Título no Brasil: Exorcistas do Vaticano
Título Original: The Vatican Tapes
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate, Lakeshore Entertainment
Direção: Mark Neveldine
Roteiro: Chris Morgan, Christopher Borrelli
Elenco: Olivia Taylor Dudley, Michael Peña, Dougray Scott
Sinopse:
Angela
(Olivia Taylor Dudley) é como todas as outras garotas normais de sua
idade a não ser um estranho comportamento que começa a desenvolver após
uma festa de aniversário. Ela começa a falar em línguas estranhas,
ficando completamente fora de si, além de cometer atos impensados como
atacar um motorista de um carro em movimento, causando um sério acidente
de trânsito. Sem saber o que fazer seu pai pede ajuda a psiquiatras,
mas nem eles sabem ao certo o que poderia estar acontecendo. Sem saída
ele então resolve ir atrás do padre do hospital onde sua filha está
internada. Em pouco tempo ele descobre que a jovem está mesmo
possuída por um demônio vindo diretamente das trevas.
Comentários:
No
começo tudo parece até promissor. O roteiro explora as mudanças que vão
acontecendo nessa garota interpretada pela atriz Olivia Taylor Dudley,
que me lembrou inclusive muito de Reese Witherspoon quando era mais
jovem. Pois bem, o filme começa e dá algumas pequenas pistas. Como
muitos jovens por aí ela também flerta com alguns símbolos e imagens
satânicas, nada que não fuja muito do que vemos em capas de álbuns de
bandas de Heavy Metal. Aos poucos porém algo vai se modificando em seu
jeito de ser. Ela fere o seu dedo ao tentar cortar um pedaço de bolo e a
coisa toda desanda. No hospital surgem estranhos sinais como a presença
constante de corvos na janela de seu quarto (uma antigo mitologia
associa esses pássaros a verdadeiros enviados do diabo). Não precisa ser
expert em filmes de horror para entender que ela vai sendo possuída aos
poucos por entidade maligna desconhecida. A medicina não tem uma
explicação definitiva sobre o que estaria acontecendo com ela e o pai,
que é um católico irlandês, pede ajuda a um jovem padre chamado Lozano
(Michael Peña), que no passado foi veterano de guerra na intervenção
americana no Iraque. Nesse ponto do filme você começa a criar algumas
esperanças que vem algo de bom venha por aí, afinal de contas até que o
roteiro é minimamente organizado para criar toda uma situação de
expectativa em torno da possessão demoníaca em cima de jovem.
Quando ela
finalmente fica sob domínio das forças das trevas e um cardeal chega do
Vaticano especialmente para exorcizá-la, o filme perde completamente o
rumo. O que era sutileza teológica e simbolismo vira apelação, o que
poderia render um ótimo duelo entre o bem o mal se torna tão caricato
que mais parece desenho animado. Que pena! Pior de tudo é quando as
coisas vão se revelando gradativamente e você vai entendendo de quem se
trata e qual seria o ente espiritual que estaria possuindo em definitivo
o corpo da jovem, a decepção toma conta. Os quinze minutos finais são
os piores que já assisti em filmes de terror nos últimos anos. Usando
citações mal colocadas das escrituras o filme vai mostrando o novo
caminho a ser percorrido pela garota que antes estava possuída e...
melhor nem ir adiante. É tudo tão óbvio, sem graça e previsível que aguentar
até os letreiros finais se torna um verdadeiro martírio. O mais
interessante de tudo é que vários filmes menores, com pequenos
orçamentos, inclusive alguns do estilo mockumentary vindos de outros
países, estão se saindo infinitamente melhores e mais inteligentes do
que esse aqui, que conta com uma produção com mais dinheiro e melhores
recursos. Assim só podemos lamentar mesmo, afinal de contas nem sempre
orçamento generoso significa necessariamente um bom filme - aliás
ultimamente a regra tem sido justamente o oposto disso. Enfim, não foi
dessa vez que fizeram um novo e bom filme sobre exorcismos. Melhor rever o clássico de 1973.
Pablo Aluísio.