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segunda-feira, 20 de julho de 2015

O Auto da Compadecida

Título no Brasil: O Auto da Compadecida
Título Original: O Auto da Compadecida
Ano de Produção: 2000                        
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Guel Arraes
Roteiro: Guel Arraes, Adriana Falcão, baseados na obra de Ariano Suassuna
Elenco: Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Rogério Cardoso, Denise Fraga, Diogo Vilela, Marco Nanini, Lima Duarte, Fernanda Montenegro 

Sinopse: 
João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) se envolvem em muitas confusões no interior do nordeste brasileiro quando tentam convencer o Padre João (Rogério Cardoso) a participar do enterro de uma cachorrinha. Some-se a isso ataque de cangaceiros e maridos ciumentos e você terá um belo retrato da cultura popular do nosso país. 

Comentários:
Eu considero Ariano Suassuna um dos grandes gênios das nossas letras. É isso não é uma frase vazia. A genialidade desse autor consistiu em tentar preservar a cultura popular, mais especificadamente nordestina, para acima de tudo mostrar seu valor. "O Auto da Compadecida" é até hoje considerada sua obra prima. O enredo de realismo fantástico mescla com grande talento e brilhantismo personagens reais, literatura de cordel e folclore. No meio de tudo surge o humor, muito bem escrito e interpretado pelos talentosos Matheus Nachtergaele e Selton Mello. A estória foi adaptada por Ariano a partir de um antigo cordel de feira que chegou em suas mãos quando era ainda muito jovem. Era um engraçado enredo onde um homem popular do nordeste tentava enterrar sua cachorrinha com tudo o que ela tinha direito, até com a presença de um padre na hora do funeral. Suassuna adaptou esse conto popular e inseriu no meio de tudo dois personagens reais que conheceu em sua infância no interior nordestino, os matutos picarescos João Grilo e Chicó. Curiosamente os Trapalhões já tinham realizado uma adaptação do "O Auto da Compadecida" alguns anos antes mas nada se compara a esse excelente trabalho de Guel Arraes. Um momento de orgulho para o cinema brasileiro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O Bem Amado

Eu sempre gostei do trabalho de Guel Arraes. Acho ele um diretor com muita imaginação e com uma linguagem de narração dinâmica, bem humorada e inovadora. Por isso fiquei bastante surpreso ao assistir esse "O Bem Amado". O filme é bem menos inovador e ousado que seus trabalhos anteriores. A impressão que tive foi que o diretor não teve a liberdade necessária para inovar como sempre faz. O roteiro segue os passos do original de Dias Gomes mas não consegue alcançar maiores vôos, ficando no chão onde outros filmes nacionais medianos estão, o que não deixa de ser uma frustração já que esperava qualquer coisa, menos que o filme fosse tão "quadradinho" em sua linha narrativa.

Em relação ao elenco temos altos e baixos. Marco Nanini é um grande ator e se sai muito bem na pele de Odorico, um personagem que no fundo é uma sátira em cima de todos os nossos políticos. Sua caracterização segue de certo modo os passos do trabalho que Paulo Gracindo fez na TV (e que diga-se de passagem era brilhante). Já José Wilker mudou o tom do famoso Zeca Diabo. Sai o humor que definia o personagem na interpretação de Lima Duarte e entra em cena uma caracterização bem mais sombria. Agora fraco mesmo é o trabalho que Matheus Nachtergaele fez em cima de Dirceu Borboleta. Sem graça e apático, não convence. Enfim, não adianta levar as comparações mais em frente. Só é necessário saber que essa nova versão de O Bem Amado não é tão boa quanto poderia ser e nem tão ruim como alguns imaginam. É apenas mediano, o que em se tratando de Guel Arraes é pouco, muito pouco.

O Bem Amado (Brasil, 2010) Direção: Guel Arraes / Roteiro: Guel Arraes, Claudio Paiva / Elenco: Marco Nanini, José Wilker, Caio Blat, Maria Flor, Matheus Nachtergaele, Zezé Polessa, Andréa Beltrão, Tonico Pereira, Drica Moraes, Bruno Garcia, Edmilson Barros / Sinopse: Baseado na obra "Odorico, o bem amado, os mistérios do amor e da morte" de Dias Gomes, o filme narra a estória do prefeito Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) da pequenina cidade de Sucupira. Falastrão, corrupto e enganador o prefeito tem como plataforma de governo a inauguração do cemitério da cidade.

Pablo Aluísio.