quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Casamento do Meu Ex

Ok, vamos aos fatos: esse filme é realmente muito fraco. O roteiro dá voltas e voltas e praticamente não chega a lugar nenhum. Basicamente toda a estória se passa nas 48 horas que antecedem o casamento da personagem interpretada pela Anna Paquin. O problema principal desse filme é que os personagens não tem carisma nenhum e o espectador dificilmente vai se identificar ou torcer por qualquer um deles. Lila (Paquin) é chata, aborrecida e passa o filme inteiro agindo feito criança mimada. Laura (Katie Holmes) é indecisa, fraca e se coloca todo o tempo no lugar de "coitadinha". O noivo é sem sal, sem motivação e finalmente Chip (Elijah Wood) é vazio, muito afeminado e mal explicado (não se sabe por exemplo porque ele prestou serviços comunitários).

Fiquei surpreso em ver como o Elijah Wood está envelhecido e jogado para escanteio. Incrível entender como um ator que estrelou uma das franquias mais lucrativas da história aceita fazer um papel tão sem graça e sem importância. Outro problema é que nada de muito importante acontece. Os amigos ficam por ali, ao redor da casa onde vai acontecer o casamento, e falam, falam, falam... ficam pelados, bebem, usam cocaína e nada mais. Ninguém nem transa, para vocês verem como esse pessoal é chatinho. Enfim, se fosse qualificar diria que "The Romantics" é uma imitação baratinha dos filmes do Woody Allen. Não tem o carisma desse diretor e nem os diálogos inspirados que estamos acostumados. Em compensação tem uma das atuações mais medíocres que já vi da Katie Holmes, que não consegue nem ao menos chorar com veracidade (coisa básica que se aprende em escola de teatro do bairro). Que coisa feia senhora Cruise...

O Casamento do Meu Ex (The Romantics, Estados Unidos, 2010) Direção: Galt Niederhoffer / Roteiro: Galt Niederhoffer / Elenco: Katie Holmes, Josh Duhamel, Anna Paquin, Elijah Wood, Malin Akerman, Adam Brody, Jeremy Strong, Rebecca Lawrence, Candice Bergen./ Sinopse: Amigas de faculdade se reúnem novamente para o casamento de uma delas, Lila (Anna Paquin). O problema é que as demais, que estão como dama de honra do casamento são apaixonadas pelo novio, Tom (Josh Duhamel).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Miami Vice

Dupla de detetives formada por James Crockett (Colin Farrell) e Ricardo Tubbs (Jamie Foxx) se envolvem numa complicada investigação sobre tráfico de drogas na cidade de Miami. "Miami Vice" foi um grande sucesso da TV americana durante a década de 80 (aqui no Brasil foi exibida pelo canal SBT). Como em Hollywood existe um certo deserto de idéias novas os produtores resolveram transpor as aventuras policiais desses detetives para o cinema. Os mais nostálgicos da antiga série certamente reclamaram do resultado, principalmente pelo uso excessivo de violência no filme. De certo forma eles tem razão uma vez que essa produção não captou o charme do produto original. Os atores também não repetem os bons desempenhos que vimos na telinha. Colin Farrell não consegue em nenhum momento recuperar o estilo e jeito cool de ser de Don Johnson. A única boa novidade é que o figurino exagerado da série foi aposentado. Quem ainda se lembra dos ternos brancos enormes que Don Johnson desfilava em cena? E do terror estético de seu parceiro? Felizmente aqui em termos de elegância a coisa melhora um pouco. 

Já o roteiro segue basicamente a mesma premissa. Miami é como New Orleans, uma cidade com muita personalidade, em que a mistura étnica deu um colorido todo especial para aquela comunidade, bem diferente das selvas de pedra do resto dos EUA, com suas arquiteturas maçantes e sem brilho. Miami aliás hoje brilha em outro seriado de grande sucesso atual, "Dexter" sobre o serial killer mais famoso da história da TV americana. "Miami Vice", o remake, foi dirigido pelo cineasta Michael Mann. Ele tem fama de durão e de jogar duro com os estúdios impondo sua visão em cada filme que participa. Aqui em "Miami Vice" por outro lado não vemos muito desse seu toque autoral pois tudo soa como produto embalado mesmo. A impressão que tive ao ver o filme foi que Mann colocou pouco de sua visão na tela em detrimento da busca de um grande sucesso de bilheteria. Se essa foi sua real intenção não deu muito certo. Produção cara - com custo superior a mais de 100 milhões de dólares - "Miami Vice" não conseguiu se tornar um grande sucesso. 

Miami Vice (Miami Vice, Estados Unidos, 2006) Direção: Michael Mann / Roteiro: Michael Mann, Anthony Yerkovich / Elenco: Colin Farrell, Jamie Foxx, Naomie Harris, Barry Shabaka Henley, Ciarán Hinds, Jon Jacobs, Domenick Lombardozzi, Elizabeth Rodriguez, Justin Theroux / Sinopse: Dupla de detetives formada por James Crockett (Colin Farrell) e Ricardo Tubbs (Jamie Foxx) se envolvem numa complicada investigação sobre tráfico de drogas na cidade de Miami. 

Pablo Aluísio.

007 - Os Diamantes São Eternos

Sean Connery já havia abandonado o personagem quando em razão da fraca repercussão do primeiro Bond sem ele (007 a Serviço de Sua Majestade) os produtores ofereceram uma verdadeira fortuna para ele retornar ao papel de agente britânico Bond, James Bond. Já um pouco velho para as cenas de ação e usando uma indisfarçável peruca, Connery retornou às telas nesse "007 Os Diamantes São Eternos". O filme em resumo é apenas uma repetição de todos os outros filmes de Bond com Sean Connery. Ele inclusive está visivelmente no controle remoto numa interpretação nada empolgante. Mas talvez ele nem seja tão culpado pelas poucas qualidades dessa aventura fora do tom. O próprio clima em que foi realizado o filme foi ruim. Connery não queria mais fazer o personagem pois tinha pretensões de se livrar de Bond para estrelar outros tipos de filmes. Assim voltou a encarnar o agente apenas pelo dinheiro, com má vontade de atuar melhor, de trabalhar bem.

A realidade é que na minha opinião os primeiros filmes de Bond estão datados demais. Os vilões geralmente são ridículos e as cenas de "destruição do mundo" mais lembram desenhos infantis da saudosa Hanna Barbera. Não há como encarar um filme desses, onde um caricato vilão com seu gatinho no colo quer simplesmente explodir o mundo usando um satélite com diamantes. Não há motivação e como sempre temos uma estrutura do mal (aqui nesse caso uma estação de extração de petróleo) para Bond explodir no final. Tudo muito repetitivo, deja vu e ruim. Sinceramente, não gostei nem um pouco. Definitivamente os diamantes desse Bond são do Paraguai.

007 - Os Diamantes São Eternos (Diamonds Are Forever, Inglaterra, Estados Unidos, 1971) Direção: Guy Hamilton / Elenco: Sean Connery, Jill St. John, Charles Gray, Lana Wood, Jimmy Dean, Bruce Cabot, Desmond Llewelyn, Lois Maxwell, Desmond Llewelyn./ Roteiro: Richard Maibaum, Tom Mankiewicz / James Bond (Sean Connery) enfrenta Ernst Stavro Blofeld (Charles Gray), um vilão que deseja destruir o mundo.

Pablo Aluísio.

O Bem Amado

Eu sempre gostei do trabalho de Guel Arraes. Acho ele um diretor com muita imaginação e com uma linguagem de narração dinâmica, bem humorada e inovadora. Por isso fiquei bastante surpreso ao assistir esse "O Bem Amado". O filme é bem menos inovador e ousado que seus trabalhos anteriores. A impressão que tive foi que o diretor não teve a liberdade necessária para inovar como sempre faz. O roteiro segue os passos do original de Dias Gomes mas não consegue alcançar maiores vôos, ficando no chão onde outros filmes nacionais medianos estão, o que não deixa de ser uma frustração já que esperava qualquer coisa, menos que o filme fosse tão "quadradinho" em sua linha narrativa.

Em relação ao elenco temos altos e baixos. Marco Nanini é um grande ator e se sai muito bem na pele de Odorico, um personagem que no fundo é uma sátira em cima de todos os nossos políticos. Sua caracterização segue de certo modo os passos do trabalho que Paulo Gracindo fez na TV (e que diga-se de passagem era brilhante). Já José Wilker mudou o tom do famoso Zeca Diabo. Sai o humor que definia o personagem na interpretação de Lima Duarte e entra em cena uma caracterização bem mais sombria. Agora fraco mesmo é o trabalho que Matheus Nachtergaele fez em cima de Dirceu Borboleta. Sem graça e apático, não convence. Enfim, não adianta levar as comparações mais em frente. Só é necessário saber que essa nova versão de O Bem Amado não é tão boa quanto poderia ser e nem tão ruim como alguns imaginam. É apenas mediano, o que em se tratando de Guel Arraes é pouco, muito pouco.

O Bem Amado (Brasil, 2010) Direção: Guel Arraes / Roteiro: Guel Arraes, Claudio Paiva / Elenco: Marco Nanini, José Wilker, Caio Blat, Maria Flor, Matheus Nachtergaele, Zezé Polessa, Andréa Beltrão, Tonico Pereira, Drica Moraes, Bruno Garcia, Edmilson Barros / Sinopse: Baseado na obra "Odorico, o bem amado, os mistérios do amor e da morte" de Dias Gomes, o filme narra a estória do prefeito Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) da pequenina cidade de Sucupira. Falastrão, corrupto e enganador o prefeito tem como plataforma de governo a inauguração do cemitério da cidade.

Pablo Aluísio.

Hannah e Suas Irmãs

O mais interessante em "Hannah e Suas Irmãs" é que temos aqui um roteiro que discute sobre assuntos que geralmente são pesados (traições, a existência de Deus, o fracasso pessoal) mas de uma forma tão leve e divertida que nem percebemos isso. O elenco é todo bom, a começar pelo Michael Caine, um ator que só vim a apreciar bem mais tarde pois antigamente o achava muito "pau para toda obra" (pois ele fazia qualquer coisa que lhe ofereciam). Felizmente aqui ele tem um papel muito bom, o de um sujeito que se aventura com a própria irmã da esposa Hannah (interpretada com muita delicadeza por Mia Farrow). Embora esse triângulo amoroso proporcione bons momentos no filme certamente não é a melhor parte do roteiro. O melhor do filme realmente é o papel de Woody Allen (na pele do hipocondríaco e hilário Mickey). O Allen me passa a impressão de que se cerca de ótimos atores para "segurar" as partes mais tensas do filme enquanto ele aproveita para literalmente "passear" em cena em alguns momentos realmente muito divertidos.

O humor do Woody Allen como todos sabem é um humor mais intelectualizado mas isso não vem ao caso já que ele obviamente rouba todas as cenas. A sua tentativa de conversão ao catolicismo rende boas risadas e seus momentos no médico também são pequenas pérolas de humor refinado, muito embora sejam bem pontuais e cirurgicamente colocadas no decorrer de todo o filme. Parece até um jogo: quando o filme vai ficando melodramático demais, Allen entra em cena para aliviar tudo. Achei ótima essa idéia porque afinal o filme fica leve sem perder sua carga dramática. A Academia também parece ter gostado bastante do resultado final e o filme foi vencedor de 3 Oscars: Melhor Ator Coadjuvante (Michael Caine), Melhor Atriz Coadjuvante (Dianne Wiest) e Melhor Roteiro Original (Woody Allen). Ele obviamente não apareceu na premiação para receber seu prêmio. Preferiu passar a noite tocando jazz em um clube de Nova Iorque. Mais Woody Allen do que isso impossível. Enfim, "Hannah e Suas Irmãs" é divertido e inteligente na medida certa. Não deixe de assistir.

Hannah e Suas Irmãs (Hannah and her Sisters, Estados Unidos, 1986) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Woody Allen, Barbara Hershey, Carrie Fisher, Michael Caine, Mia Farrow, Dianne Wiest, Maureen O'Sullivan, Lloyd Nolan, Max von Sydow, Lewis Black / Sinopse: A estória gira em torno da vida, dos romances e dos problemas cotidianos de Hannah (Mia Farrow) e suas duas irmãs, Holly (Dianne Wiest) e Lee (Barbara Hershey). Na Nova Iorque da década de 1980 elas tentam encontrar o equilíbrio e a felicidade em suas vidas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Monty Python - E Agora Algo Completamente Diferente!

O grupo Monty Python revolucionou o humor inglês quando surgiu na segunda metade da década de 1960. Debochados, anárquicos e inteligentes eles apareceram em um momento interessante da cultura britânica. Sob sua verve cômica nada era poupado, nenhuma instituição real escapava das brincadeiras e sátiras. Em 1969 conseguiram seu próprio programa de TV chamado "Monty Python's Flying Circus" e a comédia televisiva jamais seria a mesma. O sucesso e a influência da trupe foram tamanhas que chegou até mesmo aqui no Brasil. Programas com nonsense, cheio de situações absurdas, como o extinto "TV Pirata" da Rede Globo era nitidamente uma tentativa brasileira de copiar o humor dos ingleses. Esse "Monty Python - E agora, Algo Completamente Diferente" foi o primeiro filme deles para o cinema. Na verdade trata-se em essência da sucessão de diversos quadros que ficaram célebres no programa de TV. Entre os mais divertidos estão o do homem de visão binocular, em ótima caracterização de John Cleese, e o da gangue das velhinhas inglesas. 

Além do humor negro, tipicamente britânico, o filme ainda traz animações dirigidas e criadas por Terry Gilliam. Dentro do grupo ele era o responsável pela parte dos desenhos que vão interligando as sequências de humor. Seu traço é muito característico, sem paralelos com nada na época. Geralmente feito de recortes de ilustrações clássicas, pinturas famosas e mosaicos da era vitoriana, Gilliam conseguia unir admiração e espanto, desconforto e humor, tudo na mesma panela de referências. Excelente. Depois do sucesso desse "And Now For Something Completely Different" o Monty Pyhton seguiu em frente no cinema realizando filmes cada vez mais ousados e divertidos como "A Vida de Brian" (onde satirizavam passagens bíblicas) e "Em Busca do Cálice Sagrado" (onde fazia humor em cima dos costumes históricos dos britânicos). Como vivemos uma falta de boas comédias atuais nada melhor do que revisitar a obra dessa trupe tão inteligente, engraçada e inovadora do fino humor inglês. Diversão garantida.  

Monty Python - E Agora Algo Completamente Diferente! (And Now For Something Completely Different, Inglaterra, 1972) Direção: Ian MacNaughton / Roteiro: Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin / Elenco: Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin, Carol Cleveland, Connie Booth, Lesley Judd / Sinopse: Série de quadros cômicos do programa "Monty Python's Flying Circus" transpostos para o cinema.  

Pablo Aluísio.

Um Parto de Viagem

A comédia americana anda numa fase bem ruinzinha. Um exemplo é esse "Um Parto de Viagem", que basicamente é uma comédia sem graça! Isso mesmo. O roteiro tenta (e muito) injetar boas doses de humor nas cenas mas tudo o que consegue é arrancar raros sorrisos amarelos do público. O problema é que na falta de inteligência e sutileza os roteiristas partiram logo para a apelação de cenas vulgares e grotescas (como a da masturbação) ou de violência física (que surgem em profusão ao longo do filme). O pior é que nem com todo arsenal o filme consegue ter a menor graça - e quando uma comédia não tem graça tudo o que sobra é a vergonha alheia e o constrangimento.

Na minha opinião o grande problema do filme é o ator Robert Downey Jr e seu personagem. Basicamente o Robert está lá como escada de Zach Galifianakis, mas seu personagem é tão antipático, grosseiro e chato que leva o humor do filme para o ralo. O Zach é bom ator, bom comediante, mas o problema é que pelo menos aqui não teve material decente para trabalhar. E fica muito complicado tirar humor contracenando com o Downey Jr. Enfim, não tenho outro termo para "Um Parto de Viagem" a não ser o de road movie de humor sem graça. Se você quiser se divertir e rir muito sugiro outro filme, porque com esse aqui não vai dar pé.

Um Parto de Viagem (Due Date, Estados Unidos, 2010) Direção: Todd Phillips / Roteiro: Alan R. Cohen, Alan Freedland, Adam Sztykiel, Todd Phillips / Elenco: Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Michelle Monaghan, Juliette Lewis, Jamie Foxx, Alan Arkin, Matt Walsh, RZA, James Martin Kelly, Mimi Kennedy, Rhoda Griffis. / Sinopse: Peter Highman (Robert Downey Jr.) acaba tendo que viajar ao lado do espalhafatoso e estranho Ethan Tremblay (Zach Galifianakis), o que irá gerar muitas confusões durante a viagem.

Pablo Aluísio.

Homeboy

Lutador fracassado de boxe tenta se redimir em sua vida profissional e afetiva participando de uma última luta decisiva em sua vida. "Homeboy" é provavelmente o filme mais pessoal da carreira de Mickey Rourke mas é pouquíssimo conhecido entre o público em geral. O roteiro foi escrito por ele usando de um pseudônimo (Eddie Cook). Quem apreciou "O Lutador" com o ator vai certamente apreciar também "Homeboy". Eu tenho uma entrevista antiga do ator feita no lançamento de "Coração Satânico" em que ele diz que seu próximo filme seria a realização de um de seus sonhos, um roteiro que mostrava a vida de um lutador de boxe fracassado que queria mostrar seu valor mas ao mesmo tempo era manipulado por um sujeito que queria ganhar as apostas das lutas que ele fazia. Pois bem era justamente de "Homeboy" que Rourke se referia naquela ocasião. Porque Mickey Rourke teve tanto interesse em filmar "Homeboy"? Ora. por causa da própria vida do ator. Ele tinha sido lutador de boxe antes de estourar como intérprete e tinha esse desejo de ter vencido no esporte que adorava. Infelizmente os palcos trouxeram a Rourke um meio de vida que o boxe não lhe proporcionava. Interessante é que após filmar "Homeboy" ele ficou tão influenciado pelo personagem que resolveu voltar aos rinques na vida real, volta essa que só durou algumas lutas já que sua idade não permitia continuar. 

O ritmo de "Homeboy" é lento, bastante contemplativo. Rourke desfila seu estilo próprio numa caracterização bem sutil. O filme foi dirigido por Michael Seresin, que havia trabalhado como diretor de fotografia de "Coração Satânico". O curioso é que esse aliás foi o único filme dirigido por Seresin pois ele na verdade sempre preferiu trabalhar como diretor de fotografia. Talvez essa falta de intimidade com a direção de atores tenha deixado "Homeboy" um pouco mais lento do que seria adequado mas mesmo assim nada que comprometa o resultado final. O elenco de apoio conta com a sempre interessante participação de Christopher Walken. Debra Feuer, a atriz que contracena com Rourke era sua namorada na época. Enfim fica a dica para os fãs de Rourke."Homeboy", um filme que diz muito sobre a vida e a personalidade do próprio ator. Uma produção pouco conhecida que merece ser redescoberta.  

Homeboy - Chance de Vencer (Homeboy, Estados Unidos, 1988) Direção: Michael Seresin / Roteiro: Mickey Rourke sob o pseudônimo de Eddie Cook / Elenco: Mickey Rourke, Debra Feuer, Chrisopher Walken / Sinopse: Johnny Walker (Mickey Rourke) é um boxeador fracassado que tenta redenção em sua carreira e vida emocional. Para isso ele terá que superar enormes desafios.  

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de agosto de 2012

The Runaways - Garotas do Rock

Cinebiografia da banda de rock The Runaways. Hoje em dia o grupo já não é mais tão lembrado sendo mais conhecido atualmente por pessoas que gostam de ler sobre a história do rock. O auge desse grupo formado apenas por garotas aconteceu por volta de 1975 a 1977. O conjunto era liderado por Cherie Currie (Dakota Fanning) e contava ainda em sua formação com Joan Jett (Kristen Stewart), Lita Ford (Scout Taylor-Compton) e Sandy West (Stella Maeve). O filme procura mostrar sua formação, desenvolvimento e depois sua separação. As garotas eram radicais, explosivas, bem intensas. Faziam um som bem cru e direto e talvez por isso mesmo tenha alcançado um bom sucesso entre as jovens da época. Sinceramente gostei do filme mas sou suspeito para falar porque sou fã de música e cinema, então geralmente quando essas coisas se unem acabo gostando. Confesso que o grupo The Runaways nunca foi dos meus preferidos mas acabei simpatizando com a proposta delas, formar um grupo de adolescentes que faziam um som com garra e determinação.

O grande atrativo do filme é a própria vida das roqueiras. Eu realmente me interessei pela trajetória que elas percorreram, sua origem, suas vidas familiares disfuncionais, o gostinho da fama que experimentaram e a vida na estrada. Em determinado momento do filme até me solidarizei com as personagens, pois no fundo não passavam de garotas jovens demais para entender tudo o que acontecia ao seu redor. Assim caíram logo no vício em drogas o que literalmente acabou implodindo o grupo colocando um fim em suas carreiras. No tocante as atrizes, todas estão bem, sem exceção, até mesmo a Kristen Stewart mostra serviço, bem distante da passividade de Crepúsculo. A diretora Floria Sigismondi conseguiu extrair dela sua melhor atuação no cinema até hoje em minha opinião. O filme porém pertence à Dakota Fanning, se destacando bem nessa nova fase mais "adulta" de sua carreira. Se continuar nesse rumo provavelmente fará uma boa transição da fase infantil para a adulta, algo que nem todos os astros mirns conseguem fazer com êxito. Em conclusão podemos dizer que "The Runaways" não é nada excepcional mas que agrada de uma forma em geral.

The Runaways - Garotas do Rock (The Runaways, Estados Unidos, 2010) Direção: Floria Sigismondi / Roteiro: Floria Sigismondi / Elenco: Kristen Stewart, Dakota Fanning, Alia Shawkat, Scout Taylor-Compton, Michael Shannon, Tatum O'Neal, Johnny Lewis, Robert Romanus. / Sinopse: História do grupo feminino de rock The Runaways. O filme mostra a formação, escalada ao sucesso e queda das jovens roqueiras, tudo embalado com ótima trilha sonora da década de 1970.

Pablo Aluísio.

A Garota Morta

Tive uma grata surpresa com esse "A Garota Morta". É a tal coisa, por mais que a pessoa assista muitos filmes ao longo do ano sempre escapam uma ou outra preciosidade. É o caso desse aqui. Assisti sem maiores expectativas. Isso porque a falecida Brittany Murphy fez muitos filmes tolinhos ao longo da carreira e nunca coloquei muita fé em seu talento como atriz. Que pena, logo quando ela começava a despontar aconteceu aquela tragédia em sua vida. Interpretando a jovem prostituta Krista, Brittany dá um show de interpretação. O filme obviamente gira em torno de sua estória - a Garota Morta do título - e seu segmento, o último, joga por terra a impressão negativa que tinha dela. Em um papel muito forte Murphy mostra muito talento e controle em cena. Surpresa completa. 

O enredo mostra uma jovem tendo que lidar com vários problemas em sua vida. Além da destruição de seus laços familiares ela ainda tem que sobreviver na dureza das ruas onde prevalece realmente a chamada Lei da Selva, onde apenas os mais fortes sobrevivem. Como já foi dito o roteiro segue aquele esquema que tanto conhecemos: várias estórias são contadas de forma independente para no final entendermos que todas elas estão interligadas. O argumento, ótimo por sinal, não poupa o espectador das misérias humanas, das condições de dor e sofrimento que certas pessoas passam em sua vidas. A direção é da atriz e cineasta Karen Moncrieff, o que é muito bem-vindo por causa do tema do filme. Na realidade o tema central dessa produção é a vida de mulheres que vivem em situação de risco, prostitutas, adolescentes grávidas e outras situações que as deixam à mercê de sofrerem todo tipo de violência física, mental ou sexual. É um retrato cru da vida de jovens que se colocam numa posição que as deixam extremamente vulneráveis. Assim nada melhor do que uma mulher para dar sua visão feminina aos aspectos mostrados no filme. Com um elenco de apoio todo bom (Toni Collete, Rosie Byrne e até James Franco) "A Garota Morta" é uma bela obra que deve ser redescoberta pelos cinéfilos que gostam de temas fortes com interpretações edificantes. Está mais do que recomendado.  

A Garota Morta (The Dead Girl, Estados Unidos, 2006) Direção: Karen Moncrieff / Roteiro: Karen Moncrieff / Elenco: Toni Collette, Brittany Murphy, Marcia Gay Harden, Piper Laurie, Rose Byrne, Mary Steenburgen, Bruce Davison, James Franco, Giovanni Ribisi / Sinopse: O filme mostra um mosaico de momentos de várias vidas de mulheres que se encontram em situações de risco.  

Pablo Aluísio.

O Homem das Sombras

Escrever sobre esse filme é complicado. Isso porque ele tem muitas nuances que se eu fosse comentar revelaria grande parte de seu impacto. A trama começa como filme de terror mas depois há uma reviravolta no argumento e descobrimos que se trata de algo mais complexo. A premissa é a seguinte: Numa cidade pobre e estagnada do interior dos EUA ocorre uma onda de desaparecimentos de crianças. Não se sabe o que exatamente acontece com elas, simplesmente desaparecem sem deixar vestígios. De comum apenas a proliferação de relatos de testemunhas afirmando terem visto um homem alto nas sombras se dirigindo para o meio da floresta com as crianças a tiracolo. É o Tall Man do título original, que na tradução literal significa “Homem Alto”. Mas ficam as dúvidas: Quem é esse homem alto? Um serial killer? Uma entidade espiritual que vive na floresta sombria? Ou tudo não passa de mero folclore ao estilo lobisomen, tão comum em cidades interioranas como aquela? Verdade ou lenda? É óbvio que não vou contar nada aqui mas de antemão posso dizer que a verdadeira razão dos desaparecimentos vai deixar você surpreendido. Falando francamente poucas vezes vi o tema do desaparecimento de crianças mostrado no cinema de forma tão original.

O subtexto dessa solução vai incomodar alguns. Como se sabe a crise econômica nos EUA tem sido mais forte e persistente do que muitos julgavam. O nível de miséria e pobreza aumenta a cada dia jogando milhares de pessoas em uma situação muito difícil naquele país. Grande parte dos americanos hoje vive abaixo da linha de pobreza. Com a crise aumenta a exclusão social, a criminalidade e a destruição dos laços familiares. A sociedade obviamente fica doente e os freios morais se vão. Penso que de certa forma há um toque de preconceito na proposta do roteiro e isso certamente vai deixar algumas pessoas de cabelo em pé. Mais do que isso não vale a pena comentar. O segredo do filme é sua solução final. No geral a produção é boa, (a atriz Jéssica Biel é uma das produtoras) e a direção consegue manter o suspense até o final. O elenco é correto, nenhum grande destaque surge em cena mas mantém o bom nível. O diferencial de “The Tall Man” realmente é seu roteiro intrigante. Dessa nova safra de produções de terror esse se revelou um dos mais interessantes. Não deixe de assistir mesmo que você venha depois a não gostar da solução da trama. De uma coisa tenho certeza você não ficará indiferente ao que acontece no filme. Vale a indicação para o público em geral.

O Homem das Sombras (The Tall Man, Estados Unidos, 2012) Direção: Pascal Laugier / Roteiro: Pascal Laugier / Elenco: Jessica Biel, Jodelle Ferland, Stephen McHattie, William B. Davis / Sinopse: Numa cidade corroída pela crise da economia americana várias crianças desaparecem. A polícia investiga os desaparecimentos mas não consegue chegar numa solução dos eventos. A única pista vem dos depoimentos de testemunhas que afirmam ter visto um homem alto, de capuz, levando as crianças para o meio da floresta! Verdade ou pura lenda?

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de agosto de 2012

Desafio à Corrupção

"Desafio à Corrupção" é uma crônica sobre o fracasso pessoal. O personagem principal, Eddie Felson (Paul Newman), é em essência um pequeno golpista que leva sua vida em espeluncas de sinuca onde engana os desavisados. Ele se faz passar por um idiota que não sabe jogar, perdendo algumas partidas fáceis. Seu papel de "pato" atrai outros jogadores que aceitam apostar quantias vultuosas pensando ganhar um dinheiro fácil. Uma vez apostado somas altas Eddie finalmente se revela mostrando toda sua grande habilidade no jogo. Sem emprego, casa ou destino, Eddie vai levando sua vida partida após partida, até enfrentar um grande jogador como ele, Minnesota Fats (Jackie Gleason) . O destino desse confronto vai mudar os rumos de sua vida. Eddie pretende vencer o grande mestre para provar a si mesmo que é um vencedor e não um fracassado como foi definido por Bert Gordon (George C. Scott), um agenciador de apostas e escroque local. 

É impressionante a quantidade de grandes filmes na carreira de Paul Newman. Aqui ele realiza uma de suas atuações mais brilhantes, tanto que foi indicado ao Oscar de Melhor ator. Injustamente não venceu o prêmio mas a justiça se faria anos depois quando Newman retornaria ao mesmo personagem em "A Cor do Dinheiro" ao lado de Tom Cruise. Após tanto tempo Paul Newman finalmente sairia vencedor na categoria. Justiça tardia mas bem-vinda certamente. Outro atrativo do elenco é a presença de Jackie Gleason como Minnesota Fats. O comediante se revela um ator dramático de mão cheia. "Desafio à Corrupção" foi indicado a vários prêmios, inclusive Melhor Filme, mostrando sua imensa qualidade cinematográfica. O roteiro, muito bem escrito, disseca a tênue linha existente entre a vitória e a derrota. A vida é representada pela mesa de bilhar, onde destinos parecem fluir ao sabor das tacadas, resultando numa excelente metáfora sobre a vida e morte dos personagens. "The Hustler" é uma obra prima do cinema. Simplesmente obrigatório.  

Desafio à Corrupção (The Hustler, Estados Unidos, 1961) Direção: Robert Rossen / Roteiro: Sidney Carroll, Robert Rosset baseado na obra de Walter Tevis / Elenco: Paul Newman, Jackie Gleason, Piper Laurie, George C. Scott, Murray Hamilton / Sinopse: Eddie Felson (Paul Newman) é um "Hustler", um enganador de mesas de sinuca. Se fazendo passar por um "pato" ele leva pessoas a apostarem grandes somas de dinheiro com ele. Após apostado todo o dinheiro ele finalmente se revela como o grande jogador que é, ganhando a aposta.  

Pablo Aluísio.

A Casa Silenciosa

Jovem garota, seu tio e seu pai vão até uma casa antiga pertencente à sua família com a finalidade de consertar algumas coisas para coloca-la à venda. O local é escuro e está em mal estado. O que eles não contavam é que estranhos acontecimentos rondam a velha construção. Bem interessante esse “A Casa Silenciosa”. Na verdade se trata do remake americano do filme "La casa muda" que conseguiu uma boa repercussão quando foi lançado. Para quem já viu o original nenhuma surpresa porém o filme pode ser uma boa opção para os que não conhecem a estória e nem o mistério que ronda a casa na floresta. Particularmente gostei do desfecho dos acontecimentos pois acabamos descobrindo que nada é o que aparenta ser. O enredo também foge dos velhos clichês de filmes de casas mal assombradas e aposta numa abordagem mais pé no chão, explorando com bastante eficiência o tema do abuso infantil. Comentar mais seria temerário então cesso por aqui os comentários sobre o roteiro e o argumento do filme.

“A Casa Silenciosa” joga muito com os sustos que se encontram na penumbra do ambiente. Não esqueço uma frase muito inteligente do Stephen King afirmando que a raiz de todos os medos do ser humano se acentua muito quando nos deparamos com uma porta entreaberta para um quarto escuro. Ele tem razão e esse filme explora muito bem esse tipo de situação. A garota passa quase todo o tempo indo de quarto e quarto da casa, totalmente escura ou com iluminação insuficiente. Só esse jogo de sombras já equivale a mais da metade do suspense e terror de “Silent House”. Outro aspecto curioso é o fato de que mesmo os clichês são justificáveis pelo estado de terror com que se encontra a garota. Nesse ponto não há trégua, a tensão realmente está presente da primeira à última cena e nada do que surge em cena é gratuito. A Casa Silenciosa foi dirigido pelo casal Chris Kentis e sua esposa Laura Lau. Seu filme mais famoso até o momento é o singular “Mar Aberto”, onde jovens turistas são esquecidos em alto mar, cercados por tubarões famintos por todos os lados. Lembro que essa produção causou reações extremas na época de seu lançamento, sendo que alguns amaram e outros odiaram o resultado. Certamente “A Casa Silenciosa” vai pelo mesmo caminho. De qualquer forma recomendo pois o filme consegue ser eficiente naquilo que se propõe sem ofender a inteligência do espectador.

A Casa Silenciosa (Silent House, Estados Unidos, 2011) Direção: Chris Kentis e Laura Lau / Roteiro: Gustavo Hernández, Laura Lau / Elenco: Elizabeth Olsen, Adam Trese, Eric Sheffer / Sinopse: Jovem garota (Elizabeth Olsen), seu tio e seu pai vão até uma casa antiga pertencente à sua família com a finalidade de consertar algumas coisas para coloca-la à venda. O local é escuro e está em mal estado. O que eles não contavam é que estranhos acontecimentos rondam a velha construção.

Pablo Aluísio.

Vítimas de Uma Paixão

Uma série de mortes ligadas a anúncios pessoais em jornais acaba levando o policial Frank Keller (Al Pacino) a uma suspeita muito bonita e sensual, Helen (Ellen Barkin). Não demora muito para o policial se apaixonar por ela. Resolvi rever recentemente "Sea of Love". Fazia tanto tempo que tinha assistido pela última vez que resolvi recordar esse verdadeiro revival da carreira do mito Pacino. O ator aqui está em seu habitat natural interpretando um tira com problemas pessoais (um casamento destruído justamente por um colega de trabalho e um indisfarçável problema com bebidas). Esse tipo de caracterização sempre fica ótima na pele do Al. Ele, como grande ator que é, sabe como poucos fazer esse tipo (muito provavelmente porque cresceu ao redor de tiras assim em Nova Iorque, caras que viviam no limite). Ao seu lado ainda temos o simpático comediante bonachão John Godman, ainda ganhando destaque dentro do cinema na época. A produção na época foi encarada como um retorno de Pacino aos filmes comerciais. Ele havia de certa forma se queimado com o fracasso monumental do filme "Revolução" mas aos poucos foi retomando o rumo do sucesso.

Por fim como seu interesse romântico temos em cena a atriz Ellen Barkin, muito charmosa e sensual, aqui esbanjando no visual exagerado tipicamente 80´s (com muito laquê no cabelo e maquiagem pesada). O filme não chega aos pés de outros clássicos policiais da carreira de Al Pacino como o sempre lembrado "Serpico" mas consegue manter o interesse e o suspense durante toda a sua duração. A trilha sonora e os momentos calientes ajudam muito nesse aspecto. Pena que o diretor Harold Becker não tenha feito nada de muito relevante depois desse filme. Digno de nota mesmo apenas sua outra bem sucedida parceria ao lado de Pacino em "City Hall". Muito pouco para quem prometia tanto. De qualquer modo assista "Sea of Love" caso não tenha visto ainda, certamente você não vai se arrepender.

Vítimas de Uma Paixão (Sea Of Love, Estados Unidos, 1989) Direção: Harold Becker / Roteiro: Richard Price / Elenco: Al Pacino, Ellen Barkin, John Goodman, Michael Rooker, Richard Jekins, William Hickey, Samuel L. Jackson. / Sinopse: Uma série de mortes ligadas a anúncios pessoais em jornais acaba levando o policial Frank Keller (Al Pacino) a uma suspeita muito bonita e sensual, Helen (Ellen Barkin). Não demora muito para o policial se apaixonar por ela.

Pablo Aluísio.

X-Men: Primeira Classe

Certamente Hollywood não iria deixar essa franquia de lado. Embora o último filme tenha sido de certa forma definitivo, fechando inclusive a estória, não restavam dúvidas que mais cedo ou mais tarde os mutantes de Stan Lee voltariam às telas. Vivemos atualmente uma verdadeira moda de filmes baseados em personagens de quadrinhos e sendo X-Men um dos mais populares desse universo era certo que eles voltariam de um jeito ou de outro. A solução aqui foi recomeçar tudo praticamente do zero. "X-Men: Primeira Classe", como seu próprio nome sugere, é o começo de uma nova série de filmes, com novos atores e nova proposta. A boa notícia é que esse primeiro filme é divertido, tem bons efeitos, um roteiro bem bolado e bom elenco. Dito isso é interessante salientar também que não é, na minha opinião, um filme isento de falhas. 

O filme caminha bem mas não consegue fugir da fórmula dos demais da franquia X-Men. Essa inclusive foi uma das decepções que tive. Após ler sobre ele antes de assistir fiquei com a impressão que esse seria o mais singular da série, algo mais inovador, mas isso definitivamente não acontece. Claro que seu diferencial é explicar a origem de muitos dos principais personagens da série porém não foge do formulaico para isso. Um pouco mais de ousadia dos realizadores cairia bem. Assim acabamos ficando com sabor de Deja Vu. Perceba que as coisas meio que se repetem. O grupo é formado, eles se conhecem, há um período de treinamento, etc, etc. Nesse quesito mais do mesmo. O grande mérito de First Class é realmente seu elenco (com muitos atores de seriados americanos como Damages, Mad Men, etc). O destaque obviamente vai para a estrela adolescente Jennifer Lawrence. Bonita e talentosa ela rouba todas as cenas em que aparece. O vilão interpretado por Kevin Bacon é outro ponto positivo. De certa forma ele me lembrou muito os primeiros vilões da franquia 007 e como a trama do filme é passada nos anos 60 então encaixou bem. Já Magneto e Xavier são personagens tão carismáticos que funcionam por si mesmos. Então é isso. First Class é um bom filme? Certamente. É inovador dentro da franquia? Não. De qualquer forma vale a pena assistir.  

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, Estados Unidos, 2011) Direção: Matthew Vaughn / Roteiro: Ashley Miller, Zack Stentz baseados nos personagens criados por Stan Lee para a Marvel Comics / Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Kevin Bacon, Rose Byrne, January Jones / Sinopse: Grupo de mutantes são reunidos em uma mesma instituição para ensino e treinamento liderados pelo professor Charles Xavier (James McAvoy). 

Pablo Aluísio.