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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Os Mortos Não Morrem

Título no Brasil: Os Mortos Não Morrem
Título Original: The Dead Don't Die
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio:  Animal Kingdom
Direção: Jim Jarmusch
Roteiro: Jim Jarmusch
Elenco: Bill Murray, Adam Driver, Tom Waits, Danny Glover, Chloë Sevigny, Tilda Swinton, Steve Buscemi

Sinopse:
Quando o eixo do planeta Terra muda misteriosamente de posição, coisas bem estranhas começam a acontecer em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, entre elas o fato dos mortos se levantarem de suas tumbas para aterrorizar os moradores da região.

Comentários:
Até hoje não entendi completamente essa fixação do cinema americano com zumbis. OK, são monstros clássicos dos filmes de George Romero, mas será que é necessário fazer tantos filmes sobre esses mortos-vivos? Penso que a fórmula se esgotou há muitos anos. Aqui temos mais um filme a explorar esse filão cinematográfico mais do que desgastado. O elenco é muito bom, fruto do prestígio que o cineasta Jim Jarmusch desfruta em Hollywood. Porém tirando esse aspecto há pouco a se elogiar em relação a esse filme. A tentativa de fazer humor negro logo perde gás, sobrando apenas mais um filme banal de zumbis para o espectador assistir. Quem ainda aguenta ver todos aqueles figurantes perambulando pelas ruas em busca de cérebros humanos? Eu mesmo já esgotei minha paciência com esse tipo de roteiro. Espero que roteiros melhores sejam aproveitados daqui pra frente. Enfim, esse filme é somente cansativo e sem nenhuma ideia original. Mais do mesmo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de julho de 2019

Amor & Amizade

Gosta de Jane Austen? Então vou deixar a dica desse filme aqui, uma adaptação de um de seus livros menos conhecidos chamado "Lady Susan". A estória é mais do que interessante, até porque mostra-se incrivelmente atual. Não importa que o livro tenha sido escrito há mais de 200 anos (sua data exata de escrita é 1794), mas sim que apresente um enredo que mostra que em muitos aspectos a sociedade continua a mesma, com pessoas interesseiras e dispostas a tudo para vencer na vida. Na trama conhecemos duas mulheres, mãe e filha. Elas estão arruinadas financeiramente. Nessa época vitoriana como uma mulher viúva e sua filha poderiam subir ou pelo menos se manter na mesma escala social? Muito simples, arranjando maridos, obviamente de preferência bem ricos.

Assim Lady Susan Vernon (Kate Beckinsale) começa fazer de tudo para que sua filha Frederica (Morfydd Clark) arranje um marido rico, o mais rapidamente possível. A moça porém não quer nem ouvir falar de casar com o ricaço Sir James Martin (Tom Bennett) já que definitivamente ela não o ama de jeito nenhum. E assim se desenrola a estória. Manipulações sociais de todos os lados, mulheres que só estão de olho no dinheiro dos futuros maridos, fofocas, traições, puxadas de tapete, parentes que são serpentes. O livro de Jane Austen, como frisei, foi escrito há séculos, mas mantém o mesmo frescor porque afinal mostra um lado nada lisonjeiro da alma humana. Por fim dois aspectos que merecem menção. O primeiro é que embora seja um filme bem realizado, não se trata de uma grande superprodução. É algo mais modesto e sutil. Segundo observação é que Kate Beckinsale consegue estar muito bem em sua atuação. Declamando longos diálogos, sem perder o fôlego, ela deixa claro que não é apenas boa para interpretar vampiras nos filmes com a marca "Anjos da Noite". Ela tem talento de verdade, se tiver dúvidas não deixe de conferir esse "Amor & Amizade".

Amor & Amizade (Love & Friendship, Estados Unidos, Inglaterra, França, 2016) Direção: Whit Stillman  / Roteiro: Whit Stillman / Elenco: Kate Beckinsale, Chloë Sevigny, Xavier Samuel, Morfydd Clark, Stephen Fry, Tom Bennett / Sinopse: Na era vitoriana, mãe e filha tentam arranjar maridos ricos pois estão arruinadas financeiramente. Sendo o caminho mais fácil elas tentam dar o velho e conhecido golpe do baú.

Pablo Aluísio. 

domingo, 10 de março de 2019

Lizzie

Esse é um filme bem sórdido. Já começa com uma cena de crime. Um homem rico, próspero nos negócios, é encontrado morto na sua sala de estar. O crime choca pela violência. Ele foi morto a golpes de machado na cabeça. O quadro é horrível, com sangue em todas as paredes, móveis, etc. Sua esposa também foi assassinada. Ela está no quarto de cima, também em uma cena de extrema brutalidade. Quem poderia ter cometido crimes tão horrendos? A partir desse ponto o roteiro começa um longo flashback, retroagindo no tempo seis meses.

A historia do filme, que é baseada em fatos reais, aconteceu no final do século XIX, na Nova Inglaterra. A jovem Lizzie Borden (Chloë Sevigny) é a filha do homem assassinado no começo do filme. Ela não se encaixa bem no modelo de uma mulher de sua época. Gosta de ler e de poesia, tem um temperamento mais introvertido e não parece se importar em se casar e ter filhos, como mandava a etiqueta social daqueles tempos. Isso claro cria uma tensão cada vez maior com o pai.

A chegada de uma nova empregada doméstica chamada Bridget Sullivan (Kristen Stewart) acirra ainda mais as tensões. O patrão quer abusar dela sexualmente, o que choca Lizzie. As duas acabam se tornando próximas, amigas, iniciando um relacionamento com claro teor homoerótico também. Assim as coisas vão de mal a pior até o trágico desfecho. Só que o roteiro joga com o suspense, deixando sempre em aberto a identidade do verdadeiro assassino ou assassina. Só nos momentos finais tudo é revelado ao espectador. Gostei dessa produção. Tem um bom roteiro que consegue manter o interesse. Além disso o contexto histórico repressivo é bem mais aproveitado pelo clima sufocante de crime e castigo que logo se impõe entre todos os personagens. É um filme até frio, algo que acabou sendo necessário pois seu enredo passou muito longe de ser um conto de fadas.

Lizzie (Estados Unidos, 2018) Direção: Craig William Macneill / Roteiro: Bryce Kass / Elenco: Chloë Sevigny, Kristen Stewart, Jeff Perry, Fiona Shaw, Jamey Sheridan / Sinopse: No século XIX um homem rico e influente é encontrado morto de uma forma bastante violenta. Para solucionar o caso sua história é recontada, fazendo um retorno no tempo para compreender melhor as razões do crime. Filme indicado no Sundance Film Festival na categoria de Melhor Filme - Drama (Júri Popular).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Those Who Kill / Outsiders

Those Who Kill 1.03 -  Rocking the Boat Estou no comecinho dessa série. Ainda estou me familiarizando com os personagens. Recapitulando os episódios anteriores: uma garota é brutalmente assassinada em um beco sujo, com fortes pancadas ao lado de um depósito de lixo. Inicialmente as investigações levam a um jovem, criado em um lar adotivo, cheio de problemas pessoais mas ele é encontrado morto debaixo de uma ponte. Provável suicídio. Nesse episódio as coisas ficam mais claras. Entra em cena uma suspeita, uma garota muito perturbada que tem acessos de fúria. A personagem principal dessa série é a policial do departamento de homicídios Catherine Jensen (Chloë Sevigny). Confesso que ela me lembrou de outra personagem de tira feminino, a investigadora Sonya Cross de "The Bridge" (ainda falarei sobre essa boa série também em breve). Assim como a outra detetive essa também tem problemas emocionais, não consegue firmar relacionamentos sérios e duradouros e resolve o problema da falta de uma vida sexual de forma bem pragmática! Só vendo para crer. Ainda é cedo para dizer se "Those Who Kill" terá vida longa  ou se vai sobreviver dentro do competitivo mercado televisivo americano, o que posso antecipar é que pelo menos por enquanto os episódios estão bem interessantes. /  Those Who Kill 1.03 -  Rocking the Boa (EUA, 2014) Direção: Phil Abraham / Roteiro: Glen Morgan, Elsebeth Egholm / Elenco: Chloë Sevigny, James D'Arcy, James Morrison

Those Who Kill 1.06 - Always After
Cada dia vai ficando melhor. Como se sabe a personagem principal é a policial Catherine Jensen (Chloë Sevigny). Ela carrega muitos traumas da infância porque foi abusada por seu próprio pai. Assim quando surge um novo caso envolvendo um histórico semelhante, ela fica fora de si. Uma família é encontrada morta e todas as pistas levam a crer que foram assassinados pelo próprio pai, um sujeito também abusivo e insano. Conforme as investigações vão ocorrendo algo novo surge no ar, provando que Catherine precisa cada vez mais tentar separar sua vida profissional da pessoal. Essa última aliás é um desastre completo, já que ela não consegue manter um relacionamento sólido com nenhum homem, se dando no máximo a oportunidade de uma transa casual, quando lhe convém, mas sempre sem envolvimento nenhum, tudo realizado com uma carga enorme de distância emocional. Chamo atenção para o trabalho da atriz Chloë Sevigny. Ela tem aquele tipo de rosto bem marcante, que usa para expressar toda o conflito interno de sua alma. Uma série que se continuar sendo tão bem trabalhada como tem mostrado os últimos episódios poderá certamente surpreender e muito ao público. / Those Who Kill - Always After (EUA, 2014) Direção: Stefan Schwartz / Roteiro: Glen Morgan, Elsebeth Egholm / Elenco: Chloë Sevigny, James D'Arcy, James Morrison.

Those Who Kill 1.07 - A Safe Place
Esse episódio foi um dos melhores que assisti da série até hoje! Para quem ainda não conhece "Those Who Kill" é um drama policial centrado na figura da detetive Catherine Jensen (Chloë Sevigny) do Departamento de Polícia de  Pittsburgh, na Pennsylvania. Ela tem um passado terrível para lidar porque seu padrasto era abusivo em relação a ela durante sua infância. Juiz rico e poderoso, se escondia atrás de seu status para que ninguém ficasse sabendo da verdade, pois era na realidade um pedófilo contumaz. Para piorar ainda mais o quadro, tudo indica que ele foi o responsável pela morte de seu jovem irmão, quando era apenas um garoto. Enquanto não consegue juntar todas as provas para condená-lo, ela segue seu trabalho como investigadora. Agora tem um crime assustador para resolver. No episódio anterior toda uma família foi encontrada assassinada. Inicialmente pensou-se que o pai teria sido o responsável, porém pistas levaram a outro caminho. Na cena do crime foram encontrados traços de Alumina, um componente bastante usado em reformas de casas. Na residência ao lado estava havendo uma reforma, o que faz com que Jensen passe a investigar os trabalhadores daquela obra. Uma decisão bastante acertada. Em pouco tempo ela chega na pessoa de Rodney Bosch (Rodney Rowland), um sujeito com graves problemas mentais. Ele inclusive foi demitido por estar "espionando" a esposa do dono da casa que estava sendo reformada. Maior suspeito certamente não haveria de existir. Seguindo as pistas Jensen descobre mais: ele teria sido responsável pela falência da empresa de construção civil que herdara do pai. Depois disso, em um surto psicótico acabou matando sua própria família. Não precisa ser muito perspicaz para entender que o sujeito era mesmo forte candidato a ser o assassino. O clímax desse episódio é excelente, com Jensen tentando salvar a vida de uma outra família que cai nas garras do psicopata. Enquanto ela tenta entrar em sua mente um atirador de elite se posiciona do lado de fora da casa! Suspense e tensão em doses exatas. Então é isso, "Those Who Kill" tem se revelado cada vez mais como uma ótima pedida para que gosta de séries policiais mais dramáticas, que explorem psicologicamente melhor seus personagens, trazendo com isso mais conteúdo nos roteiros. / Those Who Kill 1.07 - A Safe Place (EUA, 2014) Direção: Sam Miller / Roteiro: Glen Morgan, Elsebeth Egholm / Elenco: Chloë Sevigny, James D'Arcy, James Morrison, Bruce Davison.

Those Who Kill 1.08 - Insomnia
Uma nova droga está nas ruas. Uma variação agressiva do Ecstasy. Após um jovem literalmente pular pela janela de um prédio durante uma rave, logo após ingerir algumas doses dessa substância, a detetive Catherine Jensen (Chloë Sevigny) é designada para resolver o caso. Não vai ser fácil, até porque sua própria vida pessoal está completamente caótica. Jensen não consegue manter um relacionamento sério e duradouro com os homens em geral (fruto do fato de ter sofrido e presenciado abusos sexuais cometidos por seu padrasto pedófilo  contra seu irmão mais jovem durante sua conturbada infância). Traumas desse tipo são levados para o resto da vida. Para piorar Jensen resolve confrontar sua mãe sobre tudo o que aconteceu no passado, mas antes dessa conversa acontecer ela acaba sofrendo um AVC. Some-se a isso o fato de um serial killer insano e torturador estar à solta e você entenderá porque "Those Who Kill" pode ser considerada uma das melhores séries policiais da atualidade. O mundo cão nunca teve tintas tão ousadas. / Those Who Kill 1.08 - Insomnia (EUA, 2014) Direção: John David Coles / Roteiro: Glen Morgan, Elsebeth Egholm / Elenco: Chloë Sevigny, James D'Arcy, James Morrison.

Outsiders 1.01 - Farrell Wine
Conferi o episódio piloto dessa nova série chamada "Outsiders". Nos estados sulistas americanos há um tipo de caipira mais isolado, que vive nas montanhas, tendo pouco ou nenhum contato com as cidades, ou como queiram, a civilização. Em cima disso criou-se o enredo dessa série. Os caipiras aqui não são apenas esquisitos, diferentes, mas extremamente incivilizados. Eles rejeitam o uso de dinheiro e quando descem na cidade só o fazem para roubar bens e alimentos. Quase selvagens completos. Curiosamente os roteiristas deixaram várias insinuações no meio do caminho, que não sei se serão levadas em frente, como a de que todos eles seriam também lobisomens! Imagine você, que coisa... Mesmo assim o primeiro episódio não é ruim. Há um tira de cidade pequena que evita ter que lidar com a caipirada violenta, mas que mais cedo ou mais tarde terá que enfrentá-los pois uma ordem de despejo foi emitida pela justiça do condado. A montanha em que vivem tem uma grande reserva de carvão e pertence a uma rica companhia que os querem tirar de lá, o mais rapidamente possível. O elenco é formado quase que exclusivamente por desconhecidos, com exceção do ator David Morse. Outro aspecto digno de nota é que a matutada usa carros e veículos envenenados, como se fossem uma versão caipira das montanhas de "Mad Max"! Por ser tão diferente vale a pena acompanhar a série para ver no que tudo isso vai dar. Pelo menos tentaram sair um pouco do convencional. / Outsiders 1.01 - Farrell Wine (EUA, 2016) Direção: Adam Bernstein / Roteiro: Peter Mattei / Elenco: David Morse, Joe Anderson, Gillian Alexy.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Desejo Proibido

Título no Brasil: Desejo Proibido
Título Original: If These Walls Could Talk 2
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films,
Direção: Jane Anderson, Martha Coolidge
Roteiro: Jane Anderson, Sylvia Sichel
Elenco: Vanessa Redgrave, Sharon Stone, Ellen DeGeneres, Elizabeth Perkins, Michelle Williams, Paul Giamatti, Chloë Sevigny

Sinopse:
O filme mostra, através de 3 narrativas, os problemas enfrentados por mulheres lésbicas ao longo dos anos. Nos anos 60 Edith (Vanessa Redgrave) precisa lutar por seus direitos após a morte de sua amada. Elas viveram 50 anos juntas, mas a família da sua esposa não admite dar nenhum direito a ela por causa desse romance homossexual. Nos anos 70 a jovem feminista Linda (Michelle Williams) sofre perseguição na universidade por sua opção sexual. Por fim, nos anos 2000, Fran (Sharon Stone) e Kal (Ellen DeGeneres), lutam para terem seu próprio filho.

Comentários:
Um bom telefilme que foi lançado no Brasil no mercado de vídeo. O roteiro é bem interessante, mostrando três histórias diferentes, em três décadas diversas, envolvendo lésbicas, mulheres que sofreram todos os tipos de preconceitos por serem homossexuais. No primeiro episódio, passado na década de 1960, uma mulher vê sua companheira morrer. O problema é que a família dela a abomina, justamente por ser gay. Após viverem 50 anos juntas, como casal, tudo termina de forma abrupta! As coisas não melhoram nos anos 1970, quando alunas são perseguidas na universidade onde estudam por serem lésbicas. Por fim, numa história atual, a estrela Sharon Stone é uma lésbica que precisa lutar para ter um filho com sua esposa, por causa dos problemas jurídicos envolvendo o reconhecimento de maternidade envolvendo um casal de lésbicas. Embora tenha sido feito para a TV a cabo (o filme foi produzido pela HBO, no começo do canal), tudo é de muito bom gosto, com elenco bonito e bela produção. Curiosamente do elenco feminino apenas Ellen DeGeneres é assumidamente lésbica. Vale a pena conhecer, principalmente para o público LGBTS.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de outubro de 2016

Amor & Amizade

Título no Brasil: Amor & Amizade
Título Original: Love & Friendship
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra, França
Estúdio: Westerly Films
Direção: Whit Stillman
Roteiro: Whit Stillman
Elenco: Kate Beckinsale, Chloë Sevigny, Xavier Samuel, Morfydd Clark, Stephen Fry, Tom Bennett
  
Sinopse:
Lady Susan Vernon (Kate Beckinsale) é um jovem viúva que precisa lidar com o fato de que está arruinada financeiramente. Sem dinheiro, ela vai morar com seu irmão. Para piorar tudo sua filha, Frederica (Morfydd Clark), é problemática, tendo sido expulsa da escola. Susan decide então arranjar um casamento promissor para ela com o tolo, fútil e rico Sir James Martin (Tom Bennett), porém a garota se recusa a se casar apenas por dinheiro. Com tantos problemas pela frente Lady Susan então resolve ela mesma arranjar um bom partido, se aproximando de Reginald DeCourcy (Xavier Samuel), herdeiro de uma rica e tradicional família inglesa. Os pais dele porém desaprovam completamente o romance. 

Comentários:
Filme baseado no romance "Lady Susan" de autoria da escritora Jane Austen, publicado originalmente em 1871. As obras dessa talentosa romancista se passam em uma Inglaterra vitoriana, onde as mulheres precisavam garantir seu futuro de qualquer maneira, muitas vezes entrando em um jogo de flerte e sedução que parecia não ter fim. Debaixo de tudo havia o mero interesse financeiro em se casar com um homem rico que lhes trouxesse uma vida confortável. Por isso a grande maioria das personagens de Jane Austen era formada por mulheres bem interesseiras, que acabavam também tendo que suprimir suas verdadeiras paixões em prol de um dote financeiro bem recompensador. Essas estórias mostravam acima de tudo o grande poder de manipulação das mulheres de uma maneira em geral. Nessa nova produção o diretor Whit Stillman tentou ser o mais fiel possível ao livro original. 

Como são muitos os personagens ele resolveu apresentar breves introduções de cada um dentro da trama. Achei a ideia fora do comum e de certa maneira um pouco desnecessária. O elenco traz a atriz Kate Beckinsale como a protagonista. Eu costumo dizer que Kate foi injustamente estigmatizada como a vampira Selene da franquia "Anjos da Noite". Ela é muito mais talentosa do que se supõe. Nesse filme temos uma amostra disso. Ela tem ótimos diálogos (retirados diretamente da obra original) e se sai muito bem em seu papel. Alguns podem até dizer que ela de certa forma apresenta um pouco de ansiedade interpretando Lady Susan, declamando seu texto de uma maneira um pouco rápida demais, com certa pressa e impaciência. Não penso assim. A própria personagem vive uma situação ansiosa, tendo que resolver sua vida, arranjando bons partidos tanto para ela que ficou viúva como para a filha, que parece não ter tido ainda consciência da situação delicada em que vivem. Em termos gerais temos um bom filme, bastante sofisticado, elegante e coeso. Uma bem-vinda adaptação da sempre interessante (e atemporal) obra de Jane Austen.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Meninos Não Choram

Título no Brasil: Meninos Não Choram 
Título Original: Boys Don't Cry
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro: Kimberly Peirce, Andy Bienen
Elenco: Hilary Swank, Chloë Sevigny, Peter Sarsgaard

Sinopse:
Brandon Teena (Hilary Swank) é uma garota que decide assumir uma identidade masculina numa cidadezinha do Nebraska, um dos estados mais atrasados do interior dos Estados Unidos. Se fazendo passar por menino ela acaba ganhando a confiança dos moradores da região, inclusive iniciando um caso amoroso com uma linda jovem de sua idade. As coisas porém logo complicam pois sua identidade é desmascarada, dando origem a muita violência e intolerância por parte daquela sociedade.

Comentários:
O roteiro de "Boys Don't Cry" foi baseado numa história real e talvez por isso tenha mexido tanto com o público em seu lançamento. O interessante é que não se trata de uma fita que levante a bandeira do movimento gay ou algo do tipo mas sim apenas um retrato de uma jovem garota que não consegue lidar com sua identidade feminina. Essa mudança de papel acaba despertando e trazendo à tona o pior lado das pessoas, inclusive de gente próxima a ela, pelo qual tinha verdadeira confiança e amizade. Mesmo após todos esses anos não há como negar que esse foi o melhor trabalho da carreira da atriz Hilary Swank, que inclusive foi merecidamente premiada com o Oscar da Academia. Ela incorpora sem medo o personagem Brandon Teena e dá show de atuação para os espectadores. Um momento brilhante de sua vida como atriz. Assim podemos dizer que "Meninos Não Choram" é um filme que conscientiza e impressiona nas mesmas proporções sem se tornar em nenhum momento panfletário ou vulgar. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.