai no primeiro filme. Em termos de produção, como era de se esperar, não há o que reclamar pois “Homem-Aranha 3” é muito bem realizado, o que falha mesmo é o excesso de personagens e sub-tramas, sempre minando o filme em suas bases. O espaço que se abre para Mary Jane (Kirsten Dunst), por exemplo, é completamente desnecessário. A intromissão do estúdio em decisões que deveriam ser apenas do diretor do filme foi outro fator que desestabilizou a eficiência que “Spider-man 3” deveria ter. Esses e outros problemas acabaram levando Sam Raimi a romper com a Sony, fato que gerou também o final dos contratos de todos os envolvidos com a franquia original. Todos foram desvinculados, inclusive o ator Tobey Maguire. Assim “Homem-Aranha 3” ficou como o fim da trilogia. Havia planos de seguir em frente, inclusive com a produção de “Homem-Aranha 4” mas como houve essa ruptura antes com o diretor a Sony resolveu recriar o universo do personagem com uma outra visão, com outro diretor e atores, criando assim um novo recomeço, praticamente partindo tudo do zero novamente. Nasceu assim o projeto “The Amazing Spider-Man”...mas isso é uma outra história...

Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, Estados Unidos, 2007) Direção: Sam Raimi / Roteiro: Sam Raimi, Ivan Raimi, Alvin Sargent, baseados nos personagens criados por Stan Lee / Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, James Franco, Thomas Haden Church, Topher Grace, Bryce Dallas Howard, Rosemary Harris / Sinopse: Peter Parker (Tobey Maguire), agora terá que enfrentar novos desafios em sua vida como o surgimento de um novo super-vilão, o Homem-Areia (Thomas Haden Church), e Venon, uma ameaça vinda de outra planeta.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Vidas Amargas

Roteiro e Argumento: “Vidas Amargas” se baseia no famoso livro do escritor John Steinbeck. Na realidade se trata de uma grande metáfora sobre os personagens bíblicos do gênesis no velho testamento. Na estória acompanhamos um pobre rancheiro que tem dois filhos, Cal e Aron. Aron (Richard Davalos) é o filho que todo pai gostaria de ter, estudioso, educado e polido. Sua vida emocional é estável e ele namora a delicada e bela Abra (Julie Harris). Aron é em suma um modelo de bom filho. Ele é o oposto de Cal (James Dean) um jovem perturbado, complicado, complexo que sempre toma as piores decisões em sua vida. Numa delas decide investigar o que teria acontecido à sua mãe que os abandonou ainda jovens. Acaba descobrindo um terrível segredo sobre ela na cidade vizinha de Monterrey o que trará trágicas conseqüências para toda a sua família. O livro original é uma obra robusta e por isso aqui optou-se por transpor para as telas apenas parte dele. A adaptação é excelente uma vez que a estória se fecha muito bem em si mesma, não dando pistas de que faltou algo em seu enredo.

Produção: Uma produção do mais alto nível. A reconstituição de época é perfeita (a estória se passa em 1917, pouco antes dos EUA entrar na Primeira Guerra Mundial). Figurinos, costumes, carros, tudo recriado com perfeição. O estúdio Warner resolveu realizar “Vidas Amargas” no formato widescreen, sendo muito eficiente seu resultado final. “Vidas Amargas” foi indicado aos Oscars de melhor diretor, roteiro adaptado, ator (James Dean) e atriz coadjuvantes (Jo Van Fleet). Um reconhecimento merecido de seus méritos cinematográficos.

Direção: Elia Kazan sempre dirigiu com maestria seus atores. Aqui em “Vidas Amargas” ele decidiu inovar, ensaiando o filme por duas semanas antes de começar a rodar as cenas. O método deu muito certo até porque todo o elenco vinha do meio teatral em Nova Iorque. Kazan também incentivou os atores a trazer elementos novos para seus personagens algo que caiu como uma luva para James Dean que gostava desse tipo de liberdade criativa. De fato o ator trouxe muito de si mesmo para a atuação de Cal. No aspecto puramente técnico Kazan também procurou inovar criando ângulos inusitados com a câmera, além de literalmente interagir com as cenas (a melhor acontece quando Dean aparece se balançando num brinquedo de criança e Kazan balança a câmera junto com ele). Enfim, mais uma magnífica direção de Kazan, aqui no auge de sua criatividade e talento.

Elenco: O grande atrativo de “Vidas Amargas” é a presença no elenco de James Dean. Embora ele tenha participado de 3 filmes anteriores (todos como ponta) aqui o ator tem a primeira grande chance de verdade em sua carreira. Elia Kazan havia assistido Dean numa montagem off Broadway e decidiu que ele seria a escolha perfeita para interpretar o perturbado e irascível Cal, um personagem intenso que exigiria muito do ator. James Dean em cena não decepcionou. Ele está perfeito em sua caracterização, colocando para fora tudo o que aprendeu no Actor´s Studio de Nova Iorque. Seu personagem transmite toda a complexidade de sua alma não apenas nos diálogos mas no próprio modo de ser, andar, agir. O trabalho corporal que James Dean trouxe para Cal até hoje impressiona. O ator se entrega como poucas vezes vi no cinema. De certa forma Dean era Cal e o incorporou com perfeição no filme, ofuscando completamente todo o resto do elenco que também é todo bom. A atuação inspirada lhe valeu a primeira indicação póstuma ao Oscar da história. Infelizmente quando a Academia anunciou seu nome para o prêmio James Dean já havia morrido em um trágico acidente de carro aos 24 anos. Melhor se saiu sua colega de cena, Jo Van Fleet, que venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Ela interpretou a mãe de Cal e Aron no filme. Prêmio merecido aliás.

Vidas Amargas (East Of Eden, Estados Unidos, 1955) Direção: Elia Kazan / Roteiro: Paul Osborn baseado na obra de John Steinbeck / Elenco: James Dean, Raymond Massey, Julie Harris, Burl Ives, Richard Davalos, Jo Van Fleet / Sinopse: Dois irmãos, Cal e Aron, disputam a afeição do pai. Esse deseja ganhar dinheiro com a venda de verduras congeladas mas não obtém sucesso. Cal (James Dean) então resolve ganhar seu próprio lucro com a venda de feijões para as tropas americanas que estão sendo enviadas para a I Guerra Mundial. Nesse ínterim Cal acaba descobrindo um terrível segredo sobre sua mãe que é localizada por ele na cidade vizinha de Monterrey. Seu pai havia mentido pois dizia que ela havia falecido quando os irmãos eram apenas crianças. A verdade finalmente irá abalar toda a família.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Homem-Aranha 2

Ao custo de US$ 200 milhões de dólares a Columbia trouxe de volta o herói aracnídeo após o estrondoso sucesso comercial do primeiro filme. A mesma equipe técnica também retornou para seguir em frente com essa franquia, a original. Aqui o eterno azarado Peter Parker (Tobey Maguire) segue sua rotina de dificuldades só que contrariando a máxima de que “não poderia ficar pior” as coisas começam a dar muito mais errado para ele. Ele novamente perde o emprego, não consegue definir sua relação com sua amada e querida Mary Jane (Kirsten Dunst), tem que lidar com a morte de seu tio apoiando sua tia May (Rosemary Harris) e como se isso tudo não bastasse ainda tem que enfrentar um novo vilão, o cientista louco Dr Octopus (Alfred Molina) que cria uma engenhoca que lhe dá grande força e poder. Além disso os tentáculos mecânicos de alta potência acabam lhe trazendo uma mobilidade e alcance sem limites. Como se pode perceber a vida não anda nada fácil para o jovem Peter Parker.

“Homem-Aranha 2” segue basicamente a fórmula que deu tão certo no primeiro filme com uma melhora sensível em seus efeitos especiais. Na produção original o herói quando saía pendurado em teias pelas ruas de Nova Iorque passava uma incomoda sensação de falta de veracidade, mais parecendo um videogame de última geração do que qualquer outra coisa. O personagem digital não tinha volume e nem massa, parecendo também não ter peso nenhum. Em “Homem-Aranha 2” esses problemas foram amenizados em parte. Como todo bom filme de super-herói tem que ter também um bom vilão essa seqüência traz o bom Dr. Octopus, mais uma imaginativa criação de Stan Lee que se empenhou bastante ao longo dos anos em criar uma boa galeria de vilões dentro do universo do Homem-Aranha (algo que falta em parte nas estórias do Homem de Ferro e Thor). E por falar no criador máximo da história da Marvel ele aqui também dá o ar de sua graça numa cena bastante divertida. Enfim, com certa reservas podemos qualificar “Homem-Aranha 2” como o melhor filme da franquia original do super-herói. Uma boa diversão que vai certamente agradar aos fãs de histórias em quadrinhos. 

Homem-Aranha 2 (Spider Man 2, Estados Unidos, 2004) Direção: Sam Raimi / Roteiro: Michael Chabon, Alfred Gough, Miles Millar, Alvin Sargent baseados nos personagens criados por Stan Lee / Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, James Franco, Alfred Molina, Rosemary Harris, J.K. Simmons, Donna Murphy, Daniel Gillies / Sinopse: O Homem-Aranha (Tobery Maguire) agora tem que enfrentar o terrível Dr. Octopus (Alfred Molina) pelas ruas de Nova Iorque. Vencedor do Oscar de Efeitos Visuais e indicação aos Oscars de Melhor Edição de Som e Mixagem de Som.

Pablo Aluísio.

Os Outros

“Os Outros” foi um dos últimos grandes filmes de terror e suspense a chegar em nossas telas. Seu roteiro é um primor e a escolha de se priorizar o clima sufocante de uma grande casa que vive sempre às escuras foi mais do que acertada. A trama é relativamente simples: numa isolada e grande casa na Ilha de Jersey vive Grace (Nicole Kidman) e seus dois filhos. As crianças sofrem de uma estranha doença que as torna muito sensíveis a luz e por isso a casa está sempre fechada, com as cortinas cerradas. A rotina soturna da família começa a mudar quando chegam três novos empregados no local. Eles vêm em busca de emprego após os serviçais anteriores simplesmente sumirem. O problema é que a velha casa começa a mostrar sinais inexplicáveis como sons, móveis se arrastando e portas batendo. Intrigada Grace (Kidman) começa a investigar o que poderia estar acontecendo e descobre alarmada que o motivo talvez seja a presença de entidades sobrenaturais no local. Com o marido distante na guerra só lhe resta enfrentar o perigo oculto que se esconde nos cômodos escuros e sinistros do imóvel.

“Os Outros” é inteligente, bem desenvolvido e tem uma das melhores reviravoltas finais do cinema contemporâneo. O projeto foi o último do casal Nicole Kidman e Tom Cruise. O famoso ator aqui surge como produtor. Em crise o casal ainda conseguiu finalizar o filme mas o casamento não sobreviveu por muito tempo. Quando foi lançado e chegou finalmente nos cinemas o casal já se encontrava em processo de divórcio. Para as más línguas o ator Tom Cruise se separou de Nicole Kidman poucos dias antes dela ganhar direito à metade de sua fortuna pessoal (algo que havia sido estipulado no contrato pré-nupcial). Em vista de tantos problemas pessoais é de se admirar a grande atuação de Nicole Kidman (tão boa que lhe valeu a indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz – categoria Drama). Assim fica a recomendação. Se ainda não viu esse excelente “Os Outros” não perca mais tempo pois o filme já é desde já um clássico do gênero.

Os Outros (The Others, Estados Unidos, 2001) Direção: Alejandro Amenábar / Roteiro: Alejandro Amenábar / Elenco: Nicole Kidman, Fionnula Flanagan, Christopher Eccleston, Alakina Mann, James Bentley / Sinopse: Grace (Nicole Kidman) e seus filhos vivem numa isolada e distante casa na Ilha de Jersey quando começa a notar eventos inexplicáveis no local. Não tarda para ela começar a sentir a presença de entidades sobrenaturais. Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza

Pablo Aluísio

quarta-feira, 20 de março de 2013

Os Estranhos

Um casal de namorados, Kristen (Liv Tyler) e James (Scott Speedman), resolvem ir para um casa de campo, afastada da cidade. Bom, se você já assistiu a algum filme de terror na sua vida certamente saberá que essa é definitivamente uma péssima idéia! Pois bem, o casal de pombinhos está em crise e durante toda a primeira terça parte do filme discutem seu conturbado relacionamento – tudo parece caminhar para um desses filmes românticos quando de repente, surgindo do nada, no meio da escuridão aparecem estranhos mascarados que vão tentar entrar na casa a todo custo. Não se sabe o que querem, o que desejam, a única coisa certa é que estão ali para invadir a casa para cometer algum crime em seu interior.  As intenções realmente não são das melhores. Esse “Os Estranhos” tem um roteiro simples, baseado numa situação que não é nenhuma novidade mas que a despeito disso consegue assustar e ainda surpreender por causa dos eventos que vão se sucedendo no desenrolar da estória.

O filme vende a idéia de que foi inspirado em um fato real acontecido em fevereiro de 2005 com a família Hoyt, fazendeiros que foram aterrorizados por estranhos durante uma noite de terror em sua fazenda. Acontece que as semelhanças com os fatos reais acabam por aí. A partir de determinado momento da fita o filme alça vôos próprios, criando diversas situações que não tem qualquer relação com os eventos verídicos. O próprio diretor confessou depois que parte do enredo foi inspirado também em uma situação que viveu quando era apenas um garoto em sua cidade natal. Uma mulher, completamente estranha, surgiu no rancho de sua família durante a madrugada em busca de uma pessoa que eles nunca tinham ouvido falar. Tão rapidamente quando surgiu, sumiu, sem deixar rastros. Tirando daqui e dali, de fatos reais diversos e fazendo com isso uma bela colcha de retalhos de pânico, suspense e terror até que o cineasta Bryan Bertino não se sai mal no final das contas. Assista, tome uns sustos e se divirta, só não leve nada do que se passa na tela a sério.

Os Estranhos (The Strangers, Estados Unidos, 2008) Direção: Bryan Bertino / Roteiro: Bryan Bertino / Elenco: Liv Tyler, Scott Speedman, Sterling Beaumon, Peter Clayton-Luce, Glenn Howerton, Laura Margolis, Gemma Ward / Sinopse: Casal de namorados fica encurralado numa casa de campo enquanto homens mascarados tentam entrar no imóvel com intenções macabras. Inspirado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

Air America

O filme foi baseado em um livro escrito por Christopher Robbins em 1979. Era uma obra que denunciava os envolvimentos da CIA com contrabando e desvio de armas e equipamentos para o Laos durante a Guerra do Vietnã. Inicialmente o filme seria estrelado por Sean Connery e Bill Murray mas depois de várias tentativas fracassadas de contratar os atores o projeto acabou indo parar nas mãos de Mel Gibson. O ator gostou do enredo mas achou que o filme ficaria pesado demais com o roteiro originalmente escrito. Foi então que o estúdio resolveu amenizar tudo, transformando “Air America” em um filme de ação com toques de humor em todas as cenas. O que era para ser mais um filme sério sobre o envolvimento dos EUA no Vietnã acabou virando praticamente uma comédia, com Mel Gibson desfilando sua performance típica de sujeito meio maluco, sem medo de entrar nas maiores enrascadas. Ao seu lado foi escalado o jovem ator Robert Downey Jr que na época ainda sofria bastante com sua conhecida dependência química de drogas pesadas. Aliás o estúdio não queria contratar Downey Jr por causa dos riscos envolvidos mas Gibson convenceu os produtores de que ele seria uma boa opção para o filme.

Assim o que se vê em Air America é basicamente um filme com muita ação, várias cenas de aviação extremamente bem realizadas mas conteúdo muito fraco e sem consistência. A trama se passa em 1969 quando o piloto de aviação civil Billy Covington (Downey) que trabalha numa rádio de Los Angeles perde sua licença por não seguir os padrões de segurança. Desempregado ele ouve falar numa oportunidade de trabalho no distante Laos. A remuneração é muito boa mas o serviço é perigoso porque a região é vizinha ao Vietnã onde os EUA se afundam cada vez mais em um conflito sem muito sentido. Em plena zona de guerra ele acaba conhecendo Gene Ryack (Gibson), um piloto que usa seus vôos para contrabandear armas e munições na região. Mel Gibson levou sete milhões de dólares de cachê mas parece não levar nada à sério. O filme foi rodado na Tailândia, com  uso de aviões e pilotos tailandeses. No saldo final é uma aventura escapista, sem muita profundidade, que prefere investir na ação e no humor em doses fartas. Poderia certamente ser um filme melhor, tratando o tema com seriedade mas não foi esse o caminho escolhido pelos produtores. Assim “Air America” se tornou apenas mais um filme de verão indicado apenas aos fãs dos atores Mel Gibson e Robert Downey Jr. 

Air America (Air America, Estados Unidos, 1990) Direção: Roger Spottiswoode / Roteiro: John Eskow, Richard Rush baseados no livro de Christopher Robbins / Elenco:  Mel Gibson, Robert Downey Jr, Nancy Travis, David Marshall Grant, Michael Dudikoff / Sinopse: Dois pilotos se envolvem em vôos de contrabando de armas e munição no Laos durante a Guerra do Vietnã.

Pablo Aluísio

terça-feira, 19 de março de 2013

Atração Fatal

Dan Gallagher (Michael Douglas) é um homem bem sucedido na profissão e no casamento até que cansado da rotina insuportável da monogamia nupcial resolve ter um caso extraconjugal. A escolhida é uma mulher muito parecida com ele, também bem sucedida e dona de si, a executiva de empresas Alex Forrest (Glenn Close). O problema é que o que deveria ser um caso rápido, sem maiores conseqüências, sai do controle pois ela fica grávida e não aceita mais a rejeição do amante. A partir daí a infidelidade de Dan (Douglas) se torna um verdadeiro inferno pessoal pois sua amante perde o controle, o levando para um confronto definitivo, de proporções gravissimas. “Atração Fatal” foi um grande sucesso de bilheteria e em seu argumento colocava a questão da infidelidade conjugal sob uma perspectiva bem severa, pois a amante mudava completamente de personalidade, de uma mulher atraente e moderna acabava se transformando numa verdadeira insana, psicopata, capaz dos gestos mais absurdos para se vingar do amante que a abandonara.

Na época de seu lançamento muito se falou do moralismo embutido no roteiro que passava a mensagem de que homens infiéis deveriam ser punidos sem perdão. Além disso o filme chegou nos cinemas logo no momento em que a AIDS ganhava cada vez mais espaço nos jornais e noticiários. A nova doença vinha para colocar um ponto final na promiscuidade sem freios dentro da sociedade. Assim muitos ligaram esses eventos ao próprio filme e o classificaram como uma obra moralista e cafona. Não concordo completamente com esse tipo de análise. De fato “Atração Fatal” não passava de um thriller como tantos outros que o cinema americano lançava todos os anos. A falta de noção de Alex (Close) após ser abandonada reforçava ainda mais esse aspecto pois não existem thrillers sem algum psicopata por perto. Coube a ela esse papel. E a ligação com a AIDS era realmente meramente circunstancial. De qualquer modo o filme parece ter resistido bem ao tempo. Seu clima de marketing publicitário (fruto da escola em que o diretor Adrian Lyne se formou) torna a experiência de rever “Atração Fatal” ainda mais interessante. Não é o melhor papel da carreira de Glenn Close (ela é muito mais talentosa do que vemos em cena) mas certamente é um de seus personagens mais populares. Assim fica a recomendação de “Atração Fatal”, interessante filme que inclusive pode ser exibido por esposas levemente desconfiadas aos seus maridos. Quem sabe eles não mudem de idéia antes de “pular a cerca”...

Atração Fatal (Fatal Attraction, Estados Unidos, 1987) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: James Dearden / Elenco: Michael Douglas, Glenn Close, Anne Archer, Ellen Hamilton Latzen / Sinopse: Homem bem sucedido (Michael Douglas) na carreira resolve se aventurar num caso extraconjugal o que lhe trará enormes problemas pela frente.

Pablo Aluísio.

Vegas

Há uma mudança de paradigma na indústria de entretenimento americano atualmente. Antigamente o sonho de todo ator de TV era conseguir fazer a complicada transição para o mundo do cinema. Eddie Murphy, Bruce Willis e George Clooney foram alguns que conseguiram fazer essa mudança com sucesso, se tornando astros da sétima arte. Hoje em dia porém estamos vendo uma mudança de rumos, os astros do cinema estão cada vez mais indo para o mundo dos seriados de TV nos Estados Unidos. Kevin Costner (Hatfields & McCoys) , Kevin Spacey (House of Cards), Glenn Close (Damages), Jeremy Irons (The Borgias), Kevin Bacon (The Following), Anjelica Huston (Smash), Dustin Hoffman (Luck) e agora Dennis Quaid, todos estão migrando para as séries de TV. O motivo é até simples de explicar: o cinema americano está muito infatilizado, juvenilizado, e muito centrado em blockbusters sem muito conteúdo e por isso não há mais tanto espaço para atores que queiram desenvolver um trabalho mais consistente e sério. O advento das emissoras a cabo ajudou muito nesse processo. Empresas como HBO, Showtime, ITV e tantas outras tem investido em programas de altíssima qualidade, alguns melhores do que muitos filmes por aí. Os argumentos são ousados, bem escritos. Além do mais o formato de séries abre espaço para se desenvolver melhor os personagens, criando nuances e traços de personalidades que seriam impossíveis em filmes de duas horas de duração. 

“Vegas” é um retrato disso. Dennis Quaid resolveu seguir o caminho de seus colegas e agora produz e atua nessa nova série do canal CBS. Até o momento assisti aos cinco primeiros episódios. Antes de uma análise vale uma pequena explicação aqui. Em termos de roteiro existem dois tipos básicos de séries dramáticas nos EUA. O primeiro tipo é conhecido como seqüencial, onde os episódios contam uma só estória que se desenvolve geralmente em uma temporada completa. É o caso de Damages, Dexter, Downton Abbey, The Killing e várias outras. Já os seriados de exibição em TVs abertas investem em episódios fechados em si mesmo (onde há uma estória com começo, meio e fim dentro de cada episódio). É o caso de Hawaii 5-0, Gossip Girl, Justified, etc. “Vegas” procura inovar transitando nos dois tipos básicos de formato. Há uma linha narrativa principal seqüencial e casos esporádicos que vão acontecendo e sendo solucionados em cada episódio (o personagem principal interpretado por Dennis Quaid é um xerife durão nos primórdios de Las Vegas o que significa que sempre há casos policiais para ele resolver em cada episódio). A reconstituição de época é muito bem realizada (Vegas se passa na virada das décadas de 1950 e 1960). O elenco é muito bom, inclusive com a presença da linda atriz Sarah Jones (recém saída do mal sucedido seriado “Alcatraz” de J.J. Abrams mas com longo currículo em boas séries como “Sons of Anarchy”). Outro destaque é Michael Chiklis, veterano de séries como “The Shield”. Ele interpreta um gerente de um dos Cassinos de Vegas que pertence à máfia de Chicago. Os primeiros episódios ainda se detém a apresentar todos os personagens mas uma vez feito isso a série realmente começa a decolar. Os enredos são bem elaborados e o clima de nostalgia ajuda muito. De uma maneira em geral é um confronto entre cowboys (personificados pelo xerife interpretado por Dennis Quaid e seus familiares) e mafiosos (a gangue que controla os cassinos). Tudo muito bem feito e realizado. Se você estiver em busca de algo realmente interessante no mundo da TV fica então a dica de “Vegas”! E por favor, não fique por fora, acompanhe o máximo de séries que puder pois realmente o melhor do entretenimento americano na atualidade está sendo disponibilizado nesse formato.

Vegas (Vegas, Estados Unidos, 2012, 2013) Criado por: Nicholas Pileggi, Greg Walker / Direção: Matt Earl Beesley / Roteiro: Nicholas Pileggi, Greg Walker, Nick Santora / Elenco: Dennis Quaid, Michael Chiklis, Carrie-Anne Moss, Sarah Jones /  Sinopse: Recém empossado xerife em Las Vegas o cowboy Ralph Lamb (Dennis Quaid) tem que lidar com um grupo de mafiosos de Chicago que controlam um dos principais cassinos da cidade.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de março de 2013

G.I. Joe – A Origem do Cobra

G.I. Joe foi uma linha de brinquedos que pintou pela primeira vez nas lojas americanas em 1962. Bonecos de soldados sempre foram populares entre a criançada desde sempre mas a indústria americana Hasbro  resolveu investir em  um produto mais bem feito, com roupas, artefatos e acessórios. O sucesso foi tamanho que em pouco tempo havia toda uma linha enorme de brinquedos G.I. Joe em todo o país. No Brasil a companhia Estrela comprou os direitos de G.I. Joe e os lançou em nosso mercado com o nome comercial de Falcon. Depois do sucesso dos bonequinhos de guerra não houve mais limites. G.I. Joe virou quadrinhos, desenho de TV, videogame e finalmente filme para o cinema. Claro que todo marmanjo na faixa de seus 30, 40 anos lembra dos brinquedos do passado. Pena que agora terão que enfrentar um filme tão rasteiro e sem graça como esse “G.I. Joe – A Origem do Cobra”. O tal “Cobra” para quem não se lembra mais era o inimigo mortal dos combatentes G.I. Joe.

Quando eu soube que G.I. Joe iria para o cinema eu realmente desejei que viesse coisa boa por aí pois eu também fui uma das muitas crianças da época que brincaram com esses bonecos (o meu era um Falcon mergulhador, com faca, arpão e até um Tubarão de borracha que vinha como acessório!). O problema é que não há nostalgia que sobreviva a um roteiro tão capenga e mal feito, a tantas cenas de ação sem qualquer justificativa e a um turbilhão de bobagens como as que vemos aqui. Tudo é gratuito nesse filme: os efeitos, as brigas, os combates, as lutas. Nada é bem desenvolvido e de repente nos vemos em um filme sem roteiro nenhum, que existe apenas para expor a marca no cinema e nada mais. O elenco é todo obtuso a começar pelo ator Channing Tatum que até hoje não conseguiu virar um astro de cinema de verdade (o que definitivamente não me deixa surpreso). Já Dennis Quaid segue seu inferno astral de filmes ruins (ele recentemente resolveu abandonar o cinema para apostar numa série de TV chamada Vegas). Provavelmente esse G.I. Joe só vá agradar aos garotos com menos de 12 anos que ainda brincam com os seus Joes. Já para os adultos, que gostam de um bom cinema, não há nada a se esperar de bom. Uma pena.

G.I. Joe – A Origem do Cobra (G.I. Joe: Rise of Cobra, Estados Unidos, 2008) Direção: Stephen Sommers / Roteiro: Stuart Beattie, David Elliot, Paul Lovett / Elenco: Channing Tatum, Joseph Gordon-Levitt, Dennis Quaid, Marlon Wayans / Sinopse: O Cobra se torna o principal inimigo das forças especiais G.I. Joe. Adaptação do desenho animado “Comandos em Ação” que por sua vez é baseado na linha de brinquedos de grande sucesso G.I. Joe.

Pablo Aluísio

Looper – Assassinos do Futuro

Fazia tempo que não assistia a um filme com Bruce Willis que realmente valesse a pena. Esse “Looper” nem é tão original (a referencia mais obvia é certamente “O Exterminador do Futuro”) mas mantém o interesse em um roteiro que se não é uma maravilha pelo menos mostra alguns aspectos bem inteligentes em seu desenvolvimento. Na estória do filme somos apresentados aos chamados “Loopers”. E o que são eles? Basicamente são jovens no presente que se encarregam de dar fim a pessoas que são enviadas do futuro por organizações criminosas. A vitima é enviada para um determinado ponto do passado e o Looper a mata e depois some com seu corpo. A viagem no tempo é uma realidade (o filme se passa no ano de 2074) e o crime organizado do futuro a utiliza como forma de queimar arquivo e sumir com os corpos de seus inimigos, eliminando assim qualquer vestígio de prova que possa lhes comprometer. Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um desses Loopers mas comete um grave erro quando deixa escapar a pessoa que deveria matar. Para piorar tudo essa nova vitima é na realidade ele mesmo que foi enviado do futuro para ser eliminado! Confuso? Sim, em certos momentos Looper se torna confuso mas o roteiro consegue driblar isso com soluções bem interessantes.

Filmes de viagem no tempo geralmente rondam em torno de um problema básico: o sujeito volta ao passado para modificar algo que venha a lhe acontecer no futuro. Em Looper é justamente isso o que acontece. O Joe do futuro (interpretado por Bruce Willis) tenta no presente eliminar um garoto que supostamente seria o “Rainmaker”, o grande chefão do seu tempo, responsável pela morte do amor de sua vida. É claro que após ler isso você lembrou imediatamente de “O Exterminador do Futuro”. Como eu disse o argumento não consegue ser completamente original mas pelo menos toma outros rumos, investindo em algo até mais inteligente ao explorar com mais afinco os paradoxos que podem surgir quando alguém do futuro vem ao presente para mudar os rumos dos acontecimentos. Por mais incrível que isso possa parecer Bruce Willis está muito bem em seu papel. Ele demora a surgir em cena – há todo um background dentro do enredo – mas quando surge consegue renascer das cinzas. Só não sei se seus fãs vão aceitar muito bem alguns atos de seu personagem (matar crianças inocentes, por exemplo, realmente é algo de se virar o estomago). A direção do cineasta Rian Johnson é acima da média, talvez por ele também ser o autor do roteiro (o que o deixou em posição de entender completamente tudo o que se passa no enredo da produção) . O filme é um pouco mais longo do que a média das ficções atuais mas sua direção não deixa a estória cair no tédio ou no marasmo. No final fica a recomendação para quem é fã de ficções ao estilo “O Exterminador do Futuro”. Certamente há furos de lógica no roteiro mas de maneira em geral esse “Looper” pode ser considerado um bom filme, sem dúvida.

Looper – Assassinos do Futuro (Looper, Estados Unidos, 2012) Direção: Rian Johnson / Roteiro: Rian Johnson / Elenco: Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt, Emily Blunt, Jeff Daniels, Piper Perabo, Paul Dano / Sinopse: Assassino do futuro volta ao ano de 2074 com o objetivo de eliminar uma criança que no futuro se tornará o “Rainmaker”, um líder criminoso brutal e sem escrúpulos.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de março de 2013

Terror na Antártida

Até tinha boas expectativas sobre esse “Terror na Antártida” mas me enganei. Tudo levaria a crer que seria um bom filme até porque a sinopse parecia bem promissora. O enredo mostra o serviço (muitas vezes entediante) de uma agente federal americana, Carrie Stetko (Kate Beckinsale), em um posto avançado na Antártida. Ela está ali apenas por uma questão protocolar, uma vez que as chances de um crime acontecer numa base cientifica como aquela seriam bem remotas. Porém o impensável acontece e um homem é encontrado morto no local. Contando com apenas cinco membros na expedição a agente agora terá que decifrar o enigma e descobrir a identidade verdadeira do assassino, uma coisa que não será nada fácil uma vez que todos ali parecem estar acima de qualquer suspeita. Particularmente gosto muito de filmes com roteiros nesse estilo, onde o espectador é convidado a desvendar um mistério de assassinato. Porém até nisso “Terror na Antártida” decepciona.

Antes de qualquer coisa é importante esclarecer que apesar do título, não se trata de um filme de terror mas sim, como se pode perceber da leitura da sinopse, de um filme policial, que tenta também pegar carona em uma trama de suspense. O que poderia ser uma produção no mínimo interessante sofre de dois problemas básicos. O Primeiro é que o elenco não está tão inspirado para esse tipo de roteiro. A atriz Kate Beckinsale funciona melhor em fitas como sua franquia “Anjos da Noite” onde sua falta de interesse geralmente é encobertada por várias seqüências de ação intermitentes. Aqui em “Terror na Antártida” sua falta de compromisso com seu papel se torna muito mais evidente. Ela é bonita (isso é inegável) mas não parece estar muito disposta para defender seu personagem. O outro problema é que o próprio roteiro não ajuda muito. A solução do crime não é muito surpreendente e nem deixa o espectador entusiasmado como era de se supor. A investigação também caminha a passos lentos, fazendo com que o filme caia muitas vezes no tédio. Enfim, uma boa trama que poderia ser muito melhor desenvolvida. Do jeito que ficou não empolga e nem satisfaz o espectador.

Terror na Antártida (Whiteout, Estados Unidos, 2009) Direção: Dominic Sena / Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber, Chad Hayes, Carey Hayes / Elenco: Kate Beckinsale, Gabriel Macht, Alex O'Loughlin, TomSkerritt, Columbus Short, Shawn Doyle, Patrick Sabongui, Nicolas Wright, Bashar Rahal, Sean Tucker / Sinopse: Agente federal (Kate Beckinsale) tem que desvendar um crime de assassinato numa base remota localizada no congelado continente da Antártida.

Pablo Aluísio.