sábado, 10 de outubro de 2015

O Conde Drácula

Título no Brasil: O Conde Drácula
Título Original: Scars of Dracula
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra
Estúdio: EMI Films, Hammer Film Productions
Direção: Roy Ward Baker
Roteiro: Anthony Hinds, baseado na obra de Bram Stoker
Elenco: Christopher Lee, Dennis Waterman, Jenny Hanley

Sinopse:
Um jovem, Paul Carlson (Christopher Matthews), está em uma viagem a negócios e acaba indo parar no sinistro castelo de um nobre, o Conde Drácula (Christopher Lee). Depois disso nunca mais é visto. Seu irmão, Simon (Dennis Waterman), resolve ir atrás do paradeiro de Paul e acaba indo parar na região onde o misterioso Drácula tem seu domínio. O que afinal terá acontecido com Paul Carlson?

Comentários:
Mais uma adaptação do imortal Conde Drácula. Só o simples fato de ser estrelado por Christopher Lee e o filme ter sido produzido pela ótima Hammer já desperta o interesse. Some-se a isso ainda a curiosidade de ter sido um dos últimos de Lee na capa do vampiro e você entenderá porque a produção ainda é tão reverenciada pelos fãs do gênero. Talvez o filme revisto hoje em dia soe um tanto datado principalmente por causa dos primitivos efeitos especiais (como o morcego de borracha que parece ter encantado o diretor, que o utiliza em muitos momentos do filme) mas mesmo assim "Scars of Dracula" mantém seu charme nostálgico intacto. Uma das curiosidades é que pela primeira vez Drácula surge com uma espada para dar continuidade a suas queridas sessões de tortura. Essa ideia de um vampiro usando espadas ninjas seria aproveitada pelo mundo dos quadrinhos décadas depois quando o personagem Blade foi criado. Mas de uma forma ou outra deixe esses detalhes de lado e curta o filme. Lee nunca esteve tão bem em seu caixão.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Piranha 3D

Título no Brasil: Piranha 3D
Título Original: Piranha 3D
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Alexandre Aja
Roteiro: Pete Goldfinger, Josh Stolberg
Elenco: Elisabeth Shue, Jerry O'Connell, Richard Dreyfuss

Sinopse:
O lago Victoria é um centro de férias e esportes aquáticos, muito apreciado por jovens em busca de muito sol e diversão. O que eles não contavam é que um tremor de terra liberasse um grupo de vorazes piranhas pré-históricas que voltam para devorar a moçada em busca apenas de namoricos, praia e amor. Salvem suas vidas!

Comentários:
Remake de "Piranha", um primo pobre de "Tubarão" que tentou pegar carona no grande sucesso de Steven Spielberg. Se o primeiro filme, o original, já não era grande coisa, imagine esse! Na verdade o que salva tudo mesmo é a própria atitude dos produtores que resolveram abraçar a galhofa e a auto paródia para tornar tudo ainda mais divertido. O argumento por si só já parece uma piada de besteirol, vamos convir. Em termos de elenco duas participações chamam a atenção do cinéfilo. O primeiro é a presença de Richard Dreyfuss que nos anos 1970 se notabilizou justamente por estar no filme "Tubarão". Provavelmente como agora é um veterano deve estar com problemas financeiros e anda topando tudo. A outra presença ilustre é a da atriz Elisabeth Shue que parece ter vindo diretamente dos anos 80. Ela, para quem não sabe, ficou muitos anos em dúvida entre se formar na prestigiada universidade de Harvard ou assumir sua carreira cinematográfica de vez. Bom, se depender desse "Piranha 3D" era melhor ela ter ficado em Harvard mesmo!

Pablo Aluísio.

Piranha

Título no Brasil: Piranha
Título Original: Piranha
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Joe Dante
Roteiro: Richard Robinson, John Sayles
Elenco: Bradford Dillman, Heather Menzies-Urich, Kevin McCarthy

Sinopse:
Quando piranhas carnívoras são acidentalmente lançadas nos rios de um resort de verão, os convidados se tornam sua próxima refeição, causando um banho de sangue nos incautos turistas que só queriam desfrutar de um belo final de semana nas lindas paisagens da região.

Comentários:
"Piranha" era de certa forma uma cópia descarada de "Tubarão". Curioso é que transformava essa espécie de peixe em vampiros canibais da água doce. Certamente uma bobagem mas que serviu para mostrar que o diretor Joe Dante (que iria virar pupilo de Steven Spielberg anos depois) tinha jeito para a coisa, sabia realizar filmes trash com muita classe (ou falta dela)! Não adianta procurar por roteiro ou atuações aqui, é tudo mero pretexto para que o espectador da época presenciasse uma série de mortes dentro dos rios infestados de piranhas. Pelo menos o filme, que não é nenhuma maravilha, nem de longe consegue ser tão ruim como uma das suas continuações onde as piranhas ganhavam asas (sim, isso mesmo) e saiam por aí caçando suas vítimas - e olha que "Piranhas Assassinas Voadoras" foi dirigida por James Cameron, sim, aquele mesmo, o tão elogiado e premiado diretor de "Titanic" e outros grandes sucessos do cinema. Por falar em trash a onda de peixes assassinos acabaria dando origem até mesmo ao vagabundo "Bacalhau", produção brasileira classe Z onde mulheres bonitonas eram atacadas por um bacalhau de plástico ultra fajuto nas areias das praias cariocas - coisa de louco! Mas voltemos às piranhas americanas... De uma forma até irônica o filme serve hoje em dia para duas coisas, a primeira para nos demonstrar que americanos em geral não possuem a menor ideia da fauna alheia e segundo para nos convencer que no fundo os gringos são mesmo bem bobocas. Assista e se divirta em dobro.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Sr. Holmes

Título no Brasil: Sr. Holmes
Título Original: Mr. Holmes
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: BBC Films, Miramax
Direção: Bill Condon
Roteiro: Jeffrey Hatcher, baseado no livro de Mitch Cullin
Elenco: Ian McKellen, Laura Linney, Hiroyuki Sanada
  
Sinopse:
Aos 93 anos o detetive Sherlock Holmes (Ian McKellen) está aposentado, vivendo em uma casa de campo onde passa o tempo todo com seu hobbie preferido, a apicultura, criação de abelhas. Ao seu lado na casa vive a governanta, a senhora Munro (Laura Linney), e seu jovem filho, o garoto Roger (Milo Parker), que acaba se afeiçoando a Holmes. Para o veterano detetive a velhice porém é um tempo difícil. Sua outrora brilhante mente, tão afiada, que lhe ajudou a desvendar inúmeros casos e mistérios no passado, está falhando, apresentando lapsos por causa da idade. Além disso Holmes apresenta dificuldades para lembrar o que teria acontecido em seu último caso, algo que o fez largar a profissão, se aposentando definitivamente. Para ajudar em suas lembranças ele então começa a escrever suas memórias o que lhe abrirá novamente os caminhos obscuros de um passado há muito esquecido. Filme indicado aos prêmios Seattle International Film Festival e Sydney Film Festival.

Comentários:
Achei a premissa desse filme simplesmente genial. Imagine se Sherlock Holmes fosse uma pessoa real e não apenas um personagem de literatura. Agora pense nele como alguém que teria que enfrentar todos os desafios de um sujeito comum, como os problemas decorrentes da velhice. Para piorar ele teria ainda que conviver com a fama indesejada nascida de uma série de livros de mistério escritos por seu fiel escudeiro, o Dr. Watson. A maioria do que se leu nesses livros não passou de pura ficção, sendo apenas romances de investigação policial. Grande parte do público leitor porém jamais foi informado sobre isso e por essa razão acredita que tudo o que foi escrito aconteceu de fato. Para um velho Sherlock Holmes isso acaba virando um fardo a mais em sua vida. Para desmistificar grande parte desses escritos ele então resolve já na velhice escrever suas próprias memórias, a verdade sobre os fatos. O problema é que sua mente já não é mais a mesma. Ele tem problemas de memória causadas pela idade avançada e outros desafios impostos pela senilidade. Assim o espectador acaba sendo presenteado com um filme muito humano. Não espere encontrar pela frente mais um daqueles casos mirabolantes como o que nos acostumamos a ver em filmes com o famoso detetive. O enfoque aqui é completamente outro, bem mais sutil.

Sim, existe um pequeno mistério a desvendar, mas esse serve muito mais para explorar o lado mais humano e sensível do personagem do que sua incrível capacidade de dedução. Ian McKellen está perfeito como o velho Holmes. Usando uma maquiagem discreta para aparentar mais idade (o Sherlock do filme está com mais de 90 anos) ele imprime sofisticação e elegância em sua atuação. O roteiro, que foi baseado no livro escrito por Mitch Cullin (que também recomendo bastante), se desdobra em basicamente três linhas narrativas. A primeira se passa no presente, com Holmes envelhecido e aposentado, tentando lembrar do passado, muitas vezes sem sucesso. A segunda é embasada nas memórias dele, de seu último caso. A terceira linha, também em flashback, explora uma viagem que Sherlock teria feito ao distante Japão. No final todas as três histórias se entrecruzam, tornando a narrativa fragmentada um dos pontos altos de todo a película. Ao final de sua longa jornada o velho detetive descobre que nem sempre a razão é suficiente para explicar o modo de ser e agir dos seres humanos. Há sempre algo que lhe escapa completamente das mãos, como essas três linhas de narração demonstram muito bem. Sherlock, um homem racional e equilibrado, muitas vezes não consegue entender completamente as motivações das pessoas justamente por causa desse pequeno porém importante detalhe. "Mr. Holmes" assim acaba se revelando um dos melhores filmes do ano, uma produção elegante, inteligente e muito perspicaz sob o ponto de vista da humanidade do famoso personagem. Uma pequena obra prima.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A Dama Dourada

Título no Brasil: A Dama Dourada
Título Original: Woman in Gold
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Simon Curtis
Roteiro: Alexi Kaye Campbell, E. Randol Schoenberg
Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Elizabeth McGovern
  
Sinopse:
O roteiro trata de uma das chagas abertas da Segunda Guerra Mundial, o roubo de obras de artes por tropas da Alemanha Nazista. Como se sabe Hitler era um apaixonado admirador de arte - a ponto inclusive de ter sido um artista frustrado na juventude. Quando a guerra chegou aos países vizinhos da Alemanha ele imediatamente ordenou que as mais maravilhosas obras de arte fossem levadas até o coração do Reich, principalmente as que pertenciam a famílias de judeus ricos. Foi exatamente isso que aconteceu no passado de Maria Altmann (Helen Mirren). Praticamente todos os seus familiares foram mortos no holocausto, sendo a riqueza familiar roubada abertamente pelos nazistas. Agora, muitos anos depois desses acontecimentos, ela tenta recuperar a propriedade de vários quadros que eram de seus pais. Infelizmente acaba esbarrando na inflexibilidade do governo austríaco que começa a lutar nos tribunais pela propriedade definitiva das pinturas, dando início a um longo e penoso processo judicial que acaba se arrastando por anos a fio.

Comentários:
Uma produção demasiadamente interessante que discute através de um caso concreto judicial verídico o direito de propriedade dos bens que foram usurpados (na realidade roubados) pela Alemanha Nazista de Hitler. A protagonista é uma dona de casa humilde que vive de sua pequenina lojinha de roupas em Los Angeles. Ela é uma imigrante austríaca chamada Maria Altmann (Helen Mirren). Durante a ocupação da Áustria por tropas do III Reich ela viu sua vida desmoronar ainda na juventude. Os parentes foram presos e enviados para campos de concentração. O dinheiro, obras de arte e bens em geral de sua família foram todos roubados pelos chacais do nazismo. Agora, já na velhice, ela decide lutar judicialmente por aquilo que entende ser seu de direito, inclusive um famoso quadro cujo valor atual seria estimado em mais de cem milhões de dólares! Para isso ela resolve contratar não um grande escritório de advocacia de Nova Iorque, mas sim os serviços do jovem e inexperiente advogado chamado Randy Schoenberg (Ryan Reynolds). Ele certamente não pode ser considerado um advogado de renome, porém é inteligente, tem fibra e abraça a causa com uma paixão e dedicação fora do normal. A luta de Maria e Randy se torna assim o tema principal do filme. 

Dito isso é bom avisar que de certa maneira "A Dama Dourada" vai agradar mais aos profissionais da área jurídica do que ao público em geral. Isso decorre do fato de que o filme explora um caso judicial cheio de detalhes que acabou dando origem a vários precedentes jurisprudenciais no direito internacional - muitos deles ainda em vigor, principalmente no que se refere ao chamado direito de restituição de obras de artes roubadas pelos nazistas. Certamente por ter esse viés técnico o tema se tornará mais interessante para advogados e profissionais do mundo do direito. Esse aspecto abre outra questão importante. Em filmes de tribunal o elenco precisa estar sempre afiado. Felizmente é o que acontece aqui. O grande destaque, como era de se esperar, vai mesmo para a maravilhosa dama dos palcos e das telas Helen Mirren. Ela consegue imprimir suavidade e garra à sua personagem de uma maneira muito equilibrada e feliz. Contando com seu talento ao lado até mesmo o apenas mediano Ryan Reynolds consegue superar suas já conhecidas deficiências dramáticas. Seu advogado é um misto de doce ingenuidade e sincera capacidade de luta, mesmo diante de tribunais superiores francamente hostis como a Suprema Corte dos Estados Unidos. Apenas Katie Holmes surge muito apagada, mas isso é decorrente de sua própria personagem (a esposa do advogado) do que por qualquer outra coisa. No final ela acaba não fazendo a menor diferença dentro da trama. Então é isso, temos aqui um filme inegavelmente bom, nada extraordinário, mas realmente bom e eficiente, que conta da maneira mais honesta possível a sua relevante história.

Pablo Aluísio

A Travessia

Título no Brasil: A Travessia
Título Original: The Walk
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Entertainment
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Christopher Browne
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Ben Kingsley, Charlotte Le Bon
  
Sinopse:
Em 1974 com a construção das torres do World Trade Center um equilibrista francês chamado Philippe Petit (Joseph Gordon-Levitt) acaba tendo um ideia ousada. Ele planeja ir até os Estados Unidos para atravessar os dois arranha-céus em seu cabo de aço, sem qualquer tipo de equipamento de segurança e proteção. Com a ajuda de um grupo de amigos, da namorada Annie (Charlotte Le Bon) e dos conselhos preciosos do veterano de circo Papa Rudy (Ben Kingsley), Petit parte para a realização de seus sonhos. Filme baseado em uma história real.

Comentários:
Esse novo filme do cineasta Robert Zemeckis me deixou surpreso por causa do tema. Nunca foi a praia de Zemeckis realizar filmes desse estilo. Na realidade não consigo visualizar nada em sua filmografia no passado que se pareça com isso. Ponto para ele que resolveu mudar, ir por outros caminhos, afinal de contas nunca é tarde demais para se reinventar. A história real, que inclusive já tinha sido tema de um excelente documentário sobre o próprio Philippe Petit no passado chamado "O Equilibrista", surge também com uma pitada de nostalgia patriótica para os americanos por causa do que aconteceu com o próprio World Trade Center naqueles ataques terroristas que ocorreram em 2001. Assim Zemeckis e sua equipe tiveram que recriar as famosas torres em um trabalho visual magnífico, completamente verossímil, que nos deixam surpreendidos com o avanço da computação gráfica. Em nenhum momento você irá duvidar que os imensos prédios estão lá, na sua frente novamente. Um trabalho digno de Oscar. Em termos de roteiro temos dois atos básicos. O primeiro apresenta ao público o próprio Philippe Petit. Desde criança apaixonado pelas artes circenses ele decide dedicar sua vida ao equilibrismo, para desespero de seus pais. 

Depois de brigar com os velhos e deixar a velha casa paterna ele parte rumo a Paris em busca de seus sonhos. Acaba virando artista de rua e aos poucos vai melhorando cada vez mais na sua arte. Nesse meio tempo acaba conhecendo também outra artista de rua talentosa, Annie, que terá grande importância em sua aventura. O segundo ato começa quando Petit resolve realizar a maior façanha de sua vida - ao tentar atravessar se equilibrando em um cabo de aço as duas torres do World Trade Center. Tudo realizado de forma ilegal, contra as leis, na surdina para não serem presos. A história em si é tão incrível que custa para acreditarmos que ela foi real - e de fato aconteceu mesmo nos anos 1970. Não precisa ser cinéfilo para perceber que é justamente no segundo ato que Zemeckis aposta todas as suas fichas - e acerta em cheio em seus objetivos! As cenas de Petit na corda bamba são fantásticas, valorizadas enormemente por um 3D de extrema qualidade técnica. Não se admire pois em certo sentido você vai acabar se sentindo ao lado do próprio Petit naquele imenso vão vazio entre os dois arranha-céus. Um belo filme em suma, daqueles que valem o preço do ingresso no cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Perdido em Marte

Título no Brasil: Perdido em Marte
Título Original: The Martian
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Drew Goddard, Andy Weir
Elenco: Matt Damon, Jessica Chastain, Jeff Daniels, Sean Bean, Michael Peña, Chiwetel Ejiofor, Kristen Wiig
  
Sinopse:
Durante uma expedição ao planeta vermelho Marte, um astronauta americano chamado Mark Watney (Matt Damon) é deixado para trás por sua tripulação após a nave exploradora ser atingida por uma imensa tempestade de areia. Dado como morto, ele precisa sobreviver no inóspito planeta contando apenas com recursos limitados de água, comida e oxigênio. Seu objetivo é ficar vivo até a chegada de uma improvável missão de resgate. Roteiro baseado no livro de ficção de Andy Weir.

Comentários:
Pessoalmente eu não gosto da tecnologia 3D. Em minha opinião ela atrapalha mais do que ajuda ao espectador na imersão do que se vê na tela. Há filmes porém que valem a pena o esforço. "The Martian" é um deles. A riqueza de detalhes do mundo marciano fica bem melhor em 3D, o que já era de se imaginar. Além disso esse é um filme que conta com ótimos efeitos visuais que podem ser bem apreciados nesse formato. O roteiro também me agradou bastante principalmente pela escolha de seguir por um caminho mais centrado na ciência. Certamente há boas cenas de ação e aventura, mas esse não é ponto focal da história. A premissa básica se concentra em um astronauta esquecido em Marte e a maneira que ele deverá encontrar para sobreviver em um mundo tão estéril e hostil como aquele. Sua salvação acaba vindo do fato dele ser um especialista em botânica, assim seu conhecimento é usado nas inúmeras tentativas de se criar uma pequena horta de alimentos dentro da base espacial a que fica recluso. Como Marte anda na moda por causa das várias missões robóticas que a NASA tem enviado para lá, o diretor Ridley Scott contou com a opinião de vários especialistas, cientistas que estão procurando há anos soluções para problemas que serão enfrentados numa futura viagem a Marte. Talvez o público mais jovem possa até vir a se aborrecer com o ritmo do filme por causa disso, mas quem estiver em busca de um filme inteligente e mais coerente sobre o que possivelmente venha a acontecer com uma viagem tripulada naquele planeta certamente vai gostar do resultado.

Pablo Aluísio.

Filmes de Ação - 2015

Eu até gostaria de ser mais otimista sobre o futuro dos filmes de ação, mas sinceramente falando acho que vivemos um momento complicado de transição. A geração que ainda está conseguindo chamar a atenção nas bilheterias em termos de filmes de ação puros é a mesma que brilhava há quase 40 anos atrás. Duvida? Veja os action movies mais vistos de 2015 e você verá que estou com a razão. Tom Cruise com "Missão: Impossível - Nação Secreta", Arnold Schwarzenegger com "O Exterminador do Futuro: Gênesis", Stallone ano passado com "Os Mercenários 3". São os velhos veteranos que ainda mantém a chama acessa. Nenhum novato se destaca mais, não ouvimos falar de novos heróis de ação surgindo no horizonte. Até os futuros projetos desses atores refletem o passado. Tom Cruise, por exemplo, anunciou que deseja fazer uma continuação de seu sucesso "Top Gun" dos anos 80. Stallone já confirmou a produção de "Os Mercenários 4". O agente de Arnold já anunciou a produção de "The Legend of Conan", ou seja, até mesmo os astros consagrados parecem sofrer de uma grande falta de novas ideias para suas carreiras. Estão se agarrando em antigos projetos, remakes e reboots de seus antigos sucessos e nada mais.

Nem Jason Statham, que pode ser considerado o novato da trupe, escapa. Ele pretende fazer mais um filme da série "Velozes e Furiosos" (a oitava produção da franquia) ao mesmo tempo em que volta para o personagem que interpretou em "Assassino a Preço Fixo" de 2011, sim o Mecânico estará de volta em "Mechanic: Ressurection" que chega às telas em 2016. E o chamado segundo escalão, o que nos reserva? Embora não tenha anunciado nada publicamente o fato é que Chuck Norris parece mesmo ter se aposentado. Longe das telas desde 2012 com "Os Mercenários 2", pessoas próximas a ele confirma que Norris não deseja voltar mais a atuar. Em seu rancho no Texas ele prefere curtir a velhice ao lado da esposa e família. Recentemente ele saiu de seu exílio para criticar duramente o governo americano por enviar tropas para o Texas. Para Chuck isso acabou soando como uma provocação contra o povo de seu amado estado. Vai entender....

Já Dolph Lundgren não quer nem ouvir falar em aposentadoria. Ele recentemente confirmou a participação em seis (isso mesmo que você leu: SEIS) filmes para 2016. Alguns já ficaram prontos e outros estão em fase de pré-produção. Um dos filmes será a continuação tardia de "Um Tira no Jardim de Infância", cujo filme original foi estrelado por Arnold Schwarzenegger. E por falar em anos 80 quais são os planos de Bruce Willis para um futuro próximo? O antigo astro de filmes de ação confirmou a produção de mais um filme da série "Duro de Matar" chamado "Die Hard Year One". Rumores em Hollywood dizem que Bruce aceitou fazer mais um filme da franquia desde que seja o último, encerrando uma longa linha de filmes. Seu personagem poderia até mesmo morrer heroicamente em cena para fechar tudo de uma vez por todas. Bruno (como os amigos mais chegados o chamam) parece estar realmente cansado de pular de prédios em chamas. Pois é, pelo que vemos não há nada de muito novo no ar. Para falar a verdade se a saga "De Volta Para o Futuro" fosse real e os personagens daquele filme viessem parar em 2015, na atualidade, certamente nem estranhariam muito os filmes novos em cartaz!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Willow Creek

Título no Brasil: Willow Creek
Título Original: Willow Creek
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Jerkschool Productions
Direção: Bobcat Goldthwait
Roteiro: Bobcat Goldthwait
Elenco: Alexie Gilmore, Bryce Johnson, Laura Montagna
  
Sinopse:
Um casal de namorados resolve acampar na mesma floresta onde 40 anos antes foram realizadas impressionantes imagens de um suposto Pé Grande por Roger Patterson e Bob Gimlin. Sua intenção é fazer um pequeno filme amador. Logo quando chegam na região descobrem que tudo por lá - comércio, lojas, pequenos motéis de beira de estrada - faz lembrar o mito do lendário monstro. Eles também percebem que alguns moradores não querem que eles adentrem a floresta para filmar no mesmo lugar do famoso filme. Ignorando conselhos e ameaças partem para o meio da trilha e descobrem que há algo muito sinistro no meio daquele lugar assustador. Filme premiado no Sitges - Catalonian International Film Festival.

Comentários:
Um mockumentary (falso documentário) sobre o Pé Grande. Não faz muito tempo que assisti a "Eles Existem" que tem temática bem parecida. Esse primata monstruoso ficou famoso justamente por causa de algumas filmagens amadoras que teriam sido feitas em Willow Creek na década de 1960. Esse material acabou entrando no imaginário popular, mesmo após tantos anos de debates - para os defensores seria um registro maravilhoso, para os detratores não passaria de uma farsa, com um homem usando uma roupa de gorila. De qualquer maneira o diretor e roteirista desse filme até que fez uma película bacaninha. Não espere por efeitos especiais e nem criaturas monstruosas surgindo o tempo todo na tela. Muito sabiamente o diretor optou pela sugestão, pelo suspense. Assim a grande cena do filme acontece quando o casal fica dentro de uma barraca, bem no meio da escuridão da floresta, ouvindo todos os tipos de sons estranhos. Sons animais estranhos, choros que parecem o lamento de uma mulher machucada, gritos apavorantes. Para criar o terror Bobcat Goldthwait não utiliza maquiagens em atores parecendo monstros e nada do tipo. Tudo é sugerido, nada é mostrado diretamente. Essa forma de conduzir sua pequena e simples história é o grande ponto positivo do filme como um todo. Uma diversão bem feita, de curta duração que não chega a decepcionar. Não é melhor do que "Eles Existem", mas tem tanto suspense como o outro filme.

Pablo Aluísio.

Exorcistas do Vaticano

Título no Brasil: Exorcistas do Vaticano
Título Original: The Vatican Tapes
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate, Lakeshore Entertainment
Direção: Mark Neveldine
Roteiro: Chris Morgan, Christopher Borrelli
Elenco: Olivia Taylor Dudley, Michael Peña, Dougray Scott
  
Sinopse:
Angela (Olivia Taylor Dudley) é como todas as outras garotas normais de sua idade a não ser um estranho comportamento que começa a desenvolver após uma festa de aniversário. Ela começa a falar em línguas estranhas, ficando completamente fora de si, além de cometer atos impensados como atacar um motorista de um carro em movimento, causando um sério acidente de trânsito. Sem saber o que fazer seu pai pede ajuda a psiquiatras, mas nem eles sabem ao certo o que poderia estar acontecendo. Sem saída ele então resolve ir atrás do padre do hospital onde sua filha está internada. Em pouco tempo ele descobre que a jovem está mesmo possuída por um demônio vindo diretamente das trevas.

Comentários:
No começo tudo parece até promissor. O roteiro explora as mudanças que vão acontecendo nessa garota interpretada pela atriz Olivia Taylor Dudley, que me lembrou inclusive muito de Reese Witherspoon quando era mais jovem. Pois bem, o filme começa e dá algumas pequenas pistas. Como muitos jovens por aí ela também flerta com alguns símbolos e imagens satânicas, nada que não fuja muito do que vemos em capas de álbuns de bandas de Heavy Metal. Aos poucos porém algo vai se modificando em seu jeito de ser. Ela fere o seu dedo ao tentar cortar um pedaço de bolo e a coisa toda desanda. No hospital surgem estranhos sinais como a presença constante de corvos na janela de seu quarto (uma antigo mitologia associa esses pássaros a verdadeiros enviados do diabo). Não precisa ser expert em filmes de horror para entender que ela vai sendo possuída aos poucos por entidade maligna desconhecida. A medicina não tem uma explicação definitiva sobre o que estaria acontecendo com ela e o pai, que é um católico irlandês, pede ajuda a um jovem padre chamado Lozano (Michael Peña), que no passado foi veterano de guerra na intervenção americana no Iraque. Nesse ponto do filme você começa a criar algumas esperanças que vem algo de bom venha por aí, afinal de contas até que o roteiro é minimamente organizado para criar toda uma situação de expectativa em torno da possessão demoníaca em cima de jovem. 

Quando ela finalmente fica sob domínio das forças das trevas e um cardeal chega do Vaticano especialmente para exorcizá-la, o filme perde completamente o rumo. O que era sutileza teológica e simbolismo vira apelação, o que poderia render um ótimo duelo entre o bem o mal se torna tão caricato que mais parece desenho animado. Que pena! Pior de tudo é quando as coisas vão se revelando gradativamente e você vai entendendo de quem se trata e qual seria o ente espiritual que estaria possuindo em definitivo o corpo da jovem, a decepção toma conta. Os quinze minutos finais são os piores que já assisti em filmes de terror nos últimos anos. Usando citações mal colocadas das escrituras o filme vai mostrando o novo caminho a ser percorrido pela garota que antes estava possuída e... melhor nem ir adiante. É tudo tão óbvio, sem graça e previsível que aguentar até os letreiros finais se torna um verdadeiro martírio. O mais interessante de tudo é que vários filmes menores, com pequenos orçamentos, inclusive alguns do estilo mockumentary vindos de outros países, estão se saindo infinitamente melhores e mais inteligentes do que esse aqui, que conta  com uma produção com mais dinheiro e melhores recursos. Assim só podemos lamentar mesmo, afinal de contas nem sempre orçamento generoso significa necessariamente um bom filme - aliás ultimamente a regra tem sido justamente o oposto disso. Enfim, não foi dessa vez que fizeram um novo e bom filme sobre exorcismos. Melhor rever o clássico de 1973.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de outubro de 2015

Exorcistas do Vaticano

Atenção: O texto a seguir contém spoilers realmente infernais! Aproveitando vou tecer algumas considerações sobre esse filme que assisti alguns dias atrás. Confesso, eu esperava bem mais. O tema sobre exorcismos está em alta, até mesmo nos noticiários locais. Recentemente houve o anúncio de que o Vaticano teria enviado um grupo de exorcistas ao México para realizar um dos maiores exorcismos da história já que aquele país estaria passando por uma infestação demoníaca em todos os setores da sociedade, com violência urbana fora de controle, assassinatos, pedofilia e tudo de ruim que você possa imaginar. Para piorar os mexicanos andam adorando uma santa satanista chamada "Santa Morte", trazendo ainda mais devastação espiritual para seu país. Esse seria um excelente tema para um roteiro de um filme, porém o que os produtores e escritores de Hollywood fizeram? Realizaram mais um filme fraco, boboca e cheio de clichês por todos os cantos. Essa coisa de Anticristo já deu o que tinha que dar no cinema. Aliás como se pode pensar em algo melhor do que a série de filmes "A Profecia"? Lá a coisa toda era muito mais bem desenvolvida, com um argumento mais bem escrito, bem inteligente. Aqui é de uma bobagem que vou te contar. Para ser o Anticristo pegaram uma jovem americana comum, uma adolescente loirinha bem bonitinha. 

Então depois de alguns ataques de loucura um padre latino chega na conclusão que ela está possuída mesmo, talvez por uma entidade toda poderosa, ainda desconhecida pela Igreja Católica. Chama então um especialista, um cardeal muito bom nesse tipo de ritual. E lá vamos nós para mais doses de vomitadas, corpos retorcidos e gritos em línguas de anjos que ninguém conhece! Quando o filme chega nesse ponto você pensa que vai sair algo que preste - ledo engano! O ritual de exorcismo é péssimo, a cama anda, a garota praticamente levita e os padres não falam uma linha sequer do ritual de exorcismo real que é bem fácil de conhecer pois se encontra até mesmo na net para quem quiser conhecer por curiosidade. Infelizmente o roteirista não pensou dessa maneira, não pesquisou e criou um texto péssimo para os padres declamarem enquanto tentam expulsar o diabo. Ao invés de belas orações religiosas eles ficam lá gritando coisas como "Sai Diabo, sai Diabo!". A tosquice é de rolar no chão de rir! E tome cabeçada, cacetada, porrada, soco na cara e até mesmo uma tentativa de esfaquear a jovem!!! Cruz credo! Tudo em vão, pois em determinado momento o capeta se manifesta e a garota vira um tipo de Pokémon dos infernos, mandando tudo pelos ares com um simples abanar de mãos. Depois ela sai andando pelo mundo, fazendo milagres, cumprindo as profecias de que o Anticristo iria ser adorado, amado, antes de destruir (ou tentar destruir) toda a humanidade. E nisso o filme acaba, assim, sem mais nem menos.Sem clímax, sem conclusão, sem solução. Por certo os produtores pensaram que tinham um grande sucesso de bilheteria em mãos e resolveram escrever um "final gancho" para uma continuação. Ei meu chapa, não deu muito certo. O filme foi massacrado nos States e com toda razão pois é ruim de doer. Pior do que encontrar o capeta numa rua escura à Meia-Noite. Desce o Pano. 

Exorcistas do Vaticano (The Vatican Tapes, Estados Unidos, 2015) Direção: Mark Neveldine / Roteiro: Chris Morgan, Christopher Borrelli / Elenco: Olivia Taylor Dudley, Michael Peña, Dougray Scott. / Sinopse: Após casos sem explicação o Vaticano acaba se envolvendo em uma situação delicada, com exorcismos e pessoas possuídas pelo Diabo.

Pablo Aluísio.

Carga Explosiva 3

Título no Brasil: Carga Explosiva 3
Título Original: Transporter 3
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos, França, Inglaterra
Estúdio: EuropaCorp, TF1 Films Production
Direção: Olivier Megaton
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Jason Statham, Robert Knepper, Natalya Rudakova
  
Sinopse:
Frank Martin (Jason Statham) aceita mais um desafio, ou como ele gosta de dizer, um "serviço". Ele deve transportar a jovem Valentia (Natalya Rudakova) de Marselha até Odessa, no mar Negro. Ela é a filha sequestrada de um importante funcionário do governo ucraniano, o que significa que Martin terá que lidar com todos os tipos de bandidos que querem colocar as mãos na garota. No caminho também deverá frear todo tipo de envolvimento ou sentimento pessoal que venha a nutrir por ela, algo que definitivamente não será fácil. Filme indicado ao European Film Awards. Também indicado ao MTV Movie Awards, Russia, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Comentários:
Esqueça o nome dos diretores, a verdadeira mente pensante por trás da franquia "Carga Explosiva" pertence ao cineasta e produtor Luc Besson. E afinal de contas qual seria a razão para ele nunca dirigir esses filmes de ação que cria? Provavelmente Besson pense que irá de alguma forma arranhar seu prestígio dentro do mundo do cinema se começar a dirigir filmes como esse. Uma pena que tenha esse tipo de pensamento preconceituoso. Deveria se assumir logo, deixar claro que adora uma fita de pura porrada e correria. Essa coisa de lustrar uma imagem cult enquanto que nos bastidores fica escrevendo roteiros e mais roteiros de filmes de ação é meio covarde e boboca. De qualquer maneira o tal de Olivier Megaton, cujo nome não nega suas pretensões, acabou realizando um filme bem de acordo com o gosto do público alvo. Muitos tiros, socos e cenas espetaculares. Jason Statham, o mais autêntico herdeiro dos brucutus dos anos 80, não nega fogo em nenhum momento. Com sua voz de Pato Donald passa o rodo naqueles que querem lhe matar. O tom é praticamente absurdo, mas ao mesmo tempo deliciosamente divertido. Assim desligue seu senso crítico e se divirta o máximo que puder.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de outubro de 2015

Nocaute

Título no Brasil: Nocaute
Título Original: Southpaw
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: The Weinstein Company
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Kurt Sutter
Elenco: Jake Gyllenhaal, Rachel McAdams, Forest Whitaker, 50 Cent, Miguel Gomez
  
Sinopse:
Billy Hope (Jake Gyllenhaal) é um lutador de boxe, campeão em sua categoria. Após muitos anos de competições esportivas ele finalmente começa a sentir o peso de sua idade. A cada final de luta ele sofre cada vez mais com os golpes sofridos. Sua visão está prejudicada e ele agoniza com fortes e duradouras dores provocadas por seus adversários no ringue. Afinal de contas ele já não é mais um jovem para aguentar as terríveis lutas pelas quais vem passando. Sua esposa Maureen (Rachel McAdams) sabe que seus dias na carreira estão chegando ao fim. Agora, desafiado pelo novo pugilista sensação da temporada, o jovem ganancioso Miguel 'Magic' Escobar (Miguel Gomez), Hope precisará superar até a si mesmo para novamente se tornar um campeão não apenas do boxe, mas também da vida!

Comentários:
Está sendo bem badalado pela crítica americana desde que chegou aos cinemas nesse último mês. Eu confesso que me decepcionei um pouco com o que vi. Não quero com isso afirmar que o filme é ruim - absolutamente não! Apenas é bom deixar claro que é um filme sem surpresas. Roteiros que contam histórias de superação de vida envolvendo pugilistas não são exatamente uma novidade. Desde a década de 1930 Hollywood vem explorando exatamente esse mesmo tipo de enredo. Depois há sempre a presença de filmes que se notabilizaram envolvendo esse tipo de drama esportivo, como a própria franquia "Rocky" ou até mesmo "Menina de Ouro" (que inclusive é infinitamente superior a essa filme). Assim quando assisti a esse novo "Nocaute" fiquei esperando por algo novo, alguma coisa que fosse um pouco original pelo menos. Foi uma espera em vão. Infelizmente o filme acabou e não consegui ver nada que justificasse tantos elogios. O que estraga esse "O Nocaute" é justamente isso, a sua terrível previsibilidade. Você começa a acompanhar a história do protagonista e já fica sabendo bem de antemão tudo o que acontecerá na tela. No começo o vemos como um grande campeão que tem uma família linda e uma esposa maravilhosa. Bom, nem precisa ser um cinéfilo veterano para saber que ele logo sofrerá um grande abalo e que será jogado literalmente na lona da vida. Depois virá o de praxe, ou seja, ele lutará para subir novamente na carreira e enfrentará muitos desafios até chegar em seu objetivo final. Seja sincero... conseguiu ver alguma novidade nesse tipo de roteiro? Obviamente que não! 

No fundo é tudo mais do mesmo. Mesmo assim eu ainda recomendaria o filme, não pelo seu enredo saturado, mas sim pelas boas atuações. Jake Gyllenhaal consegue sempre manter o interesse. Ele tem uma regularidade espantosa - sempre atuando bem. Aqui ele faz a mágica acontecer novamente. Mesmo com um roteiro tão sem surpresas consegue impressionar ao interpretar o trágico boxeador Billy Hope. Jake trouxe maneirismos físicos para seu papel que me fazem acreditar com convicção que ele realmente seja o melhor ator de sua geração. Um trabalho bem acima da média, diria até brilhante, valorizado pelo modo de ser (e até falar) bem peculiares do lutador. Outro que se destaca é Forest Whitaker. Que grande ator! Ele dá vida a esse velho e cansado dono de uma modesta e pobre academia de boxe da periferia. Seus alunos são em sua maioria garotos pobres que sonham um dia saírem da vida de miséria dos guetos negros de suas cidades. Por tudo o que passou em sua vida esse velho treinador já não tem mais grandes esperanças ou sonhos. É apenas um sobrevivente da luta pela vida. Sorte para Hope pois é justamente o que ele precisa em sua vida nesse momento. Em suma, "Nocaute" é bem isso, um filme com boa produção, um certo cuidado de direção por parte de Antoine Fuqua (um cineasta que admiro, é bom frisar), valorizado por um bom elenco, mas que não consegue trazer nenhuma novidade ao mundo dos dramas esportivos. Se ao menos tivessem trilhado por algo mais ousado ou diferente a sorte poderia ter sido bem melhor. Do que jeito que ficou não há como escapar da sensação sempre presente de Déjà vu.

Pablo Aluísio.

Expresso do Amanhã

Título no Brasil: Expresso do Amanhã
Título Original: Snowpiercer
Ano de Produção:
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Weinstein Company, Anchor Bay
Direção: Joon-ho Bong
Roteiro: Joon-ho Bong, Kelly Masterson
Elenco: Chris Evans, John Hurt, Ed Harris, Tilda Swinton, Octavia Spencer, Kang-ho Song
  
Sinopse:
O ano é 2031. Tudo o que restou da humanidade está viajando em um trem de alta tecnologia. O mundo lá fora está completamente congelado e inabitável. Dentro dos vagões as classes sociais foram devidamente separadas. Os pobres ocupam os últimos vagões. Há fome e desespero entre eles. O ricos e abastados vivem de forma luxuosa nos vagões dianteiros. Comandando tudo está o criador do trem, o cultuado e admirado Sr. Wilford (Ed Harris). Para acabar com todas as injustiças o jovem Curtis (Chris Evans) resolve liderar uma rebelião contra tudo o que está acontecendo. Filme vencedor do Georgia Film Critics Association na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Tilda Swinton).

Comentários:
O enredo é obviamente uma grande metáfora sobre a sociedade humana. O trem representa justamente isso. Após o planeta se tornar inabitável todas as pessoas que sobraram são confinadas nesse trem de última geração. As classes pobres ficam na parte de trás, sem comida adequada e condições mínimas de sobrevivência. Os ricos ficam na parte dianteira com todo o luxo e glamour que se possa imaginar. Nem precisa pensar muito para entender que a divisão de classes vira um dos fundamentos de tudo o que se vê na tela. Isso porém não deve animar muito os que valorizam o Marxismo ou teorias socialistas derivadas de seus princípios. O roteiro não vai até o fundo dessa questão e não está preocupado em levantar um debate mais sério sobre o tema. Na verdade é uma história até básica, contada sob um viés que pode ser classificado até mesmo como surreal. Há vagões que espelham a vida em nossa sociedade e que soam absurdos se olharmos com um pouquinho de bom senso. Assim ao atravessar o trem em direção ao lugar onde supostamente vive seu criador, os revolucionários liderados por Curtis (Evans) vão se deparando com vagões de fina classe, alguns adaptados para serem bonitos aquários, restaurantes e outros para serem animadas pistas de dança. 

Tudo representando a futilidade e o vazio que impera nas classes ricas. Inicialmente ao tomar contato com a sinopse não me entusiasmei muito. Não gosto de filmes que passam o tempo todo tentando provar uma tese ou uma teoria social. Eles logo se tornam chatos, enfadonhos e panfletários, além de extremamente simplistas. É basicamente o que acontece aqui. O roteiro está tão empenhado em provar um ponto de vista que tudo o mais fica em segundo plano, até mesmo o bom cinema. A produção é até interessante por causa de uma direção de arte que valoriza um mundo ao mesmo tempo absurdo e surrealista, mas os efeitos digitais são fracos e nada convincentes. O elenco é encabeçado por Chris Evans, mas ele é logo ofuscado por dois veteranos que roubam o filme: John Hurt e Ed Harris. Quando contracena com esses mestres, o apagado Evans simplesmente desaparece em sua insignificância. Seu personagem também é pouco desenvolvido e nada complexo. Um herói pseudo revolucionário nada inspirador. Certamente apenas o trabalho de Hurt e Harris salvam "Expresso do Amanhã" nesse quesito. Isso porém é pouco para justificar um bom filme. O saldo final é infelizmente sensivelmente negativo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Espírito de Lobo

Título no Brasil: Espírito de Lobo
Título Original: Wolf Totem
Ano de Produção: 2015
País: China, França
Estúdio: China Film Co, Reperage Film
Direção: Jean-Jacques Annaud
Roteiro: Jiang Rong, Jean-Jacques Annaud
Elenco: Shaofeng Feng, Shawn Dou, Ankhnyam Ragchaa
 
Sinopse:
Em 1967, durante a revolução cultural na China, dois estudantes de Beijing são enviados para as estepes da Mongólia para ensinar as crianças da região a nova ideologia comunista que chegou ao poder no país. Uma vez lá eles se encantam pela riqueza natural da região, em especial pela presença de um grupo de lobos selvagens das montanhas. Enquanto tentam doutrinar o povo do lugar acabam também se maravilhando com os costumes e a cultura daquela sociedade.

Comentários:
Produção franco chinesa muito interessante que mostra a história de vida de dois jovens idealistas que acabam indo parar na distante Mongólia. A fotografia, como não poderia deixar de ser, é um dos pontos fortes da película. O diretor francês Jean-Jacques Annaud que assinou excelentes filmes no passado como "O Nome da Rosa", "A Guerra do Fogo", "Sete Anos no Tibet" e "Círculo de Fogo" conseguiu realizar uma obra que celebra a natureza selvagem das famosas estepes mongóis, no mesmo lugar de onde surgiu no século XIII o grande conquistador Gengis Khan. Os grandes protagonistas do filme porém não são os seres humanos, mas sim os lobos selvagens. Organizados em alcatéias, eles vivem em perfeita harmonia com as populações nativas locais. Isso vai até o dia em que o Partido Comunista resolve enviar um burocrata para lá. Com escassez de alimentos o sujeito, que não entende nada da fauna local, manda invadir os territórios dos lobos, destruindo suas caças e seus filhotes, quebrando a fina e delicada harmonia que reina naquele ecossistema. Esse aspecto do roteiro até que me deixou bem surpreso pois colocou um membro do partido agindo de forma errada e equivocada, algo que espanta em um regime de governo tão fechado como o de Pequim. De qualquer maneira isso acaba não indo muito fundo, procurando a produção se contentar em mostrar as belezas naturais daquele cenário lindo e maravilhoso. Um filme ecologicamente correto e com uma bela mensagem para passar a frente.

Pablo Aluísio.

Creep

Título Original: Creep
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Patrick Brice
Roteiro: Patrick Brice
Elenco: Patrick Brice, Mark Duplass
 
Sinopse:
Aaron (Patrick Brice) é um cinegrafista amador que ganha a vida fazendo vídeos de casamentos, batizados, etc. Um dia ele é contratado por Josef (Mark Duplass) para fazer um trabalho diferente. Seu novo cliente alega que está em fase terminal de câncer e precisa deixar alguns registros gravados para seu filho que está prestes a nascer. Uma forma de criar um vínculo com ele já que não terá tempo para isso pois está morrendo. Aaron então vai até uma cabana isolada onde Josef pretende gravar os vídeos só que algo muito sinistro se esconde por trás de tudo aquilo.

Comentários:
Depois de assistir a esse filme cheguei na conclusão que hoje em dia está extremamente barato e simples rodar um filme de terror e suspense. Usando da famigerada técnica do mockumentary (aquele estilo que tenta passar ao espectador a impressão de que ele está assistindo a imagens captadas em uma história real, um falso documentário), com um boa câmera na mão (algumas vezes nem isso) e elenco desconhecido, todos acabam virando cineastas. Veja esse caso. O elenco só tem dois atores. Não há qualquer tipo de efeito especial ou maquiagem, apenas dois personagens que se encontram numa cabana no meio da floresta e nada mais do que isso. Um deles é supostamente contratado pelo outro para rodar algumas imagens que ele quer deixar para que o filho assista no futuro, uma espécie de testamento visual. Tudo vai correndo bem até que, aos poucos, o cinegrafista vai entendendo que o seu cliente na verdade tem sérios problemas mentais. Ele na verdade é um sujeito solitário que gradativamente vai perdendo o contato com a realidade. 

Dito isso, da falta de maiores recursos em termos de produção, é bom salientar que também existem boas coisas nessa modesta fita. O ator Mark Duplass, que interpreta o desequilibrado Josef, é um cara talentoso. No começo, assim que surge, ele parece ser um sujeito muito boa praça, gente boa demais, simpático e muito fácil de se lidar. Tenta o tempo todo se mostrar carismático e bom anfitrião. O cinegrafista Aaron (Patrick Brice, que também dirigiu e escreveu o roteiro do filme), por sua vez, sempre fica com um pé atrás, mesmo com toda a simpatia de Josef. Algo não parece bem, alguma coisa não se encaixa direito naquela cabana isolada (e o tempo lhe dará razão sobre isso). O roteiro também explora bem a mente insana de Josef, mostrando que ele no fundo é apenas uma pessoa com sérios problemas psicológicos. De curta duração, "Creep" demonstra que mesmo com uma produção simplória ainda se pode tirar coisas boas de um mockumentary, basta apenas investir mais na inteligência do que em banhos de sangue gratuitos. Filme indicado ao Chicago International Film Festival e ao SXSW Film Festival.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O Cidadão do Ano

Título no Brasil: O Cidadão do Ano
Título Original: Kraftidioten
Ano de Produção: 2014
País: Suécia, Noruega
Estúdio: Sweden Paradox Film 2, Det Danske Filminstitut
Direção: Hans Petter Moland
Roteiro: Kim Fupz Aakeson
Elenco: Stellan Skarsgård, Peter Andersson, Bruno Ganz
 
Sinopse:
Nils Dickman (Stellan Skarsgård) trabalha como motorista de um veículo que limpa as pistas de neve em uma pequena cidade da Noruega. Ele é um bom cidadão, trabalhador, pai de família, que nunca se envolveu em coisas erradas. Sua vida exemplar lhe vale até mesmo o título de cidadão do ano na cidade onde vive. Tudo muda da noite para o dia quando seu filho Ingvar Dickman (Aron Eskeland) é encontrado morto em uma estação de trem. A polícia acredita que ele morreu de uma overdose, mas essa é uma tese que Nils não admite aceitar já que seu filho nunca foi um viciado em drogas. Sem apoio do departamento de polícia ele resolve ir por conta própria atrás da solução do que realmente teria acontecido.

Comentários:
No começo, ao tomar conhecimento do enredo de "Kraftidioten", pensei que iria assistir a um drama, uma vez que tínhamos um pai em busca da solução da morte de seu filho. Como se trata de uma obra do cinema escandinavo esperava por um personagem central amargurado e deprimido pelos acontecimentos. Eu estava enganado. O filme que de fato começa quase como um drama muda rapidamente quando Nils Dickman (Stellan Skarsgård) resolve agir para encontrar os verdadeiros responsáveis pela morte de seu único filho. Inicialmente ele pensa em se matar por causa da tragédia que se abate sobre sua família, mas depois vai descobrindo que o seu garoto na verdade teria sido morto por uma quadrilha de traficantes de drogas. Para piorar ele teria sido assassinado sem razão, uma vez que o verdadeiro culpado teria sido um amigo que teria cometido a imprudência de roubar cocaína de um depósito de narcotraficantes. Aos poucos Nils vai descobrindo a identidade dessas pessoas e começa a eliminar um a um os membros desse grupo criminoso. De fato o filme gradativamente vai se transformando em uma espécie de "Desejo de Matar" norueguês! Armado de um rifle com cano cerrado e no volante de sua robusta retroescavadeira Nils sai em busca de vingança, resolvendo fazer ele mesmo justiça com as próprias mãos. Claro que algo assim acaba causando efeitos colaterais, sobrando até mesmo para seu irmão que, com passado no mundo do crime, acaba se tornando o principal suspeito pelas mortes. Embora seja até um bom filme temos que admitir que em termos de argumento não temos realmente nada de muito original. De bom mesmo ficam apenas as belas paisagens da Noruega, um país que parece estar sempre coberto por uma neve eterna!

Pablo Aluísio.

Thelma & Louise

Existem filmes que nascem pequenos e despretensiosos e depois ganham a simpatia do público, se tornando grandes sucessos de bilheteria. Com o passar dos anos acabam também sendo considerados pequenas obras cultuadas, elevando seu status, se transformando em cult movies. Um exemplo perfeito disso temos aqui com "Thelma & Louise". A Warner bancou a realização do filme, porém jamais apostou muito nele. Foi lançado discretamente nos Estados Unidos e ganhou poucas resenhas significativas nas revistas de cinema da época. O público (especialmente o feminino) porém adorou o filme e assim começou uma propaganda boca a boca que acabou se refletindo nas bilheterias, tornando "Thelma & Louise" o grande campeão de venda de ingressos daquela temporada. O que explicaria esse tipo de fenômeno? Em minha forma de ver a situação o filme caiu nas graças do espectador porque explorava algo que diz respeito a muitas mulheres pelo mundo afora. As duas personagens principais são esposas frustradas, atoladas em casamentos ruins e relacionamentos destrutivos, que procuram encontrar uma saída para essa encruzilhada que se tornou suas vidas. Para elas o que deveria ser a felicidade de um casamento perfeito acabou se transformando em algo insuportável de tolerar. Então elas simplesmente pegam um carro e caem na estrada, procurando pela liberdade que sempre desejaram.

Não é complicado de entender que a fórmula e o segredo do filme se concentram justamente nisso, nessa situação de dar um basta a uma vida de fachada, infeliz e reprimida, para finalmente buscar o que se deseja, sair pelo mundo em busca de aventuras e ser feliz de uma vez por todas. Some-se a isso a bela atuação da dupla Susan Sarandon e Geena Davis e você entenderá porque afinal o filme fez tanto sucesso. De quebra ainda trouxe um jovem Brad Pitt, ainda desconhecida na época, como um cowboy sensual que seduz uma delas. Que mulher não ficaria extasiada com algo assim? A sociedade muitas vezes massacra a posição da mulher, geralmente a colocando numa situação de submissão e repressão. O enredo de "Thelma & Louise" funcionava justamente como uma válvula de escape para tudo isso. Olhando sob esse ponto de vista realmente o resultado foi acima das expectativas.

Thelma & Louise (Thelma & Louise, Estados Unidos, 1991) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Callie Khouri / Elenco: Susan Sarandon, Geena Davis, Harvey Keitel, Brad Pitt, Michael Madsen / Sinopse: Thelma (Geena Davis) e Louise (Susan Sarandon) são duas amigas que resolvem dar uma guinada na vida. Cansadas de seus relacionamentos ruins e doentios elas resolvem pegar a estrada, buscando por aventuras na rota 66. Filme vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original (Callie Khouri). Também indicado na categorias de Melhor Atriz (Susan Sarandon e Geena Davis, ambas indicadas), Direção, Fotografia e Edição. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Roteiro.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Uma Noite Alucinante 3

Título no Brasil: Uma Noite Alucinante 3
Título Original: Army of Darkness
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio:  Dino De Laurentiis Company, Universal Pictures
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Sam Raimi, Ivan Raimi
Elenco: Bruce Campbell, Embeth Davidtz, Marcus Gilbert

Sinopse:
Um homem é acidentalmente transportado para 1300 dC, onde ele tem de lutar contra um exército de mortos e recuperar o Necronomicon, o livro dos mortos, para que ele possa voltar para casa. Terceiro e último filme da franquia "Evil Dead" de Sam Raimi.

Comentários:
Terceiro e mais exagerado filme da franquia original "Evil Dead". Aqui Sam Raimi abraça de vez o humor mais galhofeiro, não se importando nem um pouco em transformar sua série de filmes - que havia começado com o aterrorizante "A Morte do Demônio", seguido de "Uma Noite Alucinante" - em uma verdadeira palhaçada. Confesso que nunca gostei desse terceiro filme que considero facilmente o pior de todos, uma ideia que não deu certo em quase nada. Cheio de efeitos especiais ele ainda tem seus defensores mas para quem era fã do primeiro filme da série não deixa de ser uma grande decepção, uma piada de mau gosto bem indigesta. O canastrão Bruce Campbell está mais careteiro do que nunca e completamente perdido em um enredo meio sem pé e nem cabeça, que procura se sustentar na pura megalomania histérica. A produção é mais recheada do que a dos demais filmes, fruto do bom orçamento disponibilizado pelo produtor Dino de Laurentiis mas isso não faz grande diferença. "Uma Noite Alucinante 3" é uma daquelas fitas para realmente se esquecer.

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de setembro de 2015

A Casa que Pingava Sangue

Título no Brasil: A Casa que Pingava Sangue
Título Original: The House That Dripped Blood
Ano de Produção: 1971
País: Inglaterra
Estúdio: Amicus Productions
Direção: Peter Duffell
Roteiro: Robert Bloch
Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Nyree Dawn Porter, Denholm Elliott, Jon Pertwee

Sinopse:
A Scotland Yard investiga quatro misteriosos casos envolvendo uma casa abandonada. Filmes em episódios com uma linha narrativa em comum. Considerado um clássico do cinema de horror da década de 1970.

Comentários:
Eu me lembro desse filme sendo anunciado para ser exibido na Rede Globo, na Sessão de Gala, que passava depois do Supercine. Esse último exibia os filmes mais populares, os hits cinematográficos da época. A Sessão de Gala era mais hardcore, geralmente vinha com filmes mais pesados, muitos de terror. Esse pequeno clássico do horror apresentava cinco histórias ou enredos que tinham como objetivo assustar o espectador. E de maneira em geral eram muito bons, apresentando inclusive veteranos em seus últimos momentos nas telas de cinema como Peter Cushing. Um filme que até hoje me chamaria a atenção. Se algum dia ver passando por aí, em algum canal, certamente pararia para rever.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de setembro de 2015

A Árvore da Maldição

Título no Brasil: A Árvore da Maldição
Título Original: The Guardian
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: William Friedkin
Roteiro: Dan Greenburg, Stephen Volk
Elenco: Jenny Seagrove, Dwier Brown, Carey Lowell

Sinopse:
Jovem casal contrata uma nova babá, que parece ser a escolha ideal, responsável e focada. O que ninguém sabe é que ela não é nada do que aparenta. Seguidora de uma antiga religião pagã, que venera as forças da natureza, essa babá é na realidade uma sacerdotisa druida que oferece sacríficos humanos de crianças em honra ao espírito da floresta negra da região.

Comentários:
Deve realmente ser terrível passar por algo assim. O cineasta William Friedkin dirigiu duas obras primas absolutas do cinema. O primeiro foi "Operação França", um dos mais marcantes filmes dos anos 70, vencedor de vários Oscars e um marco no cinema da época. Depois assinou aquele que é considerado por muitos o melhor filme de terror de todos os tempos, o maravilhoso "O Exorcista". E então depois desse começo de carreira fabuloso as coisas começam a sair dos trilhos, filmes não fazem mais sucesso de público e nem de crítica e de repente um diretor tão talentoso se vê compelido a dirigir fitinhas como esse "A Árvore da Maldição". Eu credito esse tipo de argumento sem pé e nem cabeça ao furor ecologista que varreu o mundo nos anos 90. De repente só se falava em ecologia, em preservar a natureza. Claro que os mais radicais gostariam muito que as árvores fizessem algo como se vê nesse filme mas deixando isso de lado não há como negar que tudo não passa mesmo de uma grande bobagem. Um buraco negro no caminho do grande (sim, ele ainda é) William Friedkin.

Pablo Aluísio.

Ed Gein

Título no Brasil: Ed Gein
Título Original: Ed Gein - The Butcher of Plainfield
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: North American Entertainment
Direção: Michael Feifer
Roteiro: Michael Feifer
Elenco: Kane Hodder, Adrienne Frantz, Michael Berryman

Sinopse:
Filme baseado na história real do psicopata Ed Gein (1906 - 1984). Esse criminoso se tornou muito conhecido nos Estados Unidos por causa de seus horríveis métodos de tortura e violência que causava em suas vítimas. Criado no meio rural, completamente isolado e reprimido por uma mãe severa e fanática religiosa, Gein deu vazão ao seu lado mais sombrio após seus familiares morrerem de forma natural. Isolado numa fazenda distante e escondida, ele começou a transformar o local em um show de horrores com mortes, mutilações e atos insanos praticados com os corpos das pessoas que matava.

Comentários:
Esse infame psicopata já tinha sido tema de um filme em 2000 chamado "Ed Gein - O Serial Killer" (ainda trataremos futuramente sobre esse filme aqui no blog), quando em 2007 resolveu-se levar sua terrível história novamente para as telas. Ed Gein é um caso curioso porque embora ele tenha servido de modelo para vários psicopatas famosos do cinema (como Norman Bates de "Psicose", por exemplo) nunca ganhou um grande filme retratando sua história real. Aqui novamente temos uma produção de baixo orçamento que a despeito de seus poucos recursos consegue ao menos contar os eventos principais da vida do criminoso com eficiência. Como se sabe Gein virou uma espécie de "modelo" para o FBI pois ele trazia todas as principais características que acabam moldando um assassino serial como abusos na infância, educação repressiva e muito violenta, além de isolamento social. Dizem que após ser preso, Ed virou um detento símbolo de bom comportamento na prisão onde morreu. Ele tinha um temperamento muito tímido e retraído o que mostra como complexa é a mente humana pois quando estava com suas vítimas se comportava como um verdadeiro predador demente e enlouquecido, nada parecido com o prisioneiro pacato e de fala mansa que se tornou atrás das grades. Assim, embora "Ed Gein - The Butcher of Plainfield" não seja um grande filme sob o ponto de vista unicamente cinematográfico, vale ao menos ser assistido pelo menos uma vez  para se conhecer mais de perto esse insano e violento personagem do mundo real.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A Colheita do Mal

Título no Brasil: A Colheita do Mal
Título Original: The Reaping
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, Dark Castle Entertainment
Direção: Stephen Hopkins
Roteiro: Carey Hayes, Chad Hayes
Elenco: Hilary Swank, David Morrissey, AnnaSophia Robb
        
Sinopse:
Katherine Winter (Hilary Swank) foi, durante anos, uma engajada missionária da fé cristã. Sua postura em relação à religião mudou dramaticamente após uma tragédia familiar. Revoltada com o acontecimento deixou de acreditar em Deus. Agora ela ganha a vida desmascarando charlatões de todos os tipos, procurando explicar os fenômenos paranormais com a visão da ciência. Sua forma de analisar esses acontecimentos a leva até uma cidadezinha da Louisiana onde coisas completamente fora do normal estão acontecendo. Será que ela poderá também explicar o que se passa por lá?

Comentários:
Gostei bastante dessa produção. Em um primeiro momento fiquei com receio de assistir porque afinal de contas foi produzido pela Dark Castle que já colocou no mercado grandes bobagens no gênero terror mas como havia a talentosa Hilary Swank no elenco resolvi arriscar. Não me arrependi. O roteiro é muito bem escrito e mostra o duelo entre uma mente racional e científica perante fatos sobrenaturais inexplicáveis. A religião explica o que está acontecendo mas a pesquisadora se recusa a todo custo acreditar nesse ponto de vista. Assim que a personagem de Swank chega na região pantanosa onde fica a cidade ela começa a testemunhar o surgimento de eventos que remetem imediatamente às pragas bíblicas. Nuvens de insetos, sapos, mortes sem explicação e trevas. Os efeitos especiais são extremamente bem inseridos e estão à serviço da trama - bem ao contrário do que estamos acostumados a ver por aí. O elenco é todo mundo bom - bem acima da média para produções desse tipo - e a direção se mostra precisa. Um filme realmente muito bom, aliás surpreendemente bom.

Pablo Aluísio.

O Monstro de Frankenstein

Título no Brasil: O Monstro de Frankenstein
Título Original: The Evil of Frankenstein
Ano de Produção: 1964
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Hammer Film Productions, Universal Pictures
Direção: Freddie Francis
Roteiro: Anthony Hinds
Elenco: Peter Cushing, Peter Woodthorpe, Duncan Lamont

Sinopse:
Sem dinheiro, o Barão Frankenstein (Peter Cushing), acompanhado de seu assistente ansioso Hans, chega ao seu castelo da família, perto da cidade de Karlstaad, prometendo continuar suas experiências na criação da vida, através do uso de eletricidade. Por sorte encontra ainda a criatura que ele estava anteriormente trabalhando no passado. Dessa vez o Barão porém pretende também utilizar os serviços nada convencionais do hipnotizador Zoltan (Woodthorpe), mas esse movido por ganância e cobiça, tem outros planos para essa criatura caso ela venha de fato a ganhar vida nas experiências realizadas no alto do castelo abandonado.

Comentários:
Não é o melhor dos mundos mas até que não é tão ruim. Na verdade se trata de uma parceria entre a inglesa Hammer e a americana Universal com o objetivo de revitalizar mais um dos monstros clássicos do cinema americano da década de 1940. Muito provavelmente o resultado teria sido melhor se o roteiro tivesse sido mais fiel ao livro original escrito por Mary Shelley em 1818. A sensação que tive ao ver essa versão dos anos 1960 foi a de que houve uma forçada de barra por parte dos realizadores em transformar o famoso monstro em algo mais próximo daquela geração hippie. Mesmo assim a direção de arte tenta ser bem próxima dos filmes originais, inclusive nos cenários, nas máquinas do barão e no clima vintage. A única coisa que não me agradou muito foi a própria maquiagem da criatura. O monstro usa algo parecido com uma máscara feita de papelão, pouco convincente. Também não me agradou a inserção de um personagem novo, inexistente na estória tradicional, de um ilusionista e hipnotizador chamado Prof. Zoltán (interpretado pelo ator Peter Woodthorpe). Suas cenas em nada acrescentam e suas tentativas de transformar o monstro em um simples ladrão de ouro não me soaram muito bem. De bom mesmo fica a boa performance do mito Peter Cushing e a tentativa de resgatar o clima dos antigos filmes de terror. Tão ou mais popular que Drácula, "O Monstro de Frankenstein" procura trazer renovação a um dos mais clássicos personagens da literatura de terror. Isso, convenhamos, já é um mérito e tanto.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Atividade Paranormal

Título no Brasil: Atividade Paranormal
Título Original: Paranormal Activity
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Oren Peli
Roteiro: Oren Peli
Elenco: Katie Featherston, Micah Sloat, Mark Fredrichs

Sinopse:
Um jovem casal formado pelos apaixonados Micah (Micah Sloat) e Katie (Katie Featherston) se mudam para uma casa. No começo parece ser o lar de seus sonhos mas depois começam a surgir estranhos fenômenos paranormais inexplicáveis. Para deixar tudo registrado eles começam a filmar tudo o que acontece na noite escura - e isso ficará registrado para que o público também possa conferir. Tenha bons sustos. 

Comentários:
Há quem odeie e há quem adore essa franquia "Paranormal Activity". Na verdade esses filmes provam que nem sempre o mais importante é a qualidade do filme em si mas sim como se vende ele. Eu me recordo perfeitamente quando esse primeiro filme chegou nos cinemas. O marketing foi extremamente bem bolado - com ares de pura enganação mas tudo bem. Assim como aconteceu em "A Bruxa de Blair" aqui também foi feito todo um trabalho de divulgação na net criando nas pessoas a expectativa de que iriam ver algo real. Depois tiveram a brilhante ideia de filmarem o público completamente aterrorizado assistindo ao filme. Ora, todos sabemos que tudo não passa de mais um mockumentary muito bem vendido para o público menos informado sobre filmes de terror. Não há muito o que comentar no final das contas - quem já assistiu a algum "Paranormal Activity" já sabe muito bem do que se trata. Não sou particularmente fã desse estilo mas tampouco o acho absolutamente horrível - coisas piores estreiam todos os anos nos cinemas. Assim se você ainda não viu nenhum (coisa bem complicada de acontecer) arrisque esse primeiro. Quem sabe vá gostar. Já se viu algum outro da franquia e detestou, bom, melhor passar longe desse pois na verdade quem viu um, viu praticamente todos.

Pablo Aluísio.

Abismo do Medo

Título no Brasil: Abismo do Medo
Título Original: The Descent
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Neil Marshall
Roteiro: Neil Marshall
Elenco: Shauna Macdonald, Natalie Mendoza, Alex Reid

Sinopse:
Jovens, bonitas e gostosonas, seis garotas sofrem um acidente e resolvem fazer algo bem diferente. Adeptas de esportes radicais elas decidem explorar uma caverna enorme e supostamente sem fim localizada naquela região remota mas ficam presas. Agora terão que sobreviver para continuarem vivas de qualquer jeito. Só não contavam com o fato de não estarem sozinhas naquele ambiente hostil e desconhecido.

Comentários:
Assisti em um cinema poeira que tinha perto da minha casa (e que não existe mais infelizmente). Sabe que não achei tão desprezível assim? Claro que é do tipo MOW (Monster of Week) mas o suspense que rola na primeira parte do filme até prende nossa atenção. O diretor Neil Marshall que depois faria "Juízo Final" e "Centurião", além de dirigir episódios da série de grande sucesso "Game of Thrones", consegue mesmo prender a atenção do espectador que fica esperando descobrir do que aquilo tudo se trata. Claro que muitos vão se decepcionar depois com o desfecho (ou a falta dele) na estória mas isso é o de menos quando já se conseguiu levar um suspense em bom tom por pelo menos 60 minutos. Todo o elenco é formado por garotas ao estilo p&b (peitos e bundas), por isso não vá esperando nada nesse aspecto. Estão lá só para gritarem e serem trucidadas, nada mais. A lamentar apenas que depois virou uma franquia, com uma continuação pra lá de ruim...

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Comboio do Terror

Título no Brasil: Comboio do Terror
Título Original: Maximum Overdrive
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino De Laurentiis Company
Direção: Stephen King
Roteiro: Stephen King
Elenco: Emilio Estevez, Pat Hingle, Laura Harrington

Sinopse:
Um cometa passa pela Terra em 1986 e começa a interferir em todas as máquinas ao redor do mundo. Muitas delas ganham vida própria e começam a aterrorizar os seres humanos. A situação fica ainda mais grave em relação aos grandes caminhões de comboios. Para deter essas máquinas assassinas um grupo de pessoas resolve enfrentar a situação de frente. Apenas os mais fortes sobreviverão.

Comentários:
Stephen King vivia reclamando das adaptações de seus textos para o cinema. Para resolver esse impasse o produtor Dino De Laurentiis resolveu lhe dar um voto de confiança. Colocou à disposição de King um orçamento de 10 milhões de dólares e o controle sobre a direção e o roteiro da adaptação de um de seus contos chamado "Trucks". Sem experiência em cinema Stephen King foi em frente e... tudo se tornou um desastre! "Maximum Overdrive" é ruim de doer, essa é a verdade. Considero King um dos melhores escritores de contos de terror que existem mas ele realmente deveria saber melhor onde enfiar o nariz. O filme não tem bom ritmo, nem muito menos boas decisões estéticas. Ao contrário disso é chato, sem foco e muito arrastado. Repete à exaustão uma mesma situação e torra a paciência dos espectadores. Tudo bem que o material original, a pequena estória no qual foi baseado, também nunca foi lá grande coisa mas não era necessário também derrapar tanto como vemos aqui. O filme é fraco demais mas como em Hollywood a ordem do dia é realmente reciclar tudo que aparece pela frente, não é que fizeram um remake dessa joça? E o mais curioso de tudo é que a refilmagem conseguiu ser ainda pior que essa produção de 1986! Pelo amor de Deus...

Pablo Aluísio.

O Massacre da Serra Elétrica

Título no Brasil: O Massacre da Serra Elétrica
Título Original: The Texas Chain Saw Massacre
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Vortex
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Kim Henkel, Tobe Hooper
Elenco: Marilyn Burns, Edwin Neal, Allen Danziger

Sinopse:
Um grupo de jovens resolve entrar em uma região abandonada e isolada do Texas. Lá acabam entrando em contato com uma família doentia de psicopatas, canibais e sociopatas. Má ideia. Agora terão que lutar para continuarem vivos e não cairem nas garras de pessoas "amorosas" como Leatherface que anseiam por trucidar todos eles, aos pouquinhos e em pedacinhos...

Comentários:
Esse é o filme original, casca grossa e ultra violento. Imagine uma produção dessas em plenos anos 70. Ninguém nunca tinha visto algo igual. O interessante é que por ser tão diferente (e brutal) nenhum grande estúdio resolveu bancar o roteiro. Assim tudo foi filmado em 16mm, com orçamento mais do que restrito. No final das contas isso tudo só ajudou ao filme. Ele ficou com cara de coisa amadora, suja, que mostrava algo muito violento e sangrento, ou seja, o tipo de estética que atrai mesmo os fãs de filmes de terror mais sanguinários. A crítica da época se dividiu. Alguns acharam o filme vulgar e grotesco, um fruto da mente doentia de seus realizadores. Outros consideraram "The Texas Chainsaw Massacre" um marco por mostrar um evento sem máscaras, com toda a sua crueldade (o roteiro foi inspirado em um fato real ocorrido no Texas). A se lamentar apenas a falta de critério das distribuidoras nacionais que resolveram colocar no título a referência a uma "serra elétrica" que na verdade não existe no filme (o que vemos é uma serra movida a diesel). De qualquer maneira esse é o tipo de produção que não pode faltar na coleção de fãs de filmes de terror. Sim, é cru, barra pesada e voam tripas para todos os lados, mas também é um dos maiores clássicos de terror de todos os tempos. Quem diria que o psicótico Leatherface teria um dia tanto prestígio assim no mundo das artes...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O Dia em que a Terra Parou

Título no Brasil: O Dia em que a Terra Parou
Título Original: The Day the Earth Stood Still
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Wise
Roteiro: Edmund H. North, Harry Bates
Elenco: Michael Rennie, Patricia Neal, Hugh Marlowe

Sinopse:
O que parecia ser uma manhã como outra qualquer na capital dos Estados Unidos, Washington, logo se torna palco de um evento histórico para a humanidade. Uma nave espacial desce perto da Casa Branca e de dentro dela saem dois tripulantes. Klaatu (Michael Rennie) e o robô gigante Gort (Lock Martin). Eles trazem uma mensagem de paz e amizade do planeta de onde vieram mas sua presença aterroriza os humanos que logo tomam medidas desproporcionais e irracionais em relação aos visitantes interplanetários.

Comentários:
Não é todo dia que um clássico Sci-fi desse porte é exibido na TV. Uma ótima notícia para quem ainda não teve a oportunidade de assistir a um dos maiores clássicos de ficção da história do cinema americano. "O Dia em que a Terra Parou" é um primor, uma verdadeira obra prima do gênero e deve ser compreendido como um produto de sua época. Nos anos 1950 como bem se sabe, havia a paranoia da guerra fria no ar. Estados Unidos e União Soviética estavam à beira de um colapso nuclear. Esse constante clima de terror e medo acabou gerando um subproduto dos mais interessantes - a dos filmes de Sci-fi com seus monstros atômicos e raças de outros planetas que viam até a Terra para destruir a humanidade. O grande diferencial dessa produção em relação às outras é que ela tinha uma perspectiva diferenciada, os ETs não vinham com intenções de destruir a civilização humana mas sim se tornar sua parceira universal, de criar verdadeiros laços de amizade entre as civilizações, o que não impede os militares da Terra de agirem de forma completamente errada com os bem intencionados visitantes das estrelas. Era claramente uma mensagem pacifista, de paz entre as potências. Sua mensagem positiva acabou transformando o filme em um dos melhores do gênero, se tornando de fato uma das mais aclamadas produções dos anos 50. Simplesmente imperdível.

Pablo Aluísio.

Aliens vs. Predador 2

Título no Brasil: Aliens vs. Predador 2
Título Original: AVPR Aliens vs Predator - Requiem
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Colin Strause, Greg Strause
Roteiro: Shane Salerno, Dan O'Bannon
Elenco: Reiko Aylesworth, Steven Pasquale, John Ortiz

Sinopse:
A pequena e pacata Gunnison, no Colorado, se torna palco de uma luta épica e feroz entre duas raças de extraterrestres extremamente hostis e violentas. Tudo surge quando uma nave de Predadores desce no local, libertando uma carga biológica até então desconhecida de Aliens. Apenas um Predador sobrevive e caberá a ele destruir e capturar todos os Aliens soltos na Terra.

Comentários:
Eu particularmente nunca pensei que essa franquia fosse tão longe. É a tal coisa, os filmes não conseguem ser lá muito bons mas rendem bom faturamento porque o fã de Sci-fi simplesmente não resiste a um apelo desses e acaba conferindo o resultado, mesmo sabendo de antemão que boa coisa certamente não virá pela frente. A crítica aqui malhou impiedosamente essa continuação. Muito se falou sobre o fato da Fox estar tentando ganhar mais uns trocados em cima de duas franquias que não tinham mais potencial nas bilheterias. A solução foi a realização de filmes de orçamentos bem mais modestos, sem astros no elenco (pois eles são caros demais) e foco completo em muitos efeitos digitais. Cinematograficamente falando nenhum filme dessa série "Aliens vs Predador" vale muita coisa mas em termos de pura cultura pop a ideia até que não é má, afinal de contas essa coisas de unir personagens famosos em duelos, que começou lá no mundo dos quadrinhos, até que pode render bons frutos daqui em diante no mundo do cinema, que o diga os produtores do filme que reunirá Batman e Superman ou até mesmo dos Vingadores, que nada mais é do que uma grande reunião de super-heróis. Virá alguma obra prima desse tipo de fusão? Bom, isso só o tempo dirá.

Pablo Aluísio