sábado, 20 de julho de 2019

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 3

Assim que as filmagens de "Vidas Amargas" iam avançando, Dean e Kazan começaram a ter atritos. O que começou com uma simbiose de ideias interessantes para o filme logo desandaram para pequenos mal entendidos que cresceram ao ponto de Kazan falar mal do ator para a imprensa. Para o diretor as filmagens começaram muito bem, mas conforme foram avançando surgiram problemas envolvendo James Dean com praticamente todos os membros do elenco.

Durante uma cena com o ator Raymond Massey (que interpretava seu pai no filme) Dean começou a recitar pequenas obscenidades e palavras de baixo nível para seu colega, enquanto ele tentava se concentrar em declamar seu rebuscado texto. Para Dean tudo não passou de uma brincadeira, mas para Massey aquilo era o ápice da falta de profissionalismo. Com sua estrela Julie Harris as coisas não fluíram melhor. Dean começou a debochar de seu jeito tímido e calado. Julie tentava levar na brincadeira, mas depois aquilo começou a aborrecer a tal ponto que Kazan disse literalmente que "ela era realmente uma santa em aguentar aquele James Dean no set sem perder a paciência"!

Depois de morar um tempo com Richard Davalos em um apartamento cedido pela Warner, James Dean resolveu tomar uma decisão radical. Largou o apartamento, pegou sua velha mochila com os poucos pertences pessoais e resolveu que iria morar dentro de seu camarim no estúdio. Kazan achou aquilo uma maluquice, mas Dean explicou que o camarim no final das contas era mais espaçoso que seu pequeno quarto e além do mais o deixaria mais perto do trabalho (na verdade o deixaria sempre "dentro" de seu trabalho). Os produtores não fizeram questão, mas lhe informaram que assim que as filmagens terminassem ele teria que sair de lá, pois outro filme seria feito e os camarins seriam disponibilizados para o elenco que chegaria para trabalhar no novo filme. Dean deu de ombros, afinal de contas por mais estranho que fosse seu comportamento ele certamente não estaria disposto a viver indefinidamente dentro de um camarim de estúdio de cinema.

Enquanto estava de folga das filmagens, James Dean resolveu visitar os sets de outros filmes, entre eles "O Cálice Sagrado" que estava sendo filmado perto de seu camarim. Foi lá, visitando Paul Newman, que Dean viu pela primeira vez a atriz Pier Angeli. Foi amor à primeira vista! Embora Dean tivesse tido vários casos amorosos com homens em sua vida, ele tinha uma  certa tendência em alimentar paixões amorosas em relação a garotas que conhecia e admirava. Angeli era uma delas. De família católica italiana tradicional, a atriz era o extremo oposto de James Dean, na época considerado um ator largado de Nova Iorque, um sujeito conhecido por sua rebeldia e comportamento fora dos padrões. De qualquer maneira, como diz o ditado, os opostos se atraem. E assim James Dean ficou gamado por ela! Nem bem a viu pela primeira vez comentou depois com Paul Newman: "Puxa, ela não parece ser desse mundo!". Discretamente James Dean convidou Angeli para se sentar com ele no refeitório da Warner durante o almoço. Não demorou muito e surgiram de mãos dadas, confirmando que estavam namorando. A mãe de Pier Angeli não gostou nada de saber da novidade por causa da fama de rebelde e selvagem do ator e tentou acabar com o precoce namoro, mas foi em vão.

Enquanto isso as filmagens de "Vidas Amargas" iam chegando ao fim. Elia Kazan desabafou e disse que Dean não se deu bem com ninguém, nem com o elenco e nem com a equipe técnica. Também reclamou de suas atitudes insuportáveis, como por exemplo, sempre tentar estragar as cenas de Julie Harris. Outro aspecto que incomodou Kazan foi a forma como Dean lidava com o trabalho pois na opinião do diretor "Ele perdia muito tempo tirando fotos de si mesmo". Um egocêntrico? Para Kazan não restava a menor dúvida. Durante as filmagens, Dean resolveu comprar uma nova moto, da marca Triumph, ideal para corridas. Assim que descobriu isso Kazan chamou Dean de lado e lhe avisou: "Não tenho nada a ver com sua vida pessoal, mas enquanto o filme não ficar pronto você não participará de nenhuma corrida". Dean contestou e disse que nunca se machucara antes! Mesmo assim, como ainda era seu primeiro filme, resolveu acatar as ordens do cineasta. Na festa final de confraternização das filmagens James Dean não apareceu. Preferiu pegar sua mochila, colocar nas costas e ir embora de moto até o litoral. Haveria uma corrida para amadores e Dean não queria perder a chance de correr com sua possante moto pela primeira vez.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 2

Qual era a altura do ator James Dean? Parece uma questão secundária, mas que para Dean acabou ganhando uma importância maior do que ele inicialmente esperava! Quando Dean foi para a Califórnia ele tinha um sonho de se tornar ator de teatro. O aspirante a essa nova profissão foi para o novo estado, saindo da caipira Fairmount, em Indiana, com a intenção de estudar na universidade UCLA. Pelo menos essa era a intenção do pai de Dean. Na realidade ele não via qualquer futuro na profissão de ator e sempre desencorajava Dean a seguir por esse caminho. Os sonhos porém sempre falam mais alto.

Os primeiros meses de James Dean na nova universidade não foram nada promissores. Ele não se deu bem com colegas e professores e logo achou tudo muito maçante e tedioso. Chegou a ser expulso da fraternidade que fazia parte após brigar com um dos colegas. Embora estivesse estudando o curso de Direito para quem sabe ser um advogado no futuro, o que Dean gostava mesmo era de frequentar o campus de artes - onde grupos de estudantes ensaiavam peças ao ar livre. Era tudo muito libertador e empolgando, algo bem melhor do que ficar estudando leis e mais leis, rebuscadas pela jurisprudência da corte suprema dos Estados Unidos. No fundo James Dean não queria ser um profissional de terno e gravata, mas sim um artista, como sempre sonhou. O pai dele, claro, não gostava nada quando tinha lhe contava essas ambições para seu futuro profissional.


Sem falar para ninguém, um dia James Dean começou a ir a testes de atores para peças e filmes. Ele achava sinceramente que logo iria ser descoberto pelos agentes e estúdios de Hollywood. Chegou inclusive a procurar um agente que o ajudasse a despontar. Porém o que efetivamente encontrou foram muitas portas fechadas em sua cara! Nos testes não se saiu nada bem. Dean não tinha muitos modos finos e não conseguia convencer os selecionadores. Em vários testes sua pouca estatura tornou-se um empecilho. Com muito esforço e botas altas, Dean conseguia disfarçar sua pouca altura, conseguindo chegar ao 1.69m de altura. Dean foi sendo recusado teste após teste. Os filmes, principalmente de cowboy, exigiam atores altos e fortes. Não era o caso de Dean. Ele sabia montar - afinal morava numa fazenda em Indiana - mas não tinha o porte físico necessário para fazer parte do elenco de um western.

Alguns diretores de elenco eram rudes com ele e deixavam claro que ele era baixinho demais para os personagens. Lutando muito e persistindo Dean acabou conseguindo fazer algumas figurações em "Baionetas Caladas", um filme de guera e depois em uma comédia estrelada pela dupla Jerry Lewis e Dean Martin,  Nessa produção chamada "O Marujo foi na Onda" Dean interpretou um auxiliar de ringue. Enquanto Jerry Lewis saia no braço com seu adversário, dando margem a todos os tipos de situações divertidas, Dean ficava com uma toalha no corner, decidindo se entrava ou não para interromper a luta. Passou longe de ser um papel marcante, mas foi uma primeira chance. Desiludido, certa noite ouviu um conselho muito interessante de um professor de arte dramática. "Dean, deixe isso de lado, vá para Nova Iorque e aprenda a ser um ator de verdade! No cinema você não vai aprender a ser um ator". No outro dia James Dean arrumou as malas, juntou os 300 dólares que tinha (a única grana que possuía naquele momento) e rumou para a big Apple. O que encontrou por lá? Bem, essa é uma outra história...

Pablo Aluísio.

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 1

Foi na primavera de 1954 que James Dean pintou pela primeira vez em Hollywood como ator contratado. Ele havia fechado contrato com a Warner em Nova Iorque para interpretar Cal Trask na adaptação para o cinema do livro de John Steinbeck. Elia Kazan iria dirigir o filme e havia indicado expressamente Dean pois o tinha visto atuando em Nova Iorque em uma peça e se convencera que aquele era certamente o ator que tanto esperava para dar vida ao atormentado e sombrio Cal. Assim que chegou na costa oeste Dean foi recepcionado por Kazan, que fez um trabalho especial para que sua presença passasse despercebida pela imprensa local pois queria que James Dean se concentrasse apenas em seu papel e nada mais. Era vital que ele ficasse longe dos holofotes e das colunas de fofocas dos jornais da cidade. Como ainda era um perfeito desconhecido na época os planos de Kazan deram completamente certo.

Dean não tinha onde morar em Los Angeles e assim a Warner alugou para ele um pequeno quarto em cima de uma drogaria, bem em frente aos portões principais do estúdio. Assim tudo o que Dean tinha que fazer era atravessar a rua pela manhã para ir até a Warner começar seu trabalho. O quarto era modesto, cujo aluguel era de apenas 50 dólares, mas para Dean, apenas um jovem na época já estava de ótimo tamanho. Todas as manhãs Dean ia até uma lanchonete na esquina, tomava um pequeno café preto, comprava um maço de cigarros e ia para o balcão onde o filme estava sendo rodado. A Warner apostou alto no filme e reconstruiu a cidade de Salinas, onde o enredo se passava, em estúdio. O tamanho da produção intimidou Dean nos primeiros dias. Elia Kazan logo percebeu que o ator ficava muitas vezes retraído, tímido e muito na dele, não procurando se socializar com os demais membros do elenco.

Kazan, um mestre em lidar com atores complicados, logo começou a criar uma amizade bem próxima com Dean, lhe incentivando a discutir as cenas, debatendo as melhores formas de atuar. O resultado dessa aproximação se refletiu em cada cena do filme, hoje considerado um dos grandes clássicos do cinema americano. Curiosamente o estilo de trabalhar de Dean bateu de frente com os atores mais veteranos. Raymond Massey que interpretava o pai de Dean no filme, Adam Trask, se irritava com as improvisações de Dean no set. Massey havia estudado atuação em Oxford, era um ator da velha escola, e não via com bons olhos aquele método de atuar típico do Actors Studio de Nova Iorque. Ele queria seguir à risca o que estava no roteiro enquanto Dean achava que o ator também era parte essencial no processo de criação de um filme e deveria colocar parte de sua personalidade em cada linha de diálogo. Foi um verdadeiro choque de escolas em plena filmagem, algo que Elia Kazan não viu como algo ruim, pelo contrário, como pai e filho eram problemáticos no enredo nada mais interessante que trazer essa tensão entre a nova geração e a velha também durante as filmagens. Ele sabia que no final o filme é que sairia ganhando com esse duelo.  

Fora dos estúdios a Warner determinou a Dick Clayton, um ex-ator e agora agente, que ficasse de olho em Dean, que era conhecido por ter atitudes inesperados e impulsivas. Ao longo dessas primeiras semanas ao lado de Dean, Clayton acabou confirmando o que diziam dele. Assim que recebeu seu cachê de 10 mil dólares as duas primeiras coisas que o ator fez foi comprar um cavalo palomino e um carro esporte GM, que passou a dirigir em alta velocidade pelas ruas de Hollywood. A compra do cavalo era um exemplo de como Dean agia. Ela não montava e não tinha um rancho onde colocá-lo mas ao se deparar com o animal em um estábulo nos estúdios da Warner (ele estava sendo usado em um filme com Randolph Scott) não pensou duas vezes e o comprou, assim, sem mais, nem menos. Em relação ao carro Dick resolveu escrever um memorando aos executivos da Warner para que tomassem cuidado com Dean pois ele "dirigia feito um louco" e caso sofresse algum acidente poderia trazer prejuízos financeiros para a Warner futuramente. O tempo provaria que ele tinha toda a razão do mundo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Monstro do Pântano

Monstro do Pântano 1.01 - Pilot
Foi nos quadrinhos da DC Comics que esse personagem, o Monstro do Pântano, ganhou sua melhor adaptação. Particularmente lembrada até hoje é a fase em que o mestre Alan Moore cuidou da publicação. Para os fãs da nona arte foi uma verdadeira obra-prima. Depois tentou-se fazer um filme para o cinema, com a ajuda de Wes Craven, mas o resultado ficou bem ruim. Agora temos uma nova tentativa, só que em forma de série. Vai dar certo? Só o tempo dirá. Nesse primeiro episódio, como era de se esperar, são apresentados os principais personagens. Uma jovem jornalista investigativa, um estudioso que vai até o pântano para desvendar um mistério que sonda a região, um milionário com más intenções que patrocina pesquisas obscuras e não autorizadas e uma nova doença que atinge diversas pessoas numa pequena cidade. Embora esse primeiro episódio tenha tido alguns problemas de ritmo, até que me deixou interessado em seguir adiante. Já é um bom começo. / Monstro do Pântano 1.01 - Pilot (Estados Unidos, 2019) Direção:  Len Wiseman / Roteiro: Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.02 - Worlds Apart 
Passada a fase inicial de se apresentar todo o contexto e os personagens do enredo, agora as coisas ficam melhores para a série. Inclusive para mostrar finalmente, até em detalhes, a própria criatura, o Monstro do Pantano. Ele surge das águas quando uma garotinha é perseguida por um assassino. O tal sujeito acabou de matar um policial e ela estava escondida na lancha do tira. O que se sucede daí é um bom suspense e uma boa cena noturna, com tudo o que os fãs dos quadrinhos originais estavam esperando. Também é explicada a visita à noite de pessoas desconhecidas ao pantano. Estavam ali para um experimento que fugiu do controle, uma nova arma química catalizadora que cria uma aceleração nos vegetais, fazendo com que se desenvolvam de forma rápida. Bom episódio que até me animou para continuar assistindo a série. / Monstro do Pântano 1.02 - Worlds Apart (Estados Unidos, 2019) Direção:  Len Wiseman / Roteiro: Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.03 - He Speaks
Pois é, por baixo de toda aquela transformação o cientista Alec Holland consegue ainda falar e expressar seus sentimentos e pensamentos. Embora seja agora a criatura, o monstro do pântano, sua mente ainda tem traços de humanidade. Nesse episódio ele fala pela primeira vez na série, por isso o título original "Ele fala"!. O roteiro também procura explorar bastante a figura do milionário (arruinado) Avery Sunderland. Foi ele que começou tudo, mandando fazer uma experiência que deu muito errado, em todos os sentidos. Outro ponto muito bacana nesse episódio é que o ressurgimento do vilão que o monstro do pântano havia estraçalhado no episódio anterior. Seus restos mortais voltaram a se reunir no meio da podridão e ele retorna para mais um acerto de contas. Bons efeitos especiais em um episódio que não decepciona os fãs dos quadrinhos originais; / Monstro do Pântano 1.03 - He Speaks (Estados Unidos, 2018) Direção: Deran Sarafian / Roteiro:  Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.04 - Darkness on the Edge of Town  
Abby a jovem pesquisadora tenta encontrar uma resposta para o que aconteceu com Alec, seu amigo biólogo. Ele já está transformado no monstro, mas ainda assim mantém a sanidade, dentro de suas possibilidades, claro. O que fica bem claro nesse episódio é que todas as pessoas que são infectadas por esse vírus acabam tendo grandes alucinações. Na melhor cena temos um lavador de pratos que começa a alucinar, vendo uma cobra em seu braço. Ele não apenas esfaqueia o próprio braço, como também coloca a mão dentro do triturador da pia. Horrível... horrível demais! / Monstro do pântano 1.04 - Darkness on the Edge of Town (Estados Unidos, 2019) Direção: Carol Banker / Roteiro:  Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco:  Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.05 - Drive All Night
No passado Abby e Shawna eram grandes amigas. Quando se formaram, ao voltarem de uma festa, às 5 da manhã, elas pararam seu carro numa velha ponte da cidade. Shawna decide pular, mas antes que vá por conta própria a amiga decidiu empurrá-la de surpresa, como uma brincadeira. O resultado foi trágico. Shawna morreu afogada. Agora passados tantos anos, uma garotinha adotada por sua mãe, chamada Suzie, alega que está vendo Shawna em seu quarto. Pior do que isso. A alma penada da jovem morta parece agora possuir a garotinha inocente. E ela leva sua mãe para o pântano. Muito bom episódio, até bem independente dos demais, contando uma boa história de terror. Eu andava meio desanimado com a série, mas decidi seguir em frente após esse episódio. Achei muito bom. Vale a pena tentar ver os episódios restantes. / Monstro do `Pântano 1.05 - Drive All Night (Estados Unidos, 2019) Direção: Greg Beeman / Roteiro: Len Wein / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.06 - The Price You Pay
O preço que você tem que pagar. Esse é o título original desse episódio que começa muito bem. Três caçadores vão até o pântano para caçar a tal criatura, mas acabam se dando mal. Dois deles são imobilizados e espancados por Alec (o lado humano do monstro). Enquanto isso um cientista. o Dr. Jason Woodrue, resolve injetar o estranho mutagênico na corrente sanguínea de Cassidy, que estava em coma. Ele recupera a consciência, mas a que preço? Ele fica com seu corpo queimando, literalmente fervendo por dentro de suas veias. Na última cena Alec consegue voltar ao normal, ao ser humano que um dia fora. Verdade ou pura ilusão? Fica para o próximo episódio a resposta. / Monstro do Pântano 1.06 - The Price You Pay (Estados Unidos, 2019) Direção: Toa Fraser / Roteiro: Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.07 - Brilliant Disguise  
Abby vai até o pântano onde encontra Alec Holland. O mais interessante é que ela consegue vê-lo em sua antiga forma humana e não como o monstro do pântano. Esse lhe explica que algo está agindo, destruindo o verde, destruindo a vida. Ele chama esse estranho fenômeno de "a podridão". Enquanto isso o empresário sem escrupulos Avery entra no pântano com a xerife. Ele quer matar ela. Ela quer matar ele. Quem se dá mal é o próprio Avery que é baleado e deixado para morrer nas águas do Pântano. Mas será que ele morreu mesmo? Episódio apenas mediano, já mostrand um certo desgaste e saturação que iria levar a série a ser cancelada de forma precoce. Não fez muito sucesso. Uma pena. / Monstro do Pântano 1.07 - Brilliant Disguise  (Estados Unidos, 2019) Direção: Alexis Ostrander / Roteiro: Len Wein / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean. 

Monstro do Pântano 1.08 - Long Walk Home
Esse episódio é um pouquinho melhor do que a média. Avery Sunderland vaga pelo pântano, ferido e tendo alucinações. Acaba encontrando Alec Holland, ou melhor dizendo, o monstro do pântano. Esse o ajuda a sobreviver, mesmo estando com um tiro no ombro. Ele sobrevive, mas apenas para voltar depois com um grupo para capturá-lo. Um cientista quer levar Alec para uma instalação adequada para estudar seu caso. Seria o mais correto a fazer, pois o que transformou um ser humano em um monstro daqueles, poderia ser uma doença infecciosa. Quando esse episódio foi produzido a série já estava cancelada, mesmo assim os produtores decidiram ir até o fim, cumprindo o contrato de dez episódios para essa primeira temporada. / Monstro do Pântano 1.08 - Long Walk Home (Estados Unidos, 2019) Direção: E.L. Katz / Roteiro: Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean. 

Monstro do Pântano 1.09 - The Anatomy Lesson  
Após Alec (o monstro) ser capturado com o uso de nitrogênio líquido, ele é levado até um centro de pesquisas onde é literalmente dissecado vivo! Descobre-se que em seu interior não há mais órgãos humanos, mas meras imitações vegetais que tentam recriar o formato do coração, pulmões, rins, etc. Como o pesquisador resume, ele não é mais um ser humano, mas apenas uma planta, que de forma misteriosa, herdou a consciência do Alec humano. E isso fica ainda mais evidente na última cena, quando o monstro do pântano mergulha e das profundezas traz os restos mortais do verdadeiro Alec. Bom episódio, que só erra a mão com esse personagem chamado de Diabo Azul. Uma bobagem mesmo. / Monstro do Pântano 1.09 - The Anatomy Lesson (Estados Unidos, 2019) Direção: Michael Goi / Roteiro:  Len Wein / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean. 

Monstro do Pântano 1.10 - Loose Ends
Último episódio da temporada. Como a série não foi renovada, por falta de audiência, esse episódio é então o final da série como um todo. O público não gostou dessa série e eu entendo as razões. Há excesso de personagens secundários sem importância, sub dramas que não vão para lugar nenhum. Quando a criatura surge no meio do pântano tudo é tão escuro que ninguém vê nada. Enfim, uma série de problemas. E como termina a série? Nesse último episódio o monstro é caçado por um grupo de homens, mas não espere por muita ação ou algo do tipo. Como sempre, esse episódio também tem sérios problemas de ritmo. Eu bocejei várias vezes de tédio. Quase dormi. E é isso. O final de uma série que no final das contas não empolgou absolutamente ninguém, nem os fãs dos quadrinhos. Mais um fracasso comercial da DC Comics. / Monstro do Pântano 1.10 - Loose Ends (Estados Unidos, 201 ) Direção: Deran Sarafian / Roteiro: Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Tolkien

Título no Brasil: Tolkien
Título Original: Tolkien
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures,
Direção: Dome Karukoski
Roteiro: David Gleeson, Stephen Beresford
Elenco: Nicholas Hoult, Lily Collins, Colm Meaney, Craig Roberts, Harry Gilby, Laura Donnelly

Sinopse:
O filme conta a história da juventude do escritor J.R.R. Tolkien, quando ele era apenas um jovem universitário que teve seus sonhos interrompidos com a eclosão da I Guerra Mundial. Enviado ao front de batalha ele recorda seus amigos e amores de um passado recente.

Comentários:
De modo em geral é um bom filme, ideal para quem deseja conhecer (mesmo que um pouco superficialmente) parte da biografia de J.R.R. Tolkien, o criador de "O Senhor dos Anéis" e o "Hobbit". O roteiro é suficientemente bem escrito para fazer uma ponte de ligação entre a vida do autor e aspectos que ele levaria para seus livros de fantasia, como o valor da amizade, a perda de um grande amor e as desgraças de uma guerra violenta e insana. O foco central se passa quando ele estava na universidade de Oxford. Órfã de sua mãe, ele tentava conseguir uma bolsa de estudos para continuar na universidade. Seu grande mérito pessoal foi fazer dos estudos sua vida, crescendo com eles, se tornando o grande escritor que um dia seria. Curioso também conhecer a história de sua amizade com três outros estudantes, pessoas que ele considerava verdadeiros irmãos e com quem fundou um grupo de literatura e poesia. Depois com a perda de muitos deles pela guerra ficou a saudade e a homenagem que ele faria a eles em seus livros de fantasia. Aliás esse é o aspecto mais interessante do filme. O resgate de suas amizades e o sentimento de companheirismo que Tolkien iria valorizar até o fim de sua vida.

Pablo Aluísio.

Inimigos e Amantes

Telefilme muito bem produzido que foi lançado no Brasil em VHS. Toda a estória se passa a bordo de um grande navio de passageiros, o HMS Britannic. Esse navio era o "irmão" do Titanic, uma embarcação que foi construída lado a lado do seu "clone" mais famoso, que tragicamente entrou na história após afundar nas águas geladas do Pacífico Norte. Pois bem, seguindo os passos dos filmes sobre o Titanic esse aqui também procura contar um enredo de drama e romance envolvendo alguns dos passageiros. É um filme interessante, com roteiro que mescla amores, política e até espionagem...

No elenco não há nos papéis principais nenhum grande nome, ninguém muito famoso, a não ser a presença de  Jacqueline Bisset, uma dessas mulheres que parecem nunca envelhecer. Ela está linda e radiante em cena, tudo valorizado ainda mais por um figurino de classe, imitando a época em que o enredo se passa (tudo se desenrola no distante ano de 1916). Hoje em dia um filme como esse jamais seria lançado em DVD, até porque essa produção só foi lançada no Brasil porque na época não havia TV a cabo no Brasil. Muitas dessas séries e telefilmes acabavam sendo lançados no mercado de fitas VHS.

Inimigos e Amantes (Britannic, Estados Unidos, 2000) Direção: Brian Trenchard-Smith / Roteiro:  Brett Thompson, Kim Owen Smith / Elenco: Jacqueline Bisset, Edward Atterton, Amanda Ryan / Sinopse: Durante uma viagem de cruzeiro no imenso HMS Britannic, um navio do mesmo modelo do Titanic, um grupo de passageiros se apaixonam, brigam por questões políticas e tentam sobreviver a um intenso jogo de espionagem que se desenrola a bordo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Batman - Silêncio

Título no Brasil: Batman - Silêncio
Título Original: Batman - Hush
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Justin Copeland
Roteiro: Ernie Altbacker, Jim Lee
Elenco: Jason O'Mara, Jennifer Morrison, Stuart Allan, Geoffrey Arend, James Garrett, Peyton List

Sinopse:
Há um novo e desconhecido vilão agindo em Gotham City. Conhecido apenas como Silêncio, ele consegue dominar os demais vilões, fazendo com que o cavaleiro das trevas tenha que enfrentar uma verdadeira galeria de malfeitores.

Comentários:
Essa saga foi publicado em um encardenado no Brasil. Nos quadrinhos fez sucesso e agora a DC em parceria com a Warner decidiu transformar o arco de histórias em uma animação em longa-metragem. Como sempre acontece o resultado ficou muito bom. Para quem curte enredos com muitos personagens essa aqui é um verdadeiro menu. Praticamente todos os vilões mais famosos do universo do Batman surgem na tela. Coringa, Charada, Arlequina, Bane, Hera Venenosa, Mulher-Gato. Todos estão na animação. Do lado dos heróis até o Superman também aparece. A luta entre ele e o Batman vai interessar especialmente aos fãs dos personagens da DC Comics. No mais há ainda espaço para um namorico entre o Homem-Morcego e a Mulher-Gato, algo que iria culminar no casamento dos dois, isso dentro das publicações em quadrinhos. Essa porém é uma outra história. Enquanto não transformam em animação fique com esse Silêncio e tenha uma surpresa e tanto quando revelarem sua verdadeira identidade.

Pablo Aluísio.

Osmose Jones

Título no Brasil: Osmose Jones
Título Original: Osmose Jones
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro: Marc Hyman
Elenco: Bill Murray, Laurence Fishburne, William Shatner, Chris Rock, David Hyde Pierce, Ron Howard

Sinopse:
Uma aventura policial onde um tira persegue criminosos. Tudo estaria dentro do convencional se tudo não se desenvolvesse dentro de um corpo humano, com vírus, bactérias e glóbulos brancos numa verdadeira batalha dentro do organismo humano.

Comentários:
A Warner tem muita tradição em animações. Isso não é de hoje, vem desde os tempos de Pernalonga e sua turma. Geralmente esses desenhos sempre foram mais anárquicos do que o convencional. Aqui temos uma mistura de personagens em animação com atores reais. Ficou muito divertido, embora eu reconheça que no fundo, no fundo, não é um filme para todos os públicos e nem todas as idades. Essa coisa de ter uma bactéria como protagonista, com várias cenas nojentas, deixou muita gente de fora. Bastava ver o trailer para desistir de conferir o desenho. Sim, para os mais, digamos, "higiênicos", o filme não vai colar muito bem. Já para quem curte um tipo de humor mais amalucado, até negro, fica a dica. Ah e antes que me esqueça, o Bill Murray continua o mesmo. Com seu jeitão conquista todos logo nas primeiras cenas. É aquele tipo de ator naturalmente engraçado. Nem precisa fazer força para ser divertido.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

A Balada de Buster Scruggs

Fazia bastante tempo que não tinha assistido a um filme tão bom dos irmãos Coen. Livre das amarras comerciais dos grandes estúdios eles produziram essa pequena obra prima para o Netflix. É um faroeste, mas um do tipo nada convencional. São pequenas historietas passadas no velho oeste, com personagens e situações mais do que interessantes. É curioso porque esse tipo de roteiro, com várias histórias curtas, foi muito utilizado no gênero terror durante os anos 60 e 70. Agora os Coen trazem esse modelo de volta e com resultados excelentes. Imagine-se lendo um livro com muitos contos de faroeste. Basicamente essa é a ideia central do filme. Não vá desanimar ou torcer o nariz logo na primeira historieta. Essa é uma sátira bem exagerada em cima dos chamados cantores cowboys dos filmes antigos. Aqui temos um protagonista bom de mira e bem falastrão que entre um duelo e outro canta uma canção no velho estilo. Muita gente vai pensar que todo o filme segue esse caminho, mas não. Como eu disse os contos são independentes entre si e por isso há uma certa irregularidade entre eles. Esse primeiro, apesar de sua inegável auto paródia com o passado, é o mais fraco deles. Depois o filme só melhora.

O estrelado por Liam Neeson tem uma melancolia e um desfecho que muitos vão considerar cruel - e é cruel mesmo. O ator interpreta um empresário mambembe que chega com sua carroça nos lugares mais distantes. Sua maior atração é um ator sem braços e sem pernas que declama textos com a maior convicção. Neeson não diz uma palavra durante o filme inteiro, apenas observa, muitas vezes com olhar frio e cruel. E quando encontra uma galinha que acerta operações de matemática... bem, assista para crer - é um final terrível. Misto de humor negro com devassidão do pior que a alma humana pode fazer. Os outros contos ficam na média. Dentre eles gostei bastante da caravana, onde uma jovem mulher fica viúva no meio da jornada. Outra historieta do velho oeste com final de cortar coração. James Franco também ruge como um azarado pistoleiro que pula de forca em forca até encontrar seu destino final. Enfim, é um menu para todos os gostos. Os irmãos Coen revitalizam, homenageiam e satirizam, tudo ao mesmo tempo, o mais americano de todos os gêneros cinemaográficos, o western. O resultado ficou saboroso.

A Balada de Buster Scruggs (The Ballad of Buster Scruggs, Estados Unidos, 2018) Direção: Ethan Coen, Joel Coen / Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen / Elenco: Liam Neeson, James Franco, Tim Blake Nelson, Willie Watson, Clancy Brown, Austin Rising, Tom Waits, Brendan Gleeson  / Sinopse: O filme apresenta vários contos passados no velho oeste intitulados "The Ballad of Buster Scruggs", "Near Algodones", "Meal Ticket", "All Gold Canyon", "The Gal Who Got Rattled" e "The Mortal Remains".

Pablo Aluísio.

Frida

Título no Brasil: Frida
Título Original: Frida
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos, Canadá, México
Estúdio: Handprint Entertainment, Lions Gate Films
Direção: Julie Taymor
Roteiro: Hayden Herrera, Clancy Sigal
Elenco: Salma Hayek, Alfred Molina, Geoffrey Rush, Antonio Banderas, Diego Luna, Edward Norton

Sinopse:
Cinebiografia da pintora mexicana Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón (1907 - 1954). Sua vida, suas lutas e o amor pela arte são mostradas nessa requintada produção. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Música Original (Elliot Goldenthal) e Melhor Maquiagem.

Comentários:
Em poucas palavras esse foi o filme da vida da atriz Salma Hayek. Em termos gerais ela nunca havia feito nada tão relevante antes e nem depois desse filme. É o seu auge, seu ápice, um pico que ela provavelmente nunca mais vai escalar. Chegou inclusive a ser indicada ao Oscar, era considerada uma das favoritas, mas não venceu. Mais uma injustiça da academia em meu ponto de vista. Ela está perfeita como Frida Kahlo, uma figura importante na história da arte e das conquistas femininas na história. Poucos poderiam inclusive dizer que Salma teria tanto talento para interpretar uma personagem histórica tão complexa, mas o fato inegável é que ela conseguiu e se consagrou no papel. Além de muito bem produzido o filme ainda contou com um elenco de apoio excepcional, contando com o melhor que Hollywood tinha em termos de atores "ibéricos" como Alfred Molina, Antonio Banderas e Diego Luna. O estúdio se deu ao luxo até de contratar Edward Norton como o milionário Nelson Rockefeller. Coisa que poucos filmes conseguiram ter em seu elenco. Enfim, ótimo filme que resgata a importante história da artista Frida. Se você gosta de história da arte não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de julho de 2019

Vida Selvagem

Bom drama social. Jake Gyllenhaal interpreta o pai de família que não consegue trazer estabilidade financeira para sua esposa e seu filho. Quando não está em algum péssimo subemprego, fica sem trabalho algum. A esposa (interpretada pela atriz Carey Mulligan) também não está trabalhando, o que piora ainda mais a situação deles. Em desespero Jake topa mais um trabalho mal remunerado e até perigoso, ele entra para um grupo de trabalho de homens que vão combater o fogo nas florestas da região. Pagamento irrisório, mas bem-vindo, diante da situação. Então ele parte para combater os incêndios e deixa a mulher em casa com o filho. Ela acaba indo atrás de algum trabalho também e arranja um emprego para dar aulas de natação para adultos. Lá acaba conhecendo um homem bem mais velho, porém rico, que fica interessado nela. E assim começa a traição, com ela muito provavelmente apenas atrás do dinheiro do novo namorado, procurando sair da situação de pobreza em que vive. É a situação típica onde o casamento acaba quando o dinheiro chega ao fim.

Velha história. Muitos casamentos desabam quando as dificuldades financeiras batem à porta. O marido vai perdendo a autoridade e a dignidade e a mulher solta as amarras morais. Pior para o filho de 14 anos que vai assistindo sua família desmoronar, isso em uma idade em que ele praticamente não consegue fazer nada para reverter a situação da crise familiar. É um bom filme, um pouco triste e amargo, mas coeso em sua proposta maior que é mostrar o fim de uma paixão, de um relacionamento, dentro de uma situação que não poderia ser pior. Um retrato do outro lado da América, nada utópica, bem realista, com um toque de amargura.

Vida Selvagem (Wildlife, Estados Unidos, 2018) Direção: Paul Dano / Roteiro: Paul Dano, Zoe Kazan / Elenco: Jake Gyllenhaal, Carey Mulligan, Ed Oxenbould, Bill Camp / Sinopse: O filme mostra o desmoronamento de um casamento após o marido ficar sem emprego. Ele parte para combater incêndios florestais, ganhando muito pouco por cada dia de trabalho e ela acaba se envolvendo em um caso extraconjugal com um homem bem mais velho e bem mais rico que se marido. Uma história de traição.

Pablo Aluísio.

O Último Adeus

Título no Brasil: O Último Adeus
Título Original: Last Orders
Ano de Produção: 2001
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Sony Classics
Direção: Fred Schepisi
Roteiro: Graham Swift, Fred Schepisi
Elenco: Michael Caine, Bob Hoskins, Helen Mirren, Tom Courtenay, Kelly Reilly, Ray Winstone

Sinopse:
Um grupo de pessoas se reúne para homenagear um velho amigo falecido, para jogar suas cinzas no mar. Assim acabam relembrando do passado, das lutas, das conquistas, decepções e amores de um tempo que não existe mais.

Comentários:
Michael Caine é um ator de que gosto muito. Ele tem uma longa filmografia em várias décadas de carreira e entre esses filmes estão algumas obras primas. Claro, em determinado momento, principalmente nos anos 80, ele foi ridicularizado pela crítica por parecer aceitar qualquer papel, em qualquer filme de segunda categoria. Isso porém é passado. Hoje em dia ele recuperou seu prestígio e respeito. Esse filme aqui, uma produção inglesa muito boa, é uma espécie de homenagem ao veterano. É um roteiro de nostalgia, que olha para o passado. O elenco tem além da sempre interessante presença de Caine, a atuação maravilhosa de Helen Mirren, uma dama da arte da atuação. Outro nome que compensa qualquer sessão de cinema. Então é isso. O filme tem aquele toque de sofisticação e classe que apenas o cinema europeu consegue reproduzir na tela com brilhantismo. Se não chega a ser uma obra-prima cinematográfica inequescível, pelo menos teve o mérito de reunir esse elenco muito acima da média.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de julho de 2019

A Rebelião

Título no Brasil: A Rebelião
Título Original: Captive State
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks, Amblin Partners
Direção: Rupert Wyatt
Roteiro: Erica Beeney, Rupert Wyatt
Elenco: John Goodman, Vera Farmiga, Ashton Sanders, Jonathan Majors, Kevin Dunn, Alan Ruck

Sinopse:
O planeta Terra passa a ser dominado por uma raça de extraterrestres que impõe um regime autoritário sobre os humanos. Tudo com o objetivo de explorar os recursos naturais do planeta. Isso acaba criando um clima de revolta, culminando na organização de um grupo rebelde de resistência à dominação alien.

Comentários:
É um filme de ficção com baixo orçamento, o que talvez explique em parte a decadência dos estúdios Dreamworks. De qualquer forma o filme é realizado com competência, sempre escondendo a falta de recursos de maneira inteligente. Os extraterrestres mal aparecem e quando o fazem sempre estão encobertos pelas sombras. É uma raça de criaturas asquerosas que os seres humanos chamam de "baratas". Quando atacados eles criam uma rede de espinhos, o que dificulta muito o combate direto. O bom e velho John Goodman interpreta um policial a serviço do sistema de repressão dos aliens, mas que na verdade faz jogo duplo. O objetivo é matar, através de atos terroristas, os chamados "Legisladores", os aliens que realmente mandam no mundo. O roteiro assim vai tecendo seus detelhes, mostrando a luta dos rebeldes contra os invasores. Curiosamente o filme mais parece um piloto de série, uma vez que mostra apenas os primeiros movimentos da rebelião, não culminando em sua vitória. Poderia inclusive dar origem a uma nova franquia cinematográfica, mas em razão da modesta bilheteria que teve tenho muitas dúvidas se isso seguirá em frente.

Pablo Aluísio.

Sem Perdão

Título no Brasil: Sem Perdão
Título Original: No Mercy
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Richard Pearce
Roteiro: James Carabatsos
Elenco: Richard Gere, Kim Basinger, Jeroen Krabbé, George Dzundza, Gary Basaraba, William Atherton

Sinopse:

Policial disfarçado acaba se passando por um criminoso para prender o chefe de uma perigosa quadrilha, porém no meio do caminho acaba se apaixonando pela mulher de um dos bandidos. Filme premiado pelo Jupiter Award na categoria de melhor atriz (Kim Basinger).

Comentários:
Alguns filmes só existem por causa do elenco. Quer um exemplo? Esse "No Mercy" só foi produzido porque os produtores tiveram a "brilhante" ideia de juntar dois dos maiores símbolos sexuais dos anos 80 para contracenar juntos. Na visão do estúdio isso por si já bastava, já justificava o filme. Seria um sucesso absoluto de bilheteria. Afinal todos queriam ver Richard Gere e Kim Basinger tendo um tórrido romance nas telas de cinema. Não deu certo. primeiro porque Gere e Kim não se deram bem no set de filmagens. Provavelmente porque um queria roubar o filme do outro. Isso criou uma tensão e um clima de inimizade que acabou destruindo também o teor erótico do filme. Afinal, se ambos brigavam fora das câmeras, obviamente não iriam se dar bem na frente delas. Outro problema vinha do roteiro. Era muito fraco, o que talvez explique porque Mel Gibson desistiu dele pouco antes de começar as filmagens. Ele simplesmente tomou consciência que o enredo era fraco demais e as situações não convenciam. Assim acabou sobrando para o casal  sex symbol dos anos 80 amargar o fracasso de bilheteria. A química tão esperada entre os dois simplesmente não aconteceu.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Brightburn - Filho das Trevas

Eis um filme de terror completamente diferente. A premissa é a grande jogada dos roteiristas. Imagine se o Superman fosse um personagem do mal, com requintes de psicopatia em sua personalidade. Agora imagine ele aos 12 anos descobrindo seus poderes, se vingando de todas as pessoas (inclusive familiares) que ousassem cruzar seu caminho. Claro, os produtores desse filme não tinham os direitos autorais sobre o famoso super-herói da DC Comics e por essa razão ele nunca é citado explicitamente, porém os pequenos detalhes é que fazem toda a diferença do mundo. O protagonista é um jovem chamado Brandon Breyer. Seus pais o encontraram depois que um meteorito caiu em sua fazenda. Eles pediam por um filho e aquele bebê literalmente caiu dos céus.

Só que com o tempo as coisas foram ficando estranhas. Aos 12 anos Brandon percebeu que não era um garoto normal de sua idade. Ele apresentou força descomunal, conseguia soltar raios vermelhos pelos olhos e voava... ou seja, já deu para perceber que ele basicamente tinha os mesmos poderes do Superman. Com eles ele procurou fazer o bem? Salvar pessoas inocentes? Prender criminosos? Nada disso. Com esses poderes o garoto arrogante e raivoso partiu para a mais pura violência e brutalidade, causando a morte de qualquer um que atrapalhasse seus planos. O mais interessante de tudo é que fui assistir ao filme sem ter lido nada sobre ele. Assim quando o jovem começou a agir como um Superboy às avessas tive aquela surpresa - o que foi muito bom para gostar ainda mais desse terror completamente fora dos padrões. Enfim, o filme é seguramente uma das melhores surpresas do ano no cinema. Não deixe de assistir, seja você fã ou não do Shperman original.

Brightburn - Filho das Trevas (Brightburn, Estados Unidos, 2019) Direção: David Yarovesky / Roteiro: Brian Gunn, Mark Gunn / Elenco: Elizabeth Banks, David Denman, Jackson A. Dunn, Abraham Clinkscales / Sinopse: Na pequena e rural cidade de Brightburn, um garoto de 12 anos descobre ter poderes incríveis, que ele não tarda a usar contra todos aqueles com quem tem divergências pessoais. Agora, seu pais adotivos tentarão colocar um fim em seus crimes violentos.

Pablo Aluísio.

O Preço do Silêncio

Não me lembrava desse filme. Até que nesses últimos dias encontrei uma cópia e resolvi conferir. Confesso que a principal razão para assisti-lo foi a presença da atriz canadense Elisha Cuthbert. Ela tem uma beleza clássica, rara de encontrar. O interessante é que ela não é a protagonista. Na verdade a principal personagem do roteiro é interpretada por outra gatinha, a Camilla Belle. Importante explicar que o filme é de 2005. Na época em que foi realizado elas ainda eram adolescentes - hoje em dia já são mulheres feitas, casadas e tudo mais. O tempo, como se pode perceber, passou...

Deixando isso de lado voltemos ao filme. São duas garotas que vivem sob o mesmo teto, na mesma casa. Uma é animadora de torcida, chatinha, loirinha fútil. Essa é a filha natural do casal, na pele da  Elisha Cuthbert. A Camilla Belle interpreta a irmã adotada. Ela se tornou órfã com a morte da mãe e do pai. Pior do que isso, ela é surda e muda (ou pelo menos todos acreditam nisso). O filme assim vai contando sua estória. As jovens estão em idade colegial, então é aquela velha coisa de baile de formatura, namoricos e problemas da juventude. Só que o roteiro dá uma guinada para o dark quando mostra que a personagem de Elisha é abusada sexualmente pelo próprio pai, um pedófilo que se esconde por baixo de uma fachada de bom homem, pai respeitado, cidadão exemplar. A partir daí a tragédia vai se desenhando no horizonte. O final é trágico mesmo, só que com uma reviravolta na última cena complicada de engolir. Não faz mal, ver a Elisha Cuthbert (um colírio para os olhos) por quase duas horas já justifica o roteiro meio capenga.

O Preço do Silêncio (The Quiet, Estados Unidos, 2005) Direção: Jamie Babbit / Roteiro: Abdi Nazemian, Micah Schraft / Elenco: Camilla Belle, Elisha Cuthbert, Edie Falco / Sinopse: Duas irmãs. Uma linda, loira e fútil, mas popular na escola. A outra com deficiências. Ela é surda e muda. Uma não gosta da outra, mas elas acabam se unindo sem querer quando o pai de uma delas começa a abusar sexualmente da própria filha adolescente. Logo uma tragédia vai se formando no horizonte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Amnésia

Quando esse filme chegou no Brasil, ainda no mercado de vídeo, basicamente ninguém por aqui conhecia o diretor Christopher Nolan. Poder-se dizer por isso que esse foi o filme que abriu as portas para ele dentro da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, fazendo inclusive que ele fosse escalado algum tempo depois para dirigir "Batman Begins", a fita que definitivamente iria mudar sua carreira para sempre. Pois bem, nada poderia prever uma trajetória de tanto sucesso, a não ser o talento e a enorme criatividade desse roteiro. Escrito a quatro mãos, ao lado do irmão Jonathan Nolan, essa produção realmente chamou a atenção do público e da crítica quando foi lançada. Logo no começo, pela estrutura da linha narrativa, descobrimos que não se tratava de um roteiro comum. Bem ao contrário disso, Nolan sofisticava a narrativa ao estilo mosaico, indo até suas últimas consequências.

A trama dá inúmeras reviravoltas, com pedaços de estória que vão aos poucos se complementando, fazendo sentido. Não é um filme que indicaria para pessoas que estivessem apenas em busca de uma diversão, um passatempo de fim de noite. Ao contrário disso Nolan exigia bastante do espectador, fazendo com que ele de fato prestasse atenção ao que estava acontecendo na tela. Nada muito óbvio e fácil de pegar. O elenco não traz nenhuma grande estrela de Hollywood, mas isso definitivamente não faz falta nenhuma. Guy Pearce aqui tem provavelmente a melhor interpretação de sua filmografia. Enfim, um filme especialmente indicado para pessoas inteligentes que gostem de ser desafiadas por aquilo que assistem.

Amnésia (Memento, Estados Unidos, 2000) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan, Jonathan Nolan / Elenco: Guy Pearce, Carrie-Anne Moss, Joe Pantoliano / Sinopse: Leonard (Guy Pearce) tenta desvendar o que teria acontecido com sua esposa, brutalmente assassinada, ao mesmo tempo em que tenta colocar uma ordem em suas confusas memórias pessoais. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Original (Christopher Nolan e Jonathan Nolan) e Melhor Edição (Dody Dorn). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Roteiro.

Pablo Aluísio.

No Limite do Silêncio

Título no Brasil: No Limite do Silêncio
Título Original: The Unsaid
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: New Legend Media
Direção: Tom McLoughlin
Roteiro: Christopher Murphey, Miguel Tejada-Flores
Elenco: Andy Garcia, Vincent Kartheiser, Trevor Blumas, Chelsea Field, Linda Cardellini, Peter Hanlon

Sinopse:
Um adolescente aparentemente normal carrega segredos perturbadores e inconfessáveis que obrigam um psiquiatra a desenterrar o terrível passado dele, através de um complicado acompanhamento de seu estado mental e psicológico.

Comentários:
Andy Garcia sempre foi um bom ator. E fez muitos filmes que poucos conhecem. Filmes bons, com boas tramas, mas que geralmente só foram exibidos em canais a cabo, sumindo da programação após um tempo. Esse "The Unsaid" é uma espécie de thriller de suspense psicológico, investindo bastante no personagem do psiquiatra Dr. Michael Hunter, interpretado por Garcia. Embora trate dos problemas mentais de seus pacientes ele mesmo carrega dentro de si um grande trauma decorrente do passado, envolvendo seu filho. Andy Garcia de barba grande e grisalha convence planamente em seu papel que só é prejudicado porque o roteiro se rendeu a certos clichês recorrentes em filmes desse gênero. Mesmo assim, com pequenos e pontuais deslizes, ainda é um bom filme para se assistir. Só vai ser complicado mesmo achar uma cópia para ver nos dias de hoje, pois como disse ele só foi exibido no Brasil em canais a cabo. Não tenho notícia que algum dia tenha sido lançado em DVD em nosso país.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Nunca Mais

Título no Brasil: Nunca Mais
Título Original: Enough
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Michael Apted
Roteiro: Nicholas Kazan
Elenco: Jennifer Lopez, Billy Campbell, Tessa Allen, Juliette Lewis, Dan Futterman, Fred Ward

Sinopse:

A garçonete Slim Hiller (Jennifer Lopez) acredita que tirou a sorte grande ao se casar com um homem que ela considera perfeito, só que o passar do tempo revela a verdadeira face de um relacionamento completamente abusivo.Agora ela tentará reconstruir sua vida.

Comentários:
Filme completamente incomum dentro da filmografia da atriz e cantora pop Jennifer Lopez. Ela que sempre procurou por filmes mais leves, comédias românticas em sua maioria, aqui aceitou interpretar uma mulher vítima de abuso sexual e psicológico do próprio marido dentro de um casamento infernal. Aquele tipo de romance que inicialmente parecia perfeito, mas que depois de um tempo se torna uma enorme decepção. Casamentos infelizes, aliás, que parecem ser a cada dia a regra e não a exceção. Na época em que esse filme foi lançado a  Jennifer Lopez estava tendo vários atritos com a imprensa, principalmente por causa das invasões de privacidade por parte da imprensa marrom em sua vida pessoal. Essa briga acabou azedando o lançamento do filme, ainda mais depois que os jornalistas lhe deram o "Framboesa de Ouro" de pior atriz da década! Maldade pura. Embora ela não seja mesmo uma grande atriz, o fato é que até consegue levar um filme sozinha adiante. Esse aqui me agradou, tem bom argumento e explora uma realidade muitas vezes cruel na vida de muitas mulheres. Até mesmo a Lopez me pareceu bem em cena. Assim se o tema lhe interessa deixo a dica. Esqueça os "prêmios" Framboesas de Ouro e assista pela temática que o filme explora.

Pablo Aluísio.

A Sombra de um Homem

Título no Brasil: A Sombra de um Homem
Título Original: The Salton Sea
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: D.J. Caruso
Roteiro: Tony Gayton
Elenco: Val Kilmer, Vincent D'Onofrio, Adam Goldberg, Peter Sarsgaard, R. Lee Ermey, Anthony LaPaglia

Sinopse:
Após a morte da esposa Danny Parker (Kilmer) tenta arranjar um jeito de ganhar a vida e para isso vale de tudo, até mesmo entrar no arriscado e perigoso mundo do crime.

Comentários:
Depois de um começo muito promissor no cinema, com vários sucesso de bilheteria, o ator Val Kilmer viu a qualidade de seus filmes decair ano após ano. Dos jovens astros dos anos 80 ele certamente foi um dos mais atingidos pela decadência em sua carreira. Isso não quer dizer que apesar do pouco sucesso ele não tenha realizado bons filmes nesse período de baixa. Um dos que mais gostei foi esse "The Salton Sea" que mostra o outro lado do "sonho americano", mostrando os viciados em drogas, os moradores de rua, os criminosos do baixo clero. As ruas de Los Angeles com toda a sua pobreza, toda a sua cota de pessoar marginalizadas, tentando sobreviver um dia de cada vez. Isso porém não significa que seja um drama ou nada parecido. Tem sua dose de cenas de ação (mal feitas, é bom dizer) e também há um espaço para um pouco de humor. Mesmo assim com toda essa mistura a coisa ainda funciona. Claro, Val Kilmer estava longe de seus dias de sucesso, mas tentava manter sua carreira de ator ainda viva.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de julho de 2019

Amor & Amizade

Gosta de Jane Austen? Então vou deixar a dica desse filme aqui, uma adaptação de um de seus livros menos conhecidos chamado "Lady Susan". A estória é mais do que interessante, até porque mostra-se incrivelmente atual. Não importa que o livro tenha sido escrito há mais de 200 anos (sua data exata de escrita é 1794), mas sim que apresente um enredo que mostra que em muitos aspectos a sociedade continua a mesma, com pessoas interesseiras e dispostas a tudo para vencer na vida. Na trama conhecemos duas mulheres, mãe e filha. Elas estão arruinadas financeiramente. Nessa época vitoriana como uma mulher viúva e sua filha poderiam subir ou pelo menos se manter na mesma escala social? Muito simples, arranjando maridos, obviamente de preferência bem ricos.

Assim Lady Susan Vernon (Kate Beckinsale) começa fazer de tudo para que sua filha Frederica (Morfydd Clark) arranje um marido rico, o mais rapidamente possível. A moça porém não quer nem ouvir falar de casar com o ricaço Sir James Martin (Tom Bennett) já que definitivamente ela não o ama de jeito nenhum. E assim se desenrola a estória. Manipulações sociais de todos os lados, mulheres que só estão de olho no dinheiro dos futuros maridos, fofocas, traições, puxadas de tapete, parentes que são serpentes. O livro de Jane Austen, como frisei, foi escrito há séculos, mas mantém o mesmo frescor porque afinal mostra um lado nada lisonjeiro da alma humana. Por fim dois aspectos que merecem menção. O primeiro é que embora seja um filme bem realizado, não se trata de uma grande superprodução. É algo mais modesto e sutil. Segundo observação é que Kate Beckinsale consegue estar muito bem em sua atuação. Declamando longos diálogos, sem perder o fôlego, ela deixa claro que não é apenas boa para interpretar vampiras nos filmes com a marca "Anjos da Noite". Ela tem talento de verdade, se tiver dúvidas não deixe de conferir esse "Amor & Amizade".

Amor & Amizade (Love & Friendship, Estados Unidos, Inglaterra, França, 2016) Direção: Whit Stillman  / Roteiro: Whit Stillman / Elenco: Kate Beckinsale, Chloë Sevigny, Xavier Samuel, Morfydd Clark, Stephen Fry, Tom Bennett / Sinopse: Na era vitoriana, mãe e filha tentam arranjar maridos ricos pois estão arruinadas financeiramente. Sendo o caminho mais fácil elas tentam dar o velho e conhecido golpe do baú.

Pablo Aluísio. 

Teenagers: As Apimentadas

Olhando para trás chego na conclusão que já vi cada filme na minha vida que vou te contar... Esse aqui se me recordo bem vi na TV a cabo logo quando esse sistema começou a se popularizar no Brasil. Muito provavelmente conferi na HBO, mas hoje em dia passados tantos anos já não tenho como ter certeza. Pois bem, voltando ao assunto principal. Essa comédia adolescente romântica explora o universo das chamadas cheerleaders. Nos Estados Unidos elas são extremamente populares nos colégios. No Brasil isso não é tão presente. Por aqui são mais conhecidas como animadoras de torcidas. O curioso é que o tradutor do título nacional parece ter se enrolado. Ao invés de chamar o filme de "Cheerleaders" ele chamou o filme de "Teenagers" que significa adolescentes em português. Trocou tudo e na tradição de péssimos títulos nacionais cometeu mais uma gafe.

O roteiro é bem bobinho, mostrando um grupo de garotas colegiais que se dedicam de corpo e alma a uma competição nacional que vai eleger as melhores animadoras de torcidas dos Estados Unidos. Como se pode perceber é coisa bem de americano mesmo. Sem querer ser muito cínico e já sendo o filme só não é um desperdício total de tempo, paciência e dinheiro porque afinal de contas tem a Kirsten Dunst de shortinho dançando muito nas quadras de esportes. Nada mal, especialmente indicado para o público hétero de plantão que vai dar a desculpa de que está conhecendo melhor uma "tradição americana" apenas para ver as pernas da Kirsten Dunst! O importante é disfarçar um pouquinho, não é mesmo?

Teenagers: As Apimentadas (Bring It On, Estados Unidos, 2000) Direção: Peyton Reed / Roteiro: Jessica Bendinger / Elenco: Kirsten Dunst, Eliza Dushku, Jesse Bradford / Sinopse: Grupo de adolescentes colegiais resolve se dedicar ao máximo para vencer uma popular competição nacional que vai eleger as melhores animadoras de torcidas da América. Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

As Branquelas

Título no Brasil: As Branquelas
Título Original: White Chicks
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio:  Revolution Studios
Direção: Keenen Ivory Wayans
Roteiro: Keenen Ivory Wayans, Shawn Wayans
Elenco: Marlon Wayans, Shawn Wayans, Busy Philipps, Frankie Faison, Lochlyn Munro, John Heard

Sinopse:
Dois tiras negros precisam se disfarçar para prender uma quadrilha de sequestradores. Para isso eles mudam radicalmente de aparência, assumindo a identidade de duas loiras ricas e patricinhas, frequentadoras da alta roda da cidade. Filme indicado no Framboesa de Ouro na categoria de pior filme do ano!

Comentários:

Esse é aquele tipo de filme que de tão ruim acaba se tornando divertido, engraçado. A ideia é tão sem noção que espanta. Dois atores negros usando forte maquiagem para se parecerem com loiras burras e estúpidas, do tipo Paris Hilton. Maquiagem essa que deixou eles bem esquisitos, é bom dizer.  Enfim, a família Wayans realmente pagou para ver pois a reação poderia ser tão negativa que eles poderiam até mesmo sofrer um processo ou algo assim. Felizmente a imprensa entendeu o espírito do filme - que de polêmico não tem nada, é até bobinho - para abaixar as armas. Melhor para os irmãos já que foi um sucesso inesperado de bilheteria. Custou meros 30 milhões de dólares e faturou nas bilheterias 200 milhões! Receita de filme grande! Isso prova também que o público nem sempre quer consumir algo de qualidade ou importância artística. Muitas vezes eles só querem dar algumas gargalhadas com material podreira. Se é isso que você está procurando então pode encarar "White Chicks" sem medos ou preconceitos.

Pablo Aluísio.

Ataque das Loiras

Título no Brasil: Ataque das Loiras
Título Original: Blonde and Blonder
Ano de Produção: 2007
País: Canadá
Estúdio: Rigel Entertainment
Direção: Dean Hamilton, Bob Clark
Roteiro: Rolfe Kanefsky, Dean Hamilton
Elenco: Pamela Anderson, Denise Richards, Emmanuelle Vaugier, Meghan Ory, Joey Aresco, Garry Chalk

Sinopse:
Dee Twiddle (Anderson) e Dawn St. Dom (Richards) são duas loiras burras que acabam sendo confundidas com outra dupla, de assassinas profissionais. Isso cria uma série de confusões e mal entendidos.

Comentários:

É ruim demais. É ruim de doer. É incrível acreditar que algum produtor teve a coragem de investir dinheiro em algo tão ruim. O filme se propõe a ser uma comédia nonsense com duas protagonistas que se valem de sua loirice e burrice para escapar das piores situações. Só que tudo é tão sem graça que chega a ser constrangedor. Pamela Anderson mais parece uma boneca inflável. Como seu talento é bem escasso ela se utiliza de seus óbvios dotes físicos para manter o interesse do espectador chocado com tanta ruindade. Assim a loira ao estilo bombshell desfila decotes, cada vez menores, para mostrar seus peitos turbinados por silicone. E acabou, it´s over, isso é o máximo que você vai encontrar nessa fitinha de quinta categoria. E para não dizer que não dei risadas, dei duas. A primeira ao descobrir o tamanho da ruindade desse filme tosco. A segunda na cena do mensageiro retardado do hotel. É tão idiota que tive que rir, mesmo contra a vontade! Santo filme ruim, Batman!

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de julho de 2019

Hellboy

Esse é o terceiro filme do personagem Hellboy para o cinema, mas não pense que se trata da conclusão de uma trilogia. Na verdade é um novo recomeço. O estúdio decidiu recomeçar do zero, contratando um novo diretor, outra equipe técnica e um outro ator para interpretar o garoto do inferno. Quem herdou a maquiagem pesada foi David Harbour que até se saiu bem em seu trabalho, ficando inclusive até mais parecido com o Hellboy dos quadrinhos do que seu colega dos filmes anteriores, Ron Perlman. Dito isso esse novo filme também apresenta problemas. O mais grave deles é a falta de novidades, surpresas, para quem assistiu aos dois outros filmes. Nada do que você verá aqui vai soar como algo que você nunca viu antes. É praticamente uma repetição, com melhores efeitos especiais, é verdade, mas nada muito além disso.

O roteiro também não me pareceu grande coisa. Há uma bruxa que foi desmembrada e aprisionada pelo Rei Arthur no passado. Agora ela é trazida de volta. Apenas a lendária espada Excalibur pode destruir seus planos. E nessa simbiose entre as lendas de Arthur e Merlin com o universo do Hellboy, ainda arranjaram um jeito de colocar ele como um de seus descendentes, o único que poderia empunhar a arma contra a bruxa. É isso é tudo. Achei forçado e nada criativo. O final do filme também é bem previsível, nada espetacular. De bom mesmo há algumas cenas que fazem valer a pena o preço do ingresso, entre elas uma luta entre Hellboy e três gigantes. Tecnicamente perfeita, inclusive no design dos monstros, só não ficou melhor porque não dura muito. Mais um erro da direção. Afinal se o enredo não ajuda muito, deveria se focar mais naquilo que deu certo no filme. Regra básica de cinema pop. Pena que são apenas momentos pontuais, que acabam não elevando muito a qualidade cinematográfica desse filme como um todo. Com isso o que sobra é apenas uma diversão ligeira, de consumo rápido e descartável.

Hellboy (Estados Unidos, 2019) Direção: Neil Marshall / Roteiro: Andrew Cosby, baseado nos personagens de quadrinhos criados por Mike Mignola/ Elenco: David Harbour, Milla Jovovich, Ian McShane / Sinopse: Hellboy (David Harbour) precisa enfrentar uma bruxa milenar que está de volta após passar séculos aprisionada pelo Rei Arthur. Ela quer usar a força infernal de Hellboy para criar um apocalipse final para a humanidade.

Pablo Aluísio.

Hellboy II - O Exército Dourado

Título no Brasil: Hellboy II - O Exército Dourado
Título Original: Hellboy II - The Golden Army
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro
Elenco: Ron Perlman, Selma Blair, Doug Jones, John Alexander, Seth MacFarlane, Luke Goss

Sinopse:
Hellboy (Ron Perlman) e sua trupe precisam salvar a Terra de um nobre vindo das trevas que decide espalhar medo e destruição em represália a tudo o que lhe aconteceu no passado. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Maquiagem.

Comentários:
Era para ser o segundo filme de uma trilogia sobre o personagem Hellboy. Tudo estava bem planejado pelo estúdio e pelo diretor Guillermo del Toro. Só que esse segundo filme custou caro demais, 85 milhões de dólares e nas bilheterias não conseguiu romper a barreira dos 100 milhões. Resultado? O estúdio achou que o filme decepcionou nas bilheterias. A ideia inicial da trilogia assim foi cancelada, algo que irritou muito o ator Ron Perlman. Ele inclusive disse em entrevistas recentes que esse cancelamento ainda hoje o irrita profundamente. Ao invés de um terceiro filme o estúdio então decidiu recomeçar tudo do zero, com essa recente produção que chegou a pouco nos cinemas (e que também decepcionou os produtores comercialmente). E olha que esse segundo filme não era ruim. Tinha mais efeitos especiais, mais personagens e a produção era bem mais rica e cuidada. O problema parece ter sido mesmo o roteiro. Guillermo del Toro esqueceu de escrever algo realmente bom. Com isso a primeira franquia dos filmes de Hellboy simplesmente afundou. Uma pena.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de julho de 2019

O Xangô de Baker Street

Título no Brasil: O Xangô de Baker Street
Título Original: O Xangô de Baker Street
Ano de Produção: 2001
País: Brasil, Portugal
Estúdio: MGN Filmes
Direção: Miguel Faria Jr.
Roteiro: Marcos Bernstein
Elenco: Joaquim de Almeida, Anthony O'Donnell, Maria de Medeiros, Letícia Sabatella, Cláudia Abreu, Claudio Marzo

Sinopse:
Baseado no livro escrito por Jô Soares, o filme conta a divertida estória da visita ao Rio de Janeiro do lendário detetive inglês Sherlock Holmes que ao lado de seu fiel assistente Dr. Watson, chegam ao Brasil para desvendarem um mistério sobre o desaparecimento de um raro violino Stradivarius.

Comentários:
Eu gosto bastante de Jô Soares. Considero um dos grandes nomes do humor brasileiro. Também curto bastante seus livros de ficção que geralmente são criativos e bem escritos. Ele só não teve muita sorte na adaptação desse seu primeiro livro para o cinema. É uma pena, o filme já tinha uma boa estória para contar, boa produção, orçamento, etc. Tudo estava pronto para mais um bom filme da retomada do cinema nacional. O problema é que erraram na escolha do elenco. O português Joaquim de Almeida foi escalado para interpretar o inglês Sherlock Holmes. Colocar um português tentando imitar o sotaque inglês em um filme que deveria ser destinado ao público brasileiro foi um equívoco e tanto. Não que Joaquim de Almeida não seja um bom ator, o problema é sua dicção horrorosa durante o filme. Você vai entender pouca coisa do que ele diz, porque está simplesmente péssimo seu sotaque incompreensível. Esse pequeno grande detalhe acabou estragando o potencial do filme, inclusive nas piadas criadas por Jô, que aqui ficam enterradas quando o público, com dificuldade, tenta entender o que diabos o Joaquim de Almeida está falando. Um erro crucial que acabou comprometendo todo o filme.

Pablo Aluísio.

A Dama do Lotação

Título no Brasil: A Dama do Lotação
Título Original: A Dama do Lotação
Ano de Produção: 1978
País: Brasil
Estúdio: Embrafilme
Direção: Neville de Almeida
Roteiro: Neville de Almeida
Elenco: Sônia Braga, Nuno Leal Maia, Jorge Dória, Paulo César Peréio, Yara Amaral, Claudio Marzo

Sinopse:
Com roteiro baseado na obra de Nelson Rodrigues, o filme "A Dama do Lotação" conta a história de Solange (Sônia Braga), uma bela e jovem mulher que supera as infelicidades e frustrações de seu casamento ao se encontrar com homens em Ônibus pela cidade.

Comentários:
Devemos reconhecer a coragem de todos que fizeram parte desse filme. Em meio a uma ditadura militar eles conseguiram fazer um filme baseado em Nelson Rodriguas e ainda caprichar nas tinas da sensualidade de uma estrela da TV, a bela Sônia Braga. E tudo produzido ainda por cima por  uma estatal, a Embrafilme. Olhando-se para o passado realmente é uma surpresa que tal filme tenha sido produzido e lançado naqueles anos de chumbo da história do Brasil. De qualquer forma o filme está aí. Um interessante estudo da sexualidade feminina, ainda mais quando reprimida ao extremo pelas circunstâncias daqueles tempos. Sônia Braga, linda e talentosa, é a grande razão da existência do filme. Ainda hoje impressiona nas cenas mais ousadas. Envelheceu um tanto, isso é verdade, mas ainda funciona como retrato da coragem das pessoas que faziam cinema naquela época.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Em Nome do Rei

Título no Brasil: Em Nome do Rei
Título Original: In the Name of the King: A Dungeon Siege Tale
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Alemanha, Canadá
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Uwe Boll
Roteiro: Doug Taylor, Jason Rappaport
Elenco: Jason Statham, Ron Perlman, Ray Liotta, Leelee Sobieski, Kristanna Loken, Matthew Lillard

Sinopse:
Um simples homem do campo vê sua vida ser destruída por estranhas criaturas. Agora ele partirá para a vingança contra todos aqueles que destruíram seus sonhos em um reino medieval repleto de violência e selvageria.

Comentários:
Existem aqueles que odeiam os filmes do diretor Uwe Boll. Eu nunca julgo um filme antes de assisti-lo, o condenando apenas por ter sido dirigido por alguém que fez filmes que no passado me decepcionaram. Assim fui ver essa aventura medieval sem préjulgamentos. Acabei me divertindo. OK, não é nenhuma obra prima da sétima arte, mas se mantém em um bom patamar, até mesmo de produção já que o filme custou mais de 60 milhões de dólares. Além de Jason Statham como o protagonista, o filme ainda apresenta um elenco coadjuvante bem bacana. Ron Perlman, o Hellboy, está no elenco com seu tipo bem característico de homem rude, violento. Ray Liotta (alguém lembrou de "Os Bons Companheiros" por aí?) também ajuda muito no resultado final. E por fim ainda há a beleza de Leelee Sobieski, atriz que sempre considerei das mais bonitas em Hollywood. Fora isso muitas lutas de espadas e aquela brutalidade típica dos tempos medievais. Dá para assistir numa boa, sem se aborrecer em nenhum momento.

Pablo Aluísio.

Como se Fosse a Primeira Vez

OK, Adam Sandler é provavelmente um dos atores mais insuportáveis do cinema americano, em todos os tempos. Ele parece ter preferência em sempre fazer um filme mais idiota do que o outro, numa espécie de escala de imbecilidade que cresce a cada ano, indo parar nas nuvens. Esse aqui porém é uma boa exceção em sua filmografia de marmelada. O que salvou essa comédia romântica do desastre foi seu roteiro, que sempre achei bem criativo. A premissa é simples: Drew Barrymore interpreta uma garota que sempre perde a memória ao final do dia, ou seja, ela esquece completamente de tudo do que lhe aconteceu antes, isso da noite para o dia. Assim seu parceiro precisa conquistá-la todos os dias, sem exceção. Um exercício de paciência e amor sem fim.

Algumas pessoas poderiam reclamar de se fazer piada em cima de uma doença que realmente existe, uma síndrome terrível que atinge pessoas ao redor do mundo. A questão porém não é essa, pois o roteiro nunca é desrespeitoso com isso. Certo, há cenas que quase vão para o pastelão, mas no geral a coisa se desenvolve mesmo ao nível do romance entre o casal. Curiosamente assisti a esse filme no cinema, em uma época em que ia muito ao cinema, lá por volta de 2004. Assim acabava vendo de tudo. Hoje em dia não pagaria ingresso para ver algo desse nível, mas no geral provavelmente também não ficaria arrependido mortalmente de ver na tela grande. Isso porque "Como se Fosse a Primeira Vez" foi salvo por seu roteiro bem bolado e pela sempre carismática presença da atriz Drew Barrymore que com seu olhar de garota avoada combinou perfeitamente com sua personagem.

Como se Fosse a Primeira Vez (50 First Dates, Estados Unidos, 2004) Direção: Peter Segal / Roteiro: George Wing / Elenco: Adam Sandler, Drew Barrymore, Rob Schneider / Sinopse: Homem apaixonado (Sandler) precisa reconquistar a mulher de seus sonhos a cada dia, pois ela tem uma síndrome que lhe faz perder todas as memórias. Assim a cada dia eles precisam ter um primeiro encontro, que parecem nunca ter fim.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Anjos na América

Título no Brasil: Anjos na América
Título Original: Angels in America
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Tony Kushner
Elenco: Al Pacino, Meryl Streep, Patrick Wilson, Emma Thompson, Mary-Louise Parker, Jeffrey Wright

Sinopse:
Minissérie em sete episódios que conta o drama das pessoas que foram infectadas pelo vírus HIV durante a década de 1980. Uma nova doença que surgia, sem cura, que praticamente condenava à morte os que eram diagnosticados com ela. Vencedor de 3 prêmios no Globo de Ouro, incluindo o de Melhor Minissérie do ano. 

Comentários:
A AIDS apareceu no final dos anos 70. Inicialmente dita como uma espécie de "câncer gay" por atingir principalmente homossexuais, logo se espalhou entre a população em geral, levando milhares de pessoas à morte. Essa minissérie da HBO foi a primeira a levar o tema para a TV americana em forma de episódios. Cada um contando a história de uma pessoa que foi diagnosticada com a doença na década de 1980. Naquela época era uma sentença de morte pois a medicina e a ciência ainda não tinham desenvolvido um tratamento que prolongasse a vida dos doentes. O coquetel químico, hoje aplicado nos infectados, ainda era algo em vias de elaboração. Assim a morte era praticamente certa. Pelo tema e pela importância do assunto vários astros de Hollywood aceitaram trabalhar no projeto, entre os mais conhecidos temos Al Pacino, Meryl Streep e Emma Thompson. Eles que sempre atuaram apenas em filmes para o cinema abriram uma exceção. Afinal muitos tiveram parentes e amigos atingidos pela doença. No mais o tema é tratado com uma grande sensibilidade e respeito para com as vítimas, tudo resultando em uma série excelente, acima da média. 

Pablo Aluísio.

Ben - O Rato Assassino

Título no Brasil: Ben - O Rato Assassino
Título Original: Ben
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Phil Karlson
Roteiro: Phil Karlson, Alain Keisker
Elenco: Lee Montgomery, Joseph Campanella, Arthur O'Connell

Sinopse:
Um garoto solitário, que não recebe atenção dos pais, torna-se amigo de um rato a quem passa a chamar de Ben. Ocorre que o animal é também o líder de um bando de ratos assassinos que matam humanos e deixam a cidade em estado de alerta.

Comentários:
O enredo é simples. Um garoto acaba se ligando emocionalmente com um rato de esgoto. E o animal parece interagir com as emoções do menino, punindo os que lhe fazem mal, trazendo um caos para a cidade como um todo. Hoje em dia o filme é muito mais lembrado por causa de sua trilha sonora pois a música tema é "Ben", cantado por Michael Jackson. Aliás verdade seja dita, justiça seja feita, a música é linda mesmo, maravilhosa em todos os aspectos. Em termos puramente cinematográficos o filme "Ben" também não é ruim, muito pelo contrário. Sua mistura de terror com uma certa melancolia, um drama infanto juvenil, até hoje se mantém interessante. Nos anos 80 o filme foi campeão de reprises em canais abertos no Brasil o que fez criar uma certa saturação. Hoje em dia já pode ser considerado um pequeno cult movie do terror.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

O Imperador de Paris

O cinema francês tem apresentado excelentes filmes nesses dois últimos anos. Um dos que mais gostei de assistir foi esse "O Imperador de Paris". O roteiro conta a história real de um criminoso procurado chamado François Vidocq (Vincent Cassel). Após ser condenado a cumprir pena em um navio ele consegue fugir, voltando ao continente. Só que agora, para escapar do radar dos policiais, tenta viver uma nova vida como comerciante de tecidos em feiras das cidades do interior. Sua fama o precede e em pouco tempo é novamente reconhecido. De volta à ativa propõe um acordo incomum com o chefe do departamento de polícia. Ele ajudará o homem da lei a prender todos os criminosos procurados de Paris em troca de indulto de seus crimes no passado. E assim começa a agir nas ruas mais sujas e sombrias da capital francesa. A ideia é realmente limpar as ruas da escória de criminosos de todos os tipos.

Não é a primeira vez que fazem um filme sobre François Vidocq. Ele chegou inclusive a ser o protagonista de um filme americano, "Vidocq, Um Escândalo em Paris", de Douglas Sirk em 1946. Obviamente era uma versão bem fantasiosa de sua vida. Nesse novo filme as coisas são mais de acordo com os registros históricos que existem sobre ele. Inclusive o verdadeiro Vidocq viveu em um período muito interessante da história francesa, quando a revolução mandava milhares de pessoas para a guilhotina. Seu auge porém aconteceu quando Napoleão Bonaparte subiu ao poder. Seu título de "Imperador das ruas de Paris", dado por um jornal da época, era praticamente uma sátira à figura de Napoleão. Enquanto esse conquistava nações no exterior, o criminoso François Vidocq era o homem que realmente mandava na capital francesa, com seu modo de agir baseado na violência e na justiça com as próprias mãos. Enfim, um filme realmente muito bom, com ótima reconstituição de época e a brilhante interpretação do ator Vincent Cassel, um dos melhores do atual cinema francês. Se você gosta de cinema europeu não deixe de conferir essa nova versão da vida de um homem que ao seu próprio modo também entrou para a história da França.

O Imperador de Paris (L'Empereur de Paris, França, 2018) Direção: Jean-François Richet / Roteiro: Éric Besnard / Elenco: Vincent Cassel, Olga Kurylenko, Freya Mavor, August Diehl / Sinopse: Baseado em fatos históricos reais o filme conta a história do criminoso procurado François Vidocq (Vincent Cassel). Após ser capturado de novo pela polícia de Paris ele faz um trato informal com o chefe de polícia da cidade. Ele ajudará a eliminar os principais criminosos em troca de um indulto por seus crimes no passado. E tudo se passa durante o período imperial com Napoleão Bonaparte no poder. Filme indicado ao César Awards nas categorias de melhor figurino (Pierre-Yves Gayraud) e melhor design de produção (Emile Ghigo).

Pablo Aluísio.