terça-feira, 1 de março de 2011

Papa Urbano VII

O Papa Urbano VII passou para a história como Urbano, o Breve. A razão do título se deu por causa da brevidade de seu papado. Urbano ficou apenas 13 dias no trono de Pedro. Ele morreu antes mesmo de completar duas semanas no poder. O que teria acontecido? Por muitos anos se especulou que Urbano teria sido envenenado, pura e simplesmente. Afinal muitos papas foram envenenados e assassinados no Vaticano durante a história. Ele provavelmente não teria sido uma exceção.

Estudos históricos mais recentes porém demonstram que a verdade provavelmente foi bem mais simples. Ao invés de tramas e conspirações de assassinatos, o que teria acontecido é que Giambattista Castagna teria subido ao trono papal já muito doente. Ele havia contraído malária durante seus anos como cardeal na Espanha. Essa doença é traiçoeira, nunca deixando o paciente totalmente curado. Com os anos ela vai piorando.

Durante o conclave o cardeal Castagna demonstrava superficialmente gozar de boa saúde. O fato porém é que ele escondeu dos demais cardeais seus graves problemas de saúde. No século XVI houve uma intensa movimentação entre as metrópoles e suas colônias. Colonizadores, navegadores e europeus iam até o novo mundo, as Américas, e de lá traziam doenças tropicais que não eram muito conhecidas dos europeus. A Espanha era uma dessas metrópoles colonizadoras, uma potência militar que explorava o continente recentemente descoberto. O cardeal Castagna provavelmente esteve em algum lugar de contágio enquanto trabalhava nas cidades espanholas. Quando retornou ao Vaticano já estava doente.

Em menos de 13 dias de papado não há muito o que se fazer, nem o que conspirar contra. Por isso os historiadores acham muito improvável que tenha surgido uma conspiração de assassinato para matá-lo, até porque o Papa ainda era bem visto de seu clero. Ninguém realmente o odiava naqueles breves dias como Papa para o envenenar assim, tão prematuramente. Urbano VII morreu em 15 de setembro de 1590. Ele tinha 69 anos de idade. Sua morte foi um choque em Roma. Os sintomas que o atingiram no leito de morte corroboram a tese de que de fato ele morreu da famigerada e temida malária, uma doença dos navios que iam e vinham das terras da América.

Pablo Aluísio.

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