Esse filme me passou uma sensação de que ele foi pensado, produzido e dirigido para tentar dar um Oscar a Renée Zellweger. Senão vejamos, a atriz interpreta uma deficiente (como sabemos esse tipo de papel é um dos preferidos da Academia) que é acompanhada em uma viagem por outro deficiente, só que mental, feito por Forrest Whitaker (um nome bem cotado na mesma academia). Além disso o roteiro tenta ser ao mesmo tempo moderninho (com cenas psicodélicas) e conservador (a própria estrutura do roteiro é tradicional ao extremo, quadradinho). No meio de tudo isso ainda encontramos sequências escritas especialmente para a atriz "brilhar" em sua interpretação, com choros e olhares perdidos no horizonte. Renée até tenta cantar mas falha para falar a verdade. A voz dela não é especialmente bonita e não empolga.
Assim "A Minha Canção de Amor" é muito formulaico e previsível. Parece uma "receita de bolo" para vencer o prêmio da Academia. O problema é que não deu certo, passou do ponto, ficou com cheiro de coisa queimada. Para não dizer que inexistem coisas boas aqui não posso deixar de citar a boa trilha sonora de Bob Dylan (que apenas canta e não aparece em cena, apesar de estar creditado). Enfim, esperava bem mais do mesmo diretor que dirigiu "Piaf - Um Hino ao Amor", uma vez que a música permeia todo o filme. Não tem problema, fica para a próxima.
A Minha Canção de Amor (My Own Love Song, Estados Unidos, 2010) Direção: Olivier Dahan / Roteiro: Olivier Dahan / Elenco: Renée Zellweger, Madeline Zima, Forrest Whitaker, Bob Dylan /Sinopse: Cantora paraplégica, que abandonou a carreira, e seu amigo decidem viajar de carro para Memphis. Os dois enfrentaram tragédias na vida e buscam na companhia do outro apoio para enfrentar os problemas.
Pablo Aluísio.
A Minha Canção de Amor
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