terça-feira, 26 de junho de 2012

Napoleão - A Última Batalha do Imperador

Após ser derrotado no campo de batalha Napoleão Bonaparte (Philippe Torreton) é enviado ao seu exílio em uma ilha remota. Nesse local, mesmo aprisionado pelos britânicos, ele continua cultivando sua pompa real e seu séqüito de seguidores. Gostei bastante desse filme. A produção mostra os últimos momentos de vida do destronado imperador Napoleão Bonaparte. Exilado na ilha prisão de Santa Helena, Napoleão viveu seus últimos momentos cerceado de guardas ingleses, um governador britânico da ilha preocupado mais com sua morte do que com sua vida e um grupo de franceses que restou de sua antiga corte (no fundo um bando de abutres apenas interessados em sua herança). O filme é muito bem conduzido e conta com um elenco que mantém o interesse, apesar do ator que interpreta o imperador não ter muita semelhança física com ele.

A ruína de um homem que conquistou quase toda a Europa já é por si só um tema interessante. As questões humanas envolvidas já daria um bom filme mas o que mais me chamou a atenção aqui foi a sutil versão "alternativa" do que realmente teria acontecido com seu corpo após sua morte. Não vou estragar mas confesso que não conhecia essa tese histórica que é mostrada no filme. Claro que todo grande nome da história sempre gera inúmeras teorias da conspiração sobre seu destino após sua morte oficial (Isso também aconteceu com Hitler). Com Napoleão não seria diferente. Pode até ser que nada do que é mostrado no filme aconteceu, mas que é simplesmente muito curioso isso é sem dúvidas. Recomendo o filme para quem gosta de história e dos grandes nomes que passaram por ela.

Napoleão - A Ùltima Bataha do Imperador (Monsieur N, França, 2003) Direção: Antoine de Caunes / Roteiro: Pierre Kube / Elenco: Philippe Torreton, Richard E. Grant, Jay Rodan, Elsa Zylberstein, Stéphane Freiss / Sinopse: Após ser derrotado no campo de batalha Napoleão Bonaparte (Philippe Torreton) é enviado ao seu exílio em uma ilha remota. Nesse local, mesmo aprisionado pelos britânicos, ele continua cultivando sua pompa real e seu séqüito de seguidores.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de junho de 2012

Larry Crowne - O Amor Está de Volta

Larry Crowne (Tom Hanks) é demitido de seu trabalho de longos anos por não ter curso superior. Sem renda, trabalho e com problemas familiares Larry resolve dar uma guinada em sua vida. Vai para a universidade e lá conhece uma professora (Julia Roberts) com a qual cria um vínculo muito especial. Apesar das boas intenções e da mensagem positiva temos que admitir que "Larry Crowne - O Amor está de Volta" é um filme completamente inofensivo. Ele lida com temas importantes mas tem medo de levar a discussão de forma mais adulta. No meio da crise da economia americana o filme insiste em ter uma abordagem muito boba - para não dizer infanto-juvenil. O roteiro é fofinho, o casalzinho é guti guti e a direção é bobinha, bobinha. Eu já sabia que o Tom Hanks (muito envelhecido e gordo, por sinal) sempre prezou pela sua persona boa praça no cinema mas também não precisava exagerar na sacarina. Senão vejamos: o sujeito se divorciou, se deu mal no divórcio ficando endividado, foi despedido, perdeu a casa para o banco, teve que vender o carro e praticamente tudo de valor da sua vida... e ainda consegue passear pelo filme inteiro despejando simpatia, gentilezas e sorrisos? Well, de que planeta esse Larry Crowne é afinal? 

A Julia Roberts quase repete o personagem de Cameron Diaz em "Professora sem Classe". Ela parece odiar a profissão (ultimamente todo professor retratado no cinema parece odiar ser professor) e ainda por cima tem um marido voyeur, viciado em pornografia que não consegue sair da frente do computador (interpretado pelo bom ator Bryan Cranston de Breaking Bad). Aliás o elenco de apoio é bom (vide a boa participação de George Takei) mas não tem muito o que fazer diante de um material tão fraquinho como esse. Basicamente é isso, o filme não passa de um passatempo inofensivo, para não dizer simplório ao extremo. Se você não gosta de comédias românticas saiba que essa é uma das mais bobinhas que já foram lançadas.  

Larry Crowne - O Amor Está de Volta (Larry Crowne, Estados Unidos, 2011) Direção: Tom Hanks / Roteiro: Tom Hanks, Nia Vardalos / Elenco: Tom Hanks, Julia Roberts, Nia Vardalos, Bryan Cranston, Wilmer Valderrama, Taraji P. Henson, Rami Malek, Pam Grier / Sinopse: Larry Crowne (Tom Hanks) é demitido de seu trabalho de longos anos por não ter curso superior. Sem renda, trabalho e com problemas familiares Larry resolve dar uma guinada em sua vida. Vai para a universidade e lá conhece uma professora (Julia Roberts) com a qual cria um vínculo muito especial.  

Pablo Aluísio.

Moonwalker

"Moonwalker" não é bem um filme. Na realidade é uma coleção de clips que tem como objetivo promover o astro Michael Jackson. É algo parecido com o que acontece com quase todos os filmes de popstars da música. Geralmente são feitos como meros veículos de divulgação para as músicas dos discos. E poucos artistas entenderam tão bem o poder disso do que Michael Jackson. Na verdade podemos dizer até que seu grande sucesso se deu muito por causa dos videoclips que produziu. "Thriller" o maior êxito de toda a carreira de Michael é um exemplo perfeito disso. Dirigido pelo cineasta John Landis, o clip acabou abrindo uma nova era na história da música pop mundial. A patir dele nenhum artista lançaria mais suas músicas sem que fossem acompanhadas de bem produzidos videoclips. O nicho de mercado acabou até mesmo incentivando o surgimento da MTV, um canal feito único e exclusivamente para passar videoclips 24 horas por dia. Pode-se dizer que Jackson foi o primeiro superstar da era MTV que passando seus clips durante todo o dia promoviam indiretamente sua música. 

Não contente em dominar a TV, Michael nos anos 80 resolveu participar do mais longo videoclip da história - isso mesmo, o filme "Moonwalker". Era a tentativa do cantor em levar seus clips da TV para a tela grande do cinema. Como eu disse no começo do texto não é bem um filme mas sim um mosaico de momentos do cantor na era do videoclip. Assim todos os seus momentos famosos (Thriller, Billie Jean, Beat It) passeiam pela tela. A única novidade é um curto segmento em que Michael, vestido de gangster da década de 30, enfrenta bandidos caricaturais para salvar um grupo de crianças. Nessa sequência ele canta a famosa canção "Smooth Criminal" de seu álbum "Bad". Fora isso ele se transforma em um robô gigante ao estilo Transformers. Enfim, esqueça de tentar dar um sentido para a coisa toda. "Moonwalker" é um produto feito para fãs do cantor e nada mais. Um meio promocional do mundo do cinema em serviço ao mundo da música.  

Moonwalker (Moonwalker, Estados Unidos, 1988) Direção: Jerry Kramer, Colin Chilvers / Roteiro: David Newman baseado na estória concebida por Michael Jackson (Smooth Criminal) / Elenco: Michael Jackson, Joe Pesci, Sean Lennon / Sinopse: Clips de Michael Jackson intercalados por um número musical inédito (Smooth Criminal) onde Michael Jackson enfrenta criminosos aliciadores de crianças.  

Pablo Aluísio.

Padre

Ok, terminei de assistir esse "Padre". Eu coloco esse filme na mesma escala ao qual estão listados "Jonah Hex" e "Salomon Kane". Isso porque todos esses filmes tem em comum o fato de serem baseados em personagens não muito conhecidos do grande público. Ao contrário de um Batman ou Spiderman, eles só são lidos mesmo por aqueles que são mais versados no universo dos quadrinhos. Em linguagem popular vamos dizer que são do segundo escalão desse mundo dos gibis. Outra coisa em que são muito parecidos é o fato de todos eles se basearem muito nos efeitos especiais, em roteiros simples e em um elenco não muito conhecido (onde geralmente atores e atrizes mais famosos fazem apenas pontas ou personagens coadjuvantes).

Em "Padre" quem dá o ar da graça é o grande ator Christopher Plummer (embora tenha ainda uma presença digna, seu papel nada oferece para que possamos aproveitar algo em cena); já Paul Bettany repete seu papel de "Legião", ou seja, um sujeito raso, unidimensional, sem nada a acrescentar, apenas bancando o durão que chuta os traseiros dos vilões (Em "Legião" eram anjos, aqui são vampiros lesmas nada carismáticos ou sofisticados). Não conheço a Graphic Novel e nem nunca li mas esse Padre aqui desse filme não tem carisma nenhum, o que torna tudo mais complicado para o espectador. Ao contrário de um "Hellboy" que era cheio de alma, bom humor e carisma, Padre não tem nada disso. É frio, distante, não tem nenhum tipo de empatia e provavelmente os vampiros que o combatem tenham mais alma que ele, pois assim como o personagem o filme também não parece ter qualquer tipo de profundidade em sua realização. Apenas um vácuo no final das contas.

Padre (Priest, Estados Unidos, 2010) Direção: Scott Charles Stewart / Roteiro: Cory Goodman / Elenco: Cam Gigandet, Christopher Plummer, Paul Bettany, Karl Urban / Sinopse: Vampiros e humanos lutam pelos séculos afora. Após ter sua sobrinha sequestrada por vampiros um Padre resolveu sair em sua busca enfrentando grandes combates pelo caminho.

Pablo Aluísio.

Água Para Elefantes

A crítica especializada torceu o nariz para "Água Para Elefantes", por isso esperava algo bem ruim. Sinceramente fiquei surpreso. Eu pensava seriamente que o filme fosse medíocre. Ledo engano. O filme me agradou bastante, em praticamente tudo. Quem acompanha as minhas resenhas aqui sabe que adoro filmes antigos, clássicos. "Água Para Elefantes" tem isso, um charme e um clima nostálgico que me fisgaram de imediato. Muito bom saber que um blockbuster feito por Hollywood nos dias de hoje consegue manter esse tipo de estilo, da Old School. O roteiro é redondinho e toca em assuntos que pessoalmente gosto bastante, como a questão da denúncia de maltrato de animais em circos e o contexto da grande depressão americana no século passado. Achei tudo tão bem contextualizado. Claro que o filme tem alguns clichês mas é de se perguntar: algum filme de Hollywood hoje em dia não abusa deles? Esse pelo menos tem bom gosto no final das contas. 

Do elenco só achei um pouco superficial o Robert Pattinson. Ele realmente tem muito a aprender. Não sabe atuar adequadamente, geralmente suas expressões são fora do lugar (em quase todas as situações ele dá risinhos nervosos, mesmo que a cena não peça algo assim). A Reese não aborrece e o destaque vai mesmo novamente para o Christoph Waltz, aqui interpretando mais um sujeito sádico, cruel e irascível. Na cena em que ele maltrata a elefante eu fiquei particularmente incomodado embora é claro tudo não passe de mera ficção (sinal que seu trabalho foi muito bom aqui). Enfim, um filme acima da média, que prendeu a minha atenção e me surpreendeu positivamente. No meio de tanto filme ruim que anda sendo lançado "Água Para Elefantes" é uma grata surpresa. Recomendo. 

Água Para Elefantes (Water for Elephants, Estados Unidos, 2011) Direção: Francis Lawrence / Roteiro: Richard LaGravenese / Elenco: Robert Pattinson, Reese Witherspoon, Christoph Waltz, Mark Povinelli, Stephen Taylor, E.E. Bell / Sinopse: Jacob Jankowski (Robert Pattinson) é um jovem vai trabalhar em um circo. Lá acaba se apaixonando por Marlena (Reese Whiterspoon). O problema é que ela é casada com August (Christoph Waltz), o violento e irascível dono da companhia circense.  

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quem é Essa Garota?

Na década de 80 surgiu uma cantora sui generis no mercado fonográfico. Madonna. Assim mesmo, um nome apenas. Logo ela estourou nas paradas com seus discos pop de canções agitadas, polêmicas e com refrões pegajosos. Era a típica artista que dominava as paradas, aparecia nos jornais por causa de seus escândalos pessoais e era idolatrada pelas adolescentes de então. Puro marketing? Pode ser mas o fato é que a cantora sobreviveu e ainda hoje está por aí, na mídia, vendendo CDs e até mesmo dirigindo filmes (seu recente W.E. já foi enfocado aqui em nosso blog). Esse "Quem é Essa Garota?" captou Madonna no auge de sua popularidade. O filme de certa forma é um grande evento promocional visando calibrar ainda mais o potencial da jovem cantora. Assim como aconteceu com "Procura-se Susan Desesperadamente", Madonna surgia nas telas para tentar abrir mais um leque para sua popularidade. Já havia acontecido antes com mega astros do passado como Elvis Presley e Beatles, por que não aconteceria de novo com Madonna? 

O que é curioso é que ela de certa forma seguiu uma velha tradição que também acometeu os antigos ídolos da música: não deu muito certo no cinema. É complicado entender mas a história parece se repetir. Grandes nomes do mundo da música quase nunca conseguem dar certo no mundo do cinema. Aconteceu com vários nomes no passado e aconteceu de novo com Madonna. Apesar da boa trilha sonora (que conta com hjts como a música título e "Causing A Commotion"), apesar de seu visual que lembrava a querida Marilyn Monroe, apesar do enorme aparato comercial que rondou o filme em seu lançamento, apesar de tudo isso "Who´s That Girl" simplesmente não funcionou. Eu não credito toda a culpa em cima de Madonna. Ela era jovem, inexperiente e certamente não era atriz. O problema realmente é do roteiro, sem graça, sem direção, sem foco. A única coisa que faz esse filme ainda ser lembrado é justamente a presença da popstar e de sua trilha que hoje em dia soa nostálgica e dançante. Fora isso realmente nada sobrou de relevante. No final das contas vale a pena para quem é fã de Madonna e nada mais.  

Quem é Essa Garota? (Who´s That Girl. Estados Unidos, 1987) Direção: James Foley / Roteiro: Ken Finkleman, Andrew Smith / Elenco: Madonna, Griffin Dunne, John Mills, Haviland Morris / Sinopse: Nikki Finn (Madonna) é uma presidiária que após quatro anos de prisão tenta provar sua inocência ao lado de um advogado chamado Loudon Trott (Griffin Dunne), um quadradão que só pensa em se casar com sua noiva e filha do patrão milionário Simon Worthington (John McMartin). Juntos se envolverão em várias confusões.  

Pablo Aluísio.

Um Amor de Tesouro

"Um Amor de Tesouro" é mais uma daquelas comédias românticas que Hollywood vem produzindo todos os anos com bom retorno de bilheteria. Aqui o elenco é liderado por dois intérpretes muito simpáticos: Matthew McConaughey (que sempre atua sem camisas, não importando o filme) e Kate Hudson (uma gracinha mesmo, filha de Goldie Hawn). A trama é bem singela: Ben "Finn" Finnegan (Matthew McConaughey) é um sujeito que ama a natureza e os esportes radicais no mar. Seu grande objetivo de vida é encontrar um antigo tesouro afundado em 1715. Sua obsessão em achar o ouro submerso é tão absorvente que ele acaba negligenciando até sua esposa, Tess Finnegan (Kate Hudson). Quando tudo parece levar ao nada Finn acaba em um lance de sorte encontrando pistas seguras da localização do tesouro. Com a ajuda de Tess eles partem para uma série de aventuras em alto mar atrás do cobiçado prêmio, agora invejado também por outros aventureiros como eles. 

Como se pode perceber pela sinopse a trama não é nenhuma novidade. O que segura o pique do filme é realmente a química do casal central. McConaughey se especializou em um tipo de papel que lhe cai muito bem: a do sujeito boa praça, surfista, amante de tudo que é natural, enfim o velho estigma do "garoto dourado de sol" da Califórnia. Já Kate Hudson é de uma simpatia ímpar. A atriz que começou muito bem sua carreira em certo momento tentou estrelar produções, digamos, mais "sérias" mas percebeu que seu público gosta mesmo de vê-la em filmes como esse, leves, divertidos, com muito romance e aventura. Se você se enquadra nesse tipo de espectador então certamente não vai desgostar de "Um Amor de Tesouro". Assista e se divirta. Aliviar o stress sempre é uma boa pedida.  

Um Amor de Tesouro (Fool´s Gold, Estados Unidos, 2008) Direção: Andy Tennant / Roteiro: Andy Tennant, John Claflin, Daniel Zelman / Elenco: Kate Hudson, Matthew McConaughey, Donald Sutherland, Ewen Bremner / Sinopse: Casal se envolve em mil e uma aventuras para achar um grande tesouro perdido há séculos em alto mar. 

Pablo Aluísio.

Como Você Sabe

"Como você sabe" não é nenhuma obra prima do cinema mas também não é tão ruim como algumas críticas afirmaram O filme, como todo produto cultural, tem seus altos e baixos. Entre os méritos podemos destacar a elegante direção do veterano James L Brooks. O roteiro, longe de inovar, pelo menos consegue manter uma boa postura pois não há vulgaridade ou excessos. Tudo é feito com um certo toque de sofisticação. A trilha sonora também é de bom gosto e tudo é filmado com capricho. Embora seja uma comédia romântica não há maiores pieguices envolvidas o que é um alívio no final das contas. Claro que pelo simples fato de termos Jack Nicholson no elenco já há uma expectativa da produção ser ao menos boa. Jack é um ator que eleva o cacife de qualquer filme que venha a participar. Embora seus dias de auge estejam definitivamente no passado o mito em torno de seu nome continua presente no inconsciente coletivo de todos que adoram cinema. Sua presença em cena de certa forma já justifica o preço do ingresso que se paga. 

 Agora vamos aos pontos fracos: A dupla central não funciona. Reese e Rudd não passam química nenhuma, tudo soa falso, artificial. A verdade é que ambos estão mal em cena. Rudd não consegue ser engraçado e a Reese não consegue encontrar o tom certo, ora interpretando com excessos dramáticos, ora tentando ao menos soar simpática. Assim quem salva o quesito interpretação são os coadjuvantes. Jack Nicholson não tem muito material a desenvolver mas foi o único que me fez prestar atenção - e rir em suas cenas. Realmente é um ator à prova de falhas, mesmo quando seu personagem não ajuda. Já o Owen Wilson também está particularmente divertido, numa variação daquele tipo de personagem que ele sempre interpreta. De qualquer forma se você não for muito exigente pode até mesmo gostar do filme como um passatempo soft, claro se não estiver esperando por muita coisa. 

Como Você Sabe (How Do You Know, Estados Unidos, 2010) Direção: James L. Brooks / Roteiro: James L. Brooks / Elenco: Reese Witherspoon, Paul Rudd, Jack Nicholson, Owen Wilson / Sinopse: Após perder a chance de se tornar uma grande atleta, Lisa (Reese Witherspoon) tenta reconstruir sua vida profissional e amorosa. O problema é que logo se vê envolvida em um complicado triângulo amoroso.  

Pablo Aluísio.

O Último Guarda-Costas

"London Boulevard" é baseado naquela velha premissa que já vimos em muitos filmes antes: a do sujeito que sai da cadeia com a firme convicção de sair do mundo do crime mas que sempre é puxado de volta ao seu passado. O roteiro nesse quesito não inova muito e para completar ainda mais as situações clichês ainda temos que engolir aquele velho romance que os roteiristas usam para agradar ao público feminino. O problema aqui é que esse romance entre Colin Farrell e Keira Knightley é tão sem sal e química que nunca convence. Além disso lembra demais abacaxis famosos como "O Guarda Costas" (no filme o personagem de Farrell vai trabalhar para a celebridade Keira e ambos acabam tendo um romance bem clichê). Por falar em Colin Farrell ele continua o mesmo. Ator de talento limitado não consegue segurar as pontas nesse papel, mesmo que não seja muito desafiador. 

Apesar de todos esses problemas "London Boulevard" não é de todo ruim. Como é uma produção inglesa, rodada em Londres, consegue trazer todo o charme da capital da Inglaterra. Também é muito bem filmado, com uma trilha sonora diferente e bem enquadrada nas cenas. De qualquer forma o filme peca mesmo por seu roteiro derivativo, o que é uma surpresa pois o diretor é estreante e exercia justamente a função de roteirista antes de assumir a direção. Espero que ele melhore daqui pra frente.  

O Último Guarda-Costas (London Boulevard, Estados Unidos, Inglaterra, 2010) Direção: William Monahan / Roteiro: William Monahan, baseado na novela de Ken Bruen / Elenco: Colin Farrell, Keira Knightley, Ray Winstone / Sinopse: Charlotte (Keira Knightley) é uma jovem estrela de cinema que contrata os serviços de um guarda costas chamado Mitchel (Coin Farrell). Não tardará para que ambos acabem se apaixonando.  

Pablo Aluísio.

Batman Eternamente

Revi e fiquei surpreso em ver como o filme ficou datado em tão pouco tempo! Vamos ser sinceros, Joel Schumacher é um palhaço, só isso explica tanta palhaçada e clima de galhofa como vemos aqui. No meio do espetáculo circense que é o filme muita pouca coisa se salva. Tommy Lee Jones está completamente caricato e ridículo. Não existe nenhuma cena em que ele não esteja completamente histérico e enlouquecido. Parece um debiloide que fugiu do circo de horrores. Já Jim Carrey usa e abusa de suas caretas, maneirismos e maluquices, o que de certa forma era o que se esperava dele pois seu estilo de humor pastelão é bem isso aí. Já Jones não tem essa desculpa, no final das contas ele está simplesmente péssimo mesmo.

Val Kilmer não convence, no controle remoto não está muito aí para o filme (não o culpo nesse ponto). Há diálogos constrangedores como aquele em que vestido de Batman avisa ao mordomo Alfred que vai comprar um lanchinho no Drive Thru. Que bobagem! Tudo é ultra colorido, cheio de neon e os assistentes dos vilões mais parecem idiotas saídos de filmes mudos da década de 1910! Uma bizarrice sem tamanho. Por fim, para coroar a estupidez reinante ainda temos que encarar um erro de continuidade absurdo na cena final. Nela Robin e a psiquiatra (interpretada por Nicole Kidman) são colocados em dois tubos diferentes que vão significar suas mortes. Quando o Charada aperta o botão ambos caem nos dois tubos mas por pura mágica Batman entra em apenas um deles mas encontra os dois no mesmo tubo!!! Como é que pode um roteiro mal escrito desses?! Uma fanfarronice esse Batman Eternamente.

Batman Eternamente (Batman Forever, Estados Unidos, 1995) Direção: Joel Schumacher / Roteiro: Lee Bstcher baseado na obra de Bob Kane / Elenco: Val Kilmer, Tommy Lee Jones, Jim Carrey / Sinopse: Batman (Val Kilmer) tem que enfrentar dois de seus piores inimigos, o famigerado "Duas Caras" (Tommy Lee Jones) e o enlouquecido "Charada" (Jim Carrey).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Hora do Espanto (2011)

O filme original era divertido, bem humorado, charmoso e conseguia unir tudo isso com boas cenas de terror e suspense. Os três atores principais eram excelentes, a começar pelo vampiro interpretado com muito carisma por Chris Sarandon e Peter Vincent, um achado de personagem, um velho ator decadente que apresentava um programa trash na TV. Infelizmente esse remake não tem nenhuma das qualidades que fizeram o filme de 1985 tão memorável. Para começar é um filme sem humor, que se leva a sério demais, além disso não tem charme, se limitando a ser apenas grotesco. Eu sempre disse que a figura do vampiro tem que ser bem explorada no cinema pois caso contrário corre o sério risco de ficar ridículo e se transformar num mero sujeito de dentadura postiça dando dentadas nos outros. Era justamente isso um dos maiores méritos do filme original pois ele de certa forma ria de si mesmo – se auto parodiava em grande estilo!

Nesse remake estragaram com praticamente tudo. O personagem de Peter Vincent está irreconhecível. Ele se transformou em um mágico de Las Vegas sem um pingo de humor. O sujeito fica lá bebendo, dizendo grosserias... tudo muito chato. Mas o pior realmente aconteceu com o vizinho vampiro. Impossível comparar Chris Sarandon com Colin Farrell pois ele está péssimo em seu personagem. Andando pra lá e pra cá sem camisa mais parece um personagem de comercial de cuecas. Charme? Zero. Carisma? Esqueça. Humor? Inexistente. Sinceramente uma pena que um filme que marcou toda uma geração como A Hora do Espanto tenha sido “vítima” de um remake tão ruim como esse! Um dos piores que já tive o desprazer de conferir. Quer um bom conselho? É melhor rever o antigo em uma sessão nostalgia do que perder tempo com esse remake desastroso!

A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 2011) Direção: Craig Gillespie / Roteiro: Marti Noxon baseado na estória de Tom Holland / Elenco: Anton Yelchin, Colin Farrell, David Tennant / Sinopse: Vampiro (Colin Farrell) se muda para a casa viznha aonde mora um adolescente (Anton Yalchin) que desconfia que seu novo vizinho é na verdade um ser da noite.

Pablo Aluísio.

O Exterminador do Futuro 4: A Salvação

Quarto filme da franquia de grande sucesso. Não havia mais sentido em fazer um quarto filme utilizando do mesmo argumento dos anteriores (Exterminador volta ao passado para matar John Connor evitando que ele lidere a resistência contra a dominação da Skynet). Assim os produtores resolveram finalmente chegar no futuro da série. Aqui a estória se passa em 2018. Já houve o chamado "Dia do Julgamento" e a humanidade se resume a poucos grupos de resistência ao redor do mundo. Todos tentam retomar o controle do planeta. John Connor (Christian Bale) está em luta contra a Skynet, conforme foi profetizado, e tem a complicada tarefa de salvar aquele que seria seu pai, Kyle Reese (Anton Yalchin). No caminho encontra o misterioso Marcus (Sam Worthington) que terá um papel chave no desfecho da trama. Esse filme é curioso pois ao mesmo tempo que tenta seguir o fio da meada dos filmes originais inaugura uma nova linha nas produções. Tirando o argumento que segue em frente pouca coisa liga "A Salvação" com os filmes anteriores. A equipe técnica é completamente outra, temos novo elenco, sem nenhum ator da série original e claro um novo diretor que tentou recomeçar do zero, embora respeitando a mitologia do universo "Terminator". 

O interessante é que o filme tenta criar um estilo próprio dentro da franquia mas acaba trazendo muitos ecos de outra franquia de sucesso do passado: Mad Max. Isso mesmo, impossível realizar um filme em um mundo pós apocalipse sem trazer elementos da famosa série estrelada por Mel Gibson. Aqui temos cenas inteiras que nos lembram de imediato do louco Max. As perseguições no deserto, a luta por combustível, etc. Os efeitos digitais são extremamente bem feitos e há obviamente farto uso deles. Um desses momentos inclusive é muito curioso pois recria a imagem do ator Arnold Schwarzenegger tal como visto no primeiro filme, lá no distante ano de 1984. O resultado é realmente perfeito. No mais o roteiro encaixa tudo de forma muito eficiente só que ao invés de encerrar a estória os produtores em um lance de oportunismo colocam Bale explicando que a guerra ainda seguirá em frente (obviamente deixando a porta aberta para futuras continuações). "Exterminador 4" ainda faz uma bela homenagem a Stan Winston no letreiros finais. O criador do design original do Terminator, falecido pouco antes, era um gênio da maquiagem e efeitos especiais e marcou toda uma época. Sem dúvida um belo fechar de cortinas para o filme.  

O Exterminador do Futuro 4 - A Salvação (Terminator Salvation, Estados Unidos, 2009) Direção: McG / Roteiro: John D. Brancato, Michael Ferris / Elenco: Christian Bale, Sam Worthington, Anton Yelchin, Helena Bonham Carter, Michael Ironside / Sinopse: Aqui a estória se passa em 2018. Já houve o chamado "Dia do Julgamento" e a humanidade se resume a poucos grupos de resistência ao redor do mundo. Todos tentam retormar o controle do planeta. John Connor (Christian Bale) está em luta contra a Skyner, conforme foi profetizado, e tem a complicada tarefa de salvar aquele que seria seu pai, Kyle Reese (Anton Yalchin). No caminho encontra o misterioso Marcus (Sam Worthington) que terá um papel chave no desfecho da trama. 

Pablo Aluísio.

O Exterminador do Futuro

Os mais jovens certamente não sabem o impacto que "O Exterminador do Futuro" causou em seu lançamento na década de 80. Os filmes de pura ação começavam a dominar as bilheterias e uma nova geração de atores surgia. Entre eles despontava um ex-mister universo de nome impronunciável: Arnold Schwarzenegger! Na época o ator austríaco só havia se destacado mesmo nos dois filmes da série Conan. Seu tipo físico parecia relegá-lo àquele tipo de produção. Com os bons resultados de bilheteria o estúdio resolveu apostar em seu nome. Para isso resolveram dar uma chance a um diretor praticamente novato chamado James Cameron que tinha escrito um roteiro no mínimo intrigante: Um Cyborg assassino (Arnold Schwarzenegger) é enviado ao passado para localizar e exterminar Sarah Connor (Linda Hamilton) evitando assim que seu filho nasça e lidere a resistência humana contra a dominação das máquinas em um futuro próximo. Era uma ficção com premissa bem bolada mas voltada exclusivamente para um roteiro de ação incessante. 

Como foi dito na época o papel de robô assassino caia como uma luva para o musculoso Schwarzenegger. Seu script tinha poucas linhas e muitas cenas de pancadaria, o que viria bem a calhar para ele que não era bom ator e tinha um sotaque meio esquisito aos ouvidos americanos. Embora promissora a nova aventura sci-fi contou com um orçamento modesto o que fez Cameron e equipe a encontrar saídas criativas para o pouco dinheiro que dispunham. O diretor James Cameron conseguiu driblar a falta de verba para os efeitos especiais usando de muita ação e pirotecnia barata durante todo o filme. Apenas na cena final se nota finalmente o uso dos efeitos que o estúdio lhe disponibilizou. De certa forma o filme ideal que Cameron desejava realizar só foi feito depois com "O Exterminador do Futuro 2" quando em mãos de um orçamento generoso conseguiu criar o universo futurista que desejava. Quando "Terminator" chegou nas telas de cinema o filme que havia custado meros seis milhões de dólares explodiu nas bilheterias rendendo mais de dez vezes seu custo inicial. Além disso a receita aumentou ainda mais quando lançado em vídeo logo depois. O mundo vivia a onda de popularização de um novo aparelho chamado videocassete e filmes como esse não paravam nas locadoras de tanto que eram alugados. Logo Schwarzenegger se tornaria um nome quente dentro da indústria. Sua fase de maior sucesso viria logo após e Cameron ao longo dos anos se tornaria diretor do filme de maior bilheteria da história do cinema. Mas essa é uma outra história...  

O Exterminador do Futuro (Terminator, Estados Unidos, 1984) Direção: James Cameron / Roteiro: James Cameron, Gale Anne Hurd / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton, Michael Biehn / Sinopse: Um Cyborg assassino (Arnold Schwarzenegger) é enviado ao passado para localizar e exterminar Sarah Connor (Linda Hamilton) evitando assim que seu filho nasça e lidere a resistência humana contra a dominação das máquinas em um futuro próximo.  

Pablo Aluísio.

A Minha Canção de Amor

Esse filme me passou uma sensação de que ele foi pensado, produzido e dirigido para tentar dar um Oscar a Renée Zellweger. Senão vejamos, a atriz interpreta uma deficiente (como sabemos esse tipo de papel é um dos preferidos da Academia) que é acompanhada em uma viagem por outro deficiente, só que mental, feito por Forrest Whitaker (um nome bem cotado na mesma academia). Além disso o roteiro tenta ser ao mesmo tempo moderninho (com cenas psicodélicas) e conservador (a própria estrutura do roteiro é tradicional ao extremo, quadradinho). No meio de tudo isso ainda encontramos sequências escritas especialmente para a atriz "brilhar" em sua interpretação, com choros e olhares perdidos no horizonte. Renée até tenta cantar mas falha para falar a verdade. A voz dela não é especialmente bonita e não empolga.

Assim "A Minha Canção de Amor" é muito formulaico e previsível. Parece uma "receita de bolo" para vencer o prêmio da Academia. O problema é que não deu certo, passou do ponto, ficou com cheiro de coisa queimada. Para não dizer que inexistem coisas boas aqui não posso deixar de citar a boa trilha sonora de Bob Dylan (que apenas canta e não aparece em cena, apesar de estar creditado). Enfim, esperava bem mais do mesmo diretor que dirigiu "Piaf - Um Hino ao Amor", uma vez que a música permeia todo o filme. Não tem problema, fica para a próxima.

A Minha Canção de Amor (My Own Love Song, Estados Unidos, 2010) Direção: Olivier Dahan / Roteiro: Olivier Dahan / Elenco: Renée Zellweger, Madeline Zima, Forrest Whitaker, Bob Dylan /Sinopse: Cantora paraplégica, que abandonou a carreira, e seu amigo decidem viajar de carro para Memphis. Os dois enfrentaram tragédias na vida e buscam na companhia do outro apoio para enfrentar os problemas.

Pablo Aluísio.

O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

Após o enorme sucesso de "Exterminador do Futuro 2" uma continuação era considerada certa. O que não se contava era que a franquia iria novamente encontrar problemas nos anos que viriam que fariam que o Terminator só voltasse às telas somente 12 anos depois do segundo filme! É curioso mas o que parece é que as aventuras dos bastidores dessa franquia pareciam mais agitadas que os próprios filmes. Problemas de direitos autorais, brigas judiciais, acusações e atritos se tornaram constante e a franquia foi ficando cada vez mais distante de ganhar um novo filme. De fato o projeto só ganhou força após o próprio Schwarzenegger entrar na briga e lutar para que uma nova produção fosse realizada. E qual era a razão dele querer tanto voltar ao papel que o consagrou? Simples, Schwarzenegger estava desesperado por um novo sucesso, um novo estouro nas bilheterias que recuperassem seu status de grande astro. Seus últimos filmes derrapavam nas bilheterias mostrando que o ator já não tinha o mesmo poder e cacife para garantir grandes sucessos. Além da carreira ir mal sua própria saúde inspirava cuidados (ele havia se afastado por um período das telas para se submeter a uma delicada cirurgia cardíaca). Os tempos eram outros e o ator sabia que esse era um projeto que serviria como tábua de salvação.

O problema básico de "O Exterminador do Futuro 2" é a ausência muito sentida de James Cameron na direção. Ele já havia dito ao final do filme anterior que aquele universo não lhe atrairia de novo para novos filmes. Com os problemas de bastidores a coisa ficou ainda pior. Assim ele não quis se envolver na direção dessa continuação. O escolhido para substituí-lo foi Jonathan Mostow, um nome menor em Hollywood. Sem a personalidade forte de Cameron no controle dos trabalhos o filme foi moldado e modificado ao bel prazer dos executivos do estúdio e aí a coisa desandou de vez. O filme é muito fraco. Apesar da produção cara "Exterminador do Futuro 3" jamais consegue superar aquela sensação de estarmos vendo uma produção caça níquel, sem nada de novo a dizer. O roteiro é basicamente o mesmo do filme anterior, sem novidades. A Exterminadora feminina T-X (Kristanna Loken) não empolga, nem tem carisma e é derivativa demais. Schwarzenegger também surge no controle remoto cheio de frases feitas que não são nem divertidas e nem novas - tudo soando como um prato requentado indigesto. O filme quase soterra de vez a franquia mas ainda não seria dessa vez que o Terminator seria destruído de vez nas telas de cinema. Novos sopros iriam surgir na série.

O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (Terminator 3: The Rise Of The Machines, Estados Unidos, 2003) Direção de Jonathan Mostow / Roteiro: Gale Anne Hurd / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Claire Danes, Nick Stahl, Kristanna Loken / Sinopse: Já adulto John Connor (Nick Stahl) é novamente perseguido por exterminadores vindos do futuro. Agora ele é alvo de uma exterminadora de modelo T-X que tenta assassiná-lo antes que ele lidere uma força de rebeldes contra a rebelião das máquinas no futuro.

Pablo Aluísio.