sexta-feira, 11 de abril de 2025

Indústria Americana

Indústria Americana
Documentário extremamente relevante para os nossos dias. Mostra a implantação de uma fábrica chinesa na cidade de Dayton, nos Estados Unidos. Ela foi levantada no mesmo lugar onde no passado funcionou uma fábrica de automóveis da GM na cidade. Muitos dos empregados já tinham trabalhado na GM, mas agora esses trabalhadores americanos iriam ter que lidar com uma nova realidade. Seus chefes seriam todos chineses. A fábrica funcionaria a partir de agora de acordo com a cultura do grande país asiático. Então, como era de se esperar, se opera um grande choque cultural entre um empregador chinês tentando colocar ordem numa fábrica onde a maioria dos empregados era formada por americanos. Os chineses e os americanos logo entram em choque e tudo é capturado pelo documentário. 

Os chineses acabam achando que os americanos são gordos demais, preguiçosos e sem nenhuma disciplina para o trabalho duro. Na visão da diretoria chinesa a mão de obra americana era pouco produtiva! Os americanos, por sua vez, começam a achar os chineses bem esquisitos, com sua cultura de quase escravidão ao trabalho obsessivo, trabalhando em longas jornadas, sem feriados, sem fins de semana. Quase uma escravidão moderna! O documentário mostra acima de tudo que há uma grande ilusão nessa expectativa toda de estrangeiros se instalando dentro da América, de que alguma fábrica asiática vai dar inteiramente certa se instalada dentro do território dos Estados Unidos. As diferenças culturais entre nações tão diferentes logo se faz sentir, desde os primeiros dias. É algo inclusive que o atual presidente americano tem planejado fazer. É melhor ele rever seus conceitos! 

Indústria Americana (American Factory, Estados Unidos, 2019) Direção: Steven Bognar, Julia Reichert / Roteiro: Steven Bognar, Julia Reichert / Elenco: Junming 'Jimmy' Wang, Sherrod Brown / Sinopse: Documentário da Netflix que mostra a instalação de uma fábrica chinesa nos Estados Unidos. Logo surge um grande choque cultural entre a direção e os empregados, além de problemas financeiros e sociais dentro da indústria. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Galactica: Astronave de Combate

Galactica: Astronave de Combate
Eu realmente não me lembrava mais se tinha assistido esse filme no passado. Claro, conhecia muito de nome, mas reconheço que não me lembrava se havia assistido ou não. Pois bem, em tempos de streaming finalmente fui conferir nessa semana. Gente, que filme ruim! É uma imitação muito barata de "Guerra nas Estrelas" de 1977. Lançado um ano depois do grande sucesso de George Lucas, o filme cheira a picaretagem do começo ao fim. Chega a ser constrangedor de tanto que tenta copiar o filme original. Tudo é ruim, o elenco não convence em nada e a direção é pífia. O enredo não vai para lugar nenhum. Os elementos básicos são todos copiados de Star Wars, sem tirar nem colocar muita coisa de diferente. Chega a aborrecer do tamanho da cara de pau de seus realizadores! 

Basicamente temos apenas um grupo de naves, com seres humanos, que é atacada por uma raça de robôs chamada Cyclons (ou qualquer coisa parecida a isso). Esses "centuriões" robôticos me fez lembrar do filme em certos momentos. São aquelas latas de sardinha que possuem uma luzinha vermelha no visor.  A luz vermelha vai de um lado pro outro do capacete! Nada muito interessante, mas a criançada da época curtiu pelo que me recordo. Pensou que parava por aí a tosqueira? Que nada, tem também um cachorrinho robótico muito mal feito que faz o filme ficar ainda mais ridículo do que já é. Um bichinho muito feio que não servia nem pra vender brinquedos! Enfim, apesar da fama, pois o filme certamente é conhecido por quem gosta de cinema, o fato é que "Galactica - Astronave do Combate" é uma das maiores porcarias já produzidas no universo! 

Galactica: Astronave de Combate (Battlestar Galactica, Estados Unidos, 1978) Direção: Richard A. Colla, Alan J. Levi / Roteiro: Glen A. Larson / Elenco: Richard Hatch, Dirk Benedict, Lorne Greene / Sinopse: Uma caravana de espaçonaves com objetivos de diplomacia é atacada. Estavam em missão de paz. Apenas uma espaçonave escapa da destruição, Galactica. Agora seus tripulantes precisam encontrar um planeta amigo, enquanto tentam descobrir o rumo em direção ao Planeta Terra. 

Pablo Aluísio. 

Deathstalker - O Guerreiro Invencível

Título no Brasil: Deathstalker - O Guerreiro Invencível
Título Original: Deathstalker
Ano de Lançamento: 1983
País: Estados Unidos, Argentina
Estúdio: Palo Alto
Direção: James Sbardellati
Roteiro: Howard R. Cohen
Elenco: Rick Hill, Barbi Benton, Richard Brooker

Sinopse:
O guerreiro Deathstalker é enviado por uma bruxa em uma busca para encontrar um cálice, um amuleto e uma espada, dois dos quais estão nas mãos do feiticeiro malvado Munkar.

Comentários:
Nem preciso dizer que atualmente esse filme ficou mais do que datado. Algumas vezes as pessoas assistem a um filme na infância, acham muito legal, mas com os anos, depois que voltam a ver aquele mesmo filme, descobrem que ele não passa de uma bomba! É o caso aqui. O filme é todo mal feito, rodado na Argentina, com um protagonista interpretado por um péssimo ator. Em meu caso sempre achei essa produção uma cópia mal feita e cara de pau de Conan. Mas é a tal coisa, como teve gente que assistiu quando era moleque ainda vai defender. Freud explica! De resto, posso dizer, pouca coisa se salva além da lembrança afetiva. O filme é ruim demais mesmo. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

O Intermediário do Diabo

O Intermediário do Diabo 
O ator George C. Scott teve uma ótima carreira no cinema. Os cinéfilos mais superficiais lembram dele por causa de Patton, mas essa é uma visão bem rasa. Ele fez muitos filmes bons, alguns clássicos absolutos da história do cinema. Só que o tempo passou, o ator ficou com mais idade, então chegou o momento de aceitar o que estava sendo oferecido. Não digo isso como reprovação, nada disso, apenas como constatação. Assim, já idoso, o bom e velho Scott enveredou pela linha dos filmes de terror. Digo que gosto de praticamente todos os filmes que ele fez nesse gênero, com destaque para o muito bom "O Exorcista III", um terror psicológico muito acima da média. 

"O Intermediário do Diabo" (também conhecido como "A Troca") foi outro filme de terror da carreira de Scott. Deixa eu falar algo com sinceridade: esse é um filme muito bom de casas assombradas! Filme com estilo, com elegância, nada das porcarias que vemos hoje em dia. Na história Scott interpreta um compositor de música clássica. Quando sua esposa e filha morrem em um acidente na estrada, ele decide mudar de cidade, tentar uma nova vida em Seattle. Vai trabalhar na grande cidade da costa oeste, onde pretende progredir como compositor. É também uma tentativa meio desesperada de superar a depressão pela morte de sua família. 

Para isso aluga uma velha casa que estava sob os cuidados do patrimônio histórico da cidade. Uma casa muito bonita, grande, mas meio mal tratada pelo tempo que ficou abandonada. No passado havia pertencido a uma médico com uma história familiar trágica! Uma vez lá, ele começa a perceber estranhos fenômenos, incluindo a manifestação espiritual de um garotinho que morreu na casa no começo do século XX. Falar mais, tecendo maiores comentários, seria estragar as surpresas do roteiro. O que tenho a dizer é que o filme é realmente muito bom. Eu gostei das atuações, da ambientação sombria (essencial para esse tipo de filme) e até mesmo do desfecho da história. Um bom filme de terror com George C. Scott. Realmente não teria do que reclamar. 

O Intermediário do Diabo (The Changeling, Estados Unidos, 1980) Direção: Peter Medak / Roteiro: Russell Hunter, William Gray, Diana Maddox / Elenco: George C. Scott, Trish Van Devere, Melvyn Douglas / Sinopse: Após a morte da esposa e filha, veterano compositor de música clássica aluga uma velha mansão para compor novas músicas e acaba descobrindo que há várias manifestações sobrenaturais naquele lugar. 

Pablo Aluísio. 

Grito de Horror III

Título no Brasil: Grito de Horror III
Título Original: Howling III
Ano de Lançamento: 1987
País: Austrália
Estúdio: Bacanora Entertainment
Direção: Philippe Mora
Roteiro: Gary Brandner, Philippe Mora
Elenco: Barry Otto, Max Fairchild, Imogen Annesley

Sinopse:
Uma jovem tenta uma carreira como atriz em filmes B de terror. O que ninguém desconfia é que ela é na verdade uma ancestral de uma tribo de seres mutantes, metade homens, metade lobos! E ela está prestes a dar a luz pois ficou grávida de um ser humano normal, seu colega no elenco desse filme trash!

Comentários:
Esse deve ser o pior filme de lobisomem já feito na história! Que filme péssimo! Nada funciona, tudo é ruim demais! O elenco é formado por atores e atrizes sem o menor talento. A maquiagem dos monstros é de fazer rir qualquer um! O roteiro é uma desgraça, envolvendo lobisomens que são mutações de marsupiais (que porcaria de ideia tosca foi essa minha gente?). Esse diretor só podia estar de sacanagem quando rodou essa bomba H cinematográfica! O filme é tão ruim, mas tão ruim, que eu não consegui chegar ao seu final! E olha que sou um daqueles cinéfilos guerreiros, que vão até o fim quase sempre! Só quando a ruindade é insuportável é que fico no meio do caminho. Foi justamente o caso dessa produção Z! Enfim, um horror, no mal sentido, claro! Fuja para as montanhas sem pensar duas vezes! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Homens que são Feras

Título no Brasil: Homens que são Feras 
Título Original: Rage at Dawn
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Tim Whelan
Roteiro: Horace McCoy, Frank Gruber
Elenco: Randolph Scott, Forrest Tucker, Mala Powers, J. Carrol Naish, Edgar Buchanan, Howard Petrie

Sinopse:
Uma quadrilha formada por irmãos, os Reno, espalha terror pelo velho oeste, assaltando bancos, trens e praticando todos os tipos de crimes. Associados a um xerife corrupto e a um prefeito de índole criminosa, nada parece deter os bandidos. Até que uma agência de detetives de Chicago decide organizar um plano para finalmente colocar esses criminosos atrás das grades. 

Comentários:
Nessa altura de minha vida de cinéfilo posso dizer sem receios que qualquer faroeste com Randolph Scott vale a pena! Esse filme dos anos 50 não é dos mais conhecidos da carreira do ator, mas vale muito a pena assistir. Esses irmãos Reno, que aparecem na história como vilões, realmente existiram. E também houve uma agência de detetives que foi atrás deles. Agora, fora isso, realmente não espere por nada muito fiel aos acontecimentos históricos. Não é bem assim que esses roteiros eram escritos naquela época. Sabemos que havia muita romantização nesse tipo de filme de western. Um exemplo acontece quando o agente disfarçado interpretado por Scott passa a cortejar a irmã mais jovem dos irmãos criminosos. Ele a seduz, obviamente com o objetivo de entrar naquela família, para assim pegar os criminosos em flagrante delito. Agora, complicado para o Randolph Scott foi mesmo fazer as cenas em que ele, disfarçado de bandido, rouba um banco. Como ele mesmo gostava de dizer, não queria interpretar vilões. Nem que fossem disfarçados como nesse filme. Não combinava bem com sua personalidade cinematográfica! 

Pablo Aluísio.

Gatilhos da Violência

Título no Brasil: Gatilhos da Violência
Título Original: A Time for Dying
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: Corinth Films
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Budd Boetticher
Elenco: Richard Lapp, Anne Randall, Audie Murphy

Sinopse:
Cass Bunning (Richard Lapp) é um cowboy bom de mira e rápido no gatilho que chega na pequena cidade de Silver City. Assim que coloca os pés por lá, resolve salvar uma jovem chamada Nellie Winters (Anne Randall) de se tornar a nova prostituta do bordel local. Depois se casa com ela em uma cerimônia presidida pelo famoso juiz Roy Bean (Victor Jory). Agora, com as novas responsabilidades de um homem casado resolve se tornar caçador de recompensas, o que lhe fará encontrar com bandidos famosos e perigosos como Jesse James (Audie Murphy).

Comentários:
Último filme da carreira de Audie Murphy (aqui atuando ainda como produtor) e também último western assinado pelo cineasta Budd Boetticher. Só esses fatos já levariam o filme a ser considerado essencial pelos fãs de faroestes. O problema é que apesar de ser o adeus de dois grandes nomes do gênero, "Gatilhos da Violência" não consegue impressionar, muito pelo contrário, pois logo se torna uma decepção completa. O roteiro é completamente sem foco, disperso e mal escrito. Há uma tentativa de inserir humor em certos momentos, mas o tiro sai pela culatra pois todas as cenas cômicas são constrangedores de tão sem graça. Audie Murphy surge tão rapidamente como desaparece. Ele só tem uma cena no filme inteiro quando encontra o tal caçador de recompensas no meio do deserto. Fala duas linhas de diálogo e some, dando adeus ao cinema para sempre. Melhor se sai o ator Victor Jory que interpreta o juiz Roy Bean (aquele mesmo do filme com Paul Newman). Atuando muito bem, salva o filme de ser uma bomba completa. Já Richard Lapp que interpreta o cowboy protagonista é um desastre completo. Canastrão, não consegue convencer. Provavelmente só foi escolhido por ter uma semelhança incrível com Audie Murphy quando ele era bem mais jovem. No geral, infelizmente, é isso, não há outra conclusão, o filme é bem ruim mesmo. Uma despedida melancólica de Murphy e Boetticher do velho oeste.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Ruptura das Linhas Inimigas

Título no Brasil: Ruptura das Linhas Inimigas
Título Original: Das Eiserne Kreuz, 2. Teil
Ano de Lançamento: 1979
País: Alemanha, Estados Unidos
Estúdio: Constantin Films
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Peter Berneis, Tony Williamson
Elenco: Richard Burton, Robert Mitchum, Rod Steiger, Helmut Griem, Michael Parks, Helmut Griem

Sinopse
Durante a Segunda Grande Guerra Mundial, um esquadrão de tanques do exército americano se prepara para invadir uma pequena cidade do interior da França. A operação, realizada poucos dias depois do Dia D, precisa destruir um foco de ocupação do exército alemão que ainda se encontra naquela região. E os militares alemães estão dispostos a resistir de qualquer maneira, usando como escudo humano inclusive os próprios moradores franceses que ali se encontram. 

Comentários:
Um filme já bem temporão, quando as luzes já estavam sendo apagadas para essas produções clássicas da Segunda Guerra. O elenco só traz medalhão do passado, veteranos que um dia foram astros em Hollywood como Richard Burton, Rod Steiger e Robert Mitchum. Apesar disso o filme não consegue ser muito bom. Fiquei com a clara impressão que o estúdio aqui se meteu no corte final do filme. A edição original tinha mais de 2 horas e meia de duração. Tempo suficiente para desenvolver melhor os personagens e a história. Só que o estúdio achou longo demais e promoveu essa edição porca que vemos aqui, com um filme durando mais ou menos 80 minutos! Claro que ficou tudo truncado, mal desenvolvido. Lamento pelos nomes envolvidos no elenco, pois sempre fui fã de todos eles. Só que esse filme tardio de guerra mostrou a importância de uma edição bem realizada. Se mal feita, pode estragar todo um filme que tinha muito potencial para ser excelente. Infelizmente isso aconteceu por aqui. Lamento muito! 

Pablo Aluísio.

A Raposa do Mar

Após enfrentar uma batalha sangrenta o Capitão Murrell (Robert Mitchum) é enviado para um novo posto. Ela passa a ser o comandante de um destróier americano no Atlântico Sul durante o auge da II Guerra Mundial. Inicialmente a tripulação recebe seu novo comandante com certa desconfiança. Ele pouco interage com os marinheiros sob seu comando, preferindo passar seus dias trancado em sua cabine privada. Na verdade ele ainda tenta se recuperar dos vários ferimentos sofridos em seu último confronto. As coisas mudam quando subitamente o radar do navio localiza um ponto em alto mar que ao que tudo indica talvez seja um submarino alemão. Chamado à sala de controle o comandante então tem sua confirmação – é realmente o que se pensava ser. Em poucos minutos ele coloca o navio de combate no encalço do submarino do Terceiro Reich, o que dará origem a uma verdadeira caçada em alto-mar com consequências terríveis para todos os envolvidos.

Muitos filmes foram realizados sobre os combates travados durante a II Guerra Mundial mas poucos foram tão bem realizados como esse. “A Raposa do Mar” tem ótimos diálogos, um roteiro muito inteligente e um aspecto mais do que bem-vindo: ao contrário de outros filmes de guerra que retratavam os alemães como monstros, esse aqui se propõe a mostrar todos os conflitos e ansiedades vivenciadas pelos marinheiros do Reich dentro do submarino durante a batalha. Isso humaniza bastante esses militares, somando ainda mais ao filme, o transformando em uma pequena obra prima do gênero. 

O roteiro foi adaptado de um livro escrito por um almirante da marinha americana, D.A. Rayner, o que explica seu argumento tecnicamente muito fiel à realidade dos fatos. O capitão do submarino, Von Stolberg (interpretado com grande inspiração pelo ator alemão Curd Jürgens), é um homem que já lutou em várias guerras e sabe que os alemães dessa vez lutam em vão. A estrutura dramática do filme se apóia justamente em cima desse duelo entre o comandante americano Murrell e o capitão Von Stolberg, que lutam bravamente entre si para vencer essa marcante batalha naval. “A Raposa do Mar” é sem dúvida um grande filme de guerra, um dos melhores já feitos sobre a luta nos oceanos.

    
A Raposa do Mar (The Enemy Below, Estados Unidos, 1957) Direção: Dick Powell / Roteiro: Wendell Mayes, baseado no livro escrito pelo almirante D.A. Rayner / Elenco: Robert Mitchum, Curd Jürgens, David Hedison / Sinopse: Um comandante americano e um capitão de submarino alemão duelam no Atlântico sul durante a II Guerra Mundial. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Curd Jürgens).

Pablo Aluísio. 

domingo, 6 de abril de 2025

A Guerra do Peloponeso

A Guerra do Peloponeso
O que foi a Guerra do Peloponeso? Na antiguidade a região da Grécia era dividida em diversas cidades. Essas comunidades seguiam um sistema básico que os historiadores hoje denominam de Cidade-Estado. Embora falassem a mesma língua e tivessem basicamente a mesma cultura, os gregos não estavam unidos em um país, mas sim em cidades que eram independentes entre si. Cada cidade-Estado contava com seu próprio sistema e regime políticos e não eram subordinadas a nenhuma outra cidade da Grécia antiga. 

No meio de dezenas de cidades duas se destacavam: Atenas e Esparta. Eram inimigas e seguiam regimes políticos antagônicos. Enquanto Atenas era uma democracia, com alteração de poderes, Esparta era uma tirania militarista, fortemente armada, baseada totalmente em disciplina de guerra, em disciplina militar rígida. Esse clima de guerra entre as duas cidades fizeram com que elas se unissem com outras cidades com quem tinham afinidades políticas. Atenas criou a Liga de Delos e Esparta passou a chefiar a Liga do Peloponeso (nome da região onde a maioria dessas cidades foram erguidas). 

Não demorou muito para a crise se instalar. Atenas entrou em um conflito político com Coríntio (ou Corinto), que era protegida de Esparta e fazia parte de sua liga de proteção militar. Quando Atenas posicionou tropas em direção a Coríntio, Esparta foi acionada. Dentro da liga existia uma cláusula que determinava que Esparta iria defender qualquer uma de suas cidades aliadas, caso fossem atacadas por Atenas ou qualquer uma de suas parceiras de Delos. E foi justamente isso que aconteceu!

Essa guerra entre Esparta e Atenas foi extremamente longa e sangrenta. No total, entre idas e vindas, tratados de paz e voltas ao campo de batalha, se passaram 27 anos de guerra! Milhares morreram e praticamente todas as cidades da Grécia antiga se envolveram nessa luta feroz. Muitas das belas cidades gregas foram queimadas, com populações dizimadas! Isso enfraqueceu o mundo grego, abrindo as portas para a invasão de povos estrangeiros, inicialmente os persas e bem mais tarde, os Romanos, que iriam transformar a Grécia em uma de suas províncias. 

Foi a guerra que destruiu o mundo grego antigo. Terrível para todos os envolvidos. De qualquer forma quem levantou em seu final a bandeira da vitória, após quase três décadas de banho de sangue, foi a militar Esparta! Só que foi uma vitória em vão. A própria Esparta ficou sem recursos, abalada fortemente pelo conflito. Milhares de centenas de homens de seu exército foram mortos, a economia ficou em frangalhos. Como era uma Cidade-Estado com economia baseada no modo de produção escravista, logo estouraram inúmeras rebeliões de escravos pelos domínios de Esparta. Sem exército suficiente para conter essas rebeliões, o caos se espalhou. Milhares de civis, mulheres, crianças e idosos espartanos foram mortos de forma violenta. 

Com esse desastre social instalado a Pérsia decidiu invadir a Grécia, causando ainda mais destruição e mortes. Esparta, que havia vencido com o orgulho a Guerra do Peloponeso, viu as muralhas de sua cidade serem destruídas pelos invasores do império Persa. Praticamente nada ficou de pé e a Grécia e suas lindas cidades foram destruídas de uma vez. Um cronista escreveu que não havia sobrado pedra sobre pedra na Grécia! Foi um triste final para uma das mais maravilhosas civilizações do mundo antigo. 

Pablo Aluísio. 

Império Romano: A Morte nas Florestas da Germânia

Império Romano: A Morte nas Florestas da Germânia
Ao longo de sua história o Império Romano enfrentou diversas guerras. Uma das mais destrutivas e mortíferas do Império aconteceu nas geladas florestas da Germânia. Nessa região de floresta fechada, com baixas temperaturas, realmente congelantes, as legiões romanas enfrentaram um inimigo poderoso: as Tribos Germânicas do Norte da Europa. 

Na visão daqueles romanos, os germânicos não passavam de povos bárbaros. Eram vistos como sujos, fedorentos, barbudos e mal cheirosos. Povos não civilizados! Para um romano que vivia em uma civilização mais avançada, aqueles bárbaros não mereciam a menor consideração. Os romanos obviamente se sentiam muito superiores a eles. Só que o Império Romano não podia negar que eram grandes guerreiros. Os germânicos dariam origem, séculos depois, aos povos da Prússia, depois Alemanha e Áustria. Era guerreiros fortes, altos, prontos para o combate. Algo que iria custar muitas vidas para os legionários de Roma. 

O Imperador romano que mais se empenhou em destruir e vencer os Germânicos foi Marco Aurélio. Ele foi para o front de guerra e viveu praticamente 13 anos de sua vida naquelas florestas úmidas e frias, lutando e combatendo ao lado de seus soldados, nas condições mais adversas que poderia se imaginar. Não foi algo fácil e nem terminou bem. O próprio Imperador Marco morreria nessas florestas. Até hoje não se sabe ao certo do que morreu, mas provavelmente foi uma doença adquirida naquelas regiões inóspitas. A floresta tinha seus próprios males e até mesmo o Imperador sucumbiu a eles.

A morte de Marco Aurélio foi um desastre para as Legiões. Após sua morte, o seu sucessor, seu filho Comôdo, simplesmente bateu em retirada. Mais de uma década lutando naquele ambiente hostil não serviu para nada! Com a retirada das tropas romanas as fronteiras ficaram indefesas. Diversos povos bárbaros invadiram o Império Romano, destruindo as vilas e cidades romanas por onde passavam. Foi um desastre de grandes proporções. E o mais importante de tudo: mostrou a outros povos que Roma poderia ser vencida no campo de batalha! Tudo isso iria dar origem a Queda do Império Romano do Ocidente, mudando a história da humanidade para sempre. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 5 de abril de 2025

Elvis Presley - A Date With Elvis - Parte 2

A Date With Elvis - Parte 2
Esse álbum, como já frisei, foi lançado enquanto Elvis estava servindo o exército na Alemanha Ocidental. Era a época da guerra fria, da cortina de ferro. Os socialistas da Alemanha Oriental consideravam a presença de Elvis naquela região como uma provocação, uma propaganda política do lado capitalista decadente. Coisas da época. Pois bem, uma das músicas desse disco havia sido lançada originalmente no primeiro single de Elvis na Sun Records. Era a baladinha country "Blue Moon of Kentucky". Gravada em julho de 1954, havia sido composta por Bill Monroe.

Eu fico imaginando os fãs da época, roqueiros e tudo mais, colocando o novo disco de Elvis para tocar e se deparando com um country ingênuo desses. Afinal poucos tinham tido acesso aos compactos originais da Sun. Para a imensa maioria dos fãs aquela faixa, mesmo antiga como era, soava como novidade. E de repente o Rei do Rock surgia cantando uma balada country de montanha. Deve ter sido algo bem estranho para aqueles jovens roqueiros, cheios de brilhantina no cabelo, posando de Teddy boys. Não era o tipo de som que essa juventude estava acostumada a ouvir. Não era mesmo.

E mais estranho ainda deve ter sido ouvir a canção "Milkcow Blues Boogie". Essa aqui ainda era mais provinciana e radical do que "Blue Moon of Kentucky". Também havia sido gravada por Elvis na Sun Records para um público muito específico do sul. Era um tipo de som para fazendeiros, pessoas que viviam no meio rural. Uma sonoridade de nicho. Imaginem novamente esse tipo de country de raiz surgindo aos ouvidos de quem morava nos grandes centros urbanos, como Nova Iorque ou Los Angeles. Mais esquisita ainda deve ter soada para o público internacional. No Brasil, por exemplo. Pouca gente por aqui tinha familiaridade com o Boogie rural do sul dos Estados Unidos. A gravação também era abafada, causando mais estranheza ainda aos ouvidos de quem não era daquelas bandas. Era a música da vaca leiteira, enfim.

Mais familair para a moçada de lambreta era "(You're So Square) Baby I Don't Care". Essa havia sido tirada da trilha sonora do filme "Jailhouse Rock". Já era o Elvis roqueiro que todo mundo conhecia. O astro jovem de Hollywood, o ícone do rock em seus primórdios. Mais uma pequena obra-prima composta pela dupla Jerry Leiber e Mike Stoller. Dessa faixa sempre é lembrado o fato de que Elvis tocou baixo nela. Bill Black se enrolou no solo da canção, se aborreceu e saiu do estúdio. Ele era assim, temperamental e cabeça quente. Elvis então viu ali uma oportunidade de mostrar seus dotes de instrumentista. Ele estudou baixo por anos e anos. E se saiu muito bem. Como raramente Elvis tocava em suas gravações, a música trazendo o "Elvis baixista" ficou marcada para sempre. Uma curiosidade para os fãs do cantor.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Rubber Soul - Parte 1

Rubber Soul - Parte 1 
Outro álbum que ando ouvindo com certa frequência ultimamente é Rubber Soul dos Beatles. Conheci o disco ainda na infância pois ele fora comprado por um dos meus irmãos mais velhos quando eu deveria ter entre seis ou sete anos de idade. Então estamos falando de um trabalho dos Beatles com quem tenho profunda ligação, até mesmo emocional e afetiva. Depois de alguns anos sem ouvir voltei a curtir esse que para mim é um dos trabalhos mais consistentes e únicos do grupo de Liverpool. É inegavelmente um álbum de transição onde os Beatles iam deixando para trás sua fase Yeah, Yeah, Yeah para entrar de cabeça nas experiências sonoras revolucionárias que iriam desenvolver na fase psicodélica da banda. 

Assim Rubber Soul é ao mesmo tempo a despedida aos anos iniciais do conjunto e o ponto de chegada numa nova era que os iriam consagrar para sempre no mundo da música. E também por essa razão você vai encontrar na seleção musical do álbum desde canções mais pueris até sons altamente bem trabalhados em estúdio, tanto do ponto de vista instrumental, como de letras. Não é à toa que Rubber Soul costuma ser um álbum que consegue agradar tanto aos fãs dos anos pioneiros como os que curtem Revolver e seus derivados da psicodelia. Certa vez assisti uma entrevista de George Harrison afirmando que Rubber Soul e Revolver deveriam ter feito parte de um único disco duplo e que isso havia sido cogitado na EMI durante as gravações. Na verdade Revolver é bem mais revolucionário, já é inegavelmente um disco da segunda fase dos Beatles enquanto Rubber Soul é bem mais pé no chão, já com inovações, mas sem ainda chutar o balde completamente.

Um exemplo é a faixa que abre o disco, "Drive My Car". Essa música poderia fazer parte tranquilamente de qualquer disco da fase primeira dos Beatles. Não é em nada inovadora, chega até mesmo a ser juvenil. A letra é uma brincadeira criada por Paul com John que só foi aprender a dirigir bem mais velho, justamente na época em que os Beatles gravavam esse disco. Como nunca havia dirigido um carro na adolescência e juventude, John sempre andou de ônibus. Quando os Beatles estouraram então ele comprou seu primeiro carro, mas não sabia dirigir! Só em 1965 John finalmente entrou na autoescola, mas mesmo após tirar sua carteira nunca mais conseguiu dirigir sem medo. Em meados dos anos 70 ele juraria nunca mais dirigir na vida após atropelar um gato!  

Talvez a canção mais conhecida do disco, pelo menos para os brasileiros, seja "Girl" que na época da jovem guarda ganhou versões em língua portuguesa. A suposta garota citada por Lennon na letra não era uma mulher real, mas sim uma idealização do que seria a garota perfeita para ele. Era um sonho, uma garota simplesmente maravilhosa e sem defeitos (ou em poucas palavras, puro platonismo romântico!). O interessante é que quando a compôs Lennon já era um homem casado, mas não sentia que tinha encontrado o grande amor da sua vida que viria a ser Yoko Ono. Aliás numa entrevista na década de 70 o próprio John Lennon diria justamente tudo o que escrevi aqui. "Girl" acabaria sendo mesmo Yoko Ono, a mulher de sua vida. Alguém para finalmente dividir sua vida, sem culpas ou arrependimentos.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Melhor é Impossível

Título no Brasil: Melhor é Impossível 
Título Original: As Good as It Gets
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: James L. Brooks
Roteiro: Mark Andrus, James L. Brooks
Elenco: Jack Nicholson, Helen Hunt, Greg Kinnear, Cuba Gooding Jr, Skeet Ulrich, Shirley Knight

Sinopse:
Três pessoas completamente diferentes entre si, acabam se encontrando pelos caminhos sinuosos do destino e acabam interagindo, nascendo uma amizade até bem verdadeira, mesmo sendo um deles um escritor rabugento que nem esconde que odeia todo tipo de gente! Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor ator (Jack Nicholson) e melhor atriz (Helen Hunt). 

Comentários:
Esse é um filme muito leve da filmografia do Jack Nicholson. Quando o assisti, lá nos anos 1990, nem desconfiava que ele estava na verdade se despedindo aos poucos do cinema, geralmente em filmes bem leves, alguns bem direcionados para toda a família. Nem parecia o velho Jack, aquele mesmo que estava sempre pronto a aparecer no elenco de filmes transgressores e polêmicos. A rebeldia, pelo visto, havia ficado em um passado distante. E essa leveza acabou dando bem certo para ele pois assim, quase brincando, acabou levando o Oscar para casa! Uma premiação dada mais em respeito ao conjunto da obra de sua carreira do que propriamente por méritos em sua atuação nesse filme! Sim, ele está muito bem em seu papel, mas falando a verdade, não havia nada demais nesse seu trabalho. E a Helen Hunt, também premiada, estava na moda naquela época. Infelizmente ela não teria muitos anos de sucesso pela frente, se tornando mais uma atriz com o Oscar na mão, mas sem um futuro de sucesso pelo anos que viriam. Acontece nas melhores famílias! 

Pablo Aluísio.

Mundo Proibido

Mundo Proibido
Em 1992 Brad Pitt estrelou outro filme que era bem fora dos padrões chamado "Mundo Proibido". Essa produção misturava cenas com atores reais e desenhos animados. Era de certa forma uma nova versão mais pobre e sem os mesmos recursos do sucesso "Uma Cilada Para Roger Rabitt". A protagonista era uma versão animada da atriz Kim Basinger, que fazia de tudo para copiar a sensual Jessica Rabbit. O filme não deu certo, foi fracasso de público e crítica, justamente por não ser nada original. Nem o clima de fim noir, que o diretor tentou imprimir à direção de arte, ajudou. Hoje em dia é uma produção que poucos conhecem, sendo praticamente desconhecida.

De minha parte realmente tenho poucos elogios a tecer sobre essa animação. A Kim animada era bem mais bonita e sensual do que a Kim do mundo real. Os cartunistas não foram econômicos em lhes dar muitas curvas e sensualidade. O fato porém é que Kim Basinger, apesar de ser uma atriz popular na época, não tinha todo esse cacife para virar desenho animado de sucesso. Ela não era assim tão mundialmente conhecida. Dessa maneira o filme realmente não aconteceu e só circulou entre poucas pessoas, no mercado de vídeos VHS dos anos 90. 

Mundo Proibido (Cool World, Estados Unidos, 1992) Direção: Ralph Bakshi / Roteiro: Michael Grais, Mark Victor / Elenco: Gabriel Byrne, Kim Basinger, Brad Pitt, Janni Brenn / Sinopse: Uma personagem de história em quadrinhos quer viver no mundo real e para isso não mede esforços, chegando a seduzir seu próprio criador.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

O Nômade

O Nômade
Roteirista inventa cada história! Veja o caso desse filme. Na história um serial killer começa a atacar nas ruas escuras de Nova Iorque. Suas vítimas são sempre as mesmas: Padres! Pois é, os padres são atacados de forma violenta, com um martelo na cabeça! Não é algo bonito de se ver. E um desses assassinatos acaba sendo filmado pela câmera de uma jornalista investigativa! Então você poderia pensar que ela iria imediatamente às autoridades para denunciar o assassino, não é mesmo? Que nada! Ela usa as imagens para chantagear o psicopata! Ela quer que ele mate seu próprio pai, pois no passado ele cometeu abusos contra ela, quando ainda era uma criança!

Que rocambole! E ainda temos que lidar com o fato de que o assassino está matando padres porque... Sim, ele é um padre! Depois que se tornou ateu se revoltou e passou a matar membros do clero da Igreja Católica! Ela agora acha que perdeu sua juventude inteira estudando para ser padre, enquanto poderia estar por aí, namorando belas garotas, curtindo as festas, etc. E agora, sem Deus na sua vida, qual seria o sentido da vida? Assim, revoltado, mata padres com um martelo! Meu Deus! Pois é, eu disse que de cabeça de roteirista pode sair tudo. E olha que eu ainda não disse que o Padre descobriu que Deus não existe em um laboratório de ciências que provou que Deus realmente não existia! Não é piada! Enfim, Chega! Melhor eu parar por aqui... Assista ao filme por sua própria conta e risco... 

O Nômade (The Nomad, Estados Unidos, 2023) Direção: Daniel Diosdado / Roteiro: Daniel Diosdado / Elenco: Lauren Biazzo, Dietrich Teschner, Vanessa Calderón / Sinopse: Assassino em série começa a matar padres nas ruas escuras de Nova Iorque. Descoberto por uma jovem jornalista investigativa, ela decide chantagear o criminoso. Ele deverá matar uma pessoa, em troca ela não o entregará para os policiais que estão em sua procura. 

Pablo Aluísio. 

Lobos

Lobos 
O Homem é o Lobo do próprio Homem, já dizia o pensador Thomas Hobbes. E é mesmo! Não tenha dúvida disso! Se formos pensar bem, de modo reflexivo, apenas o ser humano é capaz de matar por puro prazer, cometendo atrocidades contra outros de sua própria espécie! E psicopatas matam desde cedo, ainda crianças e adolescentes. Seus alvos nessa fase da vida geralmente são pequenos animais. Basta ler a biografia de vários serial killers para entender bem esse aspecto. Na história desse filme temos uma boa amostra disso. Um homem meio estranho, um tanto antissocial e esquisito, levemente desonesto, acaba sendo demitido por roubar pequenas bijuterias de um caminhão baú onde faz mudanças. Seu patrão nem pensa duas vezes e o demite. Sem trabalho, ele acaba se interessando na história de animais que foram mortos nas redondezas onde mora. Então ele começa, por conta própria uma investigação. 

Nem preciso dizer que sua "caçada" ao assassino de animais o levará a bater de frente com um assassino em série muito real! Pois é, meus caros, ele termina na toca do lobo, literalmente. Nesse filme, apesar do título, você não encontrará lobos de verdade, apenas seres humanos que se comportam como as mais famintas e irracionais bestas assassinas das florestas. 

Lobos (Wolves, Canadá, 2022) Direção: Danny Dunlop / Roteiro: Danny Dunlop / Elenco: Mark Nocentl Jake Raymond, Allan Dobrescu / Sinopse: Jovem, sem rumo certo em sua vida, decide investigar, por conta própria, uma série de crimes cometidos contra animais. E acaba cruzando caminho com um perigoso serial killer. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

In Memoriam: Gene Hackman e Val Kilmer

In Memoriam: Gene Hackman e Val Kilmer
O tempo vai passando e as pessoas vão partindo. E isso também se reflete no mundo das artes. Artistas que acompanhamos ao longo de tantos anos se vão. Em termos de cinema tivemos duas perdas significativas nesses últimos tempos. O primeiro foi a despedida do grande Gene Hackman. Ele gostava de se definir como um operário do cinema. E de certa forma fez jus a isso, trabalhando em uma grande quantidade de filmes. Só que Hackman era muito humilde nesse aspecto porque ele foi de fato um grande ator! Basta lembrar de seus grandes momentos no cinema. "Operação França", "A Conversação", "Superman", "Os Imperdoáveis" e tantos outros filmes que ficaríamos aqui por horas relembrando. 

Hackman interpretava o homem comum. Curiosamente, pouco antes de sua morte, tive a oportunidade de assistir a um filme dele que havia me passado em branco por anos. Trata-se de "Espantalho", uma produção dos anos 70 em que ele trabalhou ao lado de Al Pacino. Nesse filme Gene interpretou mais um homem comum, só que com um diferencial. Como sua vida real era muito dura, ele se permitia sonhar com grandes projetos. Claro, nunca iria realizar nenhum deles, mas os sonhos o mantinha vivo e feliz. Sem querer e sem saber, esse drama acabou sendo minha despedida do Gene Hackman. Uma despedida em grande estilo. Fiquei feliz nesse aspecto. 

Outra perda recente foi a do ator Val Kilmer. Essa carreira acompanhei muito bem, desde os primeiros filmes. Eu me lembro muito bem de "Academia de Gênios", ainda nos anos 80. Nunca fez sucesso nos cinemas, mas era aquele tipo de filme ideal para as locadoras de vídeo. O mesmo se podia dizer da hilariante e brilhante comédia nonsense "Top Secret!". Depois disso ele foi o Ice Man de "Ases Indomáveis". Fica até complicado lembrar daquele jovem jogando voley na praia e se dar conta que ele morreu, já idoso, com muitos problemas de saúde, aos 65 anos de idade. O tempo passa rápido demais! 

Em minha opinião o filme definitivo de Kilmer, aquele que sempre me fará lembrar dele, é "The Doors" de Oliver Stone. Sua interpretação de Jim Morrison foi praticamente sobrenatural. Dizem inclusive que Kilmer passou por dificuldades depois para se livrar do personagem. Interpretações viscerais como aquela realmente causam problemas aos seus intérpretes. Em suma são muitos filmes, a maioria deles aqui devidamente comentados em nosso blog. Muitos lembraram também de  "Tombstone", "A Sombra e a Escuridão" e de "Batman Eternamente". Sim, bons filmes, estarão sempre nas lembranças de quem os assistiu. Então é isso. Somos todos mortais. Um dia todos partiremos. O legado desses artistas da atuação será sempre seus filmes e sua arte. Legado melhor eu não saberia citar. Descansem em paz! 

Pablo Aluísio. 

Nas Pegadas de Mengele

Título no Brasil: Nas Pegadas de Mengele
Título Original: Tras Las Hules
Ano de Lançamento: 2017
País: Argentina, Brasil
Estúdio: Canal Brasil, AF
Direção: Alejandro Venturini
Roteiro: Tomas de Leone
Elenco: Josef Mengele, Adolf Hitler, Winston Churchill (em imagens de arquivos)

Sinopse:
Documentário sobre as pesquisas e as buscas para identificar uma ossada que seria do carrasco nazista Josef Mengele. Ele foi um médico da SS que decidia quem iria viver e quem iria morrer no campo de Auschwitz. Com o fim da guerra fugiu para a Argentina, depois foi para o Brasil, onde supostamente teria morrido. 

Comentários:
Eu me recordo muito bem. Foi frenesi nos jornais televisivos da época. Todos queriam saber se uma ossada encontrada no interior de São Paulo era mesma de Josef Mengele, o terrível criminoso de guerra que teria fugido para o Brasil. Adotando o nome de "Seu Pedro" ele passou a viver numa casinha humilde de uma pequena e pacata cidade do interior. Tudo para despistar aqueles que queriam pegar esse infame nazista. Na época a PF brasileira havia determinado que sim, os ossos encontrados pertenciam a Mengele. Só que a tecnologia da época não era tão avançada. Por isso a dúvida durou anos e anos. Só mais recentemente, e isso é mostrado nesse documentário, se fez um teste definitivo de DNA na ossada. E o resultado deu positivo. Sim, Mengele morreu no Brasil e infelizmente nunca pagou por seus crimes, morrendo afogado numa praia de São Paulo após sofrer um AVC. Nesse caso seus crimes de fato ficaram impunes, para tristeza de todas as suas vítimas ainda sobreviventes. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de abril de 2025

O Estado Elétrico

O Estado Elétrico 
Os irmãos Russo nem queriam fazer esse filme. Existe um certo preconceito que separa cineastas que fazem filmes para serem exibidos no cinema e diretores de filmes para streaming. Para os Russo seria descer um degrau no status profissional fazer um filme para a Netflix. Até mesmo porque um filme feito para streaming não deixa de ser um telefilme! E isso remonta a muitos anos antes, onde esse tipo de mentalidade sempre existiu na classe dos diretores. Diretores que faziam telefilmes estavam abaixo de diretores de filmes para o cinema. Só que a Netflix hoje em dia é uma potência financeira e econômica nessa indústria. Diante da relutância dos irmãos Russo os executivos da empresa colocaram um caminhão de dinheiro na frente deles. E todo mundo tem seu preço. Assim os irmãos Russo deram o braço a torcer e acabaram aceitando fazer um filme para a Netflix. Justamente esse aqui. 

É uma ficção juvenil, mostrando um mundo distópico (pero no mucho) em que robôs e seres humanos tentam recomeçar após uma guerra mundial entre eles. Os robôs queriam seus direitos. Não queriam mais ser vistos como meros objetos, mas seres pensantes e tudo mais. Uma luta pela dignidade dos robóticos. A história se repete! Até aí tudo bem, nada que não tenhamos visto em dezenas de outros filmes. A novidade desse roteiro vem da existência de uma consciência humana que é transportada para um dos robôs. É a mente de um garoto que presumia sua irmã estar morto. Só que ele vive, de alguma forma, naquela máquina. Então ela sairá numa jornada do herói (ou heroína) para tentar trazer ele de volta à vida. 

Como se vê, muita coisa requentada, com uma pequena pitada de novidade. Eu até apreciei o filme. Ele não foi produzido para pessoas da minha idade. É um filme realmente direcionado para o público juvenil. O design dos robôs, a maioria deles bem na linha fofinhos, entrega isso. A despeito desse fato, é inegável que os irmãos Russo fizeram um bom filme, dentro de seus objetivos mais limitados. Claro que eles não se empenharam tanto quanto em seus filmes produzidos para o cinema, mas sem dúvida entregaram um produto redondinho, até bem realizado. A Netflix certamente não teve do que reclamar, assim como o espectador médio de sua plataforma de streaming. 

O Estado Elétrico (The Electric State, Estados Unidos, 2025) Direção: Anthony Russo, Joe Russo / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely, Simon Stålenhag / Elenco: Chris Pratt, Millie Bobby Brown, Stanley Tucci, Woody Harrelson / Sinopse: Jovem garota, que acreditava que seu irmão estava morto, descobre que sua consciência vive em um robô antigo, baseado em uma velha série de TV. Agora ela vai precisar encontrar onde se encontra o rapaz, para tentar trazê-lo de volta à vida de seu coma induzido por uma poderosa indústria de inteligência artificial. 

Pablo Aluísio.