Jovem garota, seu tio e seu pai vão até uma casa antiga pertencente à sua família com a finalidade de consertar algumas coisas para coloca-la à venda. O local é escuro e está em mal estado. O que eles não contavam é que estranhos acontecimentos rondam a velha construção. Bem interessante esse “A Casa Silenciosa”. Na verdade se trata do remake americano do filme "La casa muda" que conseguiu uma boa repercussão quando foi lançado. Para quem já viu o original nenhuma surpresa porém o filme pode ser uma boa opção para os que não conhecem a estória e nem o mistério que ronda a casa na floresta. Particularmente gostei do desfecho dos acontecimentos pois acabamos descobrindo que nada é o que aparenta ser. O enredo também foge dos velhos clichês de filmes de casas mal assombradas e aposta numa abordagem mais pé no chão, explorando com bastante eficiência o tema do abuso infantil. Comentar mais seria temerário então cesso por aqui os comentários sobre o roteiro e o argumento do filme.
“A Casa Silenciosa” joga muito com os sustos que se encontram na penumbra do ambiente. Não esqueço uma frase muito inteligente do Stephen King afirmando que a raiz de todos os medos do ser humano se acentua muito quando nos deparamos com uma porta entreaberta para um quarto escuro. Ele tem razão e esse filme explora muito bem esse tipo de situação. A garota passa quase todo o tempo indo de quarto e quarto da casa, totalmente escura ou com iluminação insuficiente. Só esse jogo de sombras já equivale a mais da metade do suspense e terror de “Silent House”. Outro aspecto curioso é o fato de que mesmo os clichês são justificáveis pelo estado de terror com que se encontra a garota. Nesse ponto não há trégua, a tensão realmente está presente da primeira à última cena e nada do que surge em cena é gratuito. A Casa Silenciosa foi dirigido pelo casal Chris Kentis e sua esposa Laura Lau. Seu filme mais famoso até o momento é o singular “Mar Aberto”, onde jovens turistas são esquecidos em alto mar, cercados por tubarões famintos por todos os lados. Lembro que essa produção causou reações extremas na época de seu lançamento, sendo que alguns amaram e outros odiaram o resultado. Certamente “A Casa Silenciosa” vai pelo mesmo caminho. De qualquer forma recomendo pois o filme consegue ser eficiente naquilo que se propõe sem ofender a inteligência do espectador.
A Casa Silenciosa (Silent House, Estados Unidos, 2011) Direção: Chris Kentis e Laura Lau / Roteiro: Gustavo Hernández, Laura Lau / Elenco: Elizabeth Olsen, Adam Trese, Eric Sheffer / Sinopse: Jovem garota (Elizabeth Olsen), seu tio e seu pai vão até uma casa antiga pertencente à sua família com a finalidade de consertar algumas coisas para coloca-la à venda. O local é escuro e está em mal estado. O que eles não contavam é que estranhos acontecimentos rondam a velha construção.
Pablo Aluísio.