terça-feira, 29 de março de 2011

Voltaire e seu pensamento sobre a religião

François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire, escreveu certa vez a seguinte frase: "A Religião começou quando o primeiro patife conheceu o primeiro tolo!". Era claramente uma crítica, das mais pesadas, ao clero de seu tempo. Voltaire foi um dos pensadores mais influentes da revolução francesa e seu pensamento não poderia passar à margem do que acontecia dentro da sociedade da França em sua época.

Havia três setores básicos dentro da sociedade francesa. O chamado Primeiro Estado era composto pela nobreza. Rei e seus súditos mais próximos, todos vivendo no alto luxo de palácios suntuosos como Versalhes. Não trabalhavam, apenas viviam de festas e jantares à luz de velas. A nobreza custava muito caro ao povo francês. Comandava também as forças militares com mão de ferro. Não havia separação de poderes. O Rei era o executor, criador e aplicador das leis, tudo ao seu puro ponto de vista. Sua opinião era a lei, no final das contas.

O Segundo Estado era formado pelo Clero. Altamente corrupto, corrompido e destrutivo para o povo da França. Era o setor religioso que tinha como principal objetivo controlar as massas, segundo o ponto de vista de Voltaire. E como era feito esse controle social? Ora usando da própria doutrina religiosa que prometia um céu aos bem comportados, aos que aguentavam o peso de uma vida de sofrimentos, de trabalho duro nos campos. Todos trabalhando em prol dos parasitas da sociedade (que eram, segundo Voltaire, os nobres e os religiosos).

Por isso em sua frase há muito conteúdo. Os patifes, para o pensador, eram os nobres, os religiosos, o clero corrompido. Esses enganavam o povo, que era o tolo de sua frase lapidar. O povo trabalhava de sol a sol para dar boa vida aos membros da nobreza e do clero. Os nobres e o clero viviam na riqueza, em grandes palácios. O povo que produzia toda a riqueza do país vivia em casas miseráveis, nos campos, sem ajuda nenhuma por parte do Estado francês. Diante de um quadro tão grave de injustiças que poderia discordar de seu pensamento?

Pablo Aluísio.

Um comentário: