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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Dona Flor e Seus Dois Maridos

Título no Brasil: Dona Flor e Seus Dois Maridos
Título Original: Dona Flor e Seus Dois Maridos
Ano de Produção: 1976
País: Brasil
Estúdio: Embrafilme
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Bruno Barreto, baseado na obra de Jorge Amado
Elenco: Sônia Braga, José Wilker, Mauro Mendonça, Nelson Xavier, Dinorah Brillanti, Arthur Costa Filho

Sinopse:
Na história temos Dona Flor (Sônia Braga) que após a morte do marido Vadinho (José Wilker) decide se casar novamente com um respeitável dono de farmácia em Salvador. O problema é que ele é mais velho e um grande chato. Vadinho era pura alegria, farrista, vivia de carnaval em carnaval. Era um cafajeste, mas Flor amava ele. E assim ele retorna, do mundo dos mortos, para tentar de novo a sua antiga esposa. Filme indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de melhor filme estrangeiro.

Comentários:

Durante muitos anos esse filme foi a maior bilheteria do cinema brasileiro. As razões são até bem fáceis de entender. A atriz Sônia Braga na época era uma das estrelas mais populares das novelas da Globo. Ela representava a pura sensualidade morena da mulher brasileira. Suas novelas, como Gabriela, estavam entre as mais assistidas do país. O interesse em seu trabalho no cinema era natural. O roteiro era baseado em um dos melhores livros da grande obra literária de Jorge Amado e a direção de Bruno Barreto se mostrou perfeita. Com tantos elementos certos, o filme realmente não poderia dar errado. Um dos aspectos interessantes aqui é que o livro de Jorge Amado conseguia, com rara sensibilidade, unir o lado mais sensual do povo brasileiro com suas crenças místicas, espirituais. Vadinho retorna ao mundo dos vivos através do candomblé, uma das ricas heranças culturas da cultura afro em nosso país. Dois elementos, corpo e alma, unidos em uma história divertida e muito simbólica. A alma do povo brasileiro poucas vezes foi tão bem capturada como nesse clássico do cinema nacional. Houve um remake em 2017, mas esqueça esse novo filme. A versão definitiva é justamente essa da década de 1970, simplesmente insuperável.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Guerra de Canudos

Título no Brasil: Guerra de Canudos
Título Original: Guerra de Canudos
Ano de Produção: 1997
País: Brasil, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Rio Filme
Direção: Sergio Rezende
Roteiro: Paulo Halm, Sergio Rezende
Elenco: José Wilker, Cláudia Abreu, Paulo Betti, Marieta Severo, José de Abreu, Selton Mello
  
Sinopse:
Filme baseado em um fato histórico real, "Guerra de Canudos" recria o terrível conflito armado que aconteceu no interior do nordeste brasileiro entre as forças armadas e um grupo de pessoas liderados por um líder religioso carismático chamado de Antônio Conselheiro (José Wilker). Pregando o fim dos tempos, ele conseguiu reunir uma grande população em um pequeno vilarejo chamado Canudos. Pregando contra o fim da monarquia e se declarando independente do resto do país, Conselheiro acabou se tornando um alvo para o governo, dando origem a um massacre sem precedentes na história do Brasil. 

Comentários:
Eu gosto bastante desse filme. Aliás sou meio suspeito para opinar pois sempre gostei de filmes adaptados de eventos marcantes da história do Brasil. O beato Antônio Conselheiro acabou sendo um desses protagonistas da história que até hoje segue sendo motivo de muitas controvérsias. Teria sido ele um lunático, um fanático religioso ou um homem com uma visão de mundo bem a frente de seu tempo? O bom roteiro dessa produção prefere apenas contar corretamente todos os fatos históricos, sem se tornar panfletário de uma causa ou uma mera propaganda ideológica. Assim acabou encontrando o caminho certo para o bom cinema. Até porque a história desse homem místico já é por si só demais interessante. Outro aspecto digno de nota que também vale ressaltar é o fato de que o massacre de Canudos jamais foi esquecido, mesmo após dois séculos. Um dos momentos mais curiosos e singulares da história do nosso país também deu origem a um banho de sangue que mesmo hoje em dia jamais podemos compreender bem. Que Antônio Conselheiro era um homem estranho, com ideias fora do comum, isso todos os historiadores já sabem bem. Agora, era necessário mesmo uma verdadeira guerra apenas por ele pensar diferente do poder dominante? Afinal qual seria a importância de uma vilazinha no meio do semi árido nordestino para o resto de um país continental como o Brasil? Assista ao filme e tente entender ou encontrar todas essas respostas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Curandeiro da Selva

Título no Brasil: O Curandeiro da Selva
Título Original: Medicine Man
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Films
Direção: John McTiernan
Roteiro: Tom Schulman, Sally Robinson
Elenco: Sean Connery, Lorraine Bracco, José Wilker

Sinopse: 
Um excêntrico pesquisador, Dr. Robert Campbell (Sean Connery) realiza suas pesquisas na floresta Amazônica e luta por sua preservação pois defende que a cada metro quadrado de floresta destruída a ciência perde a oportunidade de encontrar a cura para várias doenças graves que assolam a humanidade. Apenas a preservação e a pesquisa vão tornar a selva ecologicamente sustentável e cientificamente aproveitável. Muitos porém não pensam como ele!

Comentários:
No auge da popularidade do movimento ecológico (lembrem-se que a Eco-92 foi realizada nesse mesmo ano no Rio de Janeiro) Hollywood lançou esse "O Curandeiro da Selva". O roteiro como não poderia ser diferente explora a questão da preservação das grandes florestas. É a velha luta entre desenvolvimento econômico versus preservação. É curioso também porque mostra uma certa hipocrisia por parte dos americanos. Enquanto em seu país praticamente todas as florestas existentes foram colocadas abaixo em nome do progresso eles se sentem agora na posição de dar lições de moral sobre isso a países em desenvolvimento como o Brasil. Afinal se a Amazônia ficasse dentro do território americano acredito que não existiria mais nem uma árvore em pé hoje em dia. A ideologia ecológica certamente é importante mas não na base de pensamentos tão superficiais como as do roteiro dessa produção. O filme em si é razoável, conta inclusive com atores brasileiros em seu elenco mas a mensagem infelizmente é bobinha demais. Assista, se divirta e jogue fora.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O Bem Amado

Eu sempre gostei do trabalho de Guel Arraes. Acho ele um diretor com muita imaginação e com uma linguagem de narração dinâmica, bem humorada e inovadora. Por isso fiquei bastante surpreso ao assistir esse "O Bem Amado". O filme é bem menos inovador e ousado que seus trabalhos anteriores. A impressão que tive foi que o diretor não teve a liberdade necessária para inovar como sempre faz. O roteiro segue os passos do original de Dias Gomes mas não consegue alcançar maiores vôos, ficando no chão onde outros filmes nacionais medianos estão, o que não deixa de ser uma frustração já que esperava qualquer coisa, menos que o filme fosse tão "quadradinho" em sua linha narrativa.

Em relação ao elenco temos altos e baixos. Marco Nanini é um grande ator e se sai muito bem na pele de Odorico, um personagem que no fundo é uma sátira em cima de todos os nossos políticos. Sua caracterização segue de certo modo os passos do trabalho que Paulo Gracindo fez na TV (e que diga-se de passagem era brilhante). Já José Wilker mudou o tom do famoso Zeca Diabo. Sai o humor que definia o personagem na interpretação de Lima Duarte e entra em cena uma caracterização bem mais sombria. Agora fraco mesmo é o trabalho que Matheus Nachtergaele fez em cima de Dirceu Borboleta. Sem graça e apático, não convence. Enfim, não adianta levar as comparações mais em frente. Só é necessário saber que essa nova versão de O Bem Amado não é tão boa quanto poderia ser e nem tão ruim como alguns imaginam. É apenas mediano, o que em se tratando de Guel Arraes é pouco, muito pouco.

O Bem Amado (Brasil, 2010) Direção: Guel Arraes / Roteiro: Guel Arraes, Claudio Paiva / Elenco: Marco Nanini, José Wilker, Caio Blat, Maria Flor, Matheus Nachtergaele, Zezé Polessa, Andréa Beltrão, Tonico Pereira, Drica Moraes, Bruno Garcia, Edmilson Barros / Sinopse: Baseado na obra "Odorico, o bem amado, os mistérios do amor e da morte" de Dias Gomes, o filme narra a estória do prefeito Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) da pequenina cidade de Sucupira. Falastrão, corrupto e enganador o prefeito tem como plataforma de governo a inauguração do cemitério da cidade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lista de Filmes - Edição VI

Eu
Marcelo (Tarcísio Meira) é um milionário brasileiro que sofre de crises de depressão e angústia. Procurando algum sentido na vida ele decide ir para uma bela casa de praia, cercado de mulheres sensuais e bonitas. Walter Hugo Khouri foi um dos cineastas mais interessantes do cinema brasileiro. Falecido em 2003, ele deixou uma filmografia importante. Praticamente todos os seus filmes traziam toques autobiográficos em seus roteiros, que aliás eram escritos pelo próprio Khouri. Esse aqui foi considerado até mais leve que outras obras anteriores de sua carreira. Nessa produção dos anos 80 o diretor teve a oportunidade de contar no elenco com um dos grandes nomes da TV brasileira, o eterno galã global Tarcísio Meira. Um bom filme, que transita bem por diversos gêneros cinematográficos. Foi lançado pela Embrafilme e até que fez bonito nas bilheterias, sendo um dos maiores sucessos da carreira do diretor./ Eu (Brasil, 1986) Direção: Walter Hugo Khouri / Roteiro: Walter Hugo Khouri / Elenco: Tarcísio Meira, Bia Seidl, Monique Lafond, Nicole Puzzi.

O Homem da Capa Preta
Ótimo filme nacional que conta uma história real, bastante curiosa, da política nacional. O protagonista é Tenório Cavalcanti (José Wilker), um político alagoano, conhecido por resolver problemas usando uma submetralhadora israelense que chamava de "Lourdinha". Foi vereador, deputado estadual, deputado federal e chegou a ser eleito governador do estado da Guanabara (atual Rio de Janeiro). O filme, como era de esperar, se baseia muito nas histórias folclóricas envolvendo esse personagem singular da história do Brasil. Ele fez sua carreira política em Duque de Caxias, uma região popular e violenta da cidade do Rio de Janeiro e como tal tinha que se prevenir de sofrer algum atentado. Por isso criou praticamente uma persona própria, sempre usando uma capa preta, andando armado e cercado de capangas. O filme é muito bom, muito embora quem esteja atrás da verdadeira história é melhor ir atrás de bons livros sobre ele, além de estudar o contexto histórico das décadas de 1930 e 1940, onde a maioria da história se passa. / O Homem da Capa Preta (Brasil, 1986) Direção: Sergio Rezende / Roteiro: Tairone Feitosa, José Louzeiro / Elenco: José Wilker, Marieta Severo, Jonas Bloch, Guilherme Karam.

Rock Estrela
No auge do rock Brasil, quando havia uma constelação de bons roqueiros brasileiros, o cinema também embarcou na moda, na onda. O resultado foi esse bom musical que era estrelado por um jovem e magro Léo Jaime, que inclusive cantava a música tema do filme. Por falar em música a trilha sonora era das melhores, contando com Tokyo (a banda do Supla), RPM (com o sucesso "Olhar 43"), Metrô (com a bonita "Johnny Love"), além de outros grupos menos conhecidos, mas divertidos, como o insano Dr. Silvana & Cia. O roteiro era obviamente bobinho e genérico, sem nada para passar. O grande interesse vinha mesmo dos números musicais, pois é um dos filmes nacionais que melhor retrataram aquela geração dos anos 80. Pena que com o fim da década o rock brasileiro também entrou em um funil, sendo esmagado por outros gêneros musicais como o sertanejo e o axé. / Rock Estrela (Brasil, 1986) Direção: Lael Rodrigues / Roteiro: Luís Carlos Góes, Lael Rodrigues / Elenco: Leo Jaime, Diogo Vilela, Andrea Beltrão, Celso Blues Boy, Guilherme Karam, Malu Mader, Paulo Ricardo.

Os Saltimbancos Trapalhões
Os Trapalhões, grupo de humor formado por Renato Aragão, Dedê Santana, Mussum e Zacarias, foi um dos maiores campeões de bilheteria do cinema nacional. As filas davam voltas e mais voltas nos quarteirões, para a alegria dos donos de cinemas de todo o Brasil. De todos os filmes que fizeram (e foram muitos!) eles ganharam o reconhecimento da crítica justamente por causa desse "Os Saltimbancos Trapalhões", considerado até hoje a verdadeira "obra-prima" dos Trapalhões no cinema. Além da sempre e eficiente direção do veterano J.B. Tanko, o filme ainda tinha uma maravilhosa trilha sonora com músicas compostas por Chico Buarque. Quem as cantou no filme foi a talentosa Lucinha Lins, que estava ótima em seu papel. O roteiro do filme homenageia o mundo do circo e seus artistas, algo que era muito familiar para Dedê, que havia crescido nesse meio artístico. Enfim, um momento bem nostálgico e simpático do cinema nacional, trazendo os Trapalhões em sua melhor forma artística. / Os Saltimbancos Trapalhões (Brasil, 1981) Direção: J.B. Tanko / Roteiro: Renato Aragão, Luis Bacalov, Sergio Bardotti, Chico Buarque / Elenco: Renato Aragão, Dedê Santana, Mussum, Zacarias, Lucinha Lins.

A Misteriosa Morte de Natalie Wood
Natalie Wood foi uma das estrelas mais conhecidas da era de ouro do cinema americano. Em novembro de 1981 ela morreu afogada. A versão oficial dizia que ela estava bêbada quando tentou passar de um barco para o outro. Escorregou, caiu entre as duas embarcações e morreu afogada. Com os anos surgiram várias histórias que desmentiam essa versão oficial de sua morte. Uma delas afirmava que seu marido teria algo a ver com o seu afogamento. Verdade ou mentira? De qualquer maneira essa minissérie (que depois foi compilada em DVD, assumindo o formato de um longa-metragem) tentou contar essa estranha história. É um bom filme, valorizado por um igualmente bom elenco, com destaque para a atriz Justine Waddell que fez um bom trabalho interpretando a trágica Natalie Wood. Um fato curioso é que o filme acabou indo parar na justiça, onde os produtores acabaram sendo processados por Robert Wagner, o marido de Natalie na ocasião de sua morte. / A Misteriosa Morte de Natalie Wood (The Mystery of Natalie Wood, Estados Unidos, 2004) Direção: Peter Bogdanovich / Roteiro: Elizabeth Egloff, Suzanne Finstad / Elenco: Justine Waddell, Michael Weatherly, Matthew Settle, Colin Friels. 

Atrapalhando a Suat
Assim como os Beatles, os Trapalhões também se separaram em um breve período nos anos 80. O que resultou daí foi a saída de Dedé, Mussum e Zacarias do programa da Globo. De um lado, sozinho, ficou apenas Renato Aragão e seu personagem mais famoso, o Didi. Os outros 3 comediantes fundaram uma companhia cinematográfica chamada Demuza (com as iniciais dos nomes deles) e produziram essa comédia que foi lançada nos cinemas brasileiros. Filme bem fraquinho, com produção muito modesta. Se serviu para alguma coisa, pelo menos voltou a reunir o quarteto que a partir daqui não mais voltaria a se separar. Curiosamente assisti a esse filme no cinema! Só me recordo porque fui ver! Talvez porque eu tinha 10 anos em 1983. Coisa de criança que adorava os Trapalhões! / Atrapalhando a Suat (Brasil, 1983) Direção: Victor Lustosa, Dedé Santana / Roteiro: Victor Lustosa, Gilvan Pereira / Elenco: Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Ataíde, João Bourbonnais, Paulo Copacabana.

Pablo Aluísio.