domingo, 13 de março de 2011

A Queda dos Anjos

Antes de tudo cabe a explicação de que a visão que colocarei nesse texto é a da doutrina católica. Como se sabe os textos religiosos dão origem a vários tipos de interpretação. Não cabe aqui fazer um levantamento sobre todas as visões sobre o inferno existentes mas só a da Igreja Católica Romana, pois essa é a religião que sigo desde sempre. As origens dessa história porém são bem mais antigas e são provenientes de antigos textos do Judaísmo. Embora haja interpretações divergentes, é dessa forma que os estudiosos do catolicismo entendem a questão.

Pois bem, a pergunta "O Que é o Inferno?" tem muito a ver com a queda dos anjos. O inferno nada mais é do que a ausência de Deus na vida do homem. Veja, todos temos a imagem de um lugar em chamas, com labaredas e rios de lava quente, onde almas penadas queimam eternamente. Essa é inclusive a visão que Maria teria mostrado às crianças em sua aparição de Fátima. A Igreja Católica entende que esse inferno mais tradicional foi a forma que a mãe de Jesus encontrou para que as crianças entendessem o significado da palavra inferno. Se pensarmos bem a ausência de Deus é de fato algo tão terrível quanto aqueles mares de fogo e enxofre. O homem que não crê em Deus já está no seu próprio inferno interior.

Essa visão católica também demonstra que Deus em sua infinita bondade na verdade não manda ninguém ao inferno, o homem escolhe esse caminho por si mesmo. Aquele que ignora os ensinamentos de Deus, que não quer saber de aprender e ouvir a palavra do Senhor certamente já está se afastando, por livre e espontânea vontade, de Deus. O interessante é que essa visão bate perfeitamente com a parte narrada da Bíblia quando ela trata dos chamados anjos caídos. Quem são eles? Como reza o texto sagrado, Deus em determinado momento comunicou aos seus anjos que criaria o homem e que esse viria à Terra e que eles, os anjos, o deveriam ajudar. Para alguns seres angelicais isso era absurdo pois eles não tinham a menor intenção de estar abaixo de um reles ser humano, pois se consideravam acima da carne, daquele ser imperfeito criado por Deus. Um terço dos anjos do Senhor se rebelou contra isso. Liderados por Lúcifer eles assim negaram a Deus, caindo em seu próprio inferno. Daí a expressão anjos caídos.

Uma das coisas mais curiosas dessa história da Bíblia é que Lúcifer era até aquele momento de rebelião um dos maiores anjos de Deus. Seu próprio nome reflete isso, "Anjo de Luz", "A Luz da Manhã", glorioso, magnifico. Era o mais bonito, o mais poderoso e brilhante anjo no trono celestial. Acontece que ele começou a se achar tão superior, até mais do que Deus, que caiu nas vestes da arrogância e vaidade. Quando Deus ordenou que ele e os demais auxiliassem e servissem o homem, um ser humano, ele prontamente se recusou a isso. O arcanjo Miguel, que era considerado um anjo de uma hierarquia menor, muito humilde mas poderoso em seu amor a Deus, lutou contra Lúcifer e o venceu, o jogando eternamente nas trevas infernais. A vitória de Miguel sobre Lúcifer foi a vitória da humildade sobre a prepotência, do amor de Deus sobre a arrogância daqueles que acham serem maiores ou melhores do que Deus.

Pense bem. Não é maravilhosa essa narrativa da queda dos anjos? Ela nos dá grande sentido moral e religioso. Expõe um dos aspectos mais importantes da doutrina católica e nos ensina muito, com exemplos que para várias pessoas é pura mitologia mas que olhando de perto, com cuidado, demonstra bem os perigos de se negar a Deus e se achar algo que na realidade não se é! Muitas pessoas conquistam dinheiro, status e poder e começam a se achar auto suficientes, maravilhosas, poderosas e acima do bem e do mal. Como estão enganadas! O texto da queda dos anjos nos ensina a ser como o Arcanjo Miguel, evitando a todo custo se comportar como Lúcifer e sua legião de anjos caídos. A moral de tudo isso? Ora, ninguém é maior do que Deus!

Pablo Aluísio.

Um comentário: