O Papa Júlio I criou o Natal. Ele foi escolhido para o trono de Pedro pescador no ano de 337. Foi um Papa jovem, eleito com apenas 37 anos de idade - algo impensável nos dias de hoje! Acontece que há 1700 anos a Igreja Católica ainda era considerada uma instituição religiosa jovem (em termos históricos) e por essa razão ainda não havia muitas da hierarquias que só iriam surgir algumas décadas depois. Assim bastava que um padre ou bispo fosse querido pelo povo romano para ser eleito Papa. Esse pontífice era bem admirado pelo povo mais pobre de Roma, sempre presente nas vilas mais humildes. Cronistas da época afirmam que ele era uma pessoa alegre, de sorriso aberto, muito carismático.
A criação do Natal certamente foi o evento mais marcante de seu papado. Sua criação nasceu de um desejo e uma dúvida do Papa! Júlio I percebeu que não havia ainda no calendário cristão uma data que celebrasse o nascimento de Jesus Cristo. Embora os Evangelhos trouxessem inúmeros detalhes de sua natalidade, como a manjedoura, os três reis magos, a estrela de Belém, etc, não se sabia o exato dia em que Jesus nasceu. O Novo Testamento era omisso sobre isso. O Papa então determinou que os estudiosos e sábios da Igreja pesquisassem a data certa nos arquivos da Igreja, consultando textos seculares, tradições orais e papiros. Apesar dos esforços nada foi concluído sobre o dia em que Jesus de Nazaré nasceu. Não havia informações históricas exatas sobre essa questão.
O Papa então foi aconselhado pelos bispos a determinar o dia 25 de dezembro como o dia oficial de Natal. Havia várias razões para isso, mas uma das mais determinantes foi que nesse mesmo dia havia uma comemoração muito popular em Roma realizada em homenagem ao deus romano Saturno. Apesar do cristianismo ter se espalhado de uma forma incrível em três séculos por toda a Europa, resquícios do velho mundo pagão ainda persistiam. A Saturnália era um desses pedaços de paganismo que ainda persistiam em existir. O Papa queria combater esse feriado pagão. Com o decreto Papal a festa do deus Saturno praticamente deixou de existir pois a partir da decisão do Papa Julius no ano de 350, o Natal passou a ser celebrado por todos os cristãos justamente nessa data. E assim foi e segue sendo até os dias de hoje.
Outro aspecto muito lembrado do Papado desse jovem Papa foi o fato dele ter unificado a doutrina da Igreja em seu terceiro século de existência. O Papa era bastante diplomático e uniu os sacerdotes ocidentais e orientais que teimavam em discordar em determinados aspectos religiosos. O simpático Júlio chamou todos ao Vaticano e depois de alguns encontros tudo foi acertado, de forma amigável. O Papa Júlio I ficou 15 anos no trono de Pedro. Ele morreu aos 52 anos de idade, no ano de 352. Roma passava por uma epidemia de uma praga até hoje desconhecida. Supõe-se que o Papa acabou sendo vítima dessa doença desconhecida, que para alguns estudiosos e historiadores foi a temida peste negra. Alguns séculos depois o querido Papa Júlio I, que criou o Natal, foi canonizado pela mesma Igreja que um dia ajudou a construir e edificar.
Pablo Aluísio.
Catolicismo em Maria
ResponderExcluirPapa Júlio I
Pablo Aluísio.