Título no Brasil: Espírito de Lobo
Título Original: Wolf Totem
Ano de Produção: 2015
País: China, França
Estúdio: China Film Co, Reperage Film
Direção: Jean-Jacques Annaud
Roteiro: Jiang Rong, Jean-Jacques Annaud
Elenco: Shaofeng Feng, Shawn Dou, Ankhnyam Ragchaa
Sinopse:
Em 1967, durante a revolução cultural na China, dois estudantes de Beijing são enviados para as estepes da Mongólia para ensinar as crianças da região a nova ideologia comunista que chegou ao poder no país. Uma vez lá eles se encantam pela riqueza natural da região, em especial pela presença de um grupo de lobos selvagens das montanhas. Enquanto tentam doutrinar o povo do lugar acabam também se maravilhando com os costumes e a cultura daquela sociedade.
Comentários:
Produção franco chinesa muito interessante que mostra a história de vida de dois jovens idealistas que acabam indo parar na distante Mongólia. A fotografia, como não poderia deixar de ser, é um dos pontos fortes da película. O diretor francês Jean-Jacques Annaud que assinou excelentes filmes no passado como "O Nome da Rosa", "A Guerra do Fogo", "Sete Anos no Tibet" e "Círculo de Fogo" conseguiu realizar uma obra que celebra a natureza selvagem das famosas estepes mongóis, no mesmo lugar de onde surgiu no século XIII o grande conquistador Gengis Khan. Os grandes protagonistas do filme porém não são os seres humanos, mas sim os lobos selvagens. Organizados em alcatéias, eles vivem em perfeita harmonia com as populações nativas locais. Isso vai até o dia em que o Partido Comunista resolve enviar um burocrata para lá. Com escassez de alimentos o sujeito, que não entende nada da fauna local, manda invadir os territórios dos lobos, destruindo suas caças e seus filhotes, quebrando a fina e delicada harmonia que reina naquele ecossistema. Esse aspecto do roteiro até que me deixou bem surpreso pois colocou um membro do partido agindo de forma errada e equivocada, algo que espanta em um regime de governo tão fechado como o de Pequim. De qualquer maneira isso acaba não indo muito fundo, procurando a produção se contentar em mostrar as belezas naturais daquele cenário lindo e maravilhoso. Um filme ecologicamente correto e com uma bela mensagem para passar a frente.
Pablo Aluísio.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2015
quarta-feira, 18 de março de 2015
O Nome da Rosa
É um dos melhores filmes da carreira de Sean Connery que por essa época estava em uma fase particularmente inspirada na carreira. Costuma-se dizer que por trás de todo grande filme há uma grande estória. No caso de “O Nome da Rosa” temos uma confirmação disso. O roteiro foi escrito tendo como base o excelente livro de mesmo nome do cultuado autor Umberto Eco. Seus personagens vivem em um mundo imerso na religiosidade fanática, em plena idade média, período histórico que anos depois seria denominado como a “era das trevas”. A ciência era combatida e punida pelas altas autoridades do clero. A Igreja Católica dominava de forma sufocante todos os aspectos da vida da sociedade em geral. A menor indiscrição poderia ser confundida com heresia e a punição era mais do que severa, pois geralmente a purgação dos pecados vinha através do martírio em grandes fogueiras onde pessoas eram queimadas vivas em espetáculos públicos de insanidade e crueldade. É nesse ambiente sufocante que surge William de Baskerville (Sean Connery) que chega até um mosteiro distante para solucionar uma série de crimes horrendos acontecidos no local. O personagem é obviamente uma homenagem a Sherlock Holmes e o autor Umberto Eco se aproveita disso para desfilar uma doce ironia em cena: mesmo sendo um membro do clero, Baskerville usa de métodos científicos para descobrir a origem dos crimes.
“O Nome da Rosa” se destaca por apresentar uma trama extremamente bem escrita e uma solução final ao mesmo tempo simples e brilhante. Nisso se assemelha novamente aos textos do famoso detetive que lhe serviu de inspiração. A direção de arte do filme é um primor, recriando com extrema fidelidade os ambientes das centenárias abadias medievais, com sua rotina de trabalho austera e disciplinada. Curiosamente o filme não fez sucesso nos Estados Unidos em seu lançamento, sendo praticamente ignorado pelo público americano. No resto do mundo porém se tornou um verdadeiro sucesso entrando rapidamente na categoria de cult movie. Não é para menos, o filme alia um roteiro extremamente bem escrito com um elenco em fase inspirada. Sean Connery na época ainda tentava provar que era um bom ator e que não precisava mais viver á sombra de James Bond. Sua busca por uma identidade própria o levou a estrelar uma sucessão de excelentes filmes como “Os Intocáveis”, “Caçada ao Outubro Vermelho” e “Indiana Jones e a Última Cruzada” (considerado até hoje um dos melhores filmes da franquia). Connery obviamente ficou chateado com a fria recepção que o filme recebeu nos EUA mas anos depois atribuiu isso ao estilo do próprio público americano que vai aos cinemas. Para Sean filmes com tramas complexas como a de “O Nome da Rosa” fazem o espectador pensar para tentar decifrar o mistério envolvido, algo que os americanos não estariam dispostos a fazer por pura preguiça mental. De qualquer modo o resto do mundo reconheceu os méritos do filme, merecidamente aliás. Assim “O Nome da Rosa” se torna item obrigatório para os amantes dos filmes de mistério. A trama inteligente e bem conduzida transformou a produção em um clássico moderno, sem a menor sombra de dúvidas.
O Nome da Rosa (The Name of the Rose, Alemanha, Itália, França, 1986) Direção: Jean-Jacques Annaud / Roteiro: Andrew Birkin baseado no livro "O Nome da Rosa" de Umberto Eco / Elenco: Sean Connery, Christian Slater, F. Murray Abraham, Helmut Qualtinger, Elya Baskin, Feodor Chaliapin, William Hickey, Michel Lonsdale, Ron Perlman / Sinopse: William de Baskerville (Sean Connery) vai até uma abadia distante e sombria para investigar uma série de crimes no local. Ao lado de seu assistente, o noviço Adso (Christian Slater) ele tentará chegar na solução do mistério da morte dos membros do clero.
Pablo Aluísio.
“O Nome da Rosa” se destaca por apresentar uma trama extremamente bem escrita e uma solução final ao mesmo tempo simples e brilhante. Nisso se assemelha novamente aos textos do famoso detetive que lhe serviu de inspiração. A direção de arte do filme é um primor, recriando com extrema fidelidade os ambientes das centenárias abadias medievais, com sua rotina de trabalho austera e disciplinada. Curiosamente o filme não fez sucesso nos Estados Unidos em seu lançamento, sendo praticamente ignorado pelo público americano. No resto do mundo porém se tornou um verdadeiro sucesso entrando rapidamente na categoria de cult movie. Não é para menos, o filme alia um roteiro extremamente bem escrito com um elenco em fase inspirada. Sean Connery na época ainda tentava provar que era um bom ator e que não precisava mais viver á sombra de James Bond. Sua busca por uma identidade própria o levou a estrelar uma sucessão de excelentes filmes como “Os Intocáveis”, “Caçada ao Outubro Vermelho” e “Indiana Jones e a Última Cruzada” (considerado até hoje um dos melhores filmes da franquia). Connery obviamente ficou chateado com a fria recepção que o filme recebeu nos EUA mas anos depois atribuiu isso ao estilo do próprio público americano que vai aos cinemas. Para Sean filmes com tramas complexas como a de “O Nome da Rosa” fazem o espectador pensar para tentar decifrar o mistério envolvido, algo que os americanos não estariam dispostos a fazer por pura preguiça mental. De qualquer modo o resto do mundo reconheceu os méritos do filme, merecidamente aliás. Assim “O Nome da Rosa” se torna item obrigatório para os amantes dos filmes de mistério. A trama inteligente e bem conduzida transformou a produção em um clássico moderno, sem a menor sombra de dúvidas.
O Nome da Rosa (The Name of the Rose, Alemanha, Itália, França, 1986) Direção: Jean-Jacques Annaud / Roteiro: Andrew Birkin baseado no livro "O Nome da Rosa" de Umberto Eco / Elenco: Sean Connery, Christian Slater, F. Murray Abraham, Helmut Qualtinger, Elya Baskin, Feodor Chaliapin, William Hickey, Michel Lonsdale, Ron Perlman / Sinopse: William de Baskerville (Sean Connery) vai até uma abadia distante e sombria para investigar uma série de crimes no local. Ao lado de seu assistente, o noviço Adso (Christian Slater) ele tentará chegar na solução do mistério da morte dos membros do clero.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Círculo de Fogo
Após várias operações de sucesso pela Europa, inclusive a invasão e ocupação da França pelas tropas de Hitler, não parecia haver mais barreiras para o avanço do nazismo. Hitler, completamente alucinado e empolgado pelos sucessos militares de suas forças armadas, então deu inicio ao pior plano de ataque da história: a invasão da Rússia! Foi a maior operação de guerra da história e o maior desastre que se tem noticia. Naquela ocasião a Rússia era governada com mão de ferro por outro ditador sanguinário, Stálin, que não iria permitir que algo assim acontecesse. Inicialmente os alemães enfrentaram a fome, o frio e os retrocessos típicos de uma invasão mal conduzida, mal planejada e impossível de ser bem sucedida. Quando chegaram nos portões de Stalingrado deu-se o grande massacre. Cercados por todos os lados as tropas do exército vermelho lutou bravamente para expulsar o invasor nazista. Lembrado até hoje como uma das maiores batalhas da história esse filme tenta reconstruir aquela resistência heroica.
Esse projeto nasceu inicialmente pelas mãos de Sergio Leone que tencionava realizar aquele que seria o maior filme de guerra produzido na Europa. Infelizmente ele morreu antes de ver o começo das filmagens. Com sua morte o projeto foi arquivado por longos anos sendo resgatado do esquecimento pelo corajoso cineasta Jean-Jacques Annaud. “Círculo de Fogo” foi a produção europeia mais cara da história. O financiamento veio de quatro nações diferentes mas infelizmente o roteiro foi em grande parte fracionado, focado apenas na disputa psicológica que é travado por Vassili Zaitsev (Jude Law), exímio atirador de elite do exército vermelho e o Major König (Ed Harris), oficial alemão do Reich. De certa forma esse verdadeiro duelo é uma metáfora do que aconteceu em toda a batalha. Há cenas extremamente bem realizadas – como a luta nos portões da cidade – e momentos de tensão e suspense. Provavelmente seria um filme bem diferente se fosse dirigido pelo grande Sergio Leone mas mesmo assim mantém o interesse e o impacto. No final das contas vale principalmente por relembrar uma das maiores carnificinas da Segunda Guerra Mundial.
Círculo de Fogo (Enemy at the Gates, Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda, Alemanha, 2001) Direção: Jean-Jacques Annaud / Roteiro: Jean-Jacques Annaud, Alain Godard / Elenco: Jude Law, Ed Harris, Rachel Weisz, Joseph Fiennes, Bob Hoskins, Ron Perlman / Sinopse: O filme recria o cerco e a batalha travado em Stanligrado durante a II Guerra Mundial.
Pablo Aluísio.
Esse projeto nasceu inicialmente pelas mãos de Sergio Leone que tencionava realizar aquele que seria o maior filme de guerra produzido na Europa. Infelizmente ele morreu antes de ver o começo das filmagens. Com sua morte o projeto foi arquivado por longos anos sendo resgatado do esquecimento pelo corajoso cineasta Jean-Jacques Annaud. “Círculo de Fogo” foi a produção europeia mais cara da história. O financiamento veio de quatro nações diferentes mas infelizmente o roteiro foi em grande parte fracionado, focado apenas na disputa psicológica que é travado por Vassili Zaitsev (Jude Law), exímio atirador de elite do exército vermelho e o Major König (Ed Harris), oficial alemão do Reich. De certa forma esse verdadeiro duelo é uma metáfora do que aconteceu em toda a batalha. Há cenas extremamente bem realizadas – como a luta nos portões da cidade – e momentos de tensão e suspense. Provavelmente seria um filme bem diferente se fosse dirigido pelo grande Sergio Leone mas mesmo assim mantém o interesse e o impacto. No final das contas vale principalmente por relembrar uma das maiores carnificinas da Segunda Guerra Mundial.
Círculo de Fogo (Enemy at the Gates, Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda, Alemanha, 2001) Direção: Jean-Jacques Annaud / Roteiro: Jean-Jacques Annaud, Alain Godard / Elenco: Jude Law, Ed Harris, Rachel Weisz, Joseph Fiennes, Bob Hoskins, Ron Perlman / Sinopse: O filme recria o cerco e a batalha travado em Stanligrado durante a II Guerra Mundial.
Pablo Aluísio.
sábado, 4 de agosto de 2012
Sete Anos no Tibet
O filme "Sete Anos no Tibet" foi baseado no livro autobiográfico de Heinrich Harrer, um alpinista austríaco que a serviço do Terceiro Reich tentou escalar um dos maiores picos do mundo mas que foi preso por tropas inglesas no começo da II Guerra Mundial. Após um período como prisioneiro de guerra na Índia, Heinrich (interpretado no filme por Brad Pitt) consegue escapar, indo parar no distante e isolado Tibet (ou Tibete), um país teocrático liderado por uma criança que na crença religiosa local seria a reencarnação de uma alma iluminada conhecida como Dalai Lama. O ocidental então acaba se tornando próximo do líder tibetano justamente durante a truculenta ocupação chinesa na região após o líder comunista chinês Mao Tsé Tung decretar o Tibet como parte da República Popular da China. "Sete Anos no Tibet" é um sensível drama que mostra um choque de civilizações terrível. De um lado a cultura religiosa milenar do povo Tibetano. Do outro o pulso forte do socialismo ateu de Mao. Pacífico por natureza e convicção a população daquele país teve que lidar com o regime linha dura socialista da China, em um novo governo brutal e sanguinário que considerava toda e qualquer religião um veneno para o desenvolvimento do Estado.
Uma das questões mais interessantes que me lembrei ao rever "Sete Anos no Tibet" foi que na época de seu lançamento vários filmes trataram da ocupação chinesa no Tibete mas de uns anos para cá o tema sumiu de pauta do cinema americano, isso apesar de estarmos longe de uma solução para a situação internacional daquela região. O que aparenta ter acontecido foi que Hollywood parece ter descoberto o mercado chinês para seus filmes atualmente. Impossível ignorar um mercado consumidor de um bilhão de pagantes de entradas de cinema. Assim o tema do Tibete acabou sendo varrido discretamente para debaixo do tapete pela indústria americana de entretenimento o que é uma pena pois violações de direitos internacionais nunca deveriam sair de cena. Tirando as questões políticas de lado "Sete Anos no Tibet" é sem dúvida uma ótima película, com tudo o que o cinéfilo mais consciente tem direito: um bom roteiro, um tema relevante, excelentes interpretações de todo o elenco e ótima reconstituição de época. Alem disso como ignorar a maravilhosa fotografia? Enfim, todos os requisitos para um grande filme estão aqui, por isso se ainda não assistiu não deixe de conferir.
Sete Anos no Tibet (Seven Years in Tibet, Estados Unidos, 1997) Direção: Jean-Jacques Annaud / Roteiro: Becky Johnston baseado no livro de Heinrich Harrer / Elenco: Brad Pitt, David Thewlis, BD Wong, Mako / Sinopse: Heinrich Harrer (Brad Pitt) é um alpinista austríaco que tenta escalar um dos maiores picos do mundo mas acaba sendo preso por tropas inglesas no começo da II Guerra Mundial. Após um período preso na Índia, Heinrich (interpretado no filme por Brad Pitt) consegue escapar, indo parar no distante e isolado Tibet (ou Tibete) onde acaba se tornando próximo do líder tibetano, o Dalai Lama.
Pablo Aluísio.
Uma das questões mais interessantes que me lembrei ao rever "Sete Anos no Tibet" foi que na época de seu lançamento vários filmes trataram da ocupação chinesa no Tibete mas de uns anos para cá o tema sumiu de pauta do cinema americano, isso apesar de estarmos longe de uma solução para a situação internacional daquela região. O que aparenta ter acontecido foi que Hollywood parece ter descoberto o mercado chinês para seus filmes atualmente. Impossível ignorar um mercado consumidor de um bilhão de pagantes de entradas de cinema. Assim o tema do Tibete acabou sendo varrido discretamente para debaixo do tapete pela indústria americana de entretenimento o que é uma pena pois violações de direitos internacionais nunca deveriam sair de cena. Tirando as questões políticas de lado "Sete Anos no Tibet" é sem dúvida uma ótima película, com tudo o que o cinéfilo mais consciente tem direito: um bom roteiro, um tema relevante, excelentes interpretações de todo o elenco e ótima reconstituição de época. Alem disso como ignorar a maravilhosa fotografia? Enfim, todos os requisitos para um grande filme estão aqui, por isso se ainda não assistiu não deixe de conferir.
Sete Anos no Tibet (Seven Years in Tibet, Estados Unidos, 1997) Direção: Jean-Jacques Annaud / Roteiro: Becky Johnston baseado no livro de Heinrich Harrer / Elenco: Brad Pitt, David Thewlis, BD Wong, Mako / Sinopse: Heinrich Harrer (Brad Pitt) é um alpinista austríaco que tenta escalar um dos maiores picos do mundo mas acaba sendo preso por tropas inglesas no começo da II Guerra Mundial. Após um período preso na Índia, Heinrich (interpretado no filme por Brad Pitt) consegue escapar, indo parar no distante e isolado Tibet (ou Tibete) onde acaba se tornando próximo do líder tibetano, o Dalai Lama.
Pablo Aluísio.
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