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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Birdman

Título no Brasil: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Título Original: Birdman
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Alejandro González Iñárritu
Roteiro: Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone
Elenco: Michael Keaton, Edward Norton, Zach Galifianakis, Emma Stone, Naomi Watts, Amy Ryan
  
Sinopse:
Riggan (Michael Keaton) é um velho ator que no passado fez muito sucesso com a adaptação de um personagem em quadrinhos chamado Birdman no cinema. Agora, decadente e sem propostas, ele decide arriscar seus últimos recursos para montar uma peça dramática na Broadway em Nova Iorque. Com uma produção complicada, repleta de atores temperamentais e com problemas de relacionamento, aliado a uma crítica abertamente hostil ao seu trabalho, Riggan precisa vencer nos palcos para continuar vivo e isso não apenas do ponto de vista profissional. Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Michael Keaton) e Melhor Roteiro. Indicado a onze Oscars, inclusive nas categorias de Melhor Filme, Roteiro, Fotografia, Ator (Michael Keaton), Ator Coadjuvante (Edward Norton) e Atriz Coadjuvante (Emma Stone). Filme vencedor do Oscar 2015 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção (Alejandro González Iñarritu), Melhor Roteiro Original (Alejandro G. Iñarritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr. e Armando Bo) e Melhor Direção de Fotografia (Emmanuel Lubezki).

Comentários:
A grande quantidade de indicações e prêmios ao redor do mundo é plenamente justificada. "Birdman" é de fato um grande filme. Inicialmente você fica meio surpreso como a forma em que tudo se desenvolve. Temos esse ator de meia idade, já decadente, jogando suas últimas fichas em uma peça teatral a ser encenada na Broadway. Sua última ambição é ser levado à sério, algo complicado já que as pessoas não conseguem dissociar sua imagem de um filme de sucesso do passado onde ele interpretou um personagem de quadrinhos chamado "Birdman". Após aqueles anos iniciais gloriosos a idade finalmente chegou, os convites de Hollywood sumiram e tudo o que sobrou foi uma velha celebridade deprimida, angustiada, com problemas emocionais e crises psicológicas. Tentar algo no teatro e logo no berço sagrado da Broadway se revela realmente algo muito ambicioso e para muitos pretensioso demais. Para piorar os bastidores da peça são completamente caóticos. Há problemas em arranjar dinheiro, os atores são pessoas emocionalmente instáveis e uma arrogante crítica da cidade acha um absurdo e um disparate um ator de cinema, vindo de adaptações de quadrinhos de Hollywood, ter a petulância de tentar vencer nos mesmos palcos que um dia viram desfilar alguns dos maiores talentos dramáticos dos Estados Unidos. 

Eu apreciei cada momento desse roteiro. Ele é muito bem escrito e tenta desvendar a alma desse personagem cativante, um velho ator, que sabe que o tempo passou e ele ficou para trás. O paralelo que se cria com a própria carreira de Michael Keaton se torna muito forte, até porque ele também se notabilizou por interpretar um herói de quadrinhos no cinema, o Batman. É certamente de se louvar a coragem de Keaton em encarar esse tipo de papel de frente, de peito aberto e sem receios. Tenho certeza que no mundo dos egos inflados da indústria cinematográfica americana poucos se arriscariam a viver tal personagem. O interessante é que seu papel também me lembrou muito de outros astros que tiveram uma existência profissional marcada por um personagem forte demais que jamais o abandonaram, por mais talentosos que fossem, como Christopher Reeve, por exemplo. Edward Norton, mais uma vez, também se destaca, principalmente ao dar vida a esse atorzinho cretino que está mais interessado em sair com as mulheres que encontra pela frente do que com o sucesso efetivo da peça. Outra coisa que me deixou realmente gratificado foi acompanhar a linha narrativa, ora em uma visão objetiva do que se passa, ora de forma subjetiva, nos fazendo entrar na mente do personagem de Keaton, ouvindo o que ele ouve, vendo suas alucinações e sentindo suas emoções. Uma grande aula de cinema que também presta uma bela homenagem ao mundo do teatro. Um filme realmente completo, sob todos os pontos de vista. Obra prima.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Para o Que Der e Vier

Título no Brasil: Para o Que Der e Vier
Título Original: Are You Here
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Gilbert Films
Direção: Matthew Weiner
Roteiro: Matthew Weiner
Elenco: Owen Wilson, Zach Galifianakis, Amy Poehler
  
Sinopse:
Dallas (Owen Wilson) e Ben (Zach Galifianakis) são amigos desde a infância. Agora, quarentões, passam o dia fumando maconha na casa caindo aos pedaços de Ben. Dallas pelo menos tem um emprego medíocre como "homem do tempo" em um noticiário de TV local de quinta categoria. Ben é um intelectual, mas nunca conseguiu se endireitar na vida. Vive desempregado, passando por apuros financeiros. Além disso mora em um trailer! Ele tem várias ideias mirabolantes porém jamais as coloca em prática. Quando seu pai morre, Ben se torna herdeiro de uma fortuna avaliada em 2,5 milhões de dólares, algo que enfurece sua irmã raivosa Terry (Amy Poehler) que definitivamente não fica satisfeita com a parte da herança que lhe cabe.

Comentários:
Bom filme. A presença dos comediantes Owen Wilson e Zach Galifianakis pode em um primeiro momento passar a impressão que se trata de uma comédia escrachada, dessas de fazer você rolar de rir pelo chão, mas não! Claro que o humor está presente, principalmente quando os amigos se juntam e começam a falar e fazer besteiras, mas isso nem é a tônica principal do filme. Há um bom roteiro por trás de tudo que procura explorar a complicada relação entre uma irmã que sempre procurou fazer tudo certo e um irmão que não parece muito antenado com a vida e que prefere passar o dia inteiro fumando maconha com o amigo. Grande parte do enredo se passa numa daquelas cidadezinhas americanas do meio oeste onde todos parecem se conhecer. O personagem de Zach Galifianakis é um achado, um sujeito que vive chapado, mas que tem bom coração e boas intenções e que de repente se vê milionário da noite para o dia. Já Owen Wilson retorna ao seu tipo habitual, a do cara boa praça, que não parece se preocupar muito com a vida e que vai levando em frente sua existência sem planejar muito ou se preocupar com o futuro. Ele também repete de certa forma sua caracterização que fez tanto sucesso em "Penetras bons de bico" pois aqui seu personagem também é um canastrão, levemente cafajeste, que tenta levar todas as garotas que encontra pela frente para a cama. Enfim, diversão garantida.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Jogos de Amor em Las Vegas

Título no Brasil: Jogos de Amor em Las Vegas
Título Original: What Happens in Vegas
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tom Vaughan
Roteiro: Dana Fox
Elenco: Cameron Diaz, Ashton Kutcher, Queen Latifah, Krysten Ritter, Zach Galifianakis

Sinopse:
O enredo conta a estória de um casal de desconhecidos que acaba se conhecendo em um casinho. Numa noite de bebedeiras em Las Vegas, a cidade do pecado, se casam. Como se não bastasse um deles ganha na loteria se tornando também milionário da noite para o dia. Não tardará para que o casal de pombinhos inconseqüentes comecem a brigar pelo dinheiro pois afinal se estavam casados a grana deve ser repartida entre eles!

Comentários:
Cameron Diaz e Ashton Kutcher são ídolos do cinema mas sinceramente será que algum dia vão realmente estrelar algum filme bom? Pergunto porque a filmografia de ambos são repletas de bombas e abacaxis sem fim. Um exemplo é esse “Jogos de Amor em Las Vegas”. Como se pode perceber é uma comédia romântica só que muito inverossímil, sem graça e com argumento absurdo e sem sentido nenhum. O enredo conta a estória de um casal de desconhecidos que acabam tendo um casinho. Numa noite de bebedeiras em Las Vegas, a cidade do pecado, acabam se casando. Como se não bastasse um deles acaba tirando a sorte grande em um dos cassinos da cidade se tornando também milionário da noite para o dia. Não tardará para que o casal de pombinhos inconseqüentes comecem a brigar pelo dinheiro pois afinal se estavam casados a grana deve ser repartida entre eles!

Não há muita salvação aqui, o filme é realmente muito boboca, totalmente sessão da tarde, sem graça e baseado num absurdo. Para ser ter uma idéia da bobagem que é o roteiro, em determinado momento do filme um juiz de direito força os dois a ficarem casados!!! Isso não existe, coisa de roteirista sem noção que não tem mais nenhuma idéia interessante na cabeça. Para piorar o filme nunca se decide se abraça a comédia pastelão ou se vira uma bobagem romântica melosa. A química entre Cameron Diaz e Ashton Kutcher é zero durante todo o filme. Também pudera, não são realmente atores de verdade mas modelos que viraram atores por conveniência. Como não há nenhum grande talento dramático em cena tudo desanda para a vergonha alheia. Enfim, “Jogos de Amor em Las Vegas” é bem ruim, no fundo não passa de filmeco e futuro candidato a passar mil vezes nas sessões da tarde da vida. Dispense sem cerimônia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Se Beber Não Case

É bem complicado entender o gosto do grande público. Algumas superproduções acabam não fazendo sucesso nenhum enquanto outros filmes que ninguém apostava se tornam grandes sucessos de bilheteria. Esse último caso parece ser o de “Se Beber Não Case”, comédia que chegou aos cinemas sem nenhum alarde e começou a crescer assim que se espalhou a chamada “propaganda boca a boca”. Agora complicado mesmo é entender o que tanta gente viu de especial nessa comédia. A estória se passa em Las Vegas, a cidade do pecado, no dia seguinte a uma despedida de solteiro que ao que tudo indica saiu do controle. São três amigos, que seriam os padrinhos de casamento do noivo mas que acabam acordando com uma tremenda ressaca em um quarto de hotel da cidade. Para piorar eles não tem a menor idéia do que aconteceu na noite anterior.

O roteiro assim começa a desvendar os acontecimentos, seguindo determinadas “pistas” que vão surgindo pelo caminho, inclusive com a presença de um tigre, isso mesmo, um tigre do boxeador Mike Tyson. Em minha opinião são dois os problemas básicos de “Se Beber Não Case”. O primeiro e mais evidente é o fato de ser uma comédia de uma piada só. Os caras beberam além da conta, ficaram chapados e amanhecem arrasados, tentando entender o que aconteceu. E é só isso o que acontece. O segundo problema do filme é seu ritmo irregular, que perde o timing necessário para comédias desse estilo. Basta lembrar de “A Última Festa de Solteiro”, clássico do humor dos anos 80, para perceber isso. De positivo apenas a sempre divertida presença do ator Zach Galifianakis. Fora isso nada mais digno de nota – a não ser que você ache realmente engraçado ficar por quase duas horas vendo um bando de marmanjos de ressaca!

Se Beber Não Case (The Hangover, Estados Unidos, 2009) Direção: Todd Phillips / Roteiro: Jon Lucas, Scott Moore / Elenco:  Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha, Heather Graham, Mike Tyson / Sinopse: Um grupo de caras acordam com uma grande ressaca em Las Vegas. Eles não lembram exatamente o que aconteceu na noite anterior e começam a se surpreender com o que encontram no quarto de hotel onde estão.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Um Jantar Para Idiotas

É aquele tipo de comédia que você vai assistir sem expectativa nenhuma. O filme é aquela coisa toda de comédia americana mas tem algumas peculiaridades interessantes. De certa forma o personagem do Steve Carell me lembrou muito os papéis que Jerry Lewis fazia nas décadas de 1950 e 1960. São ambos idiotas (no sentido mais ameno do termo) que possuem uma certa ternura, uma inocência em relação ao mundo que os tornam cativantes e carismáticos. Entre eles o que mais se destaca é o interpretado pelo ator e comediante Zach Galifianakis (de "Se Beber Não Case"). Seu modo completamente estúpido de ser logo se torna destaque no meio daquela coleção de personagens bizarros. Ele não faz força para ser engraçado, na realidade me lembrou muito uma frase do Chaplin que dizia que o sucesso para fazer rir era parecer o mais sério e natural possível. O Zach tem muito disso, ele não faz graça de forma alarmante como um Jim Carrey, por exemplo, mas sim o extremo oposto disso, geralmente apenas surgindo em cena, o que basta para ficar engraçado.

O enredo é dos mais simplórios. Tim (Paul Rudd) é um profissional tentando vencer na vida que acaba sendo designado para organizar o chamado “Jantar Para Idiotas”, um evento onde ele deverá convidar as mais estranhas e bizarras personalidades para servirem de entretenimento e diversão para ricaços entediados. Até aí nada demais, há cenas realmente engraçadas e outras que simplesmente não funcionam. O enredo se passa quase que inteiramente no tal jantar e os humoristas vão se sucedendo na tentativa de fazer rir o espectador. A trilha sonora é excepcionalmente boa - tem até The Beatles, imagine você! - mas tirando isso (e algumas coisas que realmente me fizeram rir) o filme é apenas ok. O ator Paul Rudd, por exemplo, segue com sua sina de "ator escada" para os comediantes. Sorte dele já que sozinho provavelmente não funcionaria. O filme é isso, uma comédia bem despretensiosa, se você não esperar muito pode até quem sabe dar algumas risadas com ela. PS: Antes que me esqueça, os ratinhos são um charme!

Um Jantar Para Idiotas (Dinner for Schmucks, Estados Unidos, 2010) Direção: Jay Roach / Roteiro: Andy Borowitz, David Guion, Michael Handelman / Elenco: Steve Carell, Paul Rudd, Zach Galifianakis, Jemaine Clement, Jeff Dunham, Bruce Greenwood, Ron Livingston, Stephanie Szostak / Sinopse: Tim (Paul Rudd) é um bem sucedido empresário que acaba sendo designado para organizar o chamado “Jantar Para Idiotas”, um evento onde ele deverá convidar as mais estranhas e bizarras personalidades para servirem de entretenimento e diversão para ricaços entediados.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Um Parto de Viagem

A comédia americana anda numa fase bem ruinzinha. Um exemplo é esse "Um Parto de Viagem", que basicamente é uma comédia sem graça! Isso mesmo. O roteiro tenta (e muito) injetar boas doses de humor nas cenas mas tudo o que consegue é arrancar raros sorrisos amarelos do público. O problema é que na falta de inteligência e sutileza os roteiristas partiram logo para a apelação de cenas vulgares e grotescas (como a da masturbação) ou de violência física (que surgem em profusão ao longo do filme). O pior é que nem com todo arsenal o filme consegue ter a menor graça - e quando uma comédia não tem graça tudo o que sobra é a vergonha alheia e o constrangimento.

Na minha opinião o grande problema do filme é o ator Robert Downey Jr e seu personagem. Basicamente o Robert está lá como escada de Zach Galifianakis, mas seu personagem é tão antipático, grosseiro e chato que leva o humor do filme para o ralo. O Zach é bom ator, bom comediante, mas o problema é que pelo menos aqui não teve material decente para trabalhar. E fica muito complicado tirar humor contracenando com o Downey Jr. Enfim, não tenho outro termo para "Um Parto de Viagem" a não ser o de road movie de humor sem graça. Se você quiser se divertir e rir muito sugiro outro filme, porque com esse aqui não vai dar pé.

Um Parto de Viagem (Due Date, Estados Unidos, 2010) Direção: Todd Phillips / Roteiro: Alan R. Cohen, Alan Freedland, Adam Sztykiel, Todd Phillips / Elenco: Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Michelle Monaghan, Juliette Lewis, Jamie Foxx, Alan Arkin, Matt Walsh, RZA, James Martin Kelly, Mimi Kennedy, Rhoda Griffis. / Sinopse: Peter Highman (Robert Downey Jr.) acaba tendo que viajar ao lado do espalhafatoso e estranho Ethan Tremblay (Zach Galifianakis), o que irá gerar muitas confusões durante a viagem.

Pablo Aluísio.