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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

George Harrison: Living in the Material World

Depois de ficar anos à sombra da dupla Lennon / McCartney finalmente um documentário de alto nível foca as luzes em George Harrison. Eu já assisti dezenas e dezenas de documentários sobre os Beatles antes mas como era de se esperar todos eles enfocavam muito mais John Lennon e Paul McCartney. George sempre era meio deixado de lado pois a personalidade da dupla principal do grupo ofuscava todo o resto. A própria personalidade de Harrison contribuiu de certa forma para que ele ficasse conhecido como o "Beatle quieto". Espiritualizado, seguidor de religiões orientais, Harrison acreditava em uma vida mais interior. Isso é bem demonstrado no filme com George caminhando pelo jardim de sua mansão no interior da Inglaterra, no depoimento de seu filho que afirma que Harrison odiava o fato dele estudar em uma escola militar e vários outros pequenos detalhes que mostram a verdadeira maneira de pensar e agir do artista. Aqui Martin Scorsese não inventa. Ele realizou um documentário ao velho estilo mesmo, intercalando depoimentos, fotos, imagens (várias caseiras) em um rico filme com quase 4 horas de duração.

Como todo filme criado do mosaico de depoimentos de várias pessoas diferentes que conviveram com Harrison em diferentes fases de sua vida, aqui o espectador vai também acabar se deparando com algumas contradições entre o que foi dito sobre o artista. Só para citar um exemplo: quando se enfoca o fim do primeiro casamento de George com Patty Boyd, surgem versões diferentes sobre o que realmente aconteceu e como George teria reagido ao fato de ter sido traído justamente pelo colega Eric Clapton. Esse ameniza a situação afirmando que George lidou muito bem com o término de seu casamento, se portando como um "gentleman". Já Patti diz algo completamente diferente ao afirmar que George teria ficado "furioso" com o acontecimento. No final das contas quem tem razão? No fundo não importa. O que é relevante é justamente encontrar impressões divergentes sobre a mesma pessoa. Isso acontece com todos e não seria diferente com George Harrison. Eu recomendo o filme primeiramente para os fãs dos Beatles pois quem não é fã e não conhece muito bem a história do grupo pode ficar um pouco perdido (por exemplo, não são bem explicadas as razões que levaram os Beatles a se separarem, etc). No apagar das luzes o grande mérito dessa produção é mostrar um sujeito que primava muito pela sua própria espiritualidade. Em vida ele sempre procurava da melhor forma possível encontrar o caminho de sua paz espiritual. Sua busca pelo interior cósmico enquanto vivia no mundo material é uma das histórias mais fascinantes da biografia dos Beatles. Nesse ponto o filme é muito bem sucedido. Ele capta extremamente bem essa face do músico inglês. Espero sinceramente que Harrison tenha encontrado finalmente a paz que tanto procurou em vida. Hare Krishma George!

George Harrison: Living In The Material World (Inglaterra, 2011) / Diretor: Martin Scorsese / Participações, depoimentos e arquivos de gravação com Paul McCartney, Terry Gilliam, Ringo Starr, John Lennon, Eric Idle, George Harrison / Produção: Olivia Harrison, Martin Scorsese, Nigel Sinclair / Sinopse: Documentário sobre a vida do ex-beatle George Harrison com muitas imagens inéditas de sua vida cotidiana e seu lado mais espiritualizado.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de janeiro de 2022

Monty Python - O Sentido da Vida

Título no Brasil: Monty Python - O Sentido da Vida
Título Original: The Meaning of Life
Ano de Produção: 1983
País: Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Terry Jones, Terry Gilliam
Roteiro: Graham Chapman, John Cleese
Elenco: Terry Jones, Terry Gilliam, Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin

Sinopse:
O grupo de humor britânico Monty Python tenta descobrir qual seria o sentido da vida, para isso usa diversas cenas cômicas onde tipos estranhos e bizarros desfilam pela tela. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de melhor música original.

Comentários:
Enquanto esteve junto a trupe do Monty Python fez muito sucesso, inicialmente na TV e depois no cinema. Eles faziam um tipo de humor ácido ao extremo, beirando até mesmo a vulgaridade e a canalhice completa. Dentro de um quadro como a da Inglaterra conservadora dos anos 80, era um choque e tanto. Nesse filme aqui não há necessariamente uma história central a se contar. Segundo os passos de seu programa na TV o grupo desfilava em diversas gags o seu estilo de fazer comédia. Entre os tipos que surgem no filme há um professor de uma escola tradicional que só fala em sexo, um homem rico e mega gordo que mal consegue andar e um militar completamente debiloide (uma das melhores cenas do filme), além da famosa cena dos peixinhos no aquário discutindo o sentido da vida (no mais puro humor inglês). Enfim, quem curte o Monty Python definitivamente não terá do que reclamar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

As Aventuras do Barão Munchausen

Título no Brasil: As Aventuras do Barão Munchausen
Título Original: The Adventures of Baron Munchausen
Ano de Produção: 1988
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Prominent Features
Direção: Terry Gilliam
Roteiro: Charles McKeown, Terry Gilliam
Elenco: John Neville, Eric Idle, Sarah Polley, Oliver Reed, Charles McKeown, Winston Dennis

Sinopse:
Karl Friedrich Hieronymus von Münchhausen, o Barão de Munchausen, decide contar toda as suas aventuras quando serviu como militar na guerra Russo-Austríaca, exagerando e muito nas suas próprias façanhas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção de arte, figurino, efeitos especiais e maquiagem.

Comentários:
O  Barão Munchausen viveu no século XVIII. Ele foi um homem de muita imaginação. Gostava de contar histórias e transformava a mania de contar mentiras, lorotas, em arte. Claro, não fazia isso por maldade ou para prejudicar ninguém. Era apenas uma forma de passar o tempo, divertindo seus amigos mais próximos. Suas conversas ficaram tão populares na época que o escritor Rudolf Erich Raspe resolveu reunir tudo em um único livro, de literatura juvenil. E foi justamente esse livro que preservou esses contos. Também se tornou a base do roteiro desse filme de Terry Gilliam, ex-membro do grupo de humor inglês Monty Python. Ele caprichou no visual do filme que mais parece um espetáculo circense da era medieval. Ficou bonito de se assistir, uma direção de arte que merecia mesmo ter vencido o Oscar. É um filme com visual único, singular. Porém é necessário ao espectador conhecer primeiro a história do verdadeiro Barão, para que tudo funcione bem. Eu me recordo que assisti ao filme em VHS. Achei tudo muito requintado. O filme é um retrato de uma época cultural, uma imagem do folclore europeu de então. Uma maneira de preservar os feitos imaginários daquele que acabou sendo conhecido como "o maior mentiroso da história". Isso claro, não no sentido pejorativo do termo, mas sim sob o ponto de vista da arte de se contar histórias.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Monty Python - E Agora Algo Completamente Diferente!

O grupo Monty Python revolucionou o humor inglês quando surgiu na segunda metade da década de 1960. Debochados, anárquicos e inteligentes eles apareceram em um momento interessante da cultura britânica. Sob sua verve cômica nada era poupado, nenhuma instituição real escapava das brincadeiras e sátiras. Em 1969 conseguiram seu próprio programa de TV chamado "Monty Python's Flying Circus" e a comédia televisiva jamais seria a mesma. O sucesso e a influência da trupe foram tamanhas que chegou até mesmo aqui no Brasil. Programas com nonsense, cheio de situações absurdas, como o extinto "TV Pirata" da Rede Globo era nitidamente uma tentativa brasileira de copiar o humor dos ingleses. Esse "Monty Python - E agora, Algo Completamente Diferente" foi o primeiro filme deles para o cinema. Na verdade trata-se em essência da sucessão de diversos quadros que ficaram célebres no programa de TV. Entre os mais divertidos estão o do homem de visão binocular, em ótima caracterização de John Cleese, e o da gangue das velhinhas inglesas. 

Além do humor negro, tipicamente britânico, o filme ainda traz animações dirigidas e criadas por Terry Gilliam. Dentro do grupo ele era o responsável pela parte dos desenhos que vão interligando as sequências de humor. Seu traço é muito característico, sem paralelos com nada na época. Geralmente feito de recortes de ilustrações clássicas, pinturas famosas e mosaicos da era vitoriana, Gilliam conseguia unir admiração e espanto, desconforto e humor, tudo na mesma panela de referências. Excelente. Depois do sucesso desse "And Now For Something Completely Different" o Monty Pyhton seguiu em frente no cinema realizando filmes cada vez mais ousados e divertidos como "A Vida de Brian" (onde satirizavam passagens bíblicas) e "Em Busca do Cálice Sagrado" (onde fazia humor em cima dos costumes históricos dos britânicos). Como vivemos uma falta de boas comédias atuais nada melhor do que revisitar a obra dessa trupe tão inteligente, engraçada e inovadora do fino humor inglês. Diversão garantida.  

Monty Python - E Agora Algo Completamente Diferente! (And Now For Something Completely Different, Inglaterra, 1972) Direção: Ian MacNaughton / Roteiro: Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin / Elenco: Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin, Carol Cleveland, Connie Booth, Lesley Judd / Sinopse: Série de quadros cômicos do programa "Monty Python's Flying Circus" transpostos para o cinema.  

Pablo Aluísio.