Fazia tempo que não assistia a um filme com Bruce Willis que realmente valesse a pena. Esse “Looper” nem é tão original (a referencia mais obvia é certamente “O Exterminador do Futuro”) mas mantém o interesse em um roteiro que se não é uma maravilha pelo menos mostra alguns aspectos bem inteligentes em seu desenvolvimento. Na estória do filme somos apresentados aos chamados “Loopers”. E o que são eles? Basicamente são jovens no presente que se encarregam de dar fim a pessoas que são enviadas do futuro por organizações criminosas. A vitima é enviada para um determinado ponto do passado e o Looper a mata e depois some com seu corpo. A viagem no tempo é uma realidade (o filme se passa no ano de 2074) e o crime organizado do futuro a utiliza como forma de queimar arquivo e sumir com os corpos de seus inimigos, eliminando assim qualquer vestígio de prova que possa lhes comprometer. Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um desses Loopers mas comete um grave erro quando deixa escapar a pessoa que deveria matar. Para piorar tudo essa nova vitima é na realidade ele mesmo que foi enviado do futuro para ser eliminado! Confuso? Sim, em certos momentos Looper se torna confuso mas o roteiro consegue driblar isso com soluções bem interessantes.
Filmes de viagem no tempo geralmente rondam em torno de um problema básico: o sujeito volta ao passado para modificar algo que venha a lhe acontecer no futuro. Em Looper é justamente isso o que acontece. O Joe do futuro (interpretado por Bruce Willis) tenta no presente eliminar um garoto que supostamente seria o “Rainmaker”, o grande chefão do seu tempo, responsável pela morte do amor de sua vida. É claro que após ler isso você lembrou imediatamente de “O Exterminador do Futuro”. Como eu disse o argumento não consegue ser completamente original mas pelo menos toma outros rumos, investindo em algo até mais inteligente ao explorar com mais afinco os paradoxos que podem surgir quando alguém do futuro vem ao presente para mudar os rumos dos acontecimentos. Por mais incrível que isso possa parecer Bruce Willis está muito bem em seu papel. Ele demora a surgir em cena – há todo um background dentro do enredo – mas quando surge consegue renascer das cinzas. Só não sei se seus fãs vão aceitar muito bem alguns atos de seu personagem (matar crianças inocentes, por exemplo, realmente é algo de se virar o estomago). A direção do cineasta Rian Johnson é acima da média, talvez por ele também ser o autor do roteiro (o que o deixou em posição de entender completamente tudo o que se passa no enredo da produção) . O filme é um pouco mais longo do que a média das ficções atuais mas sua direção não deixa a estória cair no tédio ou no marasmo. No final fica a recomendação para quem é fã de ficções ao estilo “O Exterminador do Futuro”. Certamente há furos de lógica no roteiro mas de maneira em geral esse “Looper” pode ser considerado um bom filme, sem dúvida.
Looper – Assassinos do Futuro (Looper, Estados Unidos, 2012) Direção: Rian Johnson / Roteiro: Rian Johnson / Elenco: Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt, Emily Blunt, Jeff Daniels, Piper Perabo, Paul Dano / Sinopse: Assassino do futuro volta ao ano de 2074 com o objetivo de eliminar uma criança que no futuro se tornará o “Rainmaker”, um líder criminoso brutal e sem escrúpulos.
Pablo Aluísio.
Looper - Assassinos do Futuro
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